A outra dimensão; escrita por Val-sensei


Capítulo 7
O duro treinamento de Fai




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Abri meus olhos lentamente e me vi deitada no chão com um lençol me cobrindo. Senti meu corpo meio dolorido, tentei me levantar daquele chão, mas a dor no meu corpo não deixou. Olhei em volta e vi o local onde o Fai estava acabando comigo literalmente e me menosprezando. Olhei para todos os lados e não vi nada nem ninguém, tentei me levantar novamente e consegui com muita dificuldade. A sala era completamente vazia, só a madeira meio avermelhada e as paredes em um salmão para não ficar tão escuro.

"Fogo, Fai é o guardião que protege o cristal com fogo. Será um duro treinamento". Pensei comigo andando vagarosamente pela sala quando ouvi:

— Ora, ora, ora a bela criança já acordou - ele me olha com aquele ar de superioridade dele. - Você é uma perda de tempo - ele me encara murmura a língua que eu não entendo e eu vejo formar uma aureola de fogo de suas mãos e vir para cima de mim. Fiquei olhando fixamente para ela e pulei a aureola passou por de baixo de mim, mas voltou me atingido em cheio e queimando o meu cabelo o deixando um pouco mais curto.

Senti a dor da queimadura próximo ao meu pescoço.

— Vai ser divertido - ele me encara de uma forma tensa murmura novamente aquela língua e manda o fogo para cima de mim, eu desvio várias e várias vezes, mas como já estava meio cansada e com dores pelo meu corpo, ele acaba me acertando.

— Você vai ficar fugindo até quando? - ele está com o desdém na voz e me irrita muito o jeito dele, então o encaro e murmuro as palavras que eu não entendia, mas pronunciei muito bem e o fogo saiu das minhas mãos indo em direção a ele.

Ele apenas rebateu com o braço jogando para cima.

— Não achei que pegaria meu encantamento tão rápido, forasteira, mas quero ver se sair dessa - ele murmura outras palavras e aparece várias e várias chamas, algumas eu consigo desviar, mas as outras me queima e me deixam muito ferida.

Novamente Tiana me cura e me ajuda a levantar, olho para janela e vejo o sol quase se pondo, meu estômago ronca e eu fico envergonhada.

Fai ri de mim me encara com aquele ar sínico.

— Tome um banho e vamos comer alguma coisa - ele saiu na frente, parecia gostar de ficar sozinho.

Fui ao quarto que uma das empregadas me levou e vi uma roupa sobre a cama, uma banheira pronta para tomar banho então entrei e fiquei ali relaxado um pouco para depois sair e me vestir com uma calça legue e uma camiseta que formava bem meu corpo, parecia uma roupa de ginástica. Vesti-me e desci.

Assim que cheguei à sala de estar ele estava sentando e fez um gesto para eu me sentar.

— Essa roupa parece as de fazer ginástica no meu mundo.

— Essa roupa repele um pouco o calor das minhas chamas, vai te ajudar no treinamento - ele levou o garfo à boca, apesar de ser uma forasteira fraca você conseguiu pegar algumas palavras para liberar o fogo e já desvia melhor das minhas chamas - ele me encara com aqueles olhos cinzas de cima em baixo.  - No seu mundo você tem um companheiro?

Ergui a sobrancelha e disse levando um pedaço de um tipo de ave a boca.

— Está perguntando se eu tenho um namorado?

— Alguém com quem você vive junto - ele comia e me encarava.

— Eu só tenho meus pais e meu irmão, não tinha um companheiro, ou namorado se é isso que você quer saber.

— Hum... Hum...E o Royne você tem algo com ele?

— Aqui vocês têm esse tipo de relacionamento? - voltei com outra pergunta.

— Deveria responder primeiro para depois perguntar, forasteira.

 - Me chamo Ayane, e não tenho nada desse tipo com o Royne - o encarei com determinação.

Ele colocou o garfo e a faca do lado do prato sobre a mesa, saiu da sua cadeira e veio até mim.

— Sabe Ayane, acho que vou brincar com você hoje à noite - ele me dá um beijo no rosto para depois colocar a mão no meu queixo e me fazer olhar para ele. - Você me dará um prazer enorme com esse seu corpo - ele deu um sorriso malicioso que me gelou dos pés à cabeça.

Fai saiu dali e me deixou trêmula e com um pouco de receio.

Terminei de comer eu sai um pouco no jardim e vi as rosas banhadas pela luz das estrelas que já enfeitavam o céu, puxei uma e cheirei. A rosa tinha o cheiro um pouco mais concentrado que as do meu mundo, eu sorri para a rosa e senti mais uma vez o seu perfume.

Fai olhava da sacada e ela nem o percebeu a olhando.

Depois de olhar o céu e sentir o cheiro das rosas eu voltei para dentro da casa e subi as escadas encontrando Fai na porta do seu quarto e me olhando da mesma forma.

— Gosta de rosas? - ele me pergunta e vem andando para o meu lado.

— Sim, eu gosto - eu dei um passo de leve para traz.

— Pode vir comigo? - não vi quando ele já estava comigo no colo com uma de suas mãos por baixo das minhas cochas e a outra debaixo do meu braço. Senti a movimentação do ar e quando abri meus olhos vi outro jardim com várias rosas de várias cores colorindo o lugar, e com a luz da lua fazia o orvalho brilhar.

— Lindas! - ele me colocou no chão, mas deixou a mão na minha cintura.

— Minha irmã adorava rosas, ela que plantou cada uma delas e eu nunca as ranqueei, sempre deixei aí - ele pega o meu queixo e vira meu rosto para o seu me encarando penetrantemente. - Sua noite vai ser especial Ayane - ele se aproxima dos meus lábios e sinto a respiração dele pesada e próxima de mim e eu tento sair, mas ele me agarra forte. - Ops! Você não vai a lugar algum - ele abaixa mais os seus lábios e eu sinto que estou encurralada, porém ouço uma voz.

— Não sabia que gostava de se aproveitar de donzelas inocentes, Fai - quando vi já estava com a mão do Roney na minha cintura, senti meu rosto corar.

— O que veio fazer aqui? Você já não tinha voltado para sua vila, primeiro guardião.

— Não posso deixar uma bela dama sozinha nas suas garras - ele o encara.

— Você gosta dela? - Fai fala e encara o guardião da luz.

— Se eu gosto ou não, não é problema seu, porém não vou deixar você se aproveitar dela - ele o encara sério.

— Tolo - ele dá uma risada sínica. - Continuaremos o seu treinamento amanhã, forasteira.

— Oi Ayane - ele me deu um sorriso meio sem jeito.

Royne me soltou com cuidado e desviou o olhar para as rosas.

— Acho que cheguei na hora.

— Obrigada Royne, mas está tudo bem? Você saiu sem se despedir e você estava estranho.

— Eu estou bem e continuarei a viagem com você, agora vá para o seu quarto descansar, pois se conheço bem o Fai, agora que ele não vai pegar leve com o seu treinamento.

— Por quê? - perguntei até temendo a resposta.

— O que você tem que nos atrai? - ele dá um sorriso e entra comigo me levando até a porta do meu quarto e me deixando ali.

Não havia entendido a pergunta de Royne, além do mais eu estava ali para vencer Deci. Bom, não era hora de pensar em relacionamentos, pois eu tinha uma missão. Apenas entrei no quarto que Fai preparou para mim cai na cama e apaguei.

****

Lin estava saindo da sua casa para ir visitar a menina no hospital quando seu amigo Kai chega e ele dá de cara com ele.

— Olá Kai como vai?

— Eu estou bem, mas e a garota?

— Ela não está nada bem, de acordo com o médico ela pode ficar em coma para sempre, porém ela tem quinze por cento de chance de acordar, mas não sabemos.

— Ela recebe visita de estranhos?

— Não, está na UTI. - ele o olhou. - Eu entro por que a família permitiu - ele fica triste, mas vou te mostrar a foto que a família dela me deu - Lin tira do bolso e mostra ao rapaz.

— Ual ela é linda! - Kai arregala os olhos diante da foto. - Será que ela namora?

— Não, pois só vi a família dela no hospital, se namorasse o namorado estaria lá também- Lin respondeu de supetão.

— Hum, então eu tenho chance - ele vê o amigo olhar feio para ele.

— Vejo que alguém se apaixonou - ele fica zoando o amigo.

— Eu queria ter visto ela acordada - ele fala corado.

— Ainda não a viu em seus sonhos Lin?

— Todos os dias - ele desvia o olhar do amigo.

— Nós também tivemos culpa no acidente, então eu vim lhe trazer esse dinheiro para ajudar nos custos, sei que vai ficar sem sua mesada por um bom tempo usando no tratamento dela, espero que tudo fique bem.

— Eu também Kai, eu também - ele saiu conversando com o amigo enquanto o mesmo fazia companhia até o hospital.

****

Acordei e vesti aquela roupa que o Fai havia me dado, desci para tomar café e vi Royne conversando com o Fai amigavelmente. Sorri, pois eu percebi que eles eram grandes amigos no final.

— Nossa forasteira acordou - Fai me olhou daquela forma de desdém.

Deu um sorriso a ele e sentei-me a mesa tomando café com os mesmos.

Logo voltamos a treinar o que não estava sendo nada fácil, pois o treinamento de Fai era duro e tenso me cansava muito, me machucava muito, mas Tiana sempre estava ali me curando e me ajudando.

Fai me encarou deitada no chão e disse:

— Se você não souber se defender, ou manipular o fogo, não irá sobrar nada da Ayane - ele me encarou, fechou os olhos murmurou àquela língua e eu vi chamas em torno de todo o seu corpo.

— Por que ele não se queima? - sussurrei tão baixo que ele não ouviu.

"Preste atenção Ayane, ele está te mostrando alguma coisa para você". A voz da Tiana surgiu na minha mente então eu finalmente entendi, me levantei ainda sentindo algumas dores das queimaduras e o encarei fortemente então murmurei aquelas palavras me concentrando da mesma forma, então o fogo surgiu em minha volta e eu não senti mais me queimar, só o calor gostoso que ia preenchendo o meu coração e cada vez que ele preenchia meu coração mais forte o fogo em minha volta ficava e nada acontecia comigo.

Fai sorriu para mim e desarmou o seu ataque.

— Era isso mesmo que eu queria que você visse - ele aproximou de mim lentamente. - Seu treinamento encerra aqui - ele me puxa de uma vez e me dá um beijo. No susto não reagi, mas depois correspondi sem perceber.

Fai me soltou e me encarou. Eu estava rubra e sem jeito.

— Melhor eu parar por aqui, ou vou apanhar de alguém - ele sentiu os olhos de Royne soltar faísca de raiva.

— Por que fez isso Fai? - ele estava possesso de raiva.

— Para minha amiga aqui ver que você gosta dela - me olha e vê que eu não entendi nada.

— Deixa para lá - ele estava com o mesmo desdém na voz - O treinamento está encerrado - ele virou de costas e sumiu de nossas vistas.

— Vamos seguir para o próximo guardião, pois não podemos perder tempo - Royne saiu na frente nos deixando para trás e Tiana e eu fomos atrás dele andando o mais rápido possível.

Entramos em uma estrada com paralelepípedos cor de rosa bebê o que daria acesso à próxima vila onde estava o guardião que ia me treinar, porém eu não sabia o que esperaria, mas eu estava pronta para mais um treinamento. 


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