Ele tem 18 anos escrita por Hanna Martins


Capítulo 20
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Notas iniciais do capítulo

Último capítulo!



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As paredes de seu pequeno quarto eram decoradas com desenhos diversos. Famosos personagens de histórias em quadrinhos. Snoopy convivia ao lado do Superman, Mafalda estava logo ali em destaque perto do guarda-roupa. Perto da janela, Calvin e Haroldo acenavam. Ao lado dos dois, Wolverine, professor Xavier, Tempestade, Jean Grey, Mistica, Magneto e Fera. Havia muitos outros desenhos. Quase não havia nenhum espaço livre na parede.

Peeta depositou sua mochila em cima da cama e depois se jogou, ele próprio, na cama. Apoio a cabeça na mochila, e observou o teto (também cheio de desenhos como o restante do quarto). Todos desenhados por ele. Em destaque, bem no centro, a Garota em chamas sorria para ele. A Garota em Chamas foi uma das primeiras personagens que ele criara. Cabelos negros e lisos que caiam pelos ombros em uma trança. Pequena, no primeiro momento todos a tomavam pode delicada e frágil. Mas, não havia nada de fragilidade nela.

— Peeta, chegou mais cedo, hoje? — indagou sua mãe aparecendo na porta.

— É, preciso fazer um trabalho.

A mãe assentiu. Notou que ela enfeitava sua cabeça com um lenço verde, com a estampa de um pôr do sol. Um belo laranja se mesclava com o intenso verde. Seus cabelos grisalhos já estavam bem maiores, e despontavam vigorosos por seu couro cabeludo. Porém, ela ainda usava um lenço em sua cabeça de vez enquanto. Quando ela perdera os cabelos devido a quimioterapia, ele e Gale a presentearam com uma coleção enorme de lenços coloridos. Tinha lenços de todas as cores. Um verdadeiro arco-íris enfeitando os dias nublados. Alguns eram até pintados por ele mesmo. Ela gostara muito do presente e dissera que iria guardá-los e usá-los mesmo quando seus cabelos voltassem a crescer.

Ela estava mais magra. Porém, já recuperara alguns quilos perdidos.

Sorriu para a mãe. Ela também sorriu. Aqueles dias nublados haviam ficado no passado. Eles foram muito chuvosos. Passar por eles, foi uma verdadeira prova de resistência. Mas, ele não estava sozinho, Katniss estava com ele. Ela era seu pequeno vaga-lume. E como sempre iluminando seu caminho nos dias mais escuros, lhe dando forças para prosseguir. Se ela não estivesse com ele... com certeza, teria se perdido naquela noite sem luz.

— Quer comer alguma coisa?

— Não, obrigado. Descanse, mãe — sorriu. — Eu vou jantar na casa de Gale...

— Ah. Viu, Katniss? — era sexta-feira à noite e, geralmente, eles aproveitavam os finais de semanas para se encontrarem. Os dois estavam bastante ocupados. Ele com a faculdade, o trabalho, o blog. E ela com sua carreira de pesquisadora.

— Hoje ainda não. Ela está ocupada...

A mãe aceitara seu relacionamento com Katniss aos pouquinhos. Estranhamente, as duas se davam muito bem. Ela sempre lhe dizia que o que não aprovava era seu relacionamento com Katniss, mas que não tinha nada contra a pessoa de Katniss, e a considerava encantadora. Ela até fazia as comidas favoritas de Katniss, quando esta vinha jantar com eles. Mães, impossível as compreender, era seu o diagnóstico.

A mãe o deixou e ele aproveitou para iniciar seu trabalho da faculdade. A universidade estava sendo uma experiência incrível para ele. Um novo horizonte havia se aberto diante de seus olhos. Tudo era tão novo e interessante. Os professores, os colegas, o ambiente. Nunca pensara que a faculdade fosse tão boa assim.

Sua mãe, na verdade, preferia que ele fizesse algum curso mais... “normal” (nunca realmente conseguiria entender sua mãe), como engenharia, medicina ou algo do gênero que lhe desse um futuro mais “seguro”. Porém, ele impusera, só entraria para a faculdade, se pudesse cursar algo que realmente gostasse.

Abriu seu notebook, olhou para a página em branco e... nada, absolutamente nada. Não conseguia escrever nada. Seus pensamentos realmente não estavam ali.

Desistiu. Não adiantava insistir naquilo. Precisava tomar um pouco de ar, espairecer. Resolveu ir para a casa de Gale. Ele comprara uma casa perto de onde ele e a mãe haviam alugado o apartamento. Visitas eram frequentes. O percurso era pequeno.

Seus passos eram lentos e seus pensamentos eram frenéticos.

Certos pensamentos não lhe abonaram durante toda a semana. Ele ainda não conseguira digerir a notícia corretamente.

Katniss dissera que ainda não havia se decidido, mas... lá no fundo, os dois conheciam a resposta.

Katniss iria embora para a Suíça, sabe-se lá por quanto tempo. Ficaria longe dela, de seu sorriso, de sua voz, de seu cheiro. Não mais abraçá-la, por um longo tempo, de modo apertadinho, enquanto assistiam algum filme juntos. Não mais acordar ao seu lado, com o calor de Katniss aquecendo o seu corpo. Não mais rirem de piadas aleatórias, enquanto ele cozinhava e ela o observava, sentada no balcão da cozinha. Ela não estaria mais ali. Uma estranha nostalgia o invadiu. Nostalgia... saudade.

Repentinamente, viu-se diante da casa de Gale e Madge. Foi esta que o recebeu.

— Entre, Peeta! — disse carinhosamente. — Gale está no escritório. Aceita uma água, um suco? O jantar vai demorar um pouco...

— Não, obrigado, Madge. Como você está?

— Estou bem — sorriu, um sorriso que iluminou todo o seu rosto.

Ela acariciou a barriga. Estava grávida de três meses, uma pequena barriga, quase imperceptível, começava a se formar.

Peeta retribuiu o sorriso e foi para o escritório em busca do irmão.

Gale examinava uma pilha de papéis em cima da mesa bagunçada. Havia porta-retratos de Madge e ele sorridentes espalhados pelo escritório. Madge uma noiva bela, pousava para as fotos, enquanto Gale, não cabia em si de contentamento, exibia seu melhor sorriso. O casamento fora recente. Assim como a mudança para aquela casa, após a gravidez de Madge.

O irmão levantou os olhos do papel e sorriu ao lhe ver.

— Peeta! Senta aí! — indicou uma cadeira perto da janela, que dava para os fundos do quintal.

Observou o lindo e amplo quintal. O chão coberto de uma grama verde e meticulosamente aparada.  Em um dos cantos, um pequeno balanço jazia. Gale o comprara para aguardar a chegada de seu primogênito.

— Como vão as provas da faculdade? O primeiro semestre é sempre o mais difícil — afirmou o irmão.

— É, está sendo difícil, mas, é divertido — sorriu.

— Claro que é! É importante ampliarmos nossos horizontes.

Peeta assentiu e voltou a olhar para o quintal.

— Mas... — Gale parecia hesitar.

Peeta voltou seu olhar para o irmão.

— Como você está com a notícia de Katnis?...

Hesitou por um instante em responder. A verdade era que não tinha resposta para essa pergunta.

— Bem... — a resposta saiu tímida de seus lábios.

Gale o encarou e arqueou a sobrancelha.

— Peeta?

Desviou o olhar de Gale.

— Eu estou bem — insistiu, dessa vez com mais ânimo. Na verdade, aquilo soava mais como uma tentativa de convencer a si mesmo do que ao irmão.

Gale levantou-se da mesa e sentou-se em uma cadeira em frente a Peeta.

— Eu te conheço. Você não está bem, não é mesmo? — Peeta estava preste a negar. — Não adianta querer me convencer do contrário.

Peeta abaixou os olhos e fitou sua mão estendida sobre a perna.

— Ande, fale... eu sou seu irmão.

Ficou por um segundo em silêncio.

— É que me sinto um egoísta, Gale. Eu queria que ela ficasse perto de mim, que ela não se fosse.

— E você disse isso a ela?

— Não, não disse. Eu sei que estou sendo um idiota. Esse é o sonho de Katniss. E ela está tão feliz com esse convite. Ela tem uma oportunidade única em sua vida. Poderá ajudar pessoas, poderá salvar vidas. Ah, como estou sendo mesquinho em querer tê-la por perto! Não é verdade? Então, eu penso que se fosse eu que tivesse ganhado uma oportunidade dessa. Se fosse eu a ir para a Suíça porque lá eu poderia tornar meu sonho realidade, ser um desenhista de quadrinhos... — suspirou.

— Você iria? — indagou Gale, o analisando.

Peeta ficou em silêncio por alguns segundos, fitando os dedos das mãos. Mas, por fim, assentiu.

— Sim, eu iria... — admitiu com vergonha. — Viu, estou sendo egoísta e mesquinho. Sei que Katniss está preocupada comigo. Sei também que sou o principal responsável por ela ainda não ter aceitado o convite... eu não quero ser um obstáculo na vida dela — desabafou.

Gale sorriu e lhe deu um tapinha no joelho.

— Você só está sendo humano, Peeta. Não há nada de errado nisso. Nós somos assim, seres defeituosos... E sempre teremos defeitos. Mas, sabe você está sendo mais maduro do que eu... Colocando Katniss em primeiro lugar, os sonhos dela em primeiro lugar. Ela e eu tínhamos visões diferentes sobre o que queríamos para nosso futuro e isso apenas nos distanciou, criou uma barreira entre nós. Eu e Katniss não chegávamos a um acordo. Eu queria casar, ter filhos, uma família. Katniss não estava preparada para ter uma família, filhos... E se ela e eu tivéssemos insistido em ficar juntos, mesmo nossos sonhos sendo opostos... isso só tornaria nós dois infelizes. O amor é complicado. Há diversas formas de matá-lo...

Gale o olhava, enquanto falava. Os dois já não tinham problemas em falar sobre isso. O passado havia ficado definitivamente no passado. O amor que Gale e Katniss tiveram um pelo outro, havia se transformado. Agora, eles tinham uma relação de carinho, respeito, amizade.

— E ela, bem, ela é alguém brilhante. Uma cientista notável. Alguém que com certeza fará coisas incríveis. Ela ama o que faz, assim como você ama seus desenhos, ela ama seu trabalho. Ela quer transformar o mundo em um lugar melhor — Gale falava com carinho de Katniss, como um amigo, não, como um irmão falava de sua querida irmã, orgulhoso.  

— Você alguma vez já se arrependeu?

— Não — respondeu imediatamente sem hesitação. — Katniss e eu estamos felizes com nossas escolhas.

Tornou a olhar pela janela.

— Fale com ela sobre como você se sente — aconselhou.

Nesse instante, Madge veio toda sorridente, anunciar que o jantar estava na mesa.

Após o jantar, em que o bebê de Madge e Gale fora o personagem principal. Aqueles dois falavam tanto sobre filhos que tinha quase certeza que viraria um especialista em bebês, mesmo sem ter um. Mesmo a conversa versando sobre um único tema, era bom estar com Madge e Gale.

Já era tarde, quando chegou no apartamento de Katniss. Ela não estava. Pegou alguns papéis e lápis e se pôs a desenhar, enquanto, ela não chegava. Já passara da uma da manhã, quando ouviu a voz de Katniss.

— Por que isso não cabe? Quem trocou minhas chaves? — dizia ela com um tom indignado.

Abriu a porta e se deparou com uma Katniss, tentando colocar na fechadura o seu celular.

— Você está bêbada... — constatou imediatamente.

— Não, estou não! — riu. — Só bebi uns copinhos assim — fez um sinal com a mão.

— Sei — riu. — Entra.

— Por que você trocou minha chave?

— Katniss, isso é seu celular — apontou para a mão dela.

— Ah... — fez uma expressão engraçada, analisando o celular.

— Por que você bebeu?

— O pessoal do trabalho saiu para a reunião pós-expediente — explicou, enquanto analisava seu celular, como se fosse um objeto totalmente novo.

— Vou te dar um remédio para você não acordar com uma ressaca daquelas...

Deixou Katniss na sala e foi para a cozinha. Quando voltou, se deparou com uma Katniss apenas de calcinha e sutiã, dançando na sala. Uma dança sem qualquer nexo.

— Por que você retirou suas roupas?

— Porque está calor — respondeu ela.

— Claro, está muito calor! — riu. Ela sempre fazia coisas engraçadas, quando ficava bêbada. — Toma — estendeu o remédio para ela.

— Não quero! — fez beicinho.

— Não sou eu que vou acordar com uma ressaca daquelas amanhã... — advertiu.

— Não! — fazia birra.

Riu. Ela realmente era engraçada.

— Só tomo, se você me der... — ele estendeu novamente a caneca com remédio. — Na boca!

Ele aproximou a caneca da boca dela. Mas, ela fechou os lábios e se esquivou dele.

— Não assim, seu ingênuo! — ela ria. — Da sua boca para a minha boca!

Esse era o lado tarado de Katniss falando. Quando ela, bebia, às vezes, ele vinha à tona.

— Certo — ele colocou um pequeno gole na boca e se aproximou de Katniss.

Foi Katniss que primeiro atacou sua boca com voracidade, entrelaçando suas pernas em seu quadril, devorando sua boca.

— Se você fosse médico — disse ela, rindo. — Você teria que dar remédio para seus pacientes desse jeito e... se eu fosse sua paciente, você também teria que mostrar sua bela bundinha!

Riu com os disparates de Katniss. Mas, ela não permitiu que ele risse por muito tempo e voltou a beijá-lo, com mais determinação ainda. Ela também soltava seu lado mais agressivo, quando ficava bêbada. Aprendera depois de algumas experiências que precisava ter cuidado com ela, quando ficava bêbada. Acidentes poderiam acontecer (e ele sabia muito bem disso).

— Tome seu remédio — disse, quando teve um breve momento de folga dos beijos arrebatadores de Katniss.

Depositou Katniss no sofá e fez com que ela bebesse todo o conteúdo da caneca. Ela fez um pouco de birra, mas no final bebeu tudo.   

— Você é tão gostoso! — disse ela tentando retirar a blusa dele.

— E você — tocou o nariz dela. — Está bêbada!

— Não estou, não! — riu. — Estou muito bem! — ela agora o apalpava por todos os lugares de seu corpo. — E você também está muito bem! — riu de um modo provocante, dando um belo beliscão em sua bunda. — Bem demais! Que saúde, que corpo!

— Katniss — tentava se esquivar. — Não me tente!

Ela riu, jogando a cabeça para trás e ameaçando retirar o sutiã.

— Oh, eu sou uma tentação para o gostosão! — ela se divertia, o provocando. — Você é tão delicinha! — como o lado tarado de Katniss era provocador! Se ela soubesse, como era difícil para ele se controlar!

Katniss ria. Ela o envolveu em seus braços e continuou percorrendo suas mãos por seu corpo ao acaso, por lugares realmente críticos.

— Katniss! — já não suportava mais tanta provocação, tudo tinha limites. — Katniss! — a chamou.

Porém, ela não respondeu. Nesse exato momento, ela caíra no sono.

Peeta riu. Iria ter que tomar um banho frio. Deveria já estar acostumado com isso. Ela quase sempre acabava dormindo no momento mais crítico.

Recolheu Katniss, e a levou para a cama. A cobriu carinhosamente com um cobertor e acariciou sua face. Vê-la dormindo era também bom. Deitou-se ao seu lado e esperou o sono, enquanto observava o rosto adormecido de Katniss.

Ela acordou com uma ressaca.

— Só quero dormir de novo — disse, enquanto ele lhe passava uma xícara de chá. — Finnick nunca mais vai me obrigar a beber, aquele ser abominável que obriga seus pobres empregados a consumirem álcool!

Ele riu ao ver sua expressão de derrotada.

— Claro — concordou. — Mas, pelo menos, você não precisa ser assediado por um bêbado — lançou um olhar significativo para ela.

Katniss riu.

— Já vi que meu lado tarada deu as caras ontem.

— Deu o corpo inteiro!

Os dois riram, enquanto ele contava as peripécias de Katniss na noite passada.

— Oh, desculpa por torturar o pobrezinho! — provocou ela, colocando a cabeça em seu ombro. — Fui muito má!

— Pura maldade! — cutucou a sua testa.

Katniss instalou sua cabeça em seu colo e ligou a TV, em um programa qualquer. Ele massageava sua cabeça suavemente.

A manhã foi gasta assim.

Aqueles momentos aparentemente simples, eram os melhores. Ficar assim com Katniss, sem fazer nada, eram momentos preciosos.

Peeta fez o almoço, enquanto Katniss supervisionava. Passaram horas esquecidos, conversando. Em nenhum momento certo assunto veio à tona. Mas, ele estava ali, pairando no ar, como uma pequena sombra.

Katniss se atirou no sofá, após terminarem de lavar a louça.

— Você quer ir... ao cinema à noite? — perguntou Katniss.

— Talvez... — respondeu, sentando-se ao lado dela.

Ele a olhou, precisavam falar sobre aquele assunto. Fingir que ele não existia, adiar, não era a solução. E a conversa com Gale fizera o refletir sobre diversas coisas.

— Katniss... você já tomou uma decisão sobre... o convite que você recebeu de Haymitch?

Ela abraçou suas pernas.

— Não... eu ainda não decidi...

— O tempo está acabando, não é?

Ela assentiu com a cabeça.

— Eu sei que sou o principal motivo de você ainda não ter se decidido — falou, a olhando.

Katniss não o respondeu.

— Eu não quero ficar entre você e o seu trabalho, seu sonho...

— Mas, você não está, Peeta — ela afirmou. — Eu apenas preciso pensar... há tantas coisas em jogo, essa mudança será uma virada gigantesca em minha vida... mudar para outro país... de ambiente, de trabalho... ficar longe de meus amigos, minha família... de você — ela o encarava. — São tantas coisas em que pensar...

— Katniss, eu sei que você já tomou sua decisão, não engane a mim e principalmente não engane a você mesma... — ele pegou a delicada mão de Katniss e a prendeu entre suas mãos. — Eu... também me sinto... triste que você vá... quando penso que não poderei mais ver você quando quiser, não poderei mais te tocar, sentir seu calor, seu cheiro...

— Peeta...

— Me escute, Katniss, por favor, me ouça — não permitiu que ela prosseguisse. Precisava falar. — Mas eu me sinto um ser egoísta por desejar que você não vá. Sei que este é seu sonho, eu vejo o quanto você está animada com esta oportunidade de poder ampliar seu conhecimento, sei que você quer isso, Katniss. Por isso, não se preocupe comigo, apenas vá! Eu estarei bem, se você estiver bem.  Sei que se você ficar aqui... pode ser que você não se arrependa agora, mas um dia... e eu não quero ver você infeliz.

— Peeta, eu... — ela tentava contra argumentar.

— Vá, Katniss! Os sonhos precisam ser perseguidos. Uma vida sem sonhos não vale a pena. Você não deve abdicar de seus sonhos por ninguém, nem mesmo por mim — acariciou seu rosto. — Eu te amo, Katniss Everdeen.  

Ela o abraçou. Peeta sentiu as lágrimas quentes de Katniss molhando sua camiseta. Seu rosto também estava molhado.

— Apenas vá! — repetiu com a voz embargada devido as lágrimas.

— Peeta Mellark... eu te amo! Te amo tanto — ela murmurava em seu ouvido.

— Eu também amo você! — sussurrou.

Katniss o soltou depois de algum tempo.

— Não se preocupe comigo — ele afirmou, sorrindo. — Eu ficarei bem!

Ela sorriu. Um sorriso realmente luminoso.

— E quando você voltar, eu já serei desenhistas de histórias em quadrinhos famosas — riu, enquanto limpava os últimos vestígios de lágrimas da face de Katniss. — Quem sabe até você encontre uma de minhas histórias em alguma loja de quadrinhos na Suíça...

— Se eu encontrar, irei te avisar! — ela riu também.

— Agora... — olho para ela de um modo malicioso. — Você precisa pagar pelo estrago que certa tarada provocou ontem...

— Hum... mesmo?

— Aham... — beijou seus lábios. — Foi um estrago muito, muito, muito, muito grande — enfatizou. — Você deve muito!

Katniss riu e se atirou sobre ele.

Peeta a pegou em seus braços.

— Vamos gastar a tarde inteira nisso... acho que nada de cinema por hoje — riu, enquanto carregava Katniss para o quarto.

— É, nada de cinema! — ela o beijou.

O cinema definitivamente ficaria para outra ocasião.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ainda temos o epílogo! Por isso, não vou me despedir agora. Ainda vamos nos encontrar por aqui outra vez :D