Dear, Soldier escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 2
Who is Sebastian Fabray?


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Eu sei que dei mancada semana passada, mas acabei tendo problemas com meu computador e acabei que não consegui terminar de escrever o capítulo; mas posso garantir que valeu a pena, porque gosto muito mais dessa versão.

Obrigado aos leitores Annie Saltzman, Lilian Queen e reamorim por já favoritarem a fic. Vocês são maravilhosamente loucos.
E obrigado a todo pessoal do KLM e NYAH! que estão acompanhando. ♥

Bora ler. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/641188/chapter/2

A noite de Kurt não foi a das melhores. Por toda a noite, o rapaz teve um sonho onde ele era um bailarino em uma linda roupa azul, mas quando Sebastian se aproximava dele, vestido de soldadinho, sua roupa começava a se tornar preta. Mas a situação toda ficava mais bizarra quando Sebastian arrancava todos os membros de Kurt e dizia que agora o Hummel era sem valor, enquanto o castanho perdia sua vida em cima de uma poça de sangue.

Com isso o Hummel teve uma certeza: Ele precisava ficar o mais distante possível de Sebastian.

O pesadelo deve ter se repetido por mais três vezes, até que Kurt se cansou de ficar tão assustado ao se ver morrendo em uma poça de sangue e resolveu ficar acordado. Por sua sorte, não era tão cedo. Enquanto o rapaz estava deitado em baixo das cobertas, com seus fones de ouvidos e analisando o pesadelo, Quinn lhe mandou uma mensagem. Só quando olhou para as horas, Kurt percebeu que eram onze horas e que ele estava acordado há três.

“Preciso da sua ajuda. Me compliquei em uma das regras e preciso de explicações. Se importaria em vir me ajudar?”

Kurt imediatamente digitou a resposta.

“Sem problemas. Mas que horas?”

Kurt ficou feliz por pelo menos poder distrair sua mente por algumas horas. Apesar de que sua distração não seria das mais efetivas, já que Sebastian esteve em seu pesadelo e ele estaria na casa de Quinn. Mas era melhor ter Quinn, do que ficar olhando para parede e ter o risco de Finn vir-lhe fazer milhões de perguntas sobre seu estado atual.

“Agora. Mas tem uma coisa a mais...”

Kurt não precisava nem fazer muito esforço para saber que era algum tipo de encrenca. Ele esperou mais alguns minutos, até que uma nova mensagem de Quinn veio.

“Você poderia dormir aqui? Por favor! Eu gostaria de passar boa parte da noite estudando e preciso conversar sobre Puck e eu com você, mas só quando estivermos em meu quarto, porque não quero que ninguém da minha família escute. Por favor, Kurtie! Eu compro aquele casaco do Marc Jacobs se for preciso...”

Kurt rolou os olhos. Ele não via problema em estudar com a loira, mas via problema em se tornar mais uma vez o responsável por analisar a atual relação de Quinn e Puck. Ele gostava dos amigos como um casal, mas eles brigavam tanto e colocavam tantos empecilhos, que Kurt os via quase como um “Finchel 2.0”. Mas com tudo isso, Kurt tinha certeza de outra coisa: jamais teria um namorado para passar por esse estresse. Jamais.

Tudo bem. Estou arrumando as minhas coisas.

Kurt apertou “Enviar” e se levantou. Será um longo dia. Principalmente se Sebastian ficar lhe rondando. Seja encarando-o ou ignorando-o, ele não queria Sebastian perto dele. E seu sonho reforçava ainda mais seu medo sobre o Fabray.

Kurt estacionou o carro na frente da residência dos Fabray. Dentro do automóvel, ele olhou em direção a enorme casa branca. Por que um garoto tão cabeça dura e ignorante estava balançando a relação que ele tinha com sua melhor amiga? Ele amava Quinn, mas não gostaria de estar na casa dela enquanto seu irmão também estava.

O castanho limpou seus pensamentos e respirou fundo. A amizade que ele tinha com a loira era maior do qualquer medo ou receio bobo pelo seu irmão. O castanho recolheu sua bolsa e a colocou no ombro, antes de sair do carro, apertando o alarme.

Enquanto caminhava em direção a casa de Quinn, o rapaz começou a revirar sua bolsa atrás do livro de Matemática. Ele tinha certeza de que tinha colocado ali. Depois de subir os degraus da varanda e apertar a campainha, Kurt continuou por sua busca. Mesmo que ela não fosse dar resultado, já que ele estava procurando em uma bolsa, não em seu quarto. A porta se abriu e Kurt já desembestou a falar.

– Sou idiota o suficiente por esquecer o livro quando venho para cá justamente com ele sendo o item principal? – Kurt levantou o rosto para encarar olhos verdes que não eram de Quinn. – Ahn...

– Por esquecer o livro eu não sei, mas por continuar procurando-o dentro de uma bolsa, talvez. – Sebastian disse com seu tom arrogante. Kurt ficou sem reação, pois não contou com a possibilidade de Sebastian atender a porta. Enquanto o castanho piscou várias vezes de boca aberta, Sebastian retornou a falar. – Entra, ela está na cozinha. – Disse sem se importar muito.

Kurt entrou em silêncio. Quando passou pelo Fabray, sentiu um forte cheiro de suor e a respiração pesada do rapaz. Talvez Sebastian tivesse ido correr, por isso os fones, cabelos molhados e regata encharcada. Ele deveria fazer exercícios diariamente no exército, então isso deveria fazer falta para ele. Por que outro motivo alguém correria em um Domingo?

O castanho chegou na cozinha e viu Quinn lavando a louça do almoço.

– Oi, Quinnie. – Disse Kurt, fazendo Quinn tomar um pequeno susto. Agora ele notara que Sebastian havia o seguido e se dirigido até a geladeira. Kurt tentou evita-lo ao máximo, mas era estranho ter aquela nova figura andando pela casa dos Fabray, depois de tantos anos frequentando a casa e não observa-lo.

– Oi, senhor Atrasadinho. – Respondeu a loira. A loira continuou em sua tarefa, enquanto Kurt foi se sentar à mesa. Sebastian fechou a porta da geladeira, encarou o fundo dos olhos de Kurt antes de sair de lá. Kurt o seguiu com os olhos até vê-lo desaparecer fechando a porta atrás de si. – Kurt, você está me escutando?

– Desculpa, o quê? – Perguntou ele, voltando sua atenção à loira.

– Perguntei se está tudo bem, mas aparentemente não, já que está tão aéreo. Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ela, olhando para o amigo por cima do ombro.

– N-não. Tive um pesadelo na verdade, mas nada demais. – Kurt respondeu antes de respirar profundamente e jogar as costas contra o encosto da cadeira. – Esqueci meu livro, por sinal.

– Não tem problema, podemos dividir o meu. – Respondeu a loira sem muita preocupação naquilo. Por estar muito ocupada, a loira nem notara que Kurt estava tão calado. Depois de um longo tempo em silêncio e observando a porta branca da casa.

– Sebastian foi para o exército com quantos anos? – Questionou Kurt.

– Aos dezoito. Ele tinha acabado de se formar no Ensino Médio e foi chamado para servir, mesmo não tendo muitas opções para não fazer. Eu tinha quase quatorze e foi quando eu te conheci. – Kurt olhou para ela. – Era um assunto que ainda me deixava muito triste, por isso nunca mencionei, com o tempo, fui empurrando com a barriga e de certa forma, escondi. – Respondeu, depois se virou com os braços cruzados e encostada na pia. Kurt concordou em silêncio. – Sinto muito se ter escondido isso te incomodou.

– Não, na verdade não em incomoda em nada o segredo, mas é estranho vê-lo andando por aqui. É como ver um completo estranho te chamando de irmã e abrindo sua geladeira. – Quinn riu com o nariz e encarou o chão. – Daqui a pouco me acostumo com a ideia.

– Tudo bem. Vamos estudar logo, porque temos muitas coisas para conversar mais tarde. – A loira pegou a mochila de Kurt e começou a arrastar um preguiçoso Hummel.

– Me pergunto por que ainda somos amigos. – Disse Kurt, arrastando os pés. Quando passaram pelo corredor, o garoto notou que novas fotos de Sebastian haviam sido dispostas em cima do móvel.

– Terminei. – O castanho fechou seu caderno depois de uma longa analisada nas tarefas que havia feito ao longo do dia.

– Bom, eu também. – Disse Quinn ainda olhando para seu próprio caderno, antes de fecha-lo. – O que acha de nos trocarmos para falar sobre aquele assunto? – Quinn sorriu para o amigo.

– Você é muito insuportável. Não deixa nem meu cérebro descansar, pelo contrário, ele terá que trabalhar mais para resolver seus problemas conjugais com o Puckerman. – Kurt se jogou no tapete amarelo do quarto de Quinn. – Você deveria pedir opinião para Sebastian, ele seria mais adepto para te ajudar com isso. – Kurt se referia ao fato dos dois serem héteros.

– Não seja besta. Sebastian não sabe sobre o Puck e acho que está tudo perfeito do jeito que está.

– Você tem uma coisa em esconder as coisas das pessoas... – Kurt disse, seguido de uma risada. Quinn jogou uma almofada no garoto.

– Cala a boca! – Protestou em meio a uma risada gostosa. – Mas mesmo se ele soubesse, ele não é a pessoa mais indicada para isso. – Ela se aproximou da ponta da cama, com um sorriso enorme nos lábios. – Mas você é. Agora vai se trocar antes que eu rasgue seu dever.

– Mas aqui está tão bom. – Disse Kurt se aconchegando ao tapete de shaggy de Quinn, junto a almofada que ela jogara.

– Vai logo! – Disse ela, antes de dar com outra almofada na cabeça do rapaz.

– Como você é grossa. – Kurt se levantou do chão e foi pegar sua bolsa. Ele decidiu sair logo, antes que ela tivesse a ideia falar sobre Kurt e coisas grossas.

Conforme Kurt foi se retirando do quarto, Quinn também foi se trocar. No corredor, o rapaz se dirigiu ao banheiro, mas parou no caminho, quando viu um Sebastian suado e sem camisa parado em frente ao cômodo, mexendo no celular.

O cérebro de Kurt parou no exato momento. Ele nunca vira um menino sem camisa tão de perto. Principalmente um menino como Sebastian: braços fortes, torço não tão definido, mas na forma física favorita de Kurt. Mas o que realmente chamava a atenção de Kurt e tinha uma forte influência em seu choque, era os ossos ilíacos de Sebastian. Evidentes, fortes e que direcionavam direto para o-

– Deus!Kurt disse ao correr novamente para o quarto de Quinn e fechar a porta atrás de si. Seu coração estava acelerado e respiração desregular. Ele não gostava de Sebastian, mas ele ainda gostava de meninos e corpos de meninos. Ele só esperava que o Fabray não tivesse lhe escutado ou o visto.

– Kurt! – Berrou Quinn por de trás do trocador. – Já disse que mesmo gay, não quero que me veja seminua. – A garota recolocou a camisa que usava de qualquer forma e colocou a cabeça para fora do trocador, com uma cara de quem não estava nada calma.

– Sebastian estava no corredor. – Quinn franziu a testa. – Indo usar o banheiro. – A loira apertou os olhos. – Deus, mulher, ele estava indo tombar banho e estava sem camiseta! – Kurt cobriu a boca logo em seguida com medo de que o castanho estivesse escutado do corredor. Quinn sorriu com o canto da boca.

– O que foi? Gostou do que viu? – Quinn levantou uma sobrancelha para Kurt. O castanho deu uma risada muita amarga, de quem não estava gostando nem um pouco daquela conversa.

– Não, prefiro ver corpos esquisitos como o seu. – Quinn gritou em protesto. – Para de ser idiota porque você sabe que isso seria constrangedor tanto para mim quanto para ele. Agora se você puder parar de ser mimada e se trocar logo, para que eu possa me trocar, eu ficaria muito feliz. – Kurt cruzou os braços e sentou na ponta da cama.

O castanho ficou pesando se Sebastian tivesse escutado alguma coisa. Ele enterrou o rosto em mãos e depois passou as mãos pelos cabelos. Sebastian não poderia ter o visto. Um dos motivos por Sebastian ter sido o primeiro homem que Kurt viu sem camisa em sua frente, era porque todos pareciam ter medo de se despir na frente de Kurt.

– Pensando em Sebastian? – Perguntou Quinn no ouvido de Kurt bem baixinho. O castanho deu um pulo da cama e se virou para a loira, que agora praticamente rolava no chão de tanto rir.

– Sim. Pensando qual seria a melhor maneira de dizer a ele que sua irmãzinha namora um delinquente. – Quinn parou na hora e deixou uma carranca assumir seu sorriso.

– Nem mesmo pense na ideia. Tire isso da sua mente antes que eu force alguém tirar sua virgindade. – Disse a loira apontando o dedo na cara de Kurt. – Eu estou falando sério.

– Para de cuidar da minha vida sexual e vá logo colocar aquele seu pijama ridículo. – Kurt empurrou Quinn até a metade do caminho até o trocador.

– Não é ridículo, ele é uma relíquia. – Disse ela, atrás do trocador e jogando sua camisa nas costas de Kurt.

– Pois é. Deve ter sido herdado da Maria Antonieta! E deixa de coisa senão eu vou embora. – Ameaçou Kurt. Ele pegou a camisa de Quinn com a ponta dos dedos e jogou longe.

– Nem mesmo pense nisso. – Quinn agora jogara sua calça jeans no rapaz.

– Você sabe que para eu pegar as minhas coisas, descer a escada e dar partida naquele carro vai ser rapidinho, né? Até você terminar de colocar esse uniforme das empregadas da primeira rainha da Inglaterra, eu já estou virando sua rua. – Kurt encarou suas mãos, enquanto tentava não ocupar sua cabeça com os ossos do corpo de Sebastian.

– Eu pediria para Sebastian te segurar. Seria bom para você, já que ele provavelmente sairia do banheiro com apenas uma toalha e totalmente molhado. – Kurt deve ter ficado vermelho ao imaginar a cena. Quinn agora só reforçara o pensamento da região pélvica de Sebastian na mente do castanho, mas dessa vez estava pior, porque agora ele imaginava a região encostando em suas nádegas, as gotas caindo do corpo de Sebastian... – E outra, eu faria questão de não parar de te ligar e mesmo que você desligasse o telefone, encheria sua caixa de mensagens e de e-mails. Você terá que ligar o celular em algum momento e se livrar dessas mensagens não seria nada legal.

– Urg! Como eu gostaria de poder voltar no tempo e nunca ter te emprestado aquele lápis. Maldito lápis. – Kurt se jogou de costas e braços abertos na cama de Quinn.

Quinn e Kurt estavam no telhado da casa da garota. Eles estavam sentando nas telhas em frente a janela do quarto da loira, admirando o céu estrelado. Quinn terminava de contar a história como ela e Puck brigaram sobre a quantidade limitada de sexo que os dois tinham. Kurt bebericava seu café, escutava, rolava os olhos, escutava, respirava fundo, escutava, pensava em se jogar dali e continuava escutando Quinn.

– O que você acha que eu deveria fazer? – Perguntou a loira, tirando os pensamentos de Kurt de qual seria o estrago se jogasse Quinn de lá de cima.

– Como eu disse da última vez: parar de se preocupar tanto. – Quinn jogou os braços para o alto. – Quinnie, preste atenção. O Noah tem dezessete anos e tem hormônios de um rapaz de dezessete anos! – Quinn rolou os olhos. Para ela, meninos só pensam em sexo. – Não me venha rolar esses olhos porque você me pediu conselhos e sabe que é verdade. Você também tem desejos que eu sei! Ele quer fazer sexo e se insiste para ser com você, é porque gosta de fazer apenas com você.

– Nossa, que romântico. Não volta a transar com todas porque gosta de mim. – Quinn rolou os olhos. – Eu queria uma vez fazer amor com o Noah, não sexo.

– Quinn, girassol da minha vida, está tudo tão evidente. Você quer romantismo, quer que Noah diga que te ama no meio do sexo e faça se sentir a mulher mais feliz no dia seguinte. Agora avalie a situação: você transa com ele apenas quando está um pouco alta, deixa ele morto de vontade por você. Quantos ainda esperariam isso?! – Perguntou Kurt.

– Poucos... – Sussurrou Quinn. Ela odiava quando Kurt estava certo em uma discussão.

– Exatamente. E são esses poucos que amam suas namoradas e querem apenas elas. Você só fica com ele bêbada e quer romantismo quando nem você cede? – Quinn concordou. – Nós dois sabemos muito bem o passado de Puckerman, ele não ter te traído já é um milagre. – Quinn olhou sua própria caneca. – Quinn, ele te ama, mas ele é o Puckerman, ele não é do tipo que prepara jantar à luz de velas ou sei lá, e se fizer, vai sair horroroso e vocês vão terminar a noite comendo pizza.

– É só que por uma vez, queria que o Noah provasse que gosta de mim, sabe? Gostaria de poder sair com ele para aqueles bailes que imitam os anos oitenta, dançar com ele, ouvir ele dizendo que me ama e ter uma noite incrível. – Quinn olhou para Kurt. – Minha primeira vez não foi mágica. Apenas... aconteceu. Queria poder ao máximo evitar qualquer contato para esquecer os outros e começar a contar a partir do primeiro especial. Geralmente é por isso que eu preciso estar um pouco alta. – Quinn girou a caneca em mãos.

Kurt analisou a situação. Quão idiota ele tinha sido. Ele estava julgando tudo de modo errado porque entendeu a situação errada. Meninas gostavam de se sentirem como princesas as vezes, incluindo Quinn. E ela nunca havia se sentido assim. Exigir uma “primeira vez digna” não era tão demais. O Hummel se aproximou da loira e a abraçou. Agora com todas as cartas, ele a entendia completamente.

– Eu sinto muito. – Quinn deu os ombros e Kurt pensou em algo para consertar seu erro. – Então faça o seguinte: prepare um jantar e o convide. Se vista da forma mais encantadora que puder e o espere. Deixe que em algum momento, ele vai dizer que te ama de forma sincera. Ele é o Puck, uma manteiga derretida dentro de uma pedra. Ele vai ceder. – Quinn concordou. – Ele já está caidinho por você, Fabray. Mas da mesma forma em que você o dominou, vai conseguir fazer com ele expresse seus sentimentos e encare sexo mais do que uma coisa carnal e sim mental e espiritual. Ele levará tempo. Vocês serão um casal onde os dois dão o passo inicial para fazer a coisa acontecer.

Os dois viram os carros passando pela rua. Deve ser provavelmente onze horas da noite.

– Eu não discordo do que você disse antes. Se a situação fosse só aquela, faz sentido o que você diz. – Kurt concordou, como quem entendia o que ela queria dizer. – Às vezes queria ser você. Sabe tanto sobre relacionamentos, mesmo quando nunca teve um. Como faz isso?

– Oh, pequena Quinnie. Graças a você e um bocado de livros que leio. Tento avaliar da melhor maneira possível. – Quinn sorriu.

– Como seria um relacionamento perfeito para você? – Ela tomou um gole de seu café.

– Um relacionamento perfeito para mim é aquele que flui, a paixão acontece e tudo fica melhor. Flui porque não há ciúmes e nem drama. A paixão acontece porque nos amamos, temos fogo dentro de nós, somos jovens e aproveitamos isso. Tudo fica melhor porque seus braços me acalmam, seus beijos me entorpecem, sua presença me alegra e ele se torna único. – Kurt tomou uma pausa. – Eu não me preocupo quando ele vai chegar, porque eu sei que ele vai chegar. Meu espirito sente que a cada dia ele está cada vez mais perto de mim. – Outra pausa. – Quando estivermos juntos, surgirá sempre um desejo de congelar o tempo, de tornar aquela manhã preguiçosa de Domingo eterna. Porque nos amaremos tanto, que teremos medo de nunca mais termos a chance de não nos vermos. Não será aquela coisa obsessiva, não seremos dependentes um do outro. Será algo gostoso. Nos completaremos. Porque como um quebra-cabeça, somos diferentes, poderemos ficar separados e suportar isso, mas juntos formamos uma linda imagem e nos acomodamos. Somos primordiais.

– Kurt, isso é lindo. – Disse Quinn surpresa e emocionada. – Eu preciso começar a avaliar melhor minha vida sentimental e pegar livros emprestados com você.

Antes que o castanho pudesse responder alguma coisa, batidas vieram do quarto de Quinn. A porta se abriu e Sebastian colocou a cabeça para dentro do quarto. O castanho procurou a irmã, até que a viu no telhado.

– Mamãe quer falar com você. – Disse ele. A loira assentiu e saiu do telhado, deixando Kurt lá fora. Quando Quinn saiu, Sebastian se aproximou da janela. – Bela noite. – Disse para ninguém em especial.

– Ahn... pois é. – Kurt concordou não sabendo muito bem o que dizer. Ele ficou meio sem graça com a presença do castanho. O Hummel olhou para o céu. Kurt sabia que Sebastian ainda o encarava.

– Você conhece a Lucy há quanto tempo mesmo? – Questionou Sebastian, enquanto tomava mais um gole de seu leite.

– Desde os treze. – Kurt não queria dizer que fora logo quando ele tinha saído de casa para o exército porque talvez deixassem Sebastian irritado ou chateado. E continuar falando com Sebastian, principalmente tendo a possibilidade de deixa-lo irritado quando se está em um telhado, não era a melhor das opções.

– Provavelmente deve ter sido desde a época em que eu... Bom, você sabe. – Sebastian encarou a cara de confuso de Kurt. – Ela escondeu até de você não foi? Que tinha um irmão no exército. – Kurt concordou. – Foi pedido meu. Não queria que eles ficassem pensando sobre mim. – Ele olhou para a Lua.

Kurt achou aquilo um pouco estranho. Por que diabos Sebastian estava falando com ele como se fosse o entrevistador mais simpático do mundo, quando na verdade isso era maior mentira do mundo? Sebastian tinha uma personalidade misteriosa que realmente incomodava Kurt. Ele não sabia se o Fabray era ou não uma pessoa para se fazer amizade.

– Deve ter sido isso... – Disse Kurt, tomando mais de seu café. Sebastian respirou fundo.

– Olha, eu vou ser sincero com você. Não, eu não gosto de você. Mas eu não gosto de você porque me fez ciúmes pela minha irmã. Você praticamente ocupou o lugar que eu deveria ter assumido. – Kurt abriu a boca para protestar, mas foi interrompido por Sebastian e sua pilha de sinceridade. – Eu também sinto inveja de você. Viu Quinn crescer, esteve com ela nos melhores momentos dela, enquanto seu irmão nem ao menos recebeu uma foto dela. – Kurt estava quase tendo um acesso de confusão. – Até por estar aqui com ela no telhado me irrita, porque nós fazíamos isso. Eu iniciei essa coisa. – Sebastian olhou para sua caneca, tentando reunir alguma coisa em seu pensamento. Depois de alguns instantes em silencio e com Kurt o encarando com os olhos arregalados, Sebastian retornou a falar. – Eu sinto muito se fui grosso com você ou coisa parecida. Cuidou de Quinn quando eu não pude e sou grato por isso, mas também há outros lados meus que me forçam a ficar longe de você.

Sem dizer mais nada, Sebastian deu as costas e saiu. Kurt ficou novamente encarando a porta pela qual o castanho saiu sem entender nada. A cabeça de Kurt parecia que iria explodir de tanto que trabalhava.

Sebastian de primeira impressão fora terrível, de segunda, pior ainda. Hoje o rapaz foi estúpido ao praticamente detestar a presença de Kurt e preferir a distância, sendo capaz de se retirar da própria casa. Há minutos bancava o cara legal e depois dizia que não gostava de Kurt, sentia inveja do castanho e que Kurt o irritava por simplesmente sentar em um telhado. E para deixar tudo mais ainda complicado, Sebastian tinha uma razão para não querer Kurt perto dele. Mas Kurt sabia qual era. O mesmo motivo para qual todo héteros se afastavam dele.

Mas nada disso preocupava Kurt seriamente. Ele não queria saber se poderia confiar Sebastian. Não queria tirar porquês de Sebastian. A única coisa que Kurt gostaria de saber era: Quem realmente é Sebastian Fabray?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Kuinn é vida, né gente? Agora vamos concordar: alguém já sacou o Sebastian? Porque eu não. Quem souber, me esclareça, porque está difícil de entender a cabeça desse Soldadinho de Cabeça de Papel.

Espero que tenham gostado. Tentarei ao máximo me esforçar para postar em dia, porque tenho uma escala a manter para trabalhos futuros ;)

Até semana que vem. Peace.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear, Soldier" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.