POV KATE

Acordo por voltas das 6:00 e começo a organizar tudo em casa para levar Lara à creche e ir para o trabalho. Meu primeiro dia de Detetive. Isso é tão bom de se dizer. Eu estou mais do que pronta para essa nova fase da minha vida.

Queria muito falar com Rick antes de ir para o trabalho. O carinho e a confiança que ele deposita em mim transmite paz ao meu coração ansioso, mas não vou ligar, ele provavelmente ainda está dormindo.

Acordo Lara, dou banho, alimento e sigo para a creche. Quando estou deixando ela com a professora sinto meu celular tocar e sorrio imediatamente ao ver quem está ligando.

— Bom dia Detetive Beckett.

— Bom dia senhor Castle. O que a cidade de Nova York pode fazer pelo senhor?

— Aaah, uns beijinhos seriam muito bem-vindos, com certeza.

— Pena que esta Detetive está longe demais da sua residência.

— É realmente uma pena. Mas já que não posso ganhar beijos, me faria muito feliz saber como esta linda Detetive está se sentindo hoje.

—Eu tô muito ansiosa, mas extremamente feliz Rick.

— Isso é ótimo Kate, seu primeiro dia será muito bom, tenho certeza.

— Mas o que você está fazendo acordado a essa hora?

— Eu precisava falar com você antes do dia de trabalho começar, claro.

— Ooh Rick, isso é tão doce.

— Enfim, quero desejar um ótimo primeiro dia e quando tiver um tempinho me ligue, sempre estarei disponível para você.

— Tudo bem, na hora do almoço eu ligo. Beijos Rick.

— Beijos Kate.

E, depois de saciar o desejo de falar com ele eu dou partida no carro e sigo para o 12° precinto.

POV RICK

Passei a tarde toda de um lado para o outro sem conseguir conter minha ansiedade. Alexis já estava impaciente, eu não brinquei com ela hoje, fiquei apenas no meu mundinho pensando em como será na casa dos pais de Kate hoje à noite. Eu falei com ela na hora do almoço e ela tentou me tranquilizar mais uma vez, e mais uma vez essa tentativa foi inútil.

Faz tempo que eu não vou na casa dos pais de uma namorada. Na verdade, faz muito tempo que eu não tenho uma namorada séria, mas com Kate é diferente e eu quero que dure, então é muito importante que os pais dela me aprovem. Saindo desse estado reflexivo, eu escuto os passos da minha garotinha se aproximando.

— Papai? – ela entra no escritório.

— Oi querida.

— Quando vamos pegar a Lara? – ela pergunta naturalmente e eu me desespero. Passei tanto tempo aqui que nem percebi as horas passando. Já estava na hora de pegar a Larinha na creche. Na verdade já estamos atrasados.

— Agora, já estamos atrasados – falo enquanto pego as chaves do carro e saio correndo com Alexis para a garagem do prédio.

Cerca de 20 minutos depois estou estacionando na frente da creche. A professora já estava na recepção, acho que Lara era a última criança da sala. Quando me viu ela abriu os bracinhos e se jogou com o maior dos sorrisos em minha direção. Eu sempre me derreto quando ela faz isso, ela é tão fofinha.

— Papai – Alexis puxa a barra da minha camisa – abaixa um pouquinho por favor?

— Claro querida – abaixo com Lara nos braços.

— Oi Larinha – ela fala beijando a bochecha da bebê – já estava com saudades - em resposta, Lara bateu palmas e deu um risadinha.

Depois disso, nós seguimos para casa eu começo o ritual: dei banho nas meninas (que deu um belo trabalho e resultou numa grande bagunça no banheiro), arrumei-as, depois levei-as para o meu quarto, coloquei Lara na cadeirinha e pedi que Alexis ficasse brincando com ela enquanto tomava um banho rápido, me arrumei com uma roupa apresentável, um cabelo bem arrumado e uma dose extra de perfume e depois peguei as meninas, as chaves do carro e parti em direção ao apartamento de Kate.

POV KATE

19:45. Rick já está atrasado 15 minutos. Estou nervosa pelo atraso por que Rick não é de atrasar. Quando começo a dar atenção a minha preocupação ouço o barulho da campainha.

— Rick! Você está atrasado – falo enquanto abraço Alexis e tomo Lara dos seus braços enchendo-a da beijos.

— Desculpe Kate, mas sabe como é né? É muita mulher para pouco Rick.

— Haha – faço minha melhor risada irônica sentindo uma pontinha de ciúmes.

— O que? Você não acha quatro mulheres um pouco demais para um homem só? Tive que arrumar essas duas mocinhas, ligar para minha mãe, comprar isso para você e ainda ver se sobrava algum tempo para mim. Agora pode parar de ciúmes e me dar um beijo? – meu coração se acalmou um pouco quando entendi de que mulheres ele estava falando.

— Não estava com ciúmes – falei virando os olhos – agora venha Mr. Dramático – puxo-o para um beijo intenso ouvindo um ‘eca’ atrás de mim, lembrando que Alexis está aqui.

— Você não vai ver o que eu comprei?

— Claro que sim, babe – quando vejo o sorriso em seu rosto percebo o apelido carinhoso que usei e imediatamente coro – nossa Rick, é lindo – falo olhando o anel dentro da caixinha.

— Eu comprei um para mim também. É um anel de compromisso, eu sei que é meio adolescente, mas quero que você saiba que o que temos é real.

— Eu amei Rick. Amei de verdade – passo meus braços pelo seu pescoço e dou um selinho demorado.

— Que bom, era essa a minha intenção – ele sorri pegando minha mão – vamos?

— Sim.

Depois disso nós saímos e vamos para o carro. No caminho até a casa dos meus pais nós vamos conversando sobre nosso dia, falei que mal cheguei e já estava investigando um assassinato e que meu dia foi bem agitado. Ele me falou que não fez muita coisa hoje e já imagino o porquê. Ele está nervoso. Isso é engraçado e adorável ao mesmo tempo.

— Pronto Rick, chegamos – falo tirando o cinto e me preparando para tirar as meninas das cadeiras. Quando olho para ele percebo que ele está congelado – Rick?

— Hm.

— Rick, você tá bem?

— Uhum.

— Então podemos sair do carro? – ele balança a cabeça negando.

— Rick, olhe pra mim – seguro suas bochechas e ele desvia o olhar do ponto que encarava e passou a me olhar nos olhos – está tudo bem Rick. São só meus pais.

— Eu sei, amor – ele fala eu que congelo – mas e se eles não gostarem de mim? – fala fazendo um biquinho.

— É impossível eles não gostarem de você – falo beijando sua bochecha.

— Papai é tão bobo as vezes – Alexis fala revirando os olhos e eu não seguro a risada, mas Rick continua sério.

— Eu não devia falar isso e ela vai me matar se souber que eu contei, mas tenho certeza que isso vai te acalmar – falo pegando sua mão o puxando para fora do carro – minha mãe é sua fã.

— ELA O QUE? – ele diz um pouco alto, estava surpreso.

— Ela é sua fã, mas se você disser que eu te disse você não sai vivo dessa casa ok?

— Por Deus, Kate! Você me acalma por um motivo e me deixa mais nervoso por outro? – ele fala e eu rio alto.

— Eu estou brincando, bobo – selo nossos lábios – agora vamos.

Pego Lara, que já mostrava sinais de sono, e ele entrelaça uma mão à de Alexis e a outra a minha.

POV RICK

Kate toca a campainha e depois de um tempo, um casal abre a porta e ficam nos encarando por um tempo.

— Katie – o homem fala abraçando Kate – já estava com saudades.

— Oi papai – ela retribui – não seja exagerado, estive aqui na semana passada. Mamãe? – ela chama a senhora, mas ela não tira os olhos de mim – vejo que a senhora já notou o Rick, não?

— Impossível não reparar – ela fala com ar de riso.

— Joooh – o homem protesta.

— O que Jim? Você sabe muito bem que eu adoro os livros dele.

— Bem... mãe, pai, esse é Richard Castle, meu namorado, e sua filhinha Alexis.

— É um prazer senhor – falo apertando a mão do homem.

— O prazer é meu Richard.

— Eu já falei com a senhora por telefone, mas é um grande prazer conhece-la, senhora Beckett – fiquei olhando a mulher que parecia tanto com minha Kate.

— Pode ter certeza que o prazer é todo meu – depois de me cumprimentar eles cumprimentam Alexis, que está um pouco envergonhada – vamos entrar.

Assim, nós vamos para a ampla sala de estar. Começamos a conversar sobre amenidades. Depois de 20 minutos Lara dorme e Kate chama Alexis para ir até o antigo quarto dela.

— Sabe Richard, minha Katie sofreu muito nos últimos meses, desde que descobriu que estava grávida e totalmente sozinha, já que o pai da Lara não quis saber da gravidez – o pai de Kate começa falando.

— Sim senhor, Kate me contou.

— Então, quando Lara nasceu ela se sentia despreparada e acho que ainda se sente. Mesmo com a alegria que o nascimento de Lara lhe proporcionou, eu via uma nuvem nos seus olhos, não por gostar realmente do pai da menina, mas sim por estar “sozinha” numa fase tão nova para ela. Mas hoje, vendo minha filha, percebo que essa nuvem está sumindo e devo atribuir esse feito a você. Eu vejo que você é um homem sensato e que realmente gosta dela. Só espero sinceramente que vocês consigam prosseguir nessa relação, mas não preciso lhe dizer o que acontece com você se ela sofrer por sua causa né?

— Eu reitero a ameaça do meu marido, Richard. Não pense que só por que sou mulher não posso defender minha filha com unhas e dentes. Posso ser muito pior do que Jim.

— Eu acredito, pode ter certeza. Eu pretendo fazer tudo que estiver ao meu alcance para ver as duas, tanto Kate quanto Lara, felizes.

— Ótimo. Agora vou chamar as meninas para o jantar – Johanna vai saindo da sala, mas para e se vira para mim – Richard, tenho uns livros seus, seria demais pedir uns autógrafos?

— Claro que não, senhora. Pode pegar – falo sorrindo.

Depois de autografar os livros da minha sogra e jantar, nós nos despedimos dos pais de Kate e vamos para o seu apartamento.

— Eu iria amar se você dormisse aqui hoje – ela fala enquanto me abraça.

— Eu também adoraria, mas seria muito incômodo para você, sem contar que estou com Alexis e até onde eu sei só tem dois quartos aqui.

— Verdade – ela faz cara de sofrida.

— Você quer ir para minha casa?

— Seria muito bom, mas amanhã eu acordo cedo.

— Se você quiser ir, nós damos um jeito de colocar Lara no nosso quarto e amanhã eu deixo ela na creche enquanto você vai trabalhar.

— Você pensa em tudo, não é?

— Eu tento – falo convencido.

— Deixe-me só arrumar nossas coisas.

— Tudo bem – falo enquanto ela sai do meu abraço me dando um beijo e indo para o quarto.