A filha da Morte escrita por Becca Chan


Capítulo 6
Capitulo 5 - Nerd


Notas iniciais do capítulo

Ola gente!
Sei que falei que iria tentar postar todos os dias, mas viajei e tive um bloqueio rs
Esse capitulo está meio parado, mas precisei faze-lo para o desenrolar da história...
Espero que gostem! Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/641947/chapter/6

(Narrador: Noah)

Saímos de casa e vi que o Sol brilhava intensamente no céu. Caminhei tranquilamente com Helena ao meu lado. Na verdade, eu estava caminhando e ela estava saltitando como uma criaturinha irritante. Certamente ainda imaginava que era um grande castelo.

Na rua da minha casa estava uma sombra muito agradável, onde o vento batia e fazia os longos cabelos da Princesa balançarem como se estivessem dançando.

–Helena... - disse e a observei me olhar com aqueles olhinhos. - quantos anos você tem?

Ela pegou o caderninho e fez uma rápida anotação. Mas apagou e escreveu novamente.

"16" - me mostrou e fez outra anotação. - Por quê?

– Por nada. - dei de ombro enquanto virávamos na outra rua.

A rua era larga e não possuía nem uma única árvore para dar sombra a ela. Dei alguns passos em direção a onde o Sol batia e logo tive a mesma sensação de quando acordei: ele me queimava!

– Ai! - gritei enquanto pulava de volta para a sombra.

"Que foi?" - Helena me perguntou.

– Nada, - menti. - só estou atrasado. Vamos logo.

Peguei a mão dela e corri. Corri enquanto sentia minha pele queimar, como se tivessem tacado álcool e logo após fogo.

Eu tentava me esconder até mesmo na sombra da pequena Helena e nada adiantava.

Quando viramos a outra rua, pude avistar o colégio em que estudava. Sua fachada era grande e azul clara, antes da escadaria que dava para a porta de entrada, se estendia um grande gramado cheio de árvores.

Finalmente, puxei Helena e conseguimos ir para uma sombra.

Quando senti a temperatura do meu corpo voltar ao normal, o sinal bateu e tive que entrar na escola.

– Noah Miller. - a diretora falou parando na nossa frente.

– Sim, Senhora Stewart?

– Quem é essa adorável moça? - perguntou claramente com zombaria no tom de voz.

–Essa é Helena... - tive que pausar para pensar em um sobrenome. - Cooper. Helena Cooper, uma prima distante. Ela veio passar um tempo comigo, mas não queria ficar sozinha em casa.

– Certo, Senhor Miller... - disse averiguando os papeis em sua prancheta. - e vocês trouxeram os documentos precisos para a matricula?

Merda, sabia que ela iria me complicar.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Helena mostrou o bloquinho para a diretora.

"Senhora Stewart, eu acabei esquecendo meus documentos em casa... Mas, semana que vem meus pais irão manda-los. Será que você poderia me deixar ficar em sua escola apenas por essa semana?"

Olhei para a Helena e ela olhava com uma carinha para a diretora que se eu estivesse no lugar dela, já teria falado mil vezes sim.

– Tudo bem - cedeu. - mas apenas essa semana. Ah, Helena, você ficará na mesma sala que Noah, por enquanto. Tenham um bom dia.

A diretora virou as costas e saiu andando pelo corredor até sua sala.

– Ufa. Vamos!

Peguei a mão de Helena e vi que, por um segundo ela travou. A pequena Princesa observava nossas mãos.

Ela estava vermelha, como um pimentão. Aquilo me fez rir.

(Narrador: Helena)

O toque de sua mão na minha foi algo inesperado.

Sua mão quente em contato com a minha, gélida, causou arrepio por todo o meu corpo. Senti meu rosto queimar e não sabia por quê.

Olhei para o rosto dele ainda entorpecida. Ele estava rindo? Devia me achar uma estúpida por isso. Vi sua boca se mexer, mas não escutava nada.

Por que eu estava assim? Eu estou ficando maluca?

–Helena? - ouvi ao longe.

–hmm?

– Você está bem? - a voz parecia mais perto. Acompanhei o som dela e deu de cara com o Noah bem próximo de meu rosto, o que fez com que eu saísse do transe e meu rosto queimasse mais ainda.

–Helena, podemos ir? - perguntou Noah.

Apenas assenti com a cabeça e o deixei me levar. Passamos por diversas salas até que chegamos a uma que tinha uma placa escrita "Química".

Havia um homem alto com uma barba rala na frente de diversos alunos.

–Merda, estou muito atrasado. - sussurrou Noah.

Adentramos a sala enquanto Noah se desculpava e o professor permitia nossa entrada.

Quase todas as cadeiras da sala estavam ocupadas, havia apenas 2 em qual poderíamos sentar e estava logo perto da enorme janela que dava entrada para o Sol. Noah estava incomodado com aquilo e assim que sentamos na cadeira pareceu inquieto.

"Adoro quimica" - escrevi no bloquinho e o mostrei.

– Não posso dizer que gosto, mas também não odeio. - disse e me deu um sorriso, que mais pareceu uma careta pela sua inquietação.

Escutei o professor explicando a matéria e percebi que aquela química era muito diferente da que eu aprendia.

É diferente. - mostrei pra Noah.

–Diferente do que? - Noah perguntou.

Pensei em escrever, mas preferi desenhar o que eu queria dizer. Desenhei uma enorme sala cheia de bancadas, e representei uma coisa que saberia que ele iria entender. Fiz a mim mesma colocando alguns tipos de substâncias dentro de um dos tubos, e a solução se transformando em uma barra de ouro.

– Você estuda alquimia? - perguntou Noah analisando a imagem quando o mostrei.

Sim. - peguei o bloquinho de sua mão e escrevi. - Não entendo por que você não...

–Helena, a Alquimia é uma ciência inexata. - foi falando e enrugava a testa. - Na verdade, não há sequer estudos que revelam que ela existe.

É, estava falando da alquimia física. - menti. Parecia que os humanos estavam muito atrasados.

– Noah e... - o professor fez uma pausa tentando, aparentemente, lembrar meu nome. - Quem é você?

Helena Cooper - escrevi o sobrenome que Noah me deu.

– An? O que está escrito ai? - perguntou o professor forçando os olhos para ler.

– Helena Cooper. - respondeu Noah se levantando. - Seu nome é Helena Cooper, a diretora deu permissão a ela para assistir a aula.

– Tudo bem. - falou o professor. - Mas estava vendo que vocês não estavam prestando muita atenção na aula. Visto isso, devem saber muito da matéria. Um dos dois pode vir aqui no quadro e resolver essa questão?

Era uma questão de química orgânica, algo que aprendi quando tinha uns seis anos.

Levantei da cadeira e fui até o quadro, percebi que diversas pessoas me olhavam e ficavam cochichando entre elas.

– Que menina estranha. - disse uma menina sentada perto da porta de entrada.

– Por que ela usa essa armadura? - falou um dos garotos que se sentavam no meio da sala.

Resolvi ignorar a todos e resolver a questão que o professor havia proposto. Em menos de 1 minuto, toda a resolução estava no quadro.

– É, está certo senhorita Helena. - disse o professor depois de corrigir.

– Além de tudo ainda é nerd. - Falou uma menina que se sentava em uma das primeiras mesas perto do quadro.

É, esses tempos seriam longos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então pessoal, estão gostando?
Espero que sim!
Beijooos!!!