Ilha da Diversão escrita por Tokki


Capítulo 4
No escuro


Notas iniciais do capítulo

Quarto capítulo prontinho! Boa leitura! ^^



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Quando a luz apagou, os meninos estavam sentados no chão em volta da mesinha de centro montando o quebra-cabeça, que agora pararam de montar. Os meninos ficaram reclamando por causa do que Tom tinha dito minutos antes.

— Ainda bem que a luz está apagada para não ver a cara de vocês olhando feio para mim. 

— Ainda bem mesmo — os demais disseram para ele. 

— Eu não tenho culpa. É essa ''casa de primeira'' do Bill que na verdade de primeira não tem nada.

— Não coloque a culpa na minha casa, afinal, a culpa não é de nenhum dos dois, é da chuva. Em vez de ficar aqui nesse breu, vamos pegar as lanternas. Vocês lembram onde colocaram? — disse Bill.

Todos disseram que não.

— Eu vou procurar no quarto. Tom procura na cozinha, Georg na sala e Gustav no banheiro.

Bill levantou ao mesmo tempo que Gustav fazendo os dois se esbarrarem. O óculos de Gustav caiu no chão. 

— Você é muito desastrado, Bill. — Gustav abaixou e conseguiu pegar o óculos de volta, depois colocou.

— Parem de enrolar e vamos! — Tom foi andando quando sentiu um puxão no seu braço.

— AAAAAAAAAh!

— AAAAAAAAAh! — Georg e Gustav gritaram ao mesmo tempo.

— Sobe comigo quem seja que eu puxei, é sério. Eu estou com um pouco de medo. — Bill estava agarrado no braço do irmão.

— Vai dar susto em outro, Bill! Eu ia imaginar que uma pessoa iria me puxar agora? — Tom disse ofegante.

— E nós iriamos imaginar que você ia gritar agora? — disse Georg falando dele e do Gustav.

— Vamos procurar essas lanternas todo mundo junto então, antes que a gente leve mais sustos. Bill, solta o meu braço, vamos ficar um atrás do outro. Começando pela sala.

Tatearam um armarinho e não encontraram nada. Passaram para a cozinha.

Vasculharam os armários e as gavetas. 

— Acharam alguma coisa? — questionou Georg.

— Não — os três responderam na mesma hora.

— Então vamos para o...

Antes de Georg terminar a frase, caiu um trovão na mesma hora que ele olhou em direção a janela.

— AAAAAAAh! — Saiu correndo derrubando tudo o que tinha pela frente.

Os outros, mesmo sem saber direito o que tinha acontecido, saíram correndo também. Tom foi correr, tropeçou no pé de Bill e caiu de cara no chão. Bill agarrou no braço de Gustav.

Eles estavam com as pernas bambas. Foram tateando a parede até chegarem nas escadas. Subiram devagar para não cair e chegaram no quarto. 

— Tá bom — Bill dizia muito ofegante colocando as mãos no joelho. — Por que você deu aquele grito e saiu correndo derrubando tudo?

— Acreditem se quiser — dizia Georg pausadamente. — Mas eu vi uma sombra enorme. Não sei o que era aquilo.

— Tá, eu admito. Isso aqui tá sinistro, eu estou com medo — admitiu Gustav.

Começaram a escutar uns passos vindo da escada. No momento em que as pisadas ficavam mais próximas eles entravam cada vez mais para dentro do quarto. Todos começaram a suar, foram parar no cantinho da parede perto da bicama e sentaram no chão. O barulho parou. Georg começou a tatear o chão e sentiu um objeto redondo perto da bicama, era uma lanterna. Tremendo, ligou a mesma rapidamente.

— O barulho parou. Vamos ver o que é. — Bill disse bem baixinho.

Georg foi na frente porque estava com a lanterna. Quando chegaram na porta do quarto deram de cara com o Tom, mas não tomaram susto porque a lanterna estava ligada.

— Tom, o seu nariz está sangrando! Então as pisadas eram suas? — observou Bill.

— Eu sei, mas não é nada sério. Quando eu caí vocês me deixaram para trás. Depois eu levantei e fui para cá, porque sabia que vocês estavam aqui. — Tom estava com a cabeça erguida e com a mão no nariz.

— Eu percebi que tinha algo de diferente. Mas o susto foi tão grande que na hora acabamos esquecendo de você. Desculpa mano. Vamos até o banheiro pegar um papel higiênico.

Foram pegar o papel higiênico e voltaram para o quarto procurar as lanternas que faltavam. Agora estava mais fácil por ter a luz de uma lanterna ajudando. Acharam o restante em cima do criado mudo. Cada um pegou a sua lanterna.

— Bom, agora que o susto passou vamos para a sala, voltamos a montar o quebra-cabeça e  fingir que nada disso aconteceu — disse Bill.

— Mas ainda não sabemos o que era aquela sombra na janela — comentou Georg.

— Deve ter sido alguma árvore. Vamos deixar isso pra lá.

Foram para a sala montar o quebra-cabeça. Bill foi até a cozinha e pegou um pacote de biscoito para comerem enquanto jogavam. Começaram a conversar e a se distrair, quando de repente, alguém bateu na porta. 

Um olhou para a cara do outro, foram todos até a porta. Bill tentou olhar no olho mágico, mas não dava para ver muito por causa da queda de energia.

— No três. — Bill colocou a mão na maçaneta.

— Um, dois, três. — Abriu a porta. 

Era um homem alto de meia idade, vestindo jeans e um casaco. O rosto dele era familiar.

— Boa noite pessoal, desculpe o incômodo. Mas o meu cavalo sumiu e me disseram que ele estava por aqui. Gostaria de saber se vocês viram ele ou se sabem onde ele está. Estou desesperado, eu tenho um carinho muito grande por esse cavalo, o tenho desde pequeno. E o meu trabalho depende dele.

— Então é isso — disse Georg. — Aquela sombra grande que eu vi na janela era o cavalo. Com o trovão que deu na hora, ele deve ter se assustado e saiu. Isso é tudo o que sabemos dele. Mas não deve ter ido muito longe, o problema é que está tudo escuro, mas pelo menos a chuva já passou para facilitar.

— Ah sim — O homem disse chateado de cabeça baixa.

— Quer ajuda? Nós podemos procurar de carro. — Bill teve pena do moço.

— Sério rapazes? Seria uma gentileza. — O homem abriu um sorriso de canto a canto.

Entraram no carro e foram procurá-lo. Cinco minutos depois e o cavalo fora encontrado.

Tom parou o carro.

— Romeo! — O homem saiu do carro correndo em direção ao cavalo.

— Esse cavalo não é o que você tirou foto, Bill? — Tom perguntou olhando para ele.

— É ele mesmo, olha aquela manchinha de nascença. E esse homem é quem nos levou para a praia aquele dia.

Saíram do carro. O homem foi até eles puxando o cavalo.

— Obrigado pessoal! Muito obrigado pela gentileza. Quando quiserem um passeio pela ilha, podem me procurar que não cobrarei nada para levar vocês. O meu nome é Wagner.

— Ah, que isso — disse Bill meio sem jeito. — O seu cavalo deu um baita susto no Georg hein!

— Ah, nada a ver. Vocês também se assustaram. — Georg um tanto sem graça, corou.

Todos riram.

O homem agradeceu mais uma vez e se despediu.

Os meninos entraram no carro e voltaram para casa.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí o que acharam! ^^



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