Rainha da Neve escrita por Kikonsam


Capítulo 7
Estátuas


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem ( mais informações nas notas finais )



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– A princesa está em perigo! – fala Kristoff, gritando enquanto cavalga Sven em direção ao castelo enquanto a neve cai em pleno verão de Arendelle. – Quem fez isso foi uma rainha com poderes sobrenaturais, ela quem congelou o reino. Devem se preparar para sua fúria, ela pode querer vingança a qualquer momento.

Alguns guardas bem agasalhados descem a princesa da rena e a carregam, enquanto seu cabelo vai ficando branco.

– Obrigado, Kristoff. Tomaremos as providências. – fala o guarda, levando a Anna para dentro do castelo.

Kristoff apenas vê a princesa entrar no imenso castelo de Arendelle, enquanto seus portões são fechados.

Sven olha para Kristoff com um jeito esquisito, apenas como quem diz que “sente muito” pelo fato de ele não ter tido a chance de contar seus sentimentos para Anna.

– Acabou, Sven. – fala Kristoff. – Se o Hans de fato a ama, ele vai quebrar este feitiço. Não tem nada que possamos fazer. Deixe com que os guardas de Arendelle cuidem da rainha.

Kristoff sai andando pelo pequeno reino, enquanto vai para sua pequena casinha pegar agasalhos e poder voltar para seu negócio de gelo, mesmo que no frio que está não se possa vender gelo algum. Kristoff apenas espera pelo pior, mas á essa altura as forças armadas de Arendelle já estão se preparando para um duelo contra Elsa, e ele poderia até lutar, se seu coração não estivesse quebrado. Vai ver quem está com o coração congelado é ele e não a Anna.

Mas é neste momento que algo inesperado acontece. Descendo a montanha coberta de neve mais próxima, aparece o engraçadinho boneco de neve Olaf vindo rápido enquanto desliza na neve fofa. Ele acaba por bater nos pés de Kristoff.

– Olaf, o que você está fazendo aqui? – pergunta Kristoff.

– Vim alertar você. – fala Olaf. – A Rainha! Ela está vindo, e formou um exército de bonecos de neve!
– Não se preocupe, o príncipe Hans já deve estar tomando as providências para isso. – fala Kristoff, ainda depressivo pelo fato de não ter revelado seus sentimentos para Anna.

– Por acaso o príncipe Hans é um ruivo bem bonitão? – pergunta Olaf.

– Sim... Por quê? – pergunta Kristoff, indagando como Olaf sabe de Hans.

– Porque ele está morto. – fala Olaf, sem pudor. Não sabia o pesar de dar uma notícia ruim, e apenas fala como se fosse uma coisa natural.

– O quê? – pergunta Kristoff, sem acreditar no que ouviu. – Como isso aconteceu?

– A rainha o soterrou, ele apenas morreu coberto por neve. – fala Olaf. – Ele não teve chance nem de se defender. Mas isso não importa, eu preciso ressaltar que A RAINHA ESTÁ VINDO COM UM EXÉRCITO DE BONECOS DE NEVE GIGANTES E ASSASSINOS?

Neste momento Kristoff viu quem Elsa realmente era. Não era simplesmente uma vilã qualquer que quer poder, e sim uma vilã capaz de acabar com um reino inteiro por conta de vingança. Uma mulher insaciável que não para enquanto não atingir seus objetivos e, talvez, ao atingi-los, não pare ainda. Tinha que proteger Anna desta ameaça, e se para isso tivesse que invadir o castelo, que assim seja.

Kristoff correu em direção ao castelo, neste mesmo tempo que Olaf corria ao seu lado o mais rápido que podia, e não ligou para os guardas mandando-o parar, apenas entrou, sendo seguido por guardas que correm atrás dele. Subindo as escadas, entrando nos grandes salões. Precisa achar Anna, precisa mostrar o ato de amor verdadeiro capaz de aquecer um coração congelado.

Correu até o quarto de Anna, passando pelos corredores largos e cheios de janelas nas quais se podiam ver a grande quantidade de neve caindo do céu, pintando o reino de branco. Kristoff sabia bem qual era o quarto de Anna, e sabia onde encontra-la.

Ele abre a porta branca enquanto os guardas o seguem correndo, e nada. Não tem tempo a perder, e vê o boneco de neve Olaf o seguindo lado a lado.

– Onde estamos indo? – pergunta Olaf, correndo junto á Kristoff.

– Ao quarto dos reis. – fala Kristoff.

– O quê? – pergunta Olaf, altamente assustado com o fato de Kristoff querer invadir o quarto dos reis.

– Temos que encontra-los. – fala Kristoff, subindo mais escadas até chegar ao corredor principal do castelo, na torre mais alta.

E lá, na última porta, encontra Anna. Ela está coberta com um cobertor roxo e ao lado estão seus pais, os reis Agnarr e Iduna.

– Kristoff? – pergunta Anna, se tremendo de frio enquanto a lareira está acesa.

– O que está fazendo aqui? – pergunta a rainha Iduna. – E um boneco de neve? Vivo?

– Aham, por quê? – pergunta Olaf.

– Que bizarro... – fala o rei Agnarr.

– Somente um ato de amor verdadeiro pode aquecer um coração congelado. – fala Kristoff, mudando de assunto ignorando a surpresa dos reis ao ver Olaf.

– Kristoff, o que você está querendo dizer? – pergunta Anna, agora sem entender nada do que Kristoff está falando.

– Anna, eu te amo. – fala Kristoff, adentrando ainda mais no quarto, enquanto Olaf simplesmente consegue sentir o calor pela primeira vez, e é uma sensação maravilhosa.

– Você o quê? – pergunta o rei Agnarr, espantado com aquilo.

– Ela está prometida para o príncipe Hans, Kristoff! – fala Iduna, enquanto os guardas chegam á porta do quarto e ficam parados apenas escutando a conversa dos quatro.

– Então é assim que é o calor? – pergunta Olaf, sentindo o calor do fogo em sua neve, sentindo-a derreter.

– Olaf, não faça isso, você vai derreter. – fala Kristoff.

– Por algumas pessoas vale a pena derreter. – fala Olaf, olhando para Kristoff com sua carinha fofa de boneco de neve fofo.

Anna olha com amor para Olaf, vendo que em pouco tempo ele já a considera mais do que sua criadora, a Elsa, que não é mais do que uma feiticeira que não valoriza seu primeiro trabalho.

– Kristoff, você não pode se casar com ela. Ela está prometida para Hans. – fala Iduna, reatando o assunto.

– Ele morreu. – fala Kristoff, friamente.

Os três ficam chocados com a revelação de Kristoff.

– O quê? – pergunta o rei Agnarr.

– A Rainha da Neve o matou soterrado. – fala Kristoff. – O Olaf viu tudo.

– Aham, por quê? – pergunta Olaf, enquanto se afasta um pouco da fogueira ao sentir sua pele virando água.

– Rainha da Neve? – pergunta Agnarr.

– Elsa. – fala Anna. – Ela congelou meu coração.

Não deu tempo suficiente para o rei e a rainha se espantarem com a revelação de Kristoff e Anna da existência de uma Rainha da Neve capaz de congelar corações, por que um grande vento gelado cheio de flocos de neve arrombou a janela, e de repente todas as paredes começaram a ficar encrustadas com gelo puro. Lá fora se podiam ouvir gritos de horror, misturados com o som de neve batendo no chão. A fogueira se apagou, e o frio feito em todo castelo foi o suficiente para fazer com que Olaf voltasse a sua forma normal de boneco de neve, sem água escorrendo pelo seu corpo. Neste frio, um redemoinho de flocos surgiu, e dele foi formado aos poucos uma mulher com vestes brancas e uma gola enorme, cabelos em formato de fogo e totalmente azuis, além de seu cajado feito de gelo.

– Ouvi meu nome... – falou Elsa, olhando suas unhas.

– Guardas, prendam-na! – grita o rei, em defesa de si próprio.

Os guardas, com suas lanças, chegam perto de Elsa, mas antes de encostar nela, a rainha simplesmente diz:

– Ah, rei Agnarr, qual a necessidade disso?

A rainha balança sua mão, apenas fazendo com que os dois guardas caiam desmaiados no chão, enquanto uma mecha de cabelo mais clara aparece em suas cabeças, uma em cada um.

– O que fez com eles? – pergunta Iduna, assustada com o poder da rainha.

– Não se preocupe, majestade. – fala Elsa, dando um leve sorriso. – Eles irão sobreviver, só estão com a cabeça congelada. Não, meu alvo é muito mais do que dois simples guardas. São os dois, e olhe que hoje tirei a sorte grande. Toda a família real aqui, e ainda o vendedor de gelo e o boneco de neve traidor.

– Ei... – fala Olaf, na defensiva.

– Eu cuido de você depois. – fala Elsa, fazendo pouco caso para Olaf.

– Rainha, por favor, tenha piedade... – fala Anna, implorando para Elsa, enquanto suas mãos vão ficando encrustadas com gelo.

– Nunca! – grita Elsa, batendo seu cajado de gelo no chão, espalhando mais gelo no recinto. – Neste momento o reino está em guerra lá embaixo, com bonecos de neve gigantes lutando contra seu exército de humanos inúteis.

– Elsa, não precisa acabar assim... – implora Agnarr. – Não nos mate, tenha piedade.

– Piedade? De vocês? – pergunta Elsa, raivosa, com seus olhos ficando azul claros. – Se existem pessoas nas quais não terei piedade são vocês!

– Por que todo esse ódio? – pergunta Anna, com seu queixo tremendo de frio. – Simples inveja? É isso?

– Não! – grita Elsa, e seu grito faz com que neve apareça no chão do quarto e de todo o castelo.

– Então o que é? – grita Kristoff, na defensiva.

– Eles me abandonaram! – grita Elsa, fazendo cm que cristais de gelo se espalhem por todas as paredes.

Todos ficam calados, apenas chorando. Consegue se ver nos olhos de Elsa lágrimas escorrendo.

– O quê? – pergunta Anna sem entender nada enquanto todo seu corpo se treme de um frio incessante.

– Elsa, não precisa... – começa o rei Agnarr, mas é interrompido por Elsa:

– Não, agora que me atiçou, vamos começar a história, não é mesmo? Afinal, o que é de um bom vilão sem uma boa história triste em seu passado?

– Do que ela está falando? – pergunta Olaf.

–Elsa, não faça isso... – implora a rainha Iduna, mas Elsa ignora e começa:

– Era uma vez uma linda princesa de um lindo reino com lindos reis. Certo dia esta princesa descobriu que tinha poderes de gelo, e tudo que ela tocasse poderia virar gelo ou neve ou algo do tipo. Mas a rainha a odiou por que a achava uma aberração, assim como sua própria irmã que por coincidência ou não também tinha tais poderes.

– Eu nunca... – começa a rainha a questionar, mas Elsa ignora e continua:

– Um belo dia, anos depois, nasceu uma linda menininha com cabelos ruivos sem poder algum. Foi aí que a mãe e o pai escolheram sua filha favorita. Mas tudo bem, a princesa com poderes de gelo era compreensiva, afinal ela tinha tudo que queria e ainda era amada pela sua irmã, a única pessoa além de seus pais que sabia dos poderes. Elas eram amigas, e criavam dentro de seu próprio castelo um ringue de neve para brincarem com seus bonecos de neve, um deles no qual elas chamaram de Olaf e que ironicamente gostava de abraços quentinhos.

Olaf ficou olhando com um rosto confuso, pois não se lembrava de nada daquilo.

– Mas, em uma dessas brincadeiras, a princesa mais velha congelou a cabeça de sua irmã. Não foi grande coisa, bastou uma consulta com um troll para poder descongela-la e apagaram todas as memórias de que sua irmã mais velha tinha poderes, deixando as memórias das brincadeiras. Mas foi aí que aconteceu: esconderam os poderes desta rainha e ela foi obrigada a crescer isolada em um quarto com sua irmã crescendo e implorando para brincar na neve e a outra sendo forçada a crescer sozinha. Um belo dia, se é que pode se chamar assim, a irmã mais velha resolveu atender ás chamadas da outra, e no meio de uma brincadeira, os pais as flagraram. O que pais normais fariam? Sentariam e conversariam sobre o problema, mas não estamos falando de pais normais, senhoras e senhores! Os pais simplesmente deixaram esta menina crescer em um orfanato, e mais posteriormente a mesma fugiria deste orfanato por medo que descobrissem seu poder. Esta menina, com medo, simplesmente deixou seus poderes aparecerem e consumida pela vingança, quis trazer desespero ao reino matando todos que seus pais amavam, a começar por sua irmã, quem posteriormente o rei e a rainha apagariam todas as recordações de que ela mesma tinha uma irmã mais velha com poderes de gelo. E viveu infeliz para sempre. Fim da história. Ótima história, não?

Todos ficaram parados, apenas observando as lágrimas escorrerem pelo rosto de Elsa. Ela não era uma pessoa má, apenas incompreendida. Ela precisa de ajuda, e Anna entendia isso. Sabia que poderia ajudar Elsa, sabia que poderia ajuda-la a superar tudo.

– Elsa... – fala Anna, se recompondo e se levantando, enquanto o gelo encrustava em sua pele. – Irmã... Podemos acabar com isso... Podemos voltar a ser amigas, por favor.

Elsa ficou olhando para os olhos de Anna, e via verdade ali. Via que aquilo tudo era de simplesmente uma sinceridade inigualável, na qual a sua irmã era a única capaz de realizar. Mas é aí que ela vê, atrás de Anna, o rei Agnarr levantando uma arma com uma flecha dentro. Apenas um disparo a mataria. Elsa se recompôs, e com apenas uma lançada de feitiço pelo seu cajado, fez com que o rei e a rainha virassem estátuas de gelo vivas.

– Não! – grita Anna.

– Meu Deus... – fala Kristoff, olhando para a estátua do rei e da rainha congelados.

Olaf sabia o que viria a seguir, afinal, sabia tudo sobre Elsa. E sabia o que fazer.

– Bem, desisto da ideia de querer uma morte lenta para você, princesa. – fala Elsa, empunhando seu cajado. – Está na hora de você se juntar aos seus pais.

Neste momento, Elsa coloca seu cajado na posição horizontal, pronta para lançar um feitiço contra Anna, que já está quase toda congelada por conta de seu coração. Mas Olaf pula na frente, com um espelho dourado que achou em cima da penteadeira, prevendo que a rainha faria tal tipo de coisa. O feitiço bate na superfície do espelho, e se volta contra Elsa. O feitiço acerta em cheio seu peito, e em menos de um segundo a Rainha da Neve vira uma estátua de gelo viva, assim como o rei e a rainha viraram. A diferença é que esta mesma estátua criou rachaduras, que se espalharam por toda, fazendo pequenos fractais de gelo se espalhando pela neve. Aos poucos se deixa de ouvir o barulho da guerra lá embaixo, e o gelo e neve espalhados pelo castelo começam a desaparecer.

Mas o gelo não desapareceu totalmente. Kristoff olha para Anna, e vê a princesa em uma estátua de gelo encolhida, não por conta do feitiço lançado por Elsa, mas sim pelo coração congelado, e acaba correndo para ela. Se joga nela, chorando pela perda de sua amada. Anna agora nunca saberia como Kristoff se sente de verdade. Olaf olha para ela enquanto derrete por conta do calor, apenas lamentando a perda.

Mas é aí que algo acontece.

O gelo começa a desaparecer, e o corpo de Anna vai voltando ao normal. Cada parte de seu corpo vai ficando normal, até que ela toda fique boa novamente.

Anna respira fundo, sendo capaz de sentir o ar após uma agonia extrema. Ela olha para Olaf, pensando no que ele fez, e diz em voz alta:

– Um ato de amor verdadeiro aquece um coração congelado.


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Notas finais do capítulo

Bem, este é de fato o penúltimo capítulo da fic. Estou acabando rápido pois a mesma não foi feita para ser uma fic muito longa, assim como todas as minhas outras. Em princípio seria uma One-Shoot, mas seria uma One-Shoot muito longa, por isso separei em mais caps. Espero que tenham gostado, amanhã ou depois eu posto um epílogo e agradeço devidamente a todos!



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