Rainha da Neve escrita por Kikonsam


Capítulo 4
Coração congelado


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui vai mais um outro capítulo! Espero que gostem :)



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Anna e Kristoff seguiram o raio de luz verde montados em um trenó levado por Sven durante mais ou menos duas horas. De fato, quanto mais se afastavam do reino, mais começava a esfriar. O clima ficou insuportável quando começaram a subir. Ouvidos entupidos por conta da pressão, frio de matar com o chão coberto de neve. Por incrível que pareça, mesmo sendo verão, o frio era pior do que o inverno no reino de Arendelle. Neste meio do caminho, Anna e Kristoff não conversavam muito. Apenas Anna prestava atenção na luz verde que levava ao castelo de Elsa, enquanto Kristoff a olhava com um olhar estranho. Finalmente, para romper o silêncio, Kristoff disse:

– Então, a Rainha da Neve é bonita?

– Sim. – fala Anna, sem tirar os olhos da luz. – Sua beleza é incrível.

– Como ela é?

– Bem... – Anna começa, enquanto repassa as feições de Elsa. – Ela tem um cabelo azul, em um formato de fogo. Muito branca, com vestes de casaco com detalhes em amarelo e um cajado de gelo.

– Um cajado de gelo? – fala Kristoff. – Essa eu quero ver.

Anna para de olhar para a luz e olha para Kristoff sem acreditar no que acabara de ouvir.

– Kristoff, você disse que havia acreditado em mim! – fala ela.

– Anna, eu acredito, é que...

– Mas não parece. – fala Anna. – Você é meu melhor amigo.

Kristoff ficou sem saída. Era para nesta jornada dizer que é apaixonado por Anna, e não brigar com ela. Mas sua resposta é interrompida, pois ele consegue ouvir um barulho esquisito.

– Sven, pare. – fala ele, e Sven para de correr no exato instante.

– Kristoff, como você... – começa Anna.

– Calada. – interrompe Kristoff.

– O quê? Kristoff! – fala Anna, sem acreditar que Kristoff a mandou se calar. Mas ele simplesmente coloca sua mão com luva em sua boca.

– Anna, é sério. – fala ele, ainda olhando ao redor. O barulho consegue ser muito esquisito.

Anna percebe que não é normal isso, e começa a olhar ao redor também. Mas é Kristoff que consegue enxergar olhos faminto atrás de árvores ás suas costas, escondidos nas sombras.

– Sven, corre! – fala Kristoff, batendo as cordas nas costas da rena e fazendo-a correr como se não houvesse amanhã.

– O que foi aquilo? – pergunta Anna, se segurando para não cair do trenó em alta velocidade.

– Lobos. – responde Kristoff.

– Lobos? – pergunta Anna. – Nessa época do ano?

– Lobos são atraídos pelo frio, não pela época. – fala Kristoff, enquanto vê os lobos se aproximarem do trenó. –todos sabem disso.

Kristoff pega sua tocha a qual estava segurando para ver o caminho e acende os lençóis que carregava atrás de seu trenó, jogando em direção aos lobos famintos.

– Está me chamando de burra? – pergunta Anna.

– Não. Anna, eu nunca lhe chamaria de burra. – fala Kristoff, batendo com uma taboa que estava na parte de trás do trenó em um dos lobos que pulavam para cima dele.

– Mas é o que parece. – fala Anna, pegando o banjo de Kristoff e batendo em um lobo que pulava em sua direção.

Mas algo chama a atenção de Kristoff. Á sua frente, um penhasco enorme e fundo espera por sua morte. Lobos famintos os seguindo, o que pode dar de errado?

– Se prepara pra pular, Sven! – grita Anna para Sven.

– Você não diz o que ele faz, eu digo. – fala Kristoff, pegando Anna pelo braço e jogando-a para montar na rena, gritando em seguida: - Pula, Sven!

Kristoff corta as cordas que seguravam Sven e faz com que a rena corra livre, pulando o penhasco com sucesso, enquanto o trenó ainda em alta velocidade também pula. Kristoff consegue sair do trenó e alcançar o outro canto do penhasco a tempo, mas seu trenó cai do mesmo e pega fogo ao se encontrar com as chamas de sua tocha.

– Tinha acabado de pagar. – diz Kristoff, olhando para o trenó pegando fogo com tristeza.

Kristoff se levanta e vai em direção a Anna, com uma cara de quem fez besteira e se arrepende.

– Kristoff. – fala Anna, com tristeza. – Me desculpe. Você vai ter outro trenó, com tudo que tinha dentro dele. Imagino que não queira mais me ajudar.

Anna sai andando em direção á floresta de árvores congeladas apenas com seu floco de neve brilhante na mão e vendo o rastro verde que a levaria até a Rainha da Neve. Kristoff apenas se deita no chão coberto de neve e lamenta pelo trenó perdido.

Neste momento, a rena Sven olha para ele com um rosto muito estranho, como se quisesse que ele tomasse alguma providência pelo que aconteceu com Anna. Kristoff sabe muito bem traduzir o que Sven pensa, e com uma voz estranha diz:

– Ela vai morrer sozinha na neve.

– Posso viver com isso. – diz Kristoff, se respondendo.

– Mas nunca vai poder contar como se sente para ela. – fala Kristoff, agora traduzindo a voz de Sven.

– Ás vezes eu te odeio, sabia? – diz Kristoff para a rena Sven com uma expressão feliz.

– Anna. – grita Kristoff para uma Anna que não saiu do lugar ainda. – Eu vou com você.

– Sério?! – pergunta Anna, animada, mas se recompõe: - Certo, eu deixo vocês virem comigo.

. . .

Horas se passaram os dois seguindo o raio de luz verde. A estreita montanha norte eles tiveram que subir, com a neve branca brilhando no chão. O raio de luz parecia mais forte a cada passo que Anna dava na montanha norte acima. Não era de se surpreender, já que os poderes da rainha estavam cada vez mais perto.

– Nós estamos perto. – fala Anna.

Passaram mais alguns passos acima da montanha norte e conseguiram chegar ao lugar.

Depois de um penhasco cujo tem uma escada de gelo fino, um grande palácio de gelo bonito e enorme enfeitava a feiosa montanha. Era ali. Anna, Kristoff e Sven haviam finalmente chegado ao seu destino: o palácio da Rainha da Neve.

– Então... Era verdade mesmo? – pergunta Kristoff, olhando com louvor para todo aquele gelo fino. Tinha vontade de chorar.

– Kristoff! – fala Anna, olhando para ele. – Ainda não acreditava em mim?

– Vamos ser francos que uma Rainha Gelada aparecer em seu quarto do nada depois de uma traição não é algo muito comum... – fala Kristoff, olhando nos olhos de Anna.

Anna não diz nada, por que sabia que se fosse Kristoff dizendo isso a ela, a mesma acharia isso esquisito e talvez nem mesmo embarcasse nessa aventura louca em busca de uma Rainha da Neve.

Anna sobe as escadas de gelo lentamente, apreciando cada detalhe do palácio de gelo de Elsa. De fato, nunca pensou que algum dia fosse viver para ver algo como isso.

Anna chega ao portão de gelo, e joga seu floco de neve brilhante no chão. Não precisaria mais dele.

Antes que pudesse dar um toque no grande portão, o mesmo se abriu, e de lá apareceu a Rainha da Neve, linda como sempre, agora com vestes pretas parecidas com as que ela encontrou primeiramente com Anna em seu quarto.

– Então ela existe mesmo... – fala Kristoff, olhando com mais louvor ainda para o cajado de gelo de Elsa.

– Anna, querida. – fala a Rainha, abraçando a princesa, que fica extasiada ao vê-la. – Você seguiu minhas pistas! E ainda com um rapaz, que adorável...

– Rainha Elsa, vossa alteza. – fala Anna, fazendo uma pequena reverência. – Queria rever a proposta do coração congelado.

– Então você pensou bem sobre o que eu disse, queridinha? – fala Elsa, olhando para Anna com olhos famintos para congelar seu coração.

Elsa sabia que um coração congelado com o consentimento da vítima era melhor, pois não teria cura. Se fosse sem consentimento, um ato de amor verdadeiro ainda poderia aquecê-lo. Por isso ela quer tanto que Anna caia em sua lábia, e quanto mais ela estivesse convencida, melhor.

– Pensei, majestade. – disse Anna. – Quero ter meu coração congelado.

– Tem certeza? – pergunta Elsa. Ela queria que Anna caísse ao máximo em sua conversa.

– Anna. –chama Kristoff ao fundo.

– Quem é este cidadão? – pergunta Elsa, olhando para Kristoff com olhos estranhos.

– Ah, é meu melhor amigo. – fala Anna. - Me dê licença um minuto, por favor, majestade.

Anna vai em direção á Kristoff, deixando Elsa sozinha parada apenas vendo e com sua audição apurada ouvindo tudo o que eles falavam.

– Anna, você tem certeza? - pergunta Kristoff baixinho para Anna. – Gelo pode ser malicioso ás vezes...

– Sério? – pergunta Anna. De gelo Kristoff entendia, e ela sabia disso. Não seria capaz de fazer algo sem perguntar ao especialista.

– Falo muito sério. – diz Kristoff. – E eu não sei se pode confiar nesta aí. Pra mim ela á só uma feiticeira com uns poderes legais.

Elsa não aguenta mais isso e interrompe os dois.

– Não me desrespeite, seu imundo! – fala Elsa, fazendo com que seus cabelos em forma de chamas soltem uma fumaça gelada, assim como o gelo quando encontra o calor. – Eu só falo verdades para a princesa de Arendelle.

– Eu imagino, vossa alteza. – fala Kristoff. – Mas temos que manter um pé atrás para tudo, não é mesmo?

– Não! – fala Elsa, espalhando flocos de neve ao longo da sala. – Quer dizer que você quer ter certeza de se eu falo a verdade, é? Então comprovem agora!

Elsa não aguentara mais, apenas fez com seu cajado com que o coração de Anna ficasse congelado. O gelo machucou seu coração, e faz com que Anna ficasse de joelhos de tanta dor que sentira.

– Rainha. – fala Anna, enquanto Kristoff a pega pelo braço. – É normal sentir dor?

Elsa sem querer perdeu controle de seus poderes, e congelou o coração de Anna sem seu consentimento. Ela tinha que aprender a controla-los, mas agora era tarde demais.

– Chega! – fala Elsa. –Quer saber, Kristoff? Você tem razão! Minhas intenções são as piores! Marshmallow!

– Rainha. – fala Anna, enquanto vê um grande boneco de neve com aparência monstruosa vindo em sua direção. – Mas...

– Você irá morrer com o coração congelado, princesa. – fala Elsa. – Dentro de uma cela.

Marshmallow, o boneco de neve, pega Anna, Kristoff e Sven com suas mãos e seus braços enquanto eles se debatem. Iriam passar toda a eternidade em uma cela, até Anna morrer com o coração congelado.

Elsa havia conseguido o que queria, e poderia finalmente dormir em paz.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido, comente suas impressões! Próximo capítulo em no máximo cinco dias!