Ele passou o resto do dia deitado. E eu tentei babar um pouco menos encima dele, não que isso fosse uma tarefa fácil. No dia seguinte acordei sentindo o cheiro de café. Fiz minha higiene matinal e me dirigi à cozinha com intenção de ajudar Dona Renê. Ao entrar na cozinha deparei com Edward sentado a mesa.

- Guten Tag! (Bom dia!). – ele falou.

Eu sorri e me sentei.

- Bella, que bom que acordou! Eu estava agora mesmo falando com o Edward que o jardim está lindo essa época do ano. – ela falou cheia de maldade. – Por que você não o leva pra respirar um pouco de ar puro lá fora depois do café? – ela sugeriu.

- Tudo bem. – falei sentindo o meu rosto corar ao perceber que ele me observava.

Coloquei a louça na pia, e caminhei até o jardim, ele me acompanhou e eu fiquei triste por ter estudado francês ao invés de alemão. Caminhamos até o meio do jardim, então eu me sentei na grama pra aproveitar o sol. Fechei os olhos tentando não pensar que ele estava do meu lado.  Claro que isso não durou muito tempo. Abri os olhos devagar para espiar o que ele estava fazendo e dei de cara com aqueles olhos lindos me encarando. Ele sorriu, se levantou e sumiu do meu angulo de visão. Então eu voltei a fechar os olhos para aproveitar o sol, até por que ele é adulto e sabe muito bem o caminho de casa.

O tempo estava agradável permaneci sentada, até que pude sentir novamente a presença dele perto de mim. Abri os olhos e lá estava o homem mais lindo do mundo segurando a rosa mais perfeita do jardim. Foi inevitável, abri um baita sorriso, acho que é a primeira vez que eu ganho uma rosa tão linda. Eu a segurei toda boba, mas estabanada do jeito que eu sou acabei machucando a mão com o espinho. Soltei a rosa e ele segurou a minha mão que agora tinha uma gotinha de sangue se formando. Foi tudo muito rápido! Eu me machuquei e no momento seguinte estava lá, aquele deus grego com os lábios na minha mão sugando a gota. Eu quase morri! Uma pena que esse momento tenha durado tão pouco, ao terminar ele ficou segurando a minha mão e eu fiquei olhando pra ele, completamente estática. Até que resolvi seguir o seu olhar, o que não me agradou nada. Ele olhava fixamente a marca no meu pulso.

Envergonhada puxei o braço e o prendi junto ao peito enquanto me levantava e ia de volta para dentro de casa. Fui para o meu quarto, ciente de que havia perdido totalmente o foco. Com ele eu esquecia de tudo o que eu passei, dos planos que eu fiz, e isso não era bom. Ele logo iria embora, e eu ficaria mais uma vez sozinha, presa a minha realidade. Fui ao banheiro, lavei o rosto e respirei fundo, sentei na cama e olhei para a foto de Alice.

Edward era uma distração, eu estava ali por ela, não por mim ou por ele. E ainda que ele ficasse quem garante que ele me amaria e que me aceitaria, assim? Suja, incompleta, quem garante que ele entenderia? Eu não tenho escolha, é melhor evita-lo enquanto é cedo, antes que eu me machuque outra vez.