100 dias escrita por Camila Lião


Capítulo 3
Capítulo 3 - Vidas cruzadas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, aqui está relatado a história de Mia e Any, e como se conheceram. Espero que gostem! ♥



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Mia Cloe nasceu na cidade grande, no dia 18/07/1979. Sua família era composta por quatro pessoas incluindo ela. Mia cresceu com os pais, não teve muito a presença da irmã, porque a mesma viajava com frequência. A única coisa que ela e a irmã haviam em comum, era o gosto por jogar vôlei. Mia queria se tornar uma incrível jogadora, mas esse sonho foi perdido quando descobriu que havia um problema de coluna, e o vôlei seria algo impossível. Ela jogou por apenas quatro anos até que se desviu desse caminho, tendo que pensar em um outro rumo para seu futuro.

Em 1993, quando Mia tinha 14 anos, sua irmã se mudou para o interior, com seu marido e seus filhos. Os pais de Mia, em um ato de tentar deixar a família unida, mudaram-se também. Foram então para o interior da Capital. Mia sentia-se muito triste, por ter deixado amizades de 14 anos para trás.

Seu primeiro ano na cidade nova foi triste, Mia não se socializava com facilidade, tinha poucos amigos, foi então que ela se apaixonou e foi correspondida. Parecia que o fim de sua tristeza havia chegado, mas na verdade, só tinha começado. Os primeiros seis meses estavam sendo maravilhosos, mas depois as perturbações começaram, ciúmes, traição e decepções vieram a tona com tanta força, que o relacionamento não aguentou e durou apenas um ano.

No ano seguinte, Mia entrou em uma escola nova, onde estudou por três anos e fez grandes amigos, como Any Martinez.

Any nasceu em 14/05/1980, no interior da Capital, onde sempre morou. Ela tinha uma melhor amiga desde a quinta série, Lorena Fernandez.

Ela morava apenas com a mãe e os dois irmãos, seus pais eram divorciados desde pequena. Seu relacionamento com o pai não era dos melhores, mas também não era o pior, ela o via em datas comemorativas e passava o dia dos pais com ele.

Mia e Any se conheceram no fim do primeiro ano, descobrindo ter em comum seu espírito tecnológico e adorador de jogos. Apesar da diferença entre os gostos para esporte, Any gostava de futebol e Mia de vôlei, seus dias de futebol haviam acabado há tempos. E do gosto musical, Mia curtia rock 'n' roll e Any, pop e gospel. Apesar disso, elas se deram super bem e tornaram-se amigas inseparáveis.

Quando terminaram o ensino médio, resolveram fazer um curso de enfermagem juntas, se formando e tendo o primeiro emprego um ano e meio depois, no mesmo hospital.

Na noite em que o meteoro caiu, Any havia acabado de ser promovida e ela e Mia estavam comemorando.

Segundos depois da explosão que aconteceu quando o meteoro atingiu o solo, apareceram os primeiros zumbies. Gritaria e buzinas tomaram conta do ambiente, não era mais possível ouvir a música que estava tocando na sala de estar. Any olhou pela janela e avistou criaturas verdes andando na avenida logo abaixo de seu apartamento. Ela morava no segundo andar, mas mesmo assim tinha uma boa vista de toda a avenida. Carros estavam batendo uns nos outros, pessoas se empurrando, era possível ouvir as súplicas das pessoas, implorando por suas vidas.

—O que está acontecendo? -Indagou Mia assustada-

—Meu...Deus. Olha só isso. Venha até aqui ver. -Respondeu Any olhando pela janela-

Mia conseguiu ver criaturas verdes, com quase dois metros de altura e com suas faces completamente destruídas e membros machucados. "O que será isso? Seria o nosso fim? Ou..." O pensamento de Mia foi interrompido pela voz de Any respondendo a alguém no celular.

—Tudo bem, tentaremos chegar aí o mais rápido possível. Até logo.

—Quem era?

—O diretor, disse que eu como enfermeira chefe, terei de ir ao hospital para separar as equipes. Mas...

—Mas?

—Não é no hospital onde trabalhamos.

—É no hospital do bairro vizinho?

—Não, Mia. É no hospital que eles estão construindo na montanha. Teremos que viajar umas oito horas de carro, temos que sair agora.

—O que? Any, você ficou louca?! Olha essa bagunça, como pretende chegar lá? Já viu esses monstros? Eles conseguem parar o carro em que estivermos com o dedo mindinho deles! -Respondeu Mia com um tom de voz alterado e desesperado-

—Não posso fazer nada. Irei arrumar minhas malas, você faz parte da equipe geral do hospital, tem que ir também, sairemos em meia hora, leve apenas o necessário, se deixarmos o carro pesado, atrasaremos mais a nossa viagem.

Mia continuou olhando pela a janela, "Ela deve estar louca, não podemos sair, que se dane o emprego, eu não vou precisar dele depois que estiver morta! Mas... Eu não posso deixar ela ir sozinha, seria mais arriscado ainda. É melhor eu preparar as malas logo." Meia hora depois elas estavam saindo do apartamento, cada uma com duas malas pequenas.

—Você sabe que é loucura né? E como pretende chegar lá? -Disse Mia virando os olhos-

—A rota de fuga.

—Que? que rota?

—A estrada velha.

—Certo... Cadê o mapa?

—No porta luvas, entra logo nesse carro, ou quer chegar lá no natal?

Nove horas depois elas chegaram na montanha onde o hospital estava sendo construído. Havia apenas uma ponte que ligava o hospital a uma outra montanha que tinha uma estrada horrível até um asfalto que parecia estar lá há uns 100 anos de tão esburacado que estava. Era o único jeito de chegar e sair de lá. Se aquela ponte caísse, ficariam presos ali por um bom tempo. O que iria acontecer em breve. Mas não por causa da ponte.

Após a separação das equipes, Any foi designada especialmente para o paciente Leon Lerner, que era um dos cientistas mais brilhantes que já conhecera, ele poderia ser o salvador do resto que sobrou da população do mundo. E Mia ficou com a parte de recuperação de pacientes, na sala de exercícios.

Os turnos não duravam apenas oito horas, o número de pacientes havia aumentado de forma extrema, os quartos no hospital, e os quartos de recuperação estavam quase lotados.

Mia e Any, continuaram as belas moças de sempre. Só que agora o cansaço estava estampado em seus rostos. As olheiras estavam aparecendo, por causa da correria, a alimentação havia sido deixava para segundo plano e elas perderam alguns quilos. Isso tudo piorou quando o diretor do hospital foi mordido por um paciente enquanto o examinava, tornando-se um zumbi e tendo que ser morto pelos seguranças do hospital, liderados por Carla. Any teve que assumir a situação juntamente de sua amiga e Sidney, que era o médico mais experiente do local e colocou as duas para o ajudar.

Parecia que o caos nunca teria fim, os dias estavam se esgotando, e as esperanças também.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido até aqui. ♥



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