Dear, Soldier escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 11
A Pity Party


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou. Euzinho.
Uma semaninha. Mas eu só não postei semana passada, porque eu travei totalmente na criatividade. Pelo tema do capítulo da semana que vem, isso também aconteça, mas vamos esperar que não.

Tá é isso.

Boa leitura.



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As energias na sala do Glee Club estavam altas e o único assunto era a festa que Sam Evans estaria dando na sexta. A tensão para a próxima competição estava alta e o loiro achava que todos mereciam uma diversão. Sem contar que, para a maioria, a última festa havia sido há quase três meses, então eles queriam muito aproveitar.

Kurt, Quinn e Sam estavam conversando enquanto o Mr. Schue ainda permanecia ausente. O Hummel estava completamente avulso na conversa. Na verdade, ele estava mais assistindo os dois loiros conversarem do que conversando de fato.

– Você não chamou ninguém do time de futebol né, Sam? – Quinn estava quase reorganizando a festa.

– É claro que não. Eu chamei apenas o pessoal do Glee. – Respondeu o loiro, não contando toda a verdade. – Afinal, porque você está com tanto medo de pessoas externas?

– Porque provavelmente será meu irmão que irá me buscar e se ele ver sua casa sendo praticamente destruída por um grupo estranho de bêbados, vou me meter em encrenca. Então é melhor eu saber agora se nenhum grupo de loucos vai para essa festa, antes mesmo que eu peça para os meus pais. – Apesar da conversa estar rolando para todos os lados e em um som alto, Quinn ainda preferia cochichar.

– Então porque não chama ele? Talvez ele precise relaxar também... Se é que me entende. – Brincou Sam.

Kurt rapidamente se interessou na conversou e encarou Sam da forma mais séria que conseguiu. Ele também estava tentando disfarçar seu ciúme, para não deixar muito óbvio. Kurt precisava ficar se lembrando que ele e Sebastian não eram um casal, então ele não tinha o direito de ficar enciumado. Mas quem disse que ele tinha sucesso na tarefa?

– Meu irmão não precisa relaxar, ele precisa se concentrar... – Quinn não conseguiu completar e acabou limpando a mente dos pensamentos sobre o irmão voltando ao exército.

Kurt, como se alguém tivesse o acordado de um transe, de Sam, olhou para Quinn com sobrancelhas questionadoras. O que será que ela queria dizer? Para o que de tão importante Sebastian precisava se concentrar?

Nesse momento, Mr. Schue entrou na sala, passando a tarefa da semana. Enquanto todos prestavam atenção no professor, um andar acima de Quinn, Kurt encarava os cabelos loiros da amiga, tentando imaginar o que ela escondia sobre o irmão. Mas não poderia ser nada grave, já que Quinn estaria indo para uma festa ao invés de ficar com ele.

Kurt olhou para frente e prestou atenção no professor. Não queria mais pensar em Sebastian e se contentava com a ideia que havia imaginado e dera um ponto final em seus questionamentos. Assim ele queria que fosse...

[...]

A sexta feira chegou e Kurt estava mais animado do que nunca. Ele tinha tanta roupa nova guardada, que estava quase usando tudo de uma vez. Mas ele acabou se decidindo por uma calça jeans azul-clara, um par de sapatos marrom-canela, uma camiseta branca e um casaco baggy marrom-café. O cabelo de Kurt estava lindo como nunca e seu perfume novo estava sendo perfeito para sua pele. Ele gostaria que Sebastian pudesse o ver agora.

Kurt desceu as escadas depois de quase uma hora do combinado com Finn. O rapaz e Rachel estavam quase dormindo no sofá. Kurt foi até a cozinha e pegou as bebidas que Puckerman havia conseguido para eles e depois voltou até a sala.

– Ei, vocês dois, vamos. – Disse Kurt, sacudindo o ombro de Finn com a mão livre.

Rachel se levantou do ombro do namorado e os dois procuraram quem perturbava os dois.

– E a festa já não acabou? – Perguntou Rachel, olhando para os lados. Finn bocejou e se espreguiçou de uma forma bem preguiçosa.

– Não. E nem comecem de piadinhas, vocês parecem que vão trabalhar na festa para quererem chegar cedo. Estamos no horário e chegar agora vai nos fazer descolados. – Kurt entregou a sacola com as três garrafas para Finn. – Não precisam me agradecer por algo muito de difícil para vocês dois. Agora vamos logo.

– Você sabe que fazer o apressadinho agora não é descolado, né? – Finn passou pelo irmão e devolveu a sacola para os braços do castanho. Sem pensar muito, Kurt deu um chute na bunda de Finn e se escondeu atrás de Rachel.

Os três foram para o carro, que já estava estacionado na frente da casa. Kurt se acomodou no banco traseiro, enquanto o casal ficou na frente. Sem muita demora, Finn deu logo partida no carro e subiu a rua de casa.

No caminho, Kurt mandou uma mensagem para Sebastian. Ele sabia que o castanho não iria querer ir, mas não custava puxar conversa com ele, já que eles não se falavam há uns três dias. Kurt achara muito estranho o súbito interrompimento nos exercícios de Sebastian, mas decidiu não fazer disso um assunto. Principalmente quando tudo parecia estar bem com eles.

“Vai na festa do Sam?”

– Finn, coloca alguma coisa pra tocar. Você está indo para uma festa e não ao mercado. – Finn encarou feio Kurt pelo retrovisor. – Te amo, irmãozinho. – Disse Kurt dando um sorriso de rasgar as bochechas.

Antes que Finn pudesse dizer alguma coisa sobre Kurt estar muito irritante hoje, o castanho já havia recebido uma resposta de Sebastian e tomou toda sua atenção para o celular.

“Não frequentava esse tipo de festa nem na minha época de escola, imagina agora. Só irei levar e buscar Quinn. Espero que você cuide dela e principalmente de você. Não quero ficar sabendo de coisas que aconteceram com vocês.”

Aquilo havia deixado Kurt um pouco surpreso. O castanho não sabia se fora pela forma que Sebastian havia tratado ele como uma criança ou por ele ler como se Sebastian estivesse bravo sem Kurt nem ter feito nada ainda. Mas antes de mandar qualquer outra coisa, uma nova mensagem veio.

“E por favor, fique longe dos atirados.”

Um sorrisinho involuntário surgiu no rosto de Kurt. Sim, ele não gostava de ciúmes, mas por algum motivo bem estranho, aquilo havia sido fofo pra ele. Kurt ignorou tudo e mandou uma nova mensagem.

“Há chances de eu ver você hoje?”

Analisando aquela mensagem, Kurt se viu como namorado de Sebastian e revisou a situação. Ele e Sebastian nem haviam se beijado ainda. E isso era uma coisa que Kurt vinha se questionando frequentemente, porque ele gostaria de saber se havia alguma coisa errada com ele, porém Sebastian continuava a demonstrar interesse para uma futura relação. Então, as palavras de Quinn sobre Sebastian precisar se concentrar voltaram a rondar sua cabeça novamente. Será que essa coisa para qual Sebastian estava se concentrando, o prendia de fazer outras coisas?

Quando se deu conta, Finn estava gritando com Kurt para ele sair do carro. Kurt havia mergulhado em pensamentos por todos os dez minutos restantes até a casa de Sam. Kurt saiu do carro e notou que Finn parecia estar preocupado com ele.

– Você está bem? Podemos voltar para casa se quiser. – Disse o jogador, segurando os ombros do irmão. Finn tirou os cabelos de Kurt do rosto. Kurt sentiu a seriedade da situação.

– Se o Puckerman te oferecer alguma coisa, não aceite. – Brincou ele, logo abrindo um sorriso em seguida. – Está tudo bem, só fui fundo demais nos pensamentos. – Finn franziu a testa com aquela justificativa e quando ia dizer alguma coisa, Quinn o interrompeu.

– Está tudo por aqui? Kurt? – Perguntou a loira, um pouco distante.

Mentira seria dizer que Kurt não tivesse olhado para Quinn e ido procurar Sebastian. O Fabray estava um pouco mais afastado que Quinn, tinha um olhar preocupado e estava tirando as mãos dos bolsos. Kurt deu um pequeno aceno para ele, assegurando de que estava tudo bem. Com isso, Sebastian parou de andar e se manteve distante.

– O que eu preciso fazer para vocês acreditarem que está tudo bem comigo? – Kurt foi abraçar Quinn e cumprimentar a amiga. Abraçado a amiga, ele disse: – Só estava formulando estratégias para fugir de todos vocês quando encherem a cara. Porque Kurt Hummel não veio vestido para isso. – Kurt deu uma voltinha e recebeu gargalhadas de todos.

– Ok, senhor Incrivelmente Incrível, vamos entrar? Já devem estar esperando por nós. – Finn disse, pegando a mão de Rachel e levando a sacola com as bebidas. Apesar de não comprar muito a ideia do irmão mais novo, Finn ficaria de olho no castanho.

– Gente, espera. – Quinn se virou para Kurt. – Sebastian precisa falar com você. – Os dois olharam para o Fabray. – Eu não sei exatamente o que é, mas acho melhor você ir de qualquer forma. – Kurt concordou e foi em direção ao irmão da amiga, como se eles mal se falassem.

– Você não respondeu minha mensagem de propósito não foi? – Kurt reagiu como se a conversa se tratasse de outra coisa. Como estava de costas para todos, sorriu para Sebastian.

– Sim. Bom, queria dizer que você está muito bonito e quero reforçar para não deixar que esses garotos deem em cima de você. – Kurt concordou com a cabeça. Quem estivesse de longe, acharia que ele estava recebendo indicações, mas entre os dois, ele apenas deixaria Sebastian acreditar que mandava nele. – Eu queria muito poder te abraçar agora...

Kurt viu os olhos de Sebastian descerem. Pela primeira vez, Kurt estava vendo Sebastian frustrado. Estranho como nunca, um olhar vago, ele nem ao menos conseguia encarar Kurt. O Hummel ficou um pouco desesperado por não saber se abraçava o outro ou continuava a encenação.

– E-eu...

– Se cuida, tá bom? – Pediu Sebastian, antes de sair sem receber uma resposta. O pouco que Kurt pôde ver, eram os olhos muito brilhantes de Sebastian. Mas um brilho diferente do normal. Os olhos de Sebastian estavam marejados.

– Seb- – Chamou Kurt, mas Sebastian não virou e continuou indo para o carro. Sem entender muito, Kurt teve que se livrar daquela imagem e voltar para os amigos. – Podemos entrar. – Enquanto todos se dirigiam para entrada da casa, Quinn e Kurt ficaram para trás.

O castanho queria muito olhar para trás e ver Sebastian mais uma vez, mas daria muito na cara. Era muito ruim para ele estar nessa posição de ver Sebastian mal e ainda precisar esconder sobre os dois. Aquilo havia o derrubado um pouco.

– O que ele disse? – Perguntou Quinn, que tinha os braços dados com Kurt.

– Para que eu manter os olhos em você e não deixar você fazer nada de errado. – Quinn rolou os olhos. Kurt pensou um pouquinho antes de perguntar algo que estava o incomodando há muito tempo. – Há algo errado com ele? Ele não parecia tão bem...

Antes que Quinn pudesse dizer alguma coisa, Sam abriu a porta da casa. Mas não era exatamente Sam e definitivamente nenhum outro menino do Glee Club. Era um total desconhecido. Menos para Kurt. Kurt sabia exatamente quem era.

– Boa noite. Eu me chamo Pierre e sou primo do Sam. Bem- – Pierre reconheceu Kurt do parque e sorriu. Todos notaram aquilo e olharam para Kurt. O castanho fingiu estar olhando alguma coisa no telefone. – Vindos. Entrem.

Pierre não tirava os olhos de Kurt. E o castanho colocou-se a repetir a mesma coisa.

Merda. – Pensou Kurt.

[...]

Por volta das três horas da manhã, muita coisa já havia acontecido. Um terço da festa já estava bêbada, outro estava tonta e o último estava começando a ficar. Claramente haviam as pessoas que não bebiam como Finn, Kurt e os outros motoristas da noite.

Finn estava atrás do balcão servindo as pessoas, assim conseguia controlar as doses de álcool de cada amigo. Um dos primos de Sam, Elliot, estava cuidando do som. Kurt estava dançando junto da cunhada, que estava muito tonta e de Quinn, que tonta era sua situação há duas horas. Já os outros, tinham situações variadas e faziam coisas diversas pela festa, como jogos, dançavam, conversavam, ficavam e uma pessoa específica que simplesmente ficava de frente para parede, se mexendo apenas para trazer mais bebida para a boca: Sugar.

Kurt não poderia se separar das meninas por três motivos. O primeiro era que Finn insistira muito para ele ficar de olho em Rachel; o segundo era que Quinn e Puck estavam bêbados, para alguma coisa muito terrível acontecer, era só os dois serem deixados sozinhos e terceiro, Pierre só estava esperando uma oportunidade para pegar Kurt sozinho.

Elliot era inteligente nas trocas de música, então isso fazia dele um bom DJ. Antes mesmo que pudesse acabar um medley da Britney Spears, o rapaz já passou para uma música da Jessie J. Rachel, logo se desanimou.

– Eu não gosto dessa música. Kurt, vem comigo pegar uma bebida? – Chamou Rachel puxando Kurt pelo braço.

– Eu preciso ficar aqui com- – Ao olhar para o lado, a loira já estava sendo arrastada para outro lado da pista e dançando com Brittany e Santana. – Rachel, eu vou-

Ao se virar, Kurt deu de cara com Pierre. Olhando por trás do menino, Rachel e Finn fofocavam olhando para ele e mandando sorrisinhos. Tudo havia sido rápido demais. Kurt se voltou para o menino na sua frente e viu que ele segurava um Shirley Temple com cerejas extras e alguma coisa para ele.

– Oi, Kurt. Seu irmão pediu que eu te entregasse isso. – O rapaz passou o drink vermelho para as mãos de Kurt e ficou observando o castanho.

– Obrigado. – Kurt bebeu um gole e viu que estava sem álcool. Pelo menos a bronca com Finn não seria tão grande. – E-eu acho que-

– Podemos conversar? – Pediu o rapaz, pegando na mão de Kurt e indicando um canto, onde havia um sofá.

Antes de fazer qualquer coisa, Kurt olhou para o irmão, que o incentivou e depois para Quinn, que estava ainda dançando com a meninas. Sem ter a quem correr, pensou em Sebastian. O Fabray não iria gostar nada daquilo.

Novamente, Kurt se pegou se repreendendo para agradar a Sebastian, quando ele não devia nada a Sebastian. Pensando assim, Kurt foi com Pierre. Não iria acontecer nada mesmo, seria só uma conversa. Kurt não o daria nada a mais que isso.

Os dois se sentaram no sofá e um clima tenso se instalou, porque Pierre ao invés de dizer alguma coisa, ficava dando olhares sinistros para Kurt. O castanho se sentiu tão desconfortável – sem contar que ele estava bebendo o drink para se “esconder” atrás do copo, e isso não estava sendo uma boa ideia, já que Pierre não dizia nada e a bebida já estava na sua metade. Afim de acabar logo com isso, Kurt começou a falar.

– Então, primo do Sam, né? Coincidência engraçada. – Disse Kurt, comendo uma das cerejas. Kurt colocou o copo vazio na mesa, mas logo notou que já havia um copo vazio e outro cheio de Shirley Temple. Pierre deveria ter pegado um extra e ele nem notara. O outro copo deveria ser do loiro ou de outro convidado.

Tirando os olhos dos lábios avermelhados de Kurt, Pierre sorriu para o garoto. Pierre era bem diferente de Sam. Ele era de fato loiro, tinha a pele tão branca quanto a do primo, tinha olhos verdes, os lábios eram menores que os do primo, o nariz era pontudo e fino, assim como o rosto, que era fino e forte e tinha uma leve barba crescente. Pierre poderia ser considerado como uma pessoa de beleza padrão com toda aquela beleza e músculos. Mas Kurt não era do tipo que se impressionava por beleza.

– Por que? Achei uma coincidência muito boa. – Disse Pierre, antes de tomar mais um gole da bebida.

– É porque nós estudamos juntos e ele nunca falou sobre você. E é engraçado te ver pela primeira vez em um parque e depois já estar em uma festa de um conhecido com você. É quase como se você já estivesse embaixo do meu nariz a muito tempo. – Falou.

– Viu? Se eu estava embaixo do seu nariz, significa que você estava procurando por algo...

– Não, na verdade não. Você estava embaixo no meu nariz para eu te conhecer e acabou que eu te conheci sem ter alguma conexão com Sam. – Kurt não havia sido cortejado por muitas pessoas, mas ele definitivamente não gostava de gente prepotente. De alguma forma, as palavras estavam praticamente rolando para fora da boca de Kurt, ele nem ao menos pensava no que estava dizendo.

– Então, Kurt, o que você faz da vida? – Pierre se adiantou para que Kurt não o desse um novo corte. Kurt se encostou no sofá e começou a morder o canudo do drink, enquanto aturava Pierre.

– Estudo. Estou no meu último ano. – O castanho não teve nem a audácia de perguntar o que Pierre fazia. Na verdade, ele não queria saber.

Era estranho, porque Sebastian e Pierre haviam sido dois idiotas – em suas maneiras particulares – com ele, mas Kurt ainda se sentira interessado pelo Fabray. Com Pierre, era só um completo tédio. Talvez o sorriso perfeito e a montanha de músculos trouxessem esse ar de babaca para o rapaz. De primeira impressão, Kurt jamais pensara que ele seria tão inconveniente. Na verdade, pensara o oposto de Pierre.

– Interessante. – Kurt levantou uma sobrancelha para Pierre. – Interessante porque eu estou no meu primeiro ano de faculdade. Faço Educação Física na Universidade de Ohio. – Kurt cerrou os olhos. Por algum motivo, ele não se sentia surpreendido. – Já sabe o que quer fazer ano que vem?

– Artes Dramáticas. NYADA. – Kurt sorriu ao ver o rapaz se desmoronar com a resposta. Pierre era um gay realmente diferente. Ele era praticamente um dos jogadores do time de futebol. – Então, Pierre, desde quando você se descobriu gay? – Kurt mal notara que estava no seu terceiro copo.

– Gay? Eu? Não, Kurt. Eu não sou gay. Eu só quero umas experiências, sabe? – Pierre se aproximou e colocou um braço envolta do ombro de Kurt.

Kurt piscou forte para processar tudo. Foi aí que Kurt entendeu tudo. Pierre era mais um Karofsky da vida, mas diferença era que o Evans era mais cara de pau. Por isso o total desinteresse de Kurt. Talvez o Hummel não gostasse dele nem se ele tivesse o sotaque mais puxado da Inglaterra. Um babaca como parceiro de Kurt Hummel jamais seria um bom look.

– Sei... Pierre, você pode me dar licença? Preciso checar Quinn. – Kurt se levantou do sofá e deixou o rapaz sozinho. Ou assim ele achara.

Quando o castanho voltou para a pista de dança, Quinn havia sumido. Só quando foi em direção a Finn, Kurt percebeu algo diferente com ele, mas ignorou, pois precisava chegar até o irmão o mais rápido. Kurt bateu com mais força do que queria no balcão e acabou derrubando alguns copos. Aquilo havia sido engraçado.

Finn tirou sua atenção de Rachel e olhou depressa, vendo Kurt rindo em cima de diversos copos de plástico. O rapaz levantou o rosto do irmão. Kurt ainda estava rindo e rindo muito.

– Kurt, o que diabos deu em você? – Finn deu a volta no balcão e sentou o irmão em uma das cadeiras perto do balcão. – Ah, não, Kurt, você está bêbado? Quem te serviu bebida? – Perguntou o mais velho.

– Você, oras. – Kurt nem ao menos conseguia ficar de olhos abertos. – Um ótimo Shirley Temple por sinal.

– Kurt, eu te servi isso duas horas atrás e era sem álcool. O que mais você bebeu? – Perguntou Finn. Rachel, que já estava mais sóbria, se aproximou.

Kurt franziu a testa e olhou para o irmão. Duas horas? Que horas eram?

– Espera, então são cinco horas da manhã? – Perguntou Kurt. Finn negou.

– Não, Kurt. Eu te servi uns 3 desse. São sete horas da manhã. – Percebendo a agitação, mais algumas pessoas se aproximaram. Rachel voltara com um copo de água e colocou nas mãos de Kurt.

– Finn, pare de mentir. Eu estou com Pierre naquele sofá há dez minutos. – Kurt apontou para o sofá.

Pierre não estava mais lá e em cima da mesa, haviam diversos copos de bebidas, inclusive garrafas. Aquilo deixou Kurt mais confuso, mas a única coisa que ele disse foi um “Ih”.

– Kurt, o que é isso no seu pescoço? Quem te bateu? – Finn apontava pra grandes roxos por toda a lateral do pescoço de Kurt. Quando o rapaz se esticara para procurar Pierre, as manchas se tornavam mais evidentes.

– Ninguém me bateu. Do que é que você está falando? – A cabeça do rapaz começa a doer. Bebidas sem álcool não deveriam fazer todo esse efeito. Kurt levou suas mãos a suas têmporas.

– Kurt, seus braços. – Disse Tina, indicando os braços pálidos do rapaz.

Kurt olhou para os braços. Ele nem se lembrava de ter tirado o casaco. Seus braços estavam roxos e com marcas evidentes de dedos. Novamente, Kurt não teve muita reação de espanto. Na verdade, ele nem se importara muito, já que não lembrava onde havia conseguido isso.

– Manchas no pescoço, marcas de dedos nos braços, horas inconsciente e uma completa falta de coordenação ou noção. – Disse Santana. – Bom, se vocês não se tocaram, eu sim. Kurt está sobre efeitos de droga, também conhecida como “Boa noite, Cinderela”. E é por isso que ele está nessa amnésia.

Todos se voltaram para Kurt. Ele seria o último a usar qualquer tipo droga. O rapaz tirou os olhos dos braços e olhou em volta. Todo mundo olhava pra ele. Ele não aguentou e sorriu.

– O que foi? Ganhei alguma coisa? – Disse ele, com sorriso bobo no rosto e um rubor nas bochechas.

– Vamos esperar que não, porque quando você entrar em consciência, vai querer matar todos nós, começando pelo seu irmão. – Disse Santana, encarando Finn muito brava. Finn sabia que ela estava certa.

– Kurt, com quem foi que você estava? – Perguntou Finn. O som já havia sido desligado e a festa já havia praticamente terminado depois disso.

– Já disse, com o primo do Sam Evans, o senhor Pierre Evans. E por senhor, eu quero dizer, o senhor babaca. Urg, cara insuportável. Ele deveria ter umas aulas com você Sam, de como ser um Evans legal. – Com a declaração de Kurt, todos olharam pro loiro.

– Eu não tinha consciência das drogas. E eu não sei onde Pierre está. Ele disse que iria embora há quase duas horas. – Explicou Sam. – Ele estava todo machucado e sagrando... Finn, checa o punho de Kurt!

O Hudson fez o que foi dito e encontrou os punhos de Kurt machucados. Ele mostrou para os amigos. Não restavam dúvidas. Pierre havia drogado Kurt, abusado dele – talvez não tenha ido tão longe quanto eles esperavam – e havia apanhado de Kurt.

– Pelo o amor de Deus, como é que uma coisa dessas pode acontecer aqui no nosso meio, sem que ninguém visse? – Finn se voltou para o irmão mais novo. Kurt estava suado, parecia que estava passando mal. – Kurt, você está sentindo alguma dor? – Perguntou Finn, temendo o pior.

Nope! – Disse ele, junto a um soluço. Um suspirou escapou da boca de Finn. – Não, na verdade estou sim. Minhas mãos doem, meu pescoço e meus braços também. – Kurt fechou os olhos e sentiu seu corpo. – Minha cabeça dói, meu estomago dói, minhas costas inteiras doem. Parece que alguém subiu em cima de mim. – Disse ele sem consciência das suas palavras. – Caraca, Finn, olha o que você fez comigo com um Shirley sem álcool, imagina como está a- Meu Deus! Cadê a Quinn?!

Completamente fora de si, Kurt começou a procurar a amiga. Enquanto tentavam o segurar, o rapaz se soltava e recomeçava a procura. Até que o sentaram em uma cadeira com toda a força.

– Kurt, escuta, ela está lá em cima com o Puckerman. Não há muita coisa que você possa fazer nesse estado. – A voz não fazia sentido agora para Kurt.

– Vocês estão malucos?! Eles podem ter feito alguma coisa. Quinn e Sebastian nunca iriam me perdoar! – Falou o castanho.

– Olha quem está falando. – Disse Santana. Finn a encarou ela bravo, mas a latina nem se intimidou.

– Alguém vai chamar Quinn, por favor. Vou leva-los pra casa. – Pediu Finn. Mike concordou e se direcionou para as escadas.

– Não, eu vou. – Kurt subiu as escadas correndo, tropeçando várias vezes no caminho. Ele passou correndo pelo corredor, abrindo todas as portas, até que finalmente encontrou Quinn e Puck dormindo juntos e abraçados. A festa inteira havia acompanho Kurt. – Quinn! – Gritou Kurt.

– Finn, controle seu irmão antes que os vizinhos chamem a polícia e todos nós nos metamos em encrenca. – Falou Sam, bravo.

– Nada disso estaria acontecendo se não fosse seu primo drogado. E não venha se importar com vizinhos agora quando há meia hora você estava quebrando garrafas no meio da rua. – Rebateu Finn nervoso. Sam não voltou a dizer mais nada.

Kurt chegou até Quinn e acordou a loira.

– Kurt? O que está acontecendo? – A loira se sentou na cama. Quinn estava completamente vestida, o que zerava as chances de que qualquer coisa pudesse ter acontecido. – O que vocês estão fazendo aqui.

– Quinn, seu irmão vai matar a gente. – Sussurrou Kurt, ele estava tendo um daqueles ataques de bêbados, onde você não sabe se pessoa está chorando ou tendo algum treco. – São sete horas da manhã.

São o quê?! – Quinn olhou para o relógio ao lado da cama e se levantou apressada. – Kurt, por que você não me chamou antes? Sebastian sai daqui a uma hora. Ele vai me matar. – Quinn começou a calçar seu coturno.

– Porque, caso não tenha notado, seu amigo está drogado, gênio. – Disse Santana, encostada a porta, com os braços cruzados. Nisso, Puckerman já estava acordado e assistia a cena.

– Drogado? Quem? Kurt? – A loira olhou pro amigo, que nem parecia estar mais naquela sala, talvez bem longe até daquele planeta. – Oh meu Deus, Finn, como você deixou que isso acontecesse? – Quinn analisou o rosto amigo. Kurt estava quente e suando.

– Eu não percebi, ok? – Finn puxou o irmão do chão. – Vamos logo, vou te levar até em casa.

Logo, todos já estavam descendo as escadas. Os últimos a descerem foram, Rachel, Finn – que ajudava Kurt, evitando que ele caísse escada abaixo – Quinn e Puck. No meio das escadas, eles viram que a movimentação lá embaixo estava um pouco mais alta do que necessária.

Assim que puderam ter a visão da porta, viram o irmão de Quinn. A loira e os demais congelaram na escada e Kurt nem ao menos notara. Quem atendera a porta havia sido Sugar. Ninguém havia reparado que a garota havia ficado no andar de baixo, já que por toda festa, ela ficou encarando uma parede.

– Lucy Fabray? Você quer dizer a Quinn? – Sugar olhou para trás e viu que todo mundo havia parado. Sim, ela havia feito besteira.

Sebastian olhou para todo mundo. Algumas pessoas estavam sujas, amassadas, suadas e horríveis. Depois ele viu Quinn no topo da escada. Sua irmã estava descendo do andar de cima junto a um rapaz. Ninguém precisava dizer qualquer outra coisa para ele saber o que havia acontecido.

Mas o que mais perturbou Sebastian foi o fato de Kurt estar com um dos braços sobre o ombro do irmão e sendo praticamente carregado pelo mesmo. Kurt estava mole, todo amassado e pelo o que ele conseguia ver, – graças a cabeça que pendia no ombro de Finn – Kurt havia conseguido uma coleção de chupões no pescoço. Foi então que Kurt virou o rosto e encarou Sebastian, dando um sorriso. Mas só depois dele se tocar de quem era, é que sua expressão mudou para total medo.

Aquilo só piorou tudo e deixou Sebastian mais furioso. O que há um minuto era uma total paz, havia se transformado em um vulcão em erupção. Sebastian poderia socar alguém, se o provocassem. Ele fechou a cara e encarou a irmã.

– Desce, por favor. – Mandou Sebastian em um tom muito controlado.

Quinn nem se despediu de ninguém, apenas desceu as escadas o mais depressa que pôde. Vendo a amiga sair daquele jeito, Kurt se soltou de Finn e foi atrás dela.

– Quinn! – Kurt pegou no braço da menina e olhou para ela. Quinn parecia a ponto de chorar. – Quinn, e-eu...

– Venha, Lucy. – Sebastian pegou o outro pulso de Quinn e começou a levar a menina para fora da casa.

Kurt seguiu os dois, causando uma comoção atrás deles. Já que Finn correu atrás do irmão, Puck atrás de Quinn, Rachel atrás do namorado e assim por diante. Kurt se colocou na frente de Sebastian, antes que os dois chegassem ao carro do rapaz.

– Espera, eu posso explicar. – Disse Kurt, com a mão no peito de Sebastian. O Fabray o analisou por breves segundos. Kurt estava diferente.

– Eu não preciso de explicações de um garoto bêbado que mal se consegue colocar de pé. – Falou Sebastian, antes de desviar do caminho de Kurt.

– Ei, veja como fala com ele. Ele não está assim porque quis, foi drogado! – No exato minuto que a última silabada saiu, Quinn se arrependeu. Ela não estava falando aquilo para qualquer um, estava falando para Sebastian, seu irmão, que levava tudo a sério, a ponto de já estar imaginando que Quinn também estivesse drogada.

Sebastian se espantou e olhou para Kurt. O garoto tentava se levantar do chão com a ajuda de Finn e voltava a ir atrás de Sebastian. Aquele não era o Kurt que ele gostava. Ele não sabia quem era aquele menino.

– Eu não te perguntei nada. Você estará tão encrencada quanto ele. – Sebastian continuou a andar e ignorou Kurt, que mancava até eles.

Sebastian abriu a porta do carro, mandou Quinn entrar e fechou em seguida. Ele deu a volta no carro e entrou no lugar do motorista, dando uma última olhada em Kurt. Ele odiava ver Kurt assim, mas se odiava mais por um dia gostar daquele adolescente.

O Fabray ligou o carro, mas isso não impediu Kurt de bater no vidro traseiro do carro. Finn vinha atrás para segurar o irmão. Os diversos socos no carro eram seguidos com o clamor pelo o nome de Sebastian. Não era Quinn quem Kurt chamava, era Sebastian e isso só piorava tudo para o Fabray.

O rapaz respirou fundo e saiu com carro. Kurt quase caíra. Conforme se afastava da casa, viu Kurt pelo retrovisor. Correndo atrás do carro. Até que ele se cansou de mancar e caiu de joelhos no asfalto. Logo Finn viera aparar o irmão. Sebastian não conseguiu olhar por mais tempo e acelerou o carro. Quinn chorava de cabeça baixa ao seu lado.

Por ódio e decepção, ele começou a chorar. Com a primeira lágrima que caiu, ele limpou na manga da sua jaqueta camuflada.


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Notas finais do capítulo

Oh, destruidores, deixa eu dizer: cadê esses comentários? cadê esses reviews, ein? To encabulado com vocês. Eu to de eyes.

Recado dado. É isso.
Kurt foi mais chupado que pirulito, mas ainda bem que só foi no percoço. SE ALGUÉM FALAR QUE O SEBASTIAN TARRA ERRADO DESSA VEZ, VAI ROLAR TRETA (mentira, vai não, mas Seb tava certo dessa vez vai)

Espero que tenham gostado. Até a semana que vem. Bye.

PS: Caso não tenham entendido, eu disse "jaqueta C A M U F L A D A". Tá bem? Então, tá bem.



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