Twilight - a Magia do Amor escrita por Sol Swan Cullen


Capítulo 31
27º Capítulo - Anjo (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, mas valeu a pena, juro!



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(Edward POV)

        

Corri... O mais depressa que alguma vez tinha corrido, mas corri.

Tornando-me um borrão a olhos humanos, os meus pês quase não tocando no chão, Deixára Carlisle e os outros para trás, mas conseguia sentir a presença de Charlie ao meu lado, ele não era tão rápido como eu, mas estava a conseguir acompanhar-me.

Temos que chegar a tempo. Charlie pensava repetidamente. Não as posso perder, não as posso perder.

Conseguia imaginar o desespero do meu sogro. Perder a mulher que amava pela segunda vez e as filhas... Em parte, o meu coração comprimia-se exactamente com um mesmo medo que ele, a perda da mulher que amo. Perder Bella seria o meu fim, não haveria nada mais para mim se não chegassemos a tempo.

Chegámos à casa de Renée, as janelas e a porta estavam fechadas, mas não me interessava o interior, interessava-me o rastro do cheiro de Bella que estava no portíco.

- A Bella já aqui esteve. – Charlie disse tocando na porta. – A porta está selada por magia.

- Que quer isso dizer?

- Quer dizer que ninguém pode entrar, nem nada pode sair. – Charlie respondeu-me mordendo depois o dedo, deixando que sangue aparecesse sobre a sua pele branca.

- Charlie?

O meu sogro tocou com o dedo ensaguentado na parede, fazendo pequenos simbolos com o seu sangue na parede. Depois ele retirou o seu dedo de junto da casa e eu reparei como já não havia qualquer vestigio de sangue nele.

- Charlie!?

- Apenas fortaleci o feitiço da Bella, se ela trancou a casa é porque há lá algo que não deve ser visto por olhos indesejados.

- Phil.

O olhar do meu sogro confirmou o que os meus sentidos me diziam.

Não há certezas de que ele esteja realmente morto. Na sua mente, a imagem de Esme surgiu.

Assenti e começamos a correr novamente, seguindo o odor de Bella.

Edward, eu amo-te. O pensamento fez-me correr mais depressa, ela estava viva. Mas algo não estava bem.

- Bella.. - Sussurrei

O cheiro guiou-nos até ao estúdio de ballet no final da rua e apesar do silêncio, o som reconfortante vinha de lá de dentro. O bater de três corações quase me fez suspirar de alívio, Charlie suspirou, mas algo estava muito errado. Um dos corações batia muito devagar, devagar demais, outro batia descompassadamente, demasiado acelerado. No entanto, o último era o que batia mais forte, estável.

- Algo não está bem. – Disse e Charlie olhou para mim, percebendo então as diferenças dos sons.

- Vamos.

Obriguei a minha mente a procurar outras. Depressa encontrei-as: Ana. Os seus pensamentos estavam caóticos, repletos de ódio, dor...

Tenho que me levantar. Ela pensou, a agonia a colorir-lhe os pensamentos. A Bella precisa de mim.

Bella...

Entrámos os dois no edificio, seguindo o som dos corações. Assim que nos aproximávamos, o som das respirações das três ficavam mais distintas, apesar de estar demasiado preocupado para identificar qual seria aquela que estava conectada ao coração que batia descompassado. Seria Renée com medo?! Pelos pensamentos de Ana, podia apostar que o seu era aquele que batia mais devagar... a minha cunhada devia estar ferida. E por momentos, desejei que Jacob aqui estivesse, com a sua ajuda, a morte de James seria mais rápida do que o sádico vampiro poderia imaginar!

Quando entrámos no estúdio, a cena com que nos deparámos foi mais que chocante. Ana (como eu tinha calculado) estava deitada no chão inconsciente; Renée estava de pé em frente a uma cadeira onde cordas, os seus olhos (que pelo que todos me contavam serem azuis) estavam negros como a noite, e a imagem que vi e que ficaria na minha mente para toda a minha eternidade... Bella estava deitada no chão, totalmente imóvel, toda ela coberta de sangue, e pelo cheiro, do seu próprio sangue.

Não... Pensei querendo a todo o custo que aquela imagem não fosse verdadeira, que fosse só um pesadelo.

Não... Ela não está morta. Charlie pensava ao meu lado. O coração dela ainda bate... Ela está viva, ela vai recuperar...

Tentei focar-me no som do coração de Bella... Demasiado rápido... Ia correr para junto da minha amada, quando Charlie me pôs a mão no braço, chamando-me à atenção.

- Olha.

Segui o seu olhar e a minha raiva inflou. James encontrava-se “espremido” contra uma das paredes de espelho. Tudo aquilo que via estava toldado por uma cor vermelha, a cor do sangue de Bella.

- Renée. – Charlie disse e eu olhei instintivamente para a mãe da minha namorada.

Assim que ouviu a voz de Charlie, Renée ficou com os olhos azuis novamente e ela caiu para o chão. O feitiço que aparentemente segurava James contra a parede foi quebrado e eu atirei-me contra ele, tão depressa como Charlie se dirigiu a Renée. Voltei a prender o desgraçado contra a parede, apertando-lhe o pescoço... No entanto, ele apenas se riu, como se estivesse a achar realmente graça à situação.

- Como te atreves... – Rosnei-lhe, empurrando-o mais contra a parede.

E ele riu-se mais, fazendo depois algo que me deixou perplexo. Com os seus braços, empurrou-me e fez-nos trocar de lugares, encostando-me à parede a agarrar-me pelo pescoço.

Na posição em que eu estava, conseguia ver Bella... A dor que sentia era ainda maior...

- Estás sozinho. – James disse, fazendo-me olhá-lo nos olhos. Estavam ligeiramente vermelhos, ele estava sedento. – Porque és mais rápido que os outros... – Ele bateu com a minha cabeça no espelho, fazendo-o partir-se. Senti os pedaços de vidro a picarem-me o couro cabeludo mas não me incomodavam. – Mas não mais forte.

A imagem de Bella naquele estado, inconsciente e ensaguentada, alimentou o meu ódio por James e o bater do seu coração fez com que eu ganhasse força...

- Sou forte o suficiente para te matar! – Exclamei, empurrando-o com mais força.

James voou pelo ar com a força do empurrão que lhe dei, indo embater numa das paredes espelhadas que se partiram com a força do embate. Voltei a correr, apanhando-o novamente pelo pescoço e prendendo-o contra a parede. Tencionava arrancar-lhe a cabeça tirar o sorrisinho odioso do seu rosto, mas alguém pôs a mão no meu ombro e o som da voz do meu pai despertou-me do meu ódio.

- Edward. – Carlisle disse, ainda com a mão no meu ombro. – Não.

- Ele mereçe morrer. – Rosnei, nunca tirando os meus olhos do vampiro que tinha perseguido o amor da minha vida, que a tinha magoado.

- A Bella precisa de ti, Edward.

E ouvir o nome dela foi tudo o que bastou para me tirar do meu transe. Apertei o pescoço de James uma última vez antes de ser substituido por Emmett e correr para junto da minha morena com o meu pai.

A imagem dela ficaria para sempre gravada na minha memória...

O seu rosto estava ainda mais pálido do que o que costumava estar, os seus cabelos castanhos, tal como a sua camisa, estavam ensupados em sangue. O seu coração batia muito depressa e isso preocupou-me ainda mais.

- Carlisle...

- Ela tem a perna partida. – Ele disse. – E a cabeça também... Assim como o braço direito, pelo que pareçe.

Oh minha Bella... O que te fez aquele monstro. Pensei, colocando-a no meu colo.

- Vamos ter que parar a hemorragia e imobilizar os membros partidos. – Carlisle continuou a dizer. – Alice, agarra-lhe na perna e coloca-a entre duas tábuas, temos que a imobilizar. Edward, usa isto para lhe imbolizar o braço.

Ele passou-me uma corda e eu, muito cuidadosamente, segurei no braço direito de Bella, trazendo-o para o peito dela para o amarrar. Foi naquele momento que reparei na marca crescente no pulso de Bella... Uma sensação gelada de pânico alastrou-se pelo meu corpo.

- Carlisle! – Chamei o meu pai. – Carlisle!

Assim que ele olhou para mim, mostrei-lhe o pulso de Bella, a marca crescente ensaguentada. Um ar de horror preencheu o rosto do médico.

- Ele mordeu-a. – Carlisle disse e eu percebi o pânico que lhe preenchia a mente. – Temos que lhe tirar o veneno. Antes que chegue ao coração.

- O que acontece caso o veneno lhe chegue ao coração? – Alice perguntou.

- Ela morre. – O meu pai respondeu à minha irmã, olhando para mim.

- O que fazemos? – Perguntei desesperado.

Vais ter que sugar o veneno do sangue dela, Edward. Ele pensou.

- O quê?! Carlisle, não! Eu não vou conseguir conter-me...

- tu podes fazê-lo, Edward. – Carlisle insistiu. – És o parceiro dela... A sua outra metade!

- E se eu não conseguir parar?

- Tu vais conseguir. – Alice disse, olhando-me nos olhos. – Eu sei que tu vais conseguir.

- Como?

- Porque tu a amas... Nunca permitirias que ela morresse. – A minha querida irmã insistiu. – E nenhum de nós te iria deixar matá-la.

As palavras da fadinha encheram-me com coragem. Alice tinha razão, eu nunca seria capaz de magoar a minha bruxa. Olhei para Bella e mesmo através do seu rosto sereno, eu conseguia ver a dor que lhe atravessava o corpo. Na sua inconsciência, Bella choramingou e aquilo ajudou-me a resolver-me.

- Aguenta, meu amor. – Sussurrei-lhe pegando-lhe na mão. – Já vai passar.

Levei a sua mão aos meus lábios, beijando a sua pele levemente antes de enterrar os meus dentes na marca crescente que já lá se encontrava. Assim que mordi a sua mão, senti o sangue quente afluir à minha boca e senti Bella remexer-se contra o meu contacto, ouvi-a gemer alto, a dor do fogo provocado pelo veneno intenseficando-se.

Tal como um dia tinha imaginado, o sabor do seu sangue era tão delicioso como o seu cheiro, apesar de estar ligeiramente adulterado pela presença do veneno de James.

Senti o monstro em mim despertar, fazendo-me ficar ávido por beber aquele sangue, o sabor incrivel fazia explodir em milhares de sensações as minhas pupilas gostativas e a maior de todas as sensações era a de insasiatez, por mais que sugasse, isso não parecia ser o bastante, queria mais... Aquilo era o líquido mais viciante que alguma vez provara, nem a memória do sangue de humanos que tinha bebido durante a minha época de rebeldia se podia comparar àquele sabor, aquele néctar da vida...

Mas depressa o sangue mudou de sabor, o que num momento me sabia bem demais, me fazia desejar beber todo o sangue que se encontrava nas veias da rapariga, no momento seguinte queimava-me a boca, ardia-me na garganta como um fogo mais quente que o próprio lembrete da minha sede e quanto mais daquele líquido me entrava na garganta, mais intenso o fogo se tornava, mais forte, mais doloroso... Resisti até ao momento em que a chama se tornou insuportável e então extrai os meus dentes da carne dela, afastei os meus lábios da sua pele fria, a minha mente tentava rejeitar o facto de que algo tão bom poderia provocar tamanha dor, mas a voz de Carlisle trouxe de volta a racionalidade para a maior parte da minha mente.

- Edward? – Senti a sua mão no meu ombro. – Conseguiste?

- S-Sim. – Respondi incerto, só então percebendo que o fogo provocado pelo sangue de Bella só tinha começado a partir do momento em que o sangue afectado pelo veneno do outro vampiro tinha desaparecido. – Ela já não tem nenhuma quantidade de veneno no seu sistema.

O rosto de Bella parecia mais sereno, como se estivesse a dormir, mas eu precisava de ouvir a sua voz.

- Bella. – Chamei-a, tocando-lhe levemente no rosto. – Acorda, por favor.

Não houve nenhuma resposta e isso despertou o pânico no meu peito... Eu conseguia ouvir o seu coração, o seu peito descia e subia calmamente com a sua respiração... Então porque é que ela não acordava?

- Bella, meu amor! – Chamei-a novamente. – Sou eu, querida. Já acabou tudo, podes acordar!

O som do seu coração, agora mais calmo, continuava a dar a ideia de que ela estava a dormir. Queria que ela acordasse, queria ver os seus lindos olhos castanhos, poder ver neles todo o seu amor, o seu carinho... Mas ela não acordava.

- Deixa-a descansar! – Charlie disse, aproximando-se de nós com uma Renée inconsciente nos seus braços. – O corpo dela ainda está a repor aquilo que o veneno maltratou.

- Temos que levá-las para o hospital! – Emmett disse, pegando em Ana ao colo. – A Ana e a Renée podem não parecer estarem mal... Mas a Bella precisa de cuidados.

Assenti, pegando cuidadosamente em Bella, teriamos que correr...

- Cuidado, Edward! – Jasper chamou-me à atenção.

- Joe, precisamos que leves um carro até à porta do hospital. E tu também, Alice. – Carlisle disse aos meus irmãos.

Ambos assentiram e correram.

- Vamos! – Disse Charlie correndo atrás deles e nós seguimos no seu encalço.

Fiz uma pequena preçe a Deus, pedindo-lhe que tudo estivesse realmente acabado...


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