A outra dimensão; escrita por Val-sensei


Capítulo 3
O outro mundo parte 2




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Lin engoliu seco, seus olhos azuis cintilaram inquietos, ele sentiu as pernas bambearem, as forças faltarem, mas tinha que contar a família, tinha que dizer tudo, mas tudo mesmo...

— Vamos, desembucha logo - Décio estava impaciente.

— Sentem-se - ele pediu educadamente.

— Vamos ficar em pé mesmo - Carlos soou meio preocupado ao mesmo tempo em que meio insatisfeito.

— Eu estava dirigindo o carro e junto estavam mais dois amigos, então um deles disse: "Para que você está parando nos sinais, nem movimento tem". Então eu respondi, mesmo assim pode ser perigos a esse horário tem muito maluco andando bêbado por aí.  "Que isso cara, deixa de ser mariquinha, aposto que vai parar no próximo sinal também". Um deles me provocou. "Ele não consegue, ele é muito certinho". - O outro entrou no meio da brincadeira, só para me provocar, então eu... Aceitei aquele desafio, e fui com a mesma velocidade sem reduzir no sinal que estava fechado, quando vi já tinha alguém na faixa de pedestre, tentei frear, mas... Não deu... - ele derramava lágrimas enquanto contava. - Quando saí do carro só vi a moça no chão e muito sangue, eu me desesperei, mas estou aqui, prestei socorro e quero ajudar... - ele limpava o rosto.

— Você! - Décio o pegou pelo colarinho e o puxou para perto de si. - É um inconsequente.

— Filho, mantenha a calma - Luana tentava acalmar o filho.

— Diz-me como está a minha irmã? - ele perguntou ainda o segurando pelo colarinho, olhando bem nos olhos dele.

— Ela... Está em coma... Com fratura nas costelas, um traumatismo craniano médio... Foi tudo que médico disse. - Lin mal conseguia falar pela força de Décio em seu colarinho.

— Seu... - Décio quase sufocava o garoto de raiva.

— Décio... - a mãe chamou a atenção dele. - Ele errou, mas está aqui ajudando, não tenha raiva, ou qualquer coisa, por que ele está sendo homem e assumindo o próprio erro.

— Isso mesmo... - ele falou ainda sendo sufocado.

— Sabe se podemos vê-la? - Luana estava preocupada e queria ver a filha.

— Sim, o doutor Liu foi que atendeu ela - ele esfregava a garganta dele. - Eu preciso ir à minha casa, conversar com minha família, ver se eu consigo fazer mais alguma coisa por ela, e se me permitirem eu gostaria de vim vê-la, já que o médico permitiu.

— Claro, você pode vir quando quiser - Luana sorriu sinceramente a ele.

— Obrigado senhora Luana... Eu sei que tudo que eu fizer não paga o estrago que eu fiz na filha da senhora...

Ele saiu com as mãos no bolso, deixando a bolsa dela com eles antes de sair do hospital ainda olhou para trás, para depois virar-se para frente e chamar um táxi.

Logo chegou em casa e viu seus pais e seus amigos sentados tomando café da manhã.

— Muito bonito Lin - o pai nem olha no rosto dele, apenas percebe a presença dele ali.

Lin olhou seus amigos ali sentados cabisbaixos e vendo que eles também levaram uma dura.

— Você sabe o que isso vai te custar, não sabe? - perguntou o pai erguendo os olhos azuis para ele.

— Eu sei pai, pode ficar com o carro, com a minha mesada, mas faça tudo para salvar a moça e me permita vê-la...

Ele suspirou fundo, seus olhos cerrados enquanto o encarava penetrantemente.

— Seus amigos me contaram como foi o acidente, estou orgulhoso filho, socorreu a moça e ainda assumiu que errou e ainda quer ajudar ela dessa forma, abrindo mão de tudo - ele se levantou, foi até o filho e o abraçou. - Vejo que você é maduro o suficiente para administrar a nossa empresa, mas depois disso tudo se resolver - Lin ficou surpreso e abraçou o pai.

— Obrigado, pai. Agora eu preciso descansar; comer, tomar um banho, mais tarde eu volto ao hospital, pois o estado da moça é bem grave - ele comenta olhando para baixo, se sentido da pior forma possível.

— Nós também vamos ajudar no que for possível, afinal desafiamos você... - Lin apenas deu um sorriso leve e subiu as escadas indo para o seu quarto dormir um pouco.

****

Os dias se passaram rapidamente Lin sempre ia ao hospital ver como a moça estava, mas nada dela progredir, ele sempre conversava com ela e lhe levava flores, mesmo assim se sentia inútil diante do estado dela.

****

Royne estava do lado do corpo da moça ainda adormecido a olhando sentado em uma cadeira, enquanto Tiana olhava a janela o dia começava a deixar para entrar a noite e Tiana não entendia por que a garota dormia por tanto tempo.

— Quanto tempo ainda acha que ela vai ficar nesse estado, Tiana? - o rapaz a olhava com carinho e pena.

— Não sei Royne, ela é forasteira, disso já sabemos, mas eu não sei, fiz tudo com os meus poderes, não sei o que mais posso fazer.

O jovem abaixou a cabeça e uniu as mãos olhando o rosto branco da garota.

—--

Senti uma claridade forte, mas minhas pálpebras estavam pesadas, não conseguia abrir, minha cabeça doía, senti tonta, tentei mexer, mas meu corpo não me respondia. Senti que o ar era fresco, mas ao mesmo tempo diferente, sentia cheiro de flores, cheiro de mato, como se eu estivesse em um campo. Queria ver onde eu estava, tentei novamente abrir os meus olhos e pouco a pouco fui conseguindo, pouco a pouco a luz entrou nas minhas retinas e me fez levar a mão bruscamente na frente dos meus olhos, então me lembrei da luz, da buzina, e do escuro... Não me recordava de mais nada depois disso... Tentei me acostumar com a luz, mas estava muito difícil. Tinha vozes em minha volta, mas uma língua estranha, não entendia nada. Pouco a pouco eu vi a silueta de um rapaz sorrindo para mim, olhando para mim com os olhos tão azuis e intensos.

Disse-me algo, mas não entedia, não fazia sentido, minha cabeça girava, meu corpo doía, minha visão buscou o ambiente vagarosamente, mas não reconheci nada, tinha móveis de época, muito sofisticados, coisa de gente rica e diante de mim uma enorme janela que dava para ver o céu.

As vozes sem sentido entravam no meu ouvido e me deixavam confusa. Depois vi uma mulher parecia uma deusa me olhando, ela estava ao lado do rapaz conversando, mas eu não entendia, eu não sabia onde eu estava...

— Onde eu estou?  - minha voz quase não saia, senti secura na boca, senti-me tonta, como se meus olhos e corpo pesassem...

— O que ela disse?  - Royne perguntou a deusa.

Ele conversou com a moça loira, mas não entendi, pois era uma língua muito diferente.

— Eu não sei, ela fala outra língua Royne.

Vi que eles conversaram novamente, mas que língua era aquela? Não era nenhuma que eu conhecia, ou havia tido contato.

"Eu morri"? Perguntei a mim mesma, mas eu não parecia estar morta. "Que lugar será esse"? - estava tudo muito confuso...

— Chame alguém que possa saber que língua é essa, rápido - Royne estava meio afobado ao falar com a moça.

Vi o homem apontar a janela e parecia alterado com a moça de cabelos loiros.

Ele me olhou tentou me tocar, mas eu desviei, depois parecia tentar me acalmar, mas aquilo só me deixava mais assustada, tentava falar comigo, eu via que seus lábios mexiam, mas eu não entendia.

Fiz um sinal com a mão de não, ainda sentindo meu braço pesado.

Vi ele suspirar fundo e se afastar um pouco de mim, apesar de tudo parecia preocupado comigo, seus olhos voltaram para a janela.

Eu tentava me mexer aos poucos, devagarzinho, naquela cama tão macia, com lençóis da mais pura seda.

"Quem são eles"? - perguntei a mim mesma.

Logo a loira trouxe alguém aparecendo no meio do quarto, então pensei.

"Devo ter morrido mesmo, pois só os fantasmas fazem isso."

—Diga alguma coisa- o rapaz tentou falar comigo.

— Eu não entendo - disse fazendo o mesmo gesto de não com a mão.

— Royne, Royne, ela fala o dialeto dos humanos, ela é uma forasteira humana, então ela deve ser do lado dos Surpiers - o rapaz que acompanhou a moça loira estava apavorado.

— Como ela pode ser do lado deles, eles são maus, estão atrás dos nossos...

— Silêncio, ela pode não entender nossas línguas, mas pode ter escutas e alguém que traduza para os Supiers.

— Só tem um jeito de sabermos- Royne cruzou os braços por trás das costas.

— Royne você não vai fazer o que eu estou pensando que vai? - Tiana encarou o rapaz.

— Sim Tiana eu vou, pois precisamos entender a linguagem dela.

— Royne, isso pode ser perigoso - Dil recomendou.

— Eu sei, mas é o único jeito, já que não tem ninguém aqui que traduza a língua que ela fala.

Vi ele se virar para mim e me encarar, sério eu fiquei com muito medo, aquele povo vestido estranhamente, parecia uma mistura de roupas de época misturadas com as roupas de príncipes de histórias infantis, aquela casa estranha e eu deitada naquela cama luxuosa. Eu fiquei com muito mais medo quando eu o vi mexer os lábios e apontar o dedo para mim.

Fechei os olhos achando que se eu estivesse morrido eu ia morrer de novo.

Mas senti um calor terno, uma sensação de tranquilidade, uma nostalgia muito gostosa, fechei os olhos e deixei sentir aquela energia gostosa, mas que logo passou.

— Pode me entender agora, menina? - ele me perguntou.

Eu arregalei meus olhos para ele em surpresa.

— Eu te entendo agora - eu olhei tudo em volta. - Pode me trazer água, por favor?

— Claro - ele foi até uma mesa pegou a jarra e despejou o liquido no copo e me trouxe.

Eu tentei sentar, mas não consegui, senti minhas pernas ainda não me obedeciam bem.

— Eu te ajudo se me permitir é claro - eu fiz um gesto de sim com a cabeça e Dil me ajudou a sentar, peguei o copo de água, senti o liquido frio descer pela minha garganta como se fosse o liquido mais saboroso do universo.

Terminei, entreguei o copo a ele e perguntei.

— Eu morri?

— Hãm, como assim morreu? - perguntou à loira se aproximando.

— Eu vi uma luz forte vinda em minha direção, ouvi uma buzina, senti uma batida em mim e acordei aqui, então eu morri... Certo? Talvez um acidente com um maluco bêbado que dirigia vindo de alguma festa... Pela hora... Só pode ser.

— Do que está falando, garota? - perguntou o outro rapaz, cabelos verdes, blusa colada no corpo com fitas cruzando abaixo do pescoço, perto do tórax, na cor branca, uma calça preta meio social, olhos meio caramelados.

— Esse é o céu, certo? Sempre ouvi dizer em vida após a morte, mas eu nunca acreditei nisso, porém eu... - eu senti um dedo na minha boca, olhei o rapaz de olhos azuis.

— Você trabalha com o Deci e os Supirers?

— O que é isso, de comer, ou passar no cabelo? - ele havia retirado o dedo para eu poder responder.

— De onde veio? - a loira me perguntou me encarando de um modo sério, me apontando o dedo e isso me deu medo de novo.

— Eu vim de uma cidade, onde tem pessoas que trabalham estudam, brincam, se divertem, essas coisas... Achei que o céu tinha acesso a minha vida... - eu fiquei pensativa por um tempo. - Eu tinha ido a uma festa com as minhas amigas, então elas estavam bêbadas demais e eu não queria ir no carro com elas para evitar um acidente, então decidi pegar um taxi, mas quando liguei não havia mais taxi, o local não era muito longe da minha casa, a noite estava bonita, então fui andando, foi quando atravessei a faixa de pedestre com o sinal vermelho para os carros, e acordei aqui.

— Ela diz a verdade Royne - via mulher acreditar em mim.

— Mas eu gostaria de saber onde eu estou, se eu morri, ou o que aconteceu comigo?

— Ela é a garota, não é? - Dil cochichou ao amigo.

— Parece que sim - ele cochichou de volta.

— Explica para ela logo Royne - Tiana estava olhando a janela.

— Tem certeza Tiana? - ele perguntou a ela a olhando.

— Não tem outra forma - ela deu um sorriso que parecia confiar em mim, isso me deu um pouco de esperanças, mas algo me dizia que não estava certo, que havia algo errado...

O rapaz de belos olhos azuis se aproximou de mim, com um sorriso animador nos lábios.

— Já consegue se levantar? - senti a sua voz meio preocupada comigo.

— Sim - levantei-me lentamente e o encarei.

Ele sorriu satisfeito e deu um grito.

— MAYNA! - vi a moça entrando rapidamente no quarto.

— Posso ajudar senhor? - ela se abaixou diante dele.

— Providencie uma roupa para moça, um banho e depois que ela estiver pronta, traga até a sala para ela comer alguma coisa e mais tarde eu explico tudo a ela - ele virou-se para os seus companheiros. - Venha e deixe a moça se adaptar - ele já ia saindo a porta.

— Royne! - ele virou-se para mim.

— Me chamo Ayane, muito prazer - dei-lhe um sorriso.

— É mesmo, não nos apresentamos adequadamente, mil perdões senhorita Ayane - ele abaixou-se, pegou a minha mão e deu um beijo na costa da mesma. - O prazer é todo meu - ele sorri de uma forma meiga. - Esse é Dil e aquela ali é a Tiana.

Eu sorri a e eles e então ele se virou para mim com o rosto sério.

— Assim que estiver pronta lhe explicarei tudo, mas você não está morta - ele saiu com os demais atrás dele, deixando apenas a Mayna ali diante de mim.

— Me acompanhe senhorita - eu fui atrás dela, mas vi a grande janela aberta, alguns pássaros voando e corri até lá, então vi um verde vasto depois dos muros de rosas, pequenas estradas desenhadas com paralelepípedos cortavam o jardim de diversas flores coloridas, com vários animaizinhos e insetos colhendo o néctar das flores. Alguns chafarizes em volta jorrando a mais límpida água que eu já vi. - Lindo de mais - sorriu ela sentindo a brisa fresca bater no meu rosto, o ar puro fazia sentir-se viva de alguma forma.

Mayna se aproximou de mim.

— Tem que conhecer o restante, vai adorar, mas deve querer se desfazer da sujeira, do sangue nos seus cabelos, não é mesmo?

— Claro. "Sangue nos meus cabelos? Será que eu tinha machucado e não vi"? - vir-me-ei para ela. - Onde é o banheiro? - Mayna me apontou a porta e quando cheguei uma banheira cheia de água com vários sais em volta, algumas flores espalhadas em vasos sobre os mármores da pia e da banheira. – Nossa! Esse banheiro parece aqueles de princesa, príncipes - eu sorri e vi a moça me deixar sozinha. Assim que Mayna saiu eu fui até o espelho e olhei meus cabelos e os mesmos estavam cobertos de sangue, procurei algum machucado, mas nada, então achei melhor deixar aquele mistério de lado e fui tomar meu banho.

Claro que fiquei mais de hora relaxado e aproveitando afinal eu não iria tomar outro banho igual aquele tão cedo a menos que continuasse por ali, mas algo no meu coração dizia que não.

Sai do banho me enrolei na toalha e vi a moça me olhar.

— A senhorita demorou - ela deu um sorriso tímido.

— Desculpe, mas o banho estava esplendido.

— Fico feliz - ela me foi até a cama e pegou um vestido e ergueu diante dos meus olhos.

Era um vestido em um verde azulado bem clarinho, soltinho com babados na saia na altura das coxas e um cinto que passava pela cintura.

— Tentei fazer um vestido próximo do seu mundo, mas acho que não saiu muito bom.

— Nossas vocês fizeram esse vestido lindo em uma hora, está ótimo. - Não havia entendido a última parte. - Igual à do meu mundo? - fiquei curiosa.

— Melhor se vestir - ela estendeu o vestido em minha direção.

Eu peguei em minhas mãos e o vesti.

— Como fez tão rápido, pois não vi maquinas de costuras, nem linhas...  - continuei pensando no que ela disse do meu mundo, então deduzi estar em outro lugar que não era a minha cidade.

— Senhor Royne lhe explicara... - ela parece que via o questionamento estampado na minha cara. - Eu sou uma serva, tenho o poder de criar roupas, tanto masculinas, como femininas e infantis. Cada serva tem um pequeno poder e fazem os serviços de casa.

— Magia em... - sussurrei comigo mesma e me senti em um dos meus livros, parecia um sonho, ou seria a minha imaginação?

Realmente não era minha cidade eu estava em um lugar mágico.

— Vamos senhorita, o mestre deve estar esperando.

— Mas eu não penteei o cabelo e nem... - mal terminei e senti a mesma sensação gostosa que havia sentindo antes com Royne.

— Pronto, pode se olhar no espelho - ela estava a com a porta aberta.

— Ual - eu estava com os cabelos presos pela metade, onde as ondas desciam pelo meu corpo uma tiara de rosas os prendendo com um leve coque, um par de brincos médios em pequenas florezinhas coloridas, uma leve maquiagem. - Eu estou me sentindo uma...

— Princesa - Royne havia terminado a frase. - Você está linda...  - ele entrou no quarto. - Eu vim ver por que demorava tanto, mas acho que valeu a pena - ele me olhou de cima em baixo me deixando rubra. - Venha comer algo, ainda tenho que te esclarecer algumas coisas.

Está bem - os segui olhando a casa bem decorada, com móveis delineados na mais fina madeira e me senti meio desconfortável naquela casa tão chique, parecia realmente de uma pessoa muito rica.

Sentamos à mesa, e as servas começaram a nos servirem, era tudo do bom e do melhor e comi é claro, com muito bom gosto, enquanto conversávamos banalmente.

Eu terminei e ainda fiquei conversando com eles, coisas que me perguntavam e por fim eu ouvi a voz do Royne.

— Pode me acompanhar Ayane - ele se levantou da mesa pedindo licença aos demais.

— Com licença - pedi me retirando da mesa também. - Eles não vêm? - perguntei curiosa pelo caminho que percorríamos dentro da casa.

— Aonde vamos, só os guardiões podem ir - ele comentou com um leve sorriso saindo a porta da casa, vi uma estrada de pequenas pedras transparentes, em volta pequenos arbustos com flores tão pequenas e tão fofas, também carregada de insetos e lindas borboletas.

Parei para olhá-las mais de perto abaixada diante dos pequenos arbustos.

— Esse lugar é mágico, não é? - perguntei vendo a borboleta pousar no meu dedo batendo as asas devagar, eu a fitava com sorriso nos lábios admirando tamanha beleza daquela pequena borboleta.

— Sim... Aqui é o mundo dos sonhos - ele abaixou do meu lado.

— Então é para cá que as pessoas vêm quando dormem?

— Não, aqui é o mundo de outros sonhos.

—Como assim, Royne? - me virei para ele e a borboleta saiu voando assustada.

Ele suspirou fundo olhou o céu azulado com pequenas nuvens brancas.

— Aqui guardamos os sonhos misturados com as esperanças, por exemplo; quando alguém deseja muito uma casa melhor no seu mundo e planeja, tem esperanças de conseguir, tem pensamentos positivos sobre esse projeto, esses sentimentos vêm para cá.

— Então esse mundo está ligado com o meu certo?

— De certa forma... - ele começou a andar novamente e eu o acompanhei.

Ele parou diante de uma espécie de pedra acidentada, o lugar parecia sem saída, mas então ele virou-se para mim.

— Pode segurar a minha mão por uns minutos?

Fui com a mão em direção a ele meio rubra senti a mão dele quente e um pouco suada quando segurou a minha.

Falou àquela língua que eu não entendia e me puxou.

— Espera... Nós vamos bater na parede - senti-o apertar a minha mão para eu não soltar e quando vi já estávamos em uma sala.

Abri os olhos e vi uma parte de um diamante enorme e cintilante, tão transparente que dava para ver o outro lado da sala por ele.

— Que lindo, por isso que você é tão rico, com um diamante desse tamanho, não tem medo de ser roubado?

Ele riu alto e caminhou para perto do diamante.

— Não é um diamante e sim um cristal, o cristal dos sonhos. - ele tocou a pedra e puxou com a mão estendeu a mão diante dos meus olhos.

Eu fixei meus olhos com minha mão sobre a mão dele, se formou uma espécie de bola cintilante, meio azulada, aos poucos foi formando imagens.

Era uma ilha linda, havia uma linda família, uma mulher estava sentada diante de uma mesa, escrevendo algo, senti a força dos pensamentos dela.

Sim ela queria que os seus livros fossem publicados, queria levar alegria as pessoas através de suas histórias, e suas expectativas aqueciam meu coração, senti como fosse explodir em alegria com o entusiasmo daquela mulher, fiquei ali encantada e apenas observando...


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