POV RICK

Depois de terminar a troca de mensagens com Kate, vejo o endereço passado por ela e passo o meu endereço para quando ela vier buscar Lara, pego as chaves do carro e uma cadeirinha de bebê, ainda bem que eu ainda a tenho do tempo em que Alexis a usava, senão teríamos um problema. Ainda tenho que pegar minha abóbora na escola, mas espero que dê tempo.

Cerca de 20 minutos depois de sair de casa, chego na frente do endereço enviando por Kate. Estaciono o carro e me dirijo à recepção do lugar.

– Boa tarde! Meu nome é Richard Castle e eu vim buscar Lara Beckett – falo com a recepcionista.

– Boa Tarde! A senhorita Beckett acabou de ligar informando que o senhor viria pegar a Lara. Vou pedir para a professora trazê-la.

– Certo, vou ficar aqui esperando – sorrio amigavelmente.

Cerca de 5 minutos depois, uma mulher com aproximadamente 25 anos, loira e muito bonita, que suponho ser a professora de Lara, traz ela nos braços.

– Olá papai – ela faz uma voz fina tentando imitar uma voz de bebê enquanto pega uma das mãos de Lara fazendo com que ela acene para mim.

– Não, eu...

– Olá senhor – ela me interrompe antes que eu possa esclarecer o mal entendido – sua filha é muito esperta, muito desenvolvida para quem tem apenas sete meses. Bem, como ela já está entregue, eu tenho que voltar pra lá. Tenha uma boa noite.

– Mas... – tento falar novamente, porém ela já tinha ido. Que mulher mais estranha, sequer deixou que eu falasse algo.

Com Lara em meus braços, pego sua bolsa e vou para o carro conversando com ela:

– Oi Larinha. Como foi seu dia hoje bebê? – pergunto e, em resposta, recebo uma risadinha. Ela é adorável.

Coloco ela na cadeirinha e sigo até o colégio de Alexis. Quando chego, vejo que minha filha já está na frente da escola, com uma carinha preocupada. Acho que ela pensou que eu tinha esquecido dela.

– Hey Abóbora! – exclamo.

– Poxa papai, pensei que você tivesse me esquecido – ela fala com uma voz chorosa.

– Oh querida, me desculpe. A Kate pediu que eu pegasse a Larinha na creche e eu acabei me atrasando.

– A Larinha tá aí? – ela pergunta mudando totalmente a entonação da voz, de tristinha para super alegre.

– Tá sim. Entra que eu vou prender a cadeirinha.

– Tá certo. Mas papai, por que a Kate pediu para você pegar a Lara?

– Por que ela ainda está no trabalho e não tinha ninguém que pudesse pegá-la.

– Aah. Ainda bem então – ela sorri – será muito divertido nós três lá em casa.

– Concordo totalmente.

Depois dessa rápida conversa, Alexis segue brincando e fazendo gracinhas com Lara enquanto não chegamos em casa. Assim que chegamos, vou até o banheiro da minha filha e encho a banheira.

– Abóbora, vá tirando sua roupa. Vou dar banho em vocês duas juntas – acho que isso vai ser legal.

– Certo papai.

Assim, ao mesmo tempo em que Alexis se despe, eu tiro a roupinha de Lara e deixo dobrada junto à bolsa.

Quando o banho começa é uma festa só. Tenho que ter cuidado com Lara, afinal ela ainda é muito novinha, mas ela e Alexis se divertem muito com os brinquedos dentro da banheira. Alexis mergulha, desaparecendo por alguns instantes e depois surge bem na frente de Lara, fazendo com que ela solte uma gargalhada gostosíssima e bata com as mãozinhas na água.

Tiro as duas da banheira depois de vinte minutos. Vou fazendo tudo que precisa fazer com a bebê, ponho pomada e talco, coloco a fralda, depois pego uma roupinha extra que tinha dentro da bolsa (e com isso percebo o nível de organização e de cuidado de Kate) e visto nela. Penteio os cabelinhos dela, colocando-os para o lado.

Deixo Lara ao meu lado na cama de Alexis enquanto penteio os cabelos ruivos e longos da minha filha.

– Podemos descer querida? – pergunto me dirigindo a Alexis que assente – o que você quer jantar hoje?

– Faz aquele seu macarrão papai, aquela à carbo alguma coisa.

– À carbonara querida, carbonara.

– Isso mesmo.

– Então vamos – desço com Lara em um dos braços e segurando a mão de Alexis com a mão livre.

Chego na cozinha e começo os preparativos do jantar, enquanto isso deixo Lara, na cadeirinha, e Alexis na sala assistindo a um desenho. Faço primeiro a mamadeira, pois tenho certeza que antes das oito Lara estará dormindo.

Quando termino de preparar a mamadeira, vou até o sofá e sento ao lado de Alexis pegando Lara e a alimentando. Fico olhando seu rostinho e ela também me encara, depois de um tempo sorri docemente pra mim e eu me derreto. Acho não foi só a mãe que me fisgou.

Quando ela acaba de mamar já está quase dormindo. Me levanto do sofá e começo a balançá-la e a cantar. Cinco minutos depois ela já dorme. Devolvo-a para a confortável cadeirinha e olho para minha filha que já cochila, mas vou preparar o jantar mesmo assim, quando estiver pronto eu a acordo.

Quarenta minutos depois termino o jantar e estou colocando a mesa quando a campainha toca.

POV KATE

Estou em êxtase. Assim que terminei de falar com Rick os meninos chegaram com o suspeito. Quando entrei naquela sala de interrogatório senti que lá é o meu lugar e isso é o que quero fazer pelo resto da minha vida. Quase duas horas de interrogatório e eu consegui uma confissão. Foi, definitivamente, muito melhor do que eu esperava. Os olhares admirados de Ryan e Esposito denunciam que essa vaga é minha.

Quando acabei e o suspeito saiu algemado, Gates me chamou até a sala dela e disse que amanhã, ainda pela manhã, me ligaria para dar o resultado. Estou tão feliz que preciso comemorar com alguém e esse alguém será aquele que está com a minha filha agora e eu estou na sua porta tocando a campainha.

– Olá Kate – ele diz quando abre a porta, mas para a sua surpresa eu avanço contra seu corpo, colocando meus braços ao redor do seu pescoço e apertando com uma força fora do normal empurrando-o para dentro do loft.

– Eu acho que consegui Rick, tenho quase certeza que a vaga é minha – falo ainda abraçada a ele.

– Isso é maravilhoso Kate – ele me suspende e roda comigo em seus braços e essa sensação é única.

Quando nos soltamos nossos corpos ainda estão colados e seu rosto está muito próximo ao meu, o que me faz fechar os olhos e esperar pelo que tenho, mesmo que secretamente, ansiado. Mas quando ele está quase me beijando nós escutamos uma vozinha, que eu sei exatamente de quem é, e nos afastamos.

– Papai? – ela diz sonolenta – quem era na porta?

– É a Kate querida.

– KAAAAAAAAATE. – ela grita enquanto corre e se agarra as minhas pernas.

– Abóbora sem gritar, a Larinha está dormindo

– Desculpe papai – ela faz carinha sapeca – Kate você vai ficar para jantar com a gente?

– Não querida, não quero incomodar vocês – sorrio para ela.

– Você não incomoda Kate, não é papai?

– Claro que não – ele fala enquanto me encara com um sorriso no rosto que me faz sorrir também.

– Então tudo bem – digo já convencida.

– Vamos, eu fiz spaghetti à carbonara.

– Você sabe cozinhar Castle? – pergunto surpresa

– O papai cozinha muito bem – Alexis fala orgulhosa do pai.

– Isso aí filha – ela bate a mão na dela.

– Tô vendo que o ego dessa família não cabe nesse loft – falo brincando e ele ri.

– Ego? – Alexis pergunta

– É como se fosse o que cada um acha de si querida – Castle explica de maneira simplificada para a menina.

– Aaah tá.

– Castle, cadê a Lara?

– Ela está dormindo ali na cadeirinha. Eu dei banho, troquei a roupa dela e dei mamadeira, logo depois ela dormiu.

– Obrigada – digo simplesmente depois de ver todo o cuidado que ele teve com minha filha.

– Sempre – ele diz e isso soa como uma promessa.

Depois disso sentamos à mesa e começamos a jantar. Sinto que essa noite ainda dará o que falar.