Rock Forever escrita por Isabela Faria


Capítulo 32
Você é mais forte que tudo isso.


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI ♥
Boa leitura, obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior ♥
Beijão amores.
Capítulo grande e caprichado.



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" Quando você não está feliz, é preciso ser forte para mudar, resistir a tentação do retorno, porque o fraco não vai a lugar nenhum. " 

Mansão RF/Brasil

— Dani? Eeer... quero dizer, Daniel. – a medsen esboçou nervosa, e logo abriu um meio sorriso.

— A senhorita o conhece? – perguntou um dos seguranças.

— Claro que sim, podem solta-lo. – ordenou Maria Joaquina e logo o Zapata foi solto.

Ele caminhou em direção a ex-namorada enquanto murmurava coisas sem nexo para os seguranças, Maria Joaquina sorriu por um breve momento, os dois se encararam por longo segundos, ele não podia deixar de reparar o quanto ela estava linda, aquele vestido de tecido levemente azulado caia perfeitamente sobre as curvas da garota, e ela podia sim, ser facilmente confundida com um verdadeiro anjo.

— O que faz aqui? – a medsen cortou o silêncio, olhando para o chão, em uma tentativa falha de não encarar os olhos fascinantes do rapaz.

— Ando meio solitário Maria, desde que vim para o Brasil, e de certa forma, queria matar a saudade dos meus amigos. – Daniel disse em um misto de verdade e mentira.

— Entendo, se tivesse vindo mais cedo, eu até arranjaria uma fantasia pra você. – disse Maria Joaquina em tom divertido. – Opa, espera aí... – ela disse enquanto entrava em uma pequena sala.

Daniel deu de ombros enquanto observava o local, a decoração estava encantadora, o salão de dança estava incrivelmente lindo, de longe ele pode ver Bia e Janjão se divertido, Daniel acenou para eles, que por sinal, não deram a mínima.

Talvez nem lembrem dele.

— Aqui está. – ouviu a voz de Maria Joaquina, ela segurava uma pequena mascara preta nas mãos e a entregou. – combina com o seu terno preto.

— Estou disfarçado de agente secreto? – Daniel perguntou e ela riu.

— Você mudou muito Daniel. – ela disse o encarando com seus olhos claros, era como se pudesse ver a alma de alguém.

— Você também, está mais... doce. – ele falou coçando a nuca, realmente, ela estava mais meiga, mais simpática.

— Okey, então, antes eu era azeda? – Maria Joaquina perguntou fingindo indignação.

— Não é isso, é que antes você era simpática somente com algumas pessoas, e hoje, bem, hoje você está sorrindo para o mundo. – Daniel disse olhando em seus olhos.

Pov Alicia Gusman

A companhia de Paulo estava sendo bastante agradável, ele estava vestido de pirata, e a maquiagem da fantasia cobria o machucado que ele tinha no rosto, Valéria ainda não tinha descido para festa, e acho que é por isso que ainda tenho a companhia do Guerra.

— Já disse que você está incrível nessa fantasia? – Paulo perguntou me olhando de cima abaixo, sorri maliciosamente.

— Sim, você já disse, mas, é sempre bom ressaltar. – falei e ele pareceu surpreso com a minha resposta.

Estava vestida de vampira, um vestido preto com rendas vermelhas colado no corpo, uma capa sombria ao redor, meia calça preta listrada, bota de couro preta, e uma batom vermelho vivo nos lábios, junto com uma maquiagem extravagante, enfim, eu estava pronta para enlouquecer qualquer um.

— Como anda sua relação com a Val? – perguntei enquanto pegava mais um dos drinks rosas que o garçom oferecia.

— Conturbada. – infelizmente foi a única coisa que o Guerra respondeu, mas, eu estava esperando mesmo era um desabafo profundo.

— Hum, ela ainda não desceu... que nem o Jaime. – provoquei, as vezes meu desejo de provocar as pessoas ultrapassava os limites.

— Paulo e Alicia, venham aqui. – escutei a voz irritante de Maria Joaquina, o que ela quer? Nos convidar para contar unicórnios?

— Pelo visto, não sou apenas eu quem devo me preocupar com a minha relação conturbada. – Paulo sussurrou no meu ouvido.

Do que caralhos ele está falando? Virei para trás e me surpreendi, Maria Joaquina e Daniel caminhando em nossa direção, nossos olhares se cruzaram e eu desviei rapidamente, senti uma sensação estranha ao vê-lo com ela, lembre-se Alicia: A regra é não sentir. 

— Adivinhe quem eu encontrei? – Maria Joaquina disse animada, ah claro, como se Paulo e eu não tivéssemos visto Daniel ontem mesmo.

— Daniel? Que bom revê-lo. – Paulo disse animado o abraçando.

— É bom revê-lo também Guerra, quase não aguentava de tanta saudade da nossa amizade. – em matéria de cinismo, Daniel consegue ser tão cara de pau quanto eu.

— Lembra da Alicia? – Maria Joaquina falou se escorando no ombro de Daniel, para uma mulher que está noiva de outro ela é bem assanhada, Não acham?

— Ah claro, como vai Alicia? – Daniel estendeu a mão para mim, não dava pra disfarçar o quanto ele ainda estava magoado.

— Bem, e você? – perguntei com a voz falha enquanto apertava a sua mão, droga Alicia, porque está sendo tão frágil?

— Estou ótimo. – Daniel disse nervoso, qualquer idiota perceberia o climão que havia se formado ali, mas, a idiotice da Medsen é insuperável, pessoas boazinhas costumam serem burras.

— Daniel? Posso saber o que faz aqui? – a voz enciumada de Davi ecoou ao meu lado, fazendo-me despertar de um transe estranho.

— Davi? – Maria Joaquina pareceu surpresa, como se procurasse palavras.

— Com licença. – sai dali o mais rápido que pude, esbarrado com força em Paulo, corri para a parte de fora do jardim e me escorei em uma parede escura, sentindo minha respiração pesar.

(Coloquem: https://youtu.be/14CxdpNH8-Y ) 

Alguns casais se beijavam sobre as luzes do jardim, sorri com aquilo, um vazio estranho preencheu a minha alma, Daniel estava ali por ela, apenas por ela, claro, me pergunto se algum dia alguém será capaz de fazer algo por mim, apenas por mim, ou talvez, se algum dia eu serei capaz de fazer algo por alguém.

Me repreendi por ter tais pensamentos, o que estou pensando? Dane-se se Daniel veio ver Maria Joaquina, dane-se se ele não se importa comigo, dane-se se ele é um babaca, dane-se tudo, afinal, ele é apenas meu brinquedinho sexual? Não é? Nada além disso, nada além disso.

— Alicia querida, poderíamos tirar uma foto? – uma antiga cantora, que hoje em dia, não faz sucesso algum me chamou.

— Não querida, hoje não. – respondi ríspida, não sei porque Cirilo convida certas pessoas para a nossa festa.

Caminhei em direção ao meu quarto, não sem antes varrer o salão com os olhos, Valéria já havia decido e estava dançado com Jaime, enquanto Paulo e Bia encaravam os dois enciumados, revirei os olhos.

Ao chegar no quarto, puxei um pequeno pacote que estava escondido debaixo da cama, minhas mãos tremiam, aquilo não era o certo, estava longe de ser, mas, minhas emoções estavam confusas demais, eu precisava aliviar, de alguma forma, eu precisava.

Suspirei ao ver a pouca quantidade de cocaína presente ali, dava ao menos para aliviar, talvez, perder um pouco o controle, comecei a cheirar rapidamente, sentindo minhas narinas absorverem o pó, e toda minha postura elegante já ia embora aos poucos.

(...)

Assim que terminei, ansiei por mais, eu precisava de mais, corri até o banheiro dos fundos, em uma tentativa falhar de aliviar o calor repentino que senti, me assustei ao ver o banheiro cheio de mulheres.

— SAIAM TODAS DAQUI. – gritei para as garotas do banheiro, as vezes me surpreendo em como posso ser bipolar e descontrolada.

— Isso é forma de tratar suas visitas? – perguntou uma loira cruzando os braços, vou acabar batendo em alguém.

— Estou avisando para darem o fora daqui, ou cabeças vão voar. – falei em tom ameaçado e sarcástico ao mesmo.

— É assim que você trata suas fãs? – perguntou uma morena cabisbaixa, limpando uma lágrima solitária.

Ah qual é? Quem está querendo chorar aqui sou eu, mas, essas ninfetas não me deixam em paz, apontei em direção a porta mais uma vez, e algumas foram saindo aos poucos, na boa, vida de famoso é uma merda, elas acham que não tenho direito de perder o controle? Tenho sim, sou humana como qualquer um.

— EU MANDEI VAZAR. – gritei para duas sonsas que ainda retocavam a maquiagem enquanto se olhavam no espelho.

Elas fingiram que não me ouviram, sem pensar duas vezes, avancei no cabelo de uma, enquanto gritava descontroladamente, segurei seu cabelo com uma das mãos e cuspi na sua cara, logo a outra garota puxou os meus cabelos e me derrubou, acabei caindo com facilidade no canto da parede, minha cabeça latejava.

— SUAS VADIAS. – gritei zangada, elas me encaravam estáticas, do nada, comecei a rir, ri alto que nem uma louca. – EU SOU ALICIA GUSMAN – Bati contra meu peito.

De repente a porta foi aberta com uma certa brutalidade, era Daniel, o mesmo parecia assustado enquanto me olhava.

— Será que podem nos deixar a sós? – perguntou Daniel olhando para as garotas, elas assentiram e saíram rapidamente.

Vagabundas, quando eu realmente preciso que fiquem, elas vão embora, droga, a minha revolta com o mundo está cada vez maior, Daniel puxou meus braços com brutalidade, me mantendo de pé e colada ao seu corpo, senti uma raiva descontrolável pulsar nas minhas veias.

— Me solta, não quero que toque em mim. – falei enquanto socava seu peito, ele me segurou com mais força ainda. – tenho nojo de você.— falei sentindo lágrimas teimosas rolarem pela minha face, mas, logo elas foram substituídas por gargalhadas altas.

Daniel me soltou bruscamente, acabei cambaleando para trás, ele virou de costas para mim enquanto se encostava na pia, Daniel ficou encarando o chão por alguns segundos, e eu só sentia uma vontade incontrolável de rir e chorar ao mesmo tempo.

— Porque fez isso Alicia? – Daniel indagou dando um soco forte no espelho, que se partiu. - Porque voltou com isso? – sua voz saiu embargada dessa vez.

— PARA COM ISSO DANIEL, USO DROGAS QUANTAS VEZES EU QUISER, SEU MERDA! – gritei descontrolada.

— Cala a porra da boca Alicia. – Daniel disse tentando manter a calma.

— NÃO FINJA QUE SE IMPORTA COMIGO ZAPATA, PORQUE NÃO HÁ NESSECIDADE DE FAZER ISSO, SAIA DAQUI, E FIQUE COM AQUELA VADIA DA MEDSEN. – gritei, eu já não tinha controle algum sobre as minhas palavras.

Ele me apertou contra a parede, me encurralando, uma de suas mãos estava sagrando, me assustei.

— Você matou alguém? Sua mão está sangrando. – levei a mão a boca surpresa. – VOCÊ MATOU O DAVI. – gritei.

— Está louca? Minha mão está assim por causa do espelho, não se lembra? Ah claro, está drogada, não vai raciocinar direito. – Daniel disse revirando os olhos.

— ME DEIXA EM PAZ... – gritei, mas logo senti minha voz embargar. – sei que veio aqui por causa dela, você a ama, nunca esqueceu o fim daquele maldito namorico. – funguei entre soluços.

— Será que não entende Alicia? É tão difícil pra você entender? – Daniel perguntou suspirando cansado, encarei seus olhos.

— Entender o que? que você é uma idiota? Mas, não se preocupe Daniel, fique com ela a vontade, não me importo. – dei de ombros sentindo lágrimas descerem dos meus olhos.

— EU VIM VER VOCÊ ALICIA, VOCÊ! – Daniel gritou me surpreendendo.

Senti toda a minha armadura desmanchar, escorreguei levemente pela parede até sentar no chão, Daniel sentou ao meu lado.

— Estava magoado, porém, ainda assim queria te ver. – Daniel disse enquanto tocava meus cabelos. – Só que quando olho pra você assim, sinto vontade de não ter visto. – disse sincero.

Escondi meu rosto com as mãos, elas estavam soando frias, meu estômago embrulhava, minhas pernas tremiam e uma leve ardência tomava conta das minhas narinas.

Lágrimas rolavam pela minha face, molhando as palmas das minhas mãos, Deus, eu havia sido fraca novamente, toda aquela angústia e impotência tomava conta de mim mais uma vez, a dor da alma superava tudo que meu físico podia sentir.

— Eu sou uma fraca. – falei soluçando, queria acordar e ver que tudo não passou de um pesadelo.

— Se acalma. – Daniel segurou meu rosto com as mãos e me colocou em seu colo. – amanhã será um novo dia Gusman, e eu vou cuidar de você. – disse beijando o topo de minha cabeça.

Confesso que ele me trazia uma certa segurança, como se tivesse um estranho poder sobre mim, me aconcheguei em seu peito, enquanto sentia minhas pálpebras pesarem, e não demorou muito para que eu adormecesse em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Ai meu core, adoro escrever sobre a Alicia, ela é uma personagem tão complexa e interessante que chega a ser impossível não gostar.
Um pouco de DaniLicia sempre é bom não é? CALMA, não vou deixar as paulicias de lado não viu.
Só achei bom focar em um casal que esteve junto desde os primeiros capítulos, mas, nunca teve seu espaço necessário, DaniLicia merece nossa atenção ♥
Beijão amores e até mais.
Perguntinha básica:

— Qual seu personagem favorito de Rock Forever?