A Punhalada escrita por Violet King
Notas iniciais do capítulo
Olá! Esse será um capítulo teste, que significa que se gostarem, é só comentar que eu continuo. E se houver algum erro, me falem que eu arrumo, pois não tive tempo de revisar. Ah, e boa leitura!
Era à noite. Carly estava sentada no sofá, assistindo um filme que passava na TV – Jogos Mortais para ser especifico. Suas pernas estavam dobradas em forma de pretzel e no meio delas havia uma tigela de pipoca. Ela pegou um pouco do alimento crocante e levou até boca.
A garota era uma bela estudante de cinema da universidade de Windsor e fazia parte da fraternidade Omega Beta Zeta. No momento, estava sozinha na casa da irmandade, cuidando do lugar enquanto suas irmãs se divertiam e ficavam bêbadas em uma festa acontecendo numa fraternidade próxima dali.
A jovem universitária tinha longos cabelos castanhos escuros e uma franja despenteada que caia suavemente sobre seus grandes olhos. Seu rosto era fino e pálido. Ela vestia uma regata rosa e um jeans simples.
Subitamente, o telefone sem fio sobre a mesinha de pino ao lado do sofá tocou. Carly esticou o braço, apanhou o aparelho e atendeu a ligação:
– Alô?
– Alô – disse uma desconhecida voz masculina do outro lado da linha.
– Quem fala?
– Com quem estou falando?
– Com quem deseja falar?
– Com uma garota que mora aí.
– Bom, ela não está. Todo o pessoal daqui saiu para uma festa. Quer deixar recado?
– Talvez seja você com que eu queira conversar.
– Quem está falando?
– Um admirador secreto.
– Desculpe, mas não tenho tempo para joguinhos. Estou ocupada.
– É mesmo? O que está fazendo?
– Assistindo um filme.
– Que tipo de filme?
– De terror.
– Você gosta de filmes de terror?
– Sim. São os melhores.
– E qual é o seu filme de terror favorito?
– Hmm... – a estudante pensou. – Premonição.
– Aquele em que a morte persegue adolescentes burros?
– Esse mesmo. Qual é o seu filme de terror favorito?
– A Punhalada. Gosta desse?
– Gosto, mas só do primeiro. As sequências são horríveis.
– Você sabia que a trilogia foi baseada em histórias reais?
– Seria impossível não saber. Moramos no campus de Windsor, cenário de um dos massacres que A Punhalada se inspirou. As pessoas vivem comentando sobre isso.
– Também sabia que hoje completa 20 anos desde os assassinatos em Windsor?
– Claro. É por isso que estão dando uma festa numa das fraternidades. Querem “comemorar” – a universitária respondeu. – Por que faz tantas perguntas?
– Sou um pouco curioso – o homem do outro lado da linha disse aos risos.
– E eu sou impaciente. Vou desligar.
– Pelo jeito você prefere ver Jogos Mortais a conversar.
Ao escutar aquela frase, um arrepio percorreu o corpo de Carly. Seu coração começou a martelar furiosamente e o medo a tomar conta de si, bloqueando sua garganta.
– O que foi? O gato comeu sua língua? – ele perguntou com um tom de voz malicioso.
– Como sabe que estou vendo esse filme? – A garota levantou e se aproximou de uma das janelas, girando a cabeça de um lado para o outro, procurando ao redor o individuo misterioso lá fora. Nenhum sinal dele.
– Porque eu estou te assistindo. Você está no meu filme de terror.
– Onde você está?
– Dentro da casa.
De repente, Carly entrou em pânico. Com o estranho ainda na linha, caminhou rapidamente – quase correndo - pelo hall que dava para a entrada da residência. Ela precisava sair imediatamente dali. Ao destrancar a porta e abri-la, se deparou com um homem. A jovem levou um susto, dando um gritinho, porém, no mesmo instante, ficou aliviada ao ver quem era: seu namorado, Adam. O rapaz estava de pé na varanda, segurando um celular próximo ao ouvido, com um sorriso no rosto.
– Surpresa, Carly – ele e o cara do outro lado da linha disseram ao mesmo tempo.
A garota o fitava, pasma, ligando os pontos.
– Seu idiota! – ela avançou furiosa, dando os mais fortes tapas que conseguia contra o peito do namorado, que em vez de causar dor, lhe causava gargalhadas, como se estivesse fazendo cócegas. – Eu não acredito que era você me ligando! Você não passa de um cuzão!
– Me desculpa – Adam falou assim que Carly parou de agredi-lo, cansada. -Foi só uma brincadeira.
– “Uma brincadeira”?! Você quase me matou de susto!
– Foi mal. Eu só queria que entrasse no clima. Até baixei um aplicativo que modifica a voz pra ficar igual a do Ghostface.
– O que você está fazendo aqui? Não devia estar “comemorando” como o resto da faculdade?
– Não tem graça sem você – ele respondeu, segurando o queixo da namorada com delicadeza. - E já que não pode ir para a festa, resolvi te fazer companhia. Não é seguro ficar sozinha em casa numa data como essa. Existe maluco para tudo. Mas se quiser que eu vá...
– Não! – Carly disse mais rápido do que esperava, ainda com medo. – Fica, por favor.
– Tem certeza?
– Depois de me deixar apavorada, você tem a obrigação de ficar comigo.
– Tudo bem – o rapaz falou aos risos. – Já que insiste...
Em seguida, os dois entraram no casarão e trancaram a porta.
Adam também era aluno da universidade de Windsor. O rapaz conseguira uma bolsa de estudos como atleta, jogando futebol americano. Por praticar tal esporte, era grande e forte como um touro, além de ter uma beleza estonteante. Possuía cabelos negros como carvão, sobrancelhas grossas, olhos claros e um sorriso que exibia seus dentes branquíssimos e perfeitamente alinhados. No momento, vestia uma camisa simples por baixo da jaqueta do time do qual fazia parte e um jeans.
– O que tem para comer? – Adam perguntou, acomodando-se no sofá. – Estou morrendo de fome.
– Só porque quero que fique aqui, não significa que não estou mais brava com você. Então é melhor deixar de ser folgado senão o próximo estudante do campus a ser assassinado é você – a garota o ameaçou de brincadeira.
– Qual é! Quebra esse galho pra mim, por favor. Passei a maior parte do dia treinando e a única coisa que quero é aquele sanduíche que apenas você sabe fazer.
– Está bem – ela falou indo para a cozinha. - Mas é melhor não se acostumar.
– Você é a melhor!- disse ele.
Carly abriu a geladeira, pegou os ingredientes para o lanche e colocou-os sobre o balcão. De repente, o telefone da cozinha e o da sala tocaram simultaneamente.
– Eu atendo! – a jovem avisou o namorado, pegando o aparelho preso na parede e pondo-o perto do ouvido. – Alô? – silêncio. – Quem é?
– Eu sou a última pessoa que você vai ver na sua vida! – disse alguém com a voz de Ghostface.
– Já chega, Adam! Acabou a graça!
– E quem disse que sou o Adam?
Naquele momento, um frio percorreu por sua espinha. Assustada, a universitária se dirigiu até a sala de estar para certificar de que realmente não era seu parceiro no outro lado da linha e o encontrou assistindo TV tranquilamente. Nenhum celular em mãos. Ao notar o rosto da garota empalidecer, o rapaz ficou em pé, intrigado, com uma expressão de quem pergunta: “o que está havendo?”.
Antes que Carly pudesse responder, Ghostface - um ser usando vestes pretas, máscara branca de um fantasma que lembrava a pintura “o grito” e uma reluzente faca de caça em mãos – surgiu de trás do sofá e surpreendeu o atleta com um golpe nas costas. Adam arregalou os olhos enquanto sangue transbordava de sua boca e escorria pelos cantos. O assassino retirou o objeto afiado das costas do jogador, que caiu de bruços sobre o carpete.
– Não! – a universitária gritou, levando a mão à boca enquanto lágrimas deslizavam por seu rosto. Ela gostaria de ter feito algo pelo companheiro, no entanto, não havia mais nada o que fazer a não ser salvar a própria vida.
O mascarado ergueu sua arma, limpando a lâmina coberta de líquido rubro, e com movimentos ágeis, partiu para cima da jovem. Instintivamente, Carly disparou para as escadas, imaginando que se tentasse fugir pela porta da frente seria morta, perdendo tempo ao tentar destrancá-la tirando os trincos. E por mais que subisse os degraus com rapidez, Ghostface estava em seu encalço.
Ela entrou no banheiro e fechou a porta um segundo antes que o psicopata conseguisse alcançá-la, o trancando para fora. A maçaneta começou chacoalhar freneticamente, porém, depois de um tempo, parou. Silêncio absoluto.
– O que você quer de mim?! – a garota berrou aos prantos.
BLAM! BLAM! BLAM!
Inesperadamente, ouviu-se batidas violentas contra a porta, como se estivesse tentando ser arrombada.
Carly pegou o celular do bolso de sua calça com as mãos trêmulas e discou para a segurança do campus.
– Seguranças do campus – atendeu uma mulher.
– Socorro! Aqui é da Omega Beta Zeta... – Carly falou soluçando, desesperada. - Tem um homem vestido de Ghostface querendo matar! Ele atacou meu namorado que acho que está morto... Por favor, venha logo!
– Senhorita, hoje já recebi dezenas de ligações iguais a sua. Se isso for um trote...
– Não é a porra de um trote! – a estudante explodiu.
– Que barulho é esse? – a moça do outro lado da linha perguntou ao ouvir algo. Agora, o maníaco esfaqueava a porta, abrindo um buraco que ficava cada vez maior.
– Oh, meu Deus! Ele vai me matar!
– Fique calma, ok? Estarei aí em um minuto – a mulher prometeu.
Carly sabia que a segurança não chegaria a tempo, e se quisesse sobreviver, tinha que sair dali. Ela olhou ao redor e sua única opção era fugir por uma pequena e estreita janela que havia no alto daquele cômodo. Então, baixou a tampa da privada e subiu nela, depois na caixa, para se espremer pela apertada passagem.
Metade de seu corpo já estava do lado de fora, faltando apenas as pernas, quando o assassino abriu um buraco com tamanho suficiente para colocar o braço e destrancar a porta por dentro. Carly olhou para baixo, notando o quão alto estava do chão. Mesmo com medo, pulou sem pensar duas vezes no instante em que Ghostface invadiu o banheiro.
A garota aterrissou no gramado com um forte baque. Estava desnorteada. Tudo ao redor parecia girar. Assim que se recuperou da tontura, reuniu as forças que ainda tinha e levantou, sentindo uma intensa dor vinda de seu tornozelo – que torceu ao atingir o chão -, impedindo-a de correr. Ela começou a mancar o mais depressa possível para fraternidade Delta Lambda Zeta, que ficava próxima dali, onde estava havendo uma festa.
– Socorro! – bradou a plenos pulmões, chorando. – Alguém me ajude!
Ao olhar para trás, viu o mascarado correndo em sua direção, se aproximando mais e mais, até que ele a agarrou e cravou o objeto afiado em seu peito, puxando em seguida. Carly caiu de costas no chão, arfando, agonizando enquanto perdia sangue. Era seu fim. Estava ciente disso. Ghostface ajoelhou-se em cima dela.
– Por favor, não – a jovem implorou instintivamente, mesmo sabendo que não adiantaria de nada.
Com a mão desocupada, o psicopata pegou um aparelho escondido em sua fantasia e aproximou da boca.
– Não era você que gostava de filmes de terror? Pois agora você está no novo A Punhalada.
Ela soltou um último grito quando o maníaco ergueu a faca e deu o golpe fatal que a silenciaria para sempre.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, se gostaram, favoritem, acompanhem e comentem para eu saber que estão lendo - isso também vale para os leitores fantasmas.