– me conte, de onde veio o nome, joker?
– era bom em canastra, o melhor, e quando comecei a entrar nessa vida...
– matar pessoas...
– sim Caroline, matar pessoas, achei que seria sarcástico, são duas coisas que sou o melhor.
Caroline percebeu seu convencimento, e no mesmo momento avistou a pele das bochechas coradas dele estarem se despelando, como camadas.
– sua pele está descamando - apontou para o local.
Ele bufou.
– ficar em subsolo aparentemente não a faz bem.
– me engane 007!
O loiro riu do apelido.
– tive maior trabalho para tirar uma tintura forte do seu corpo que não te faz mal. Então agora ela está despelando.
– não menti sobre minha pele, digamos que ela é especial, diferente, assim como eu.
– o seu "diferente" é psicológico...
– minha pele não, foi um acidente no trabalho querida, mas não vamos falar sobre isso. Começaremos um outro assunto.
– qual?
– o de você está interessada em mim.
Caroline revirou os olhos, mas ambos sabiam que se fossem personagens em outro conto, já teriam se atracado.

•••

Lucien queria dar um belo murro em Mary Louise.
– como assim as bebidas não estão chegando no clube?
– já te falei Lucien! O senhor F. não está enviando bebida de Gotham! Está com raiva de você, e meu clube está pagando por isso!
– querida eu não vejo o porquê dele está com raiva, não fiz nada a família do F., muito menos a sua gangue.
F. Rolls era o soberano da máfia de Gotham. Lucien era o soberano de Arkham! O fazendo ser submisso total ao Rolls... Bebidas não era uma grande coisa, mais faziam um belo estrago no dinheiro arrecadado no final das contas.
– aaaaa! Rumores me dizem que sim! Você trama contra ele Lucien! Somos apenas formigas para ele, não entende?
– EU. NÃO. TRAMO. CONTRA. O. "Senhor lorde supremo das trevas"
– Lucien!!! Todos já sabem que você quer tirar o joker do asilo.
– mais o Rolls também quer, não vejo no que estou errando.
– ele quer fazer isso! Ele quer que o joker deva a ele, e não a você.
– ele está na minha cidade! Vai precisar de mim! Dos meus homens! Eu dar os primeiros passos trazendo o Elijah para o meu lado é algo que não se deve perder tempo!
– não entendo o que esse riquinho quer com o Coringa.
– o que todos nós queremos! Ter o "príncipe palhaço do crime" ao lado dele - isso era duvidoso, mas Lucien sabia que quando o Coringa voltar ele trará o caos, pobres, ricos, quem estiver no caminho, e você deixar claro pra ele que está do lado do poderoso Joker, era estar na zona neutra - olha Mary Louise, pegue meus homens e vá até o galpão do F. no cais. Dê seu jeito, e tire as bebidas de lá.
Ela caminhou até a porta e deu seu último suspiro.
– eu não sei quem quer mais o Joker, você ou o Rolls, só sei que um de vocês vai se dar mal, estão se metendo com o Batman dessa vez, e não o oficial Gordom!
Ela saiu...
– não sabe o quanto vale o joker nisso tudo querida Mary.
Ter o Coringa ao seu lado não significava saber que não vai ser destruído, na verdade isso era duvidoso como todo resto, ele é louco! Mataria até alguém por não dar bom dia, ou pior, por nada.
O fato é que, o dinheiro que o Coringa arrecadava em um mês era imenso, maior do que as duas máfias (a de Arkham e a de Gotham) arrecadaram nos últimos dois anos.
Enzo entrou sem bater.
– Enzooo! - Lucien o abraçou e deu as típicas batidinhas nas costas - e então? Já está tudo pronto?
– com o meu novo "trabalho"? Claro que sim! - se sentou na cadeira.
– Valerie não vai mesmo?
– arriscado de mais pra ela...
Lucien ainda se sentia culpado por ter tentado fugir disso tudo... dessa vida da máfia, se não tivesse ido pra longe, fugido, não teria acontecido nada com Valerie, ela não teria a vida que tem agora.
– sei que gosta dela, porque não a perdoa?
– é complicado de mais, ela já não gosta mais de mim.
– fugiu com a ricaça, e ela sofreu até acaba nesse estado. A ruiva valeu tudo isso?
– Aurora não presta! Nunca prestou! Vamos esquecer isso, foque no seu plano, mas lembre que seu trabalho principal aqui é proteger a Valerie!
– ela é minha irmã, esse sempre foi meu trabalho.

•••

Mary estava preocupada com a demora de Bruce. Ele estava demorando mais do que ele costumava, colocar F. Rolls contra a parede não era uma boa ideia, ela havia avisado.
Ouviu uma batida, correu até a porta e vê seu "menino" com um tiro no ombro.
– deixe-me ajudar...- ela se aproximou.
– não! Estou bem!
– Bruce tem um buraco do seu lado esquerdo! Se isso não é sinal de que precisa de ajuda, não sei o que é!
Ela o ajudou a se sentar no sofá da sala do outro lado do campo de visão deles.
Pegou curativo e esparadrapos junto com seu quite de agulha e linha esterilizados.
Ele tirou a blusa fazendo uma careta e pegou uma pince na gaveta, enfiando sem dó nem piedade no ombro machucado, tirando a bala em um piscar de olhos.
Bruce não tinha pena de si mesmo, era um dos vários motivos de Mary ter orgulho e ainda trabalhar como doméstica pra ele.
Doméstica era um termo ruim para o que ela havia se tornado, estava mais para mãe postiça.
– e aí? Descobriu algo?
– não, digamos que ele não gosta de conversar. Mas, ainda desconfio que ele quer tirar o Coringa do Asilo Arkham. Não o coloquei lá pra dá-lo de bandeja para máfia!!
– na verdade foi a garota Marshall.
– Hayley. Hayley Marshall. Se meteu no meu caminho. Ela capturou o coringa, e deu a porcaria do laudo de maluco a aquele palhaço de cabelo verde. Ele deveria está preso aqui! Na penitenciária.
– mas admitia, ela estava certa, já faz três semanas da "detenção" dele - falou enquanto dava os pontos finais - é um novo recorde!
– é, no fundo ela estava um pouco certa.
– ela estava certa. Admita.
Bruce bufou e ouviu um barulho... Era Katherine, com seus saltos.
– você é louco por acaso?
– o que o F. falou?
– o que o F. falou? É essa sua grande pergunta? Deixa eu te falar... Você não é o super-homem! Não atira raios leizer pelos olhos, nem é a prova de balas! Você só tem aquela capinha.
Ele se levantou e pôs os dedos indicador e polegar nos olhos. Ele estava cansado, Gotham é um caos!
– ele me estapeou! Me estapeou!
Ele percebeu, o rosto avermelhado.
Ela se sentou, e ele também ao lado dela, ambos se olharam e não entenderam o sentimento.
– é melhor você me dá a grana combinada, eu quero fugir desse estado! Desse país se for preciso pra ficar bem longe desse inferno que se chama Gotham!
Ele riu.
– você se meteu com o F. Rolls! Agora deve a ele! Eu sei que é muito esperta querida, mas como vai fazer isso?
– acha que já não pensei em tudo?
– kat! Por favor! Te dou o dinheiro, e se quiser posso te ajudar.
Ela olhou pra ele, gostava dele, e por um minuto pensou que ele poderia vir com ela...
"Poderíamos morar na Escócia, ele parece com um escocês às vezes, o jeito rústico... Como ele gosta do ar puro, das árvores..."
– Kat? Posso ajudar, não sei como! Que tal forjar sua morte? Não é lá uma ideia atual mas pode servir.
Ele não iria, pertencia a esse lugar. Ela entristeceu.
– posso me virar sozinha Bruce - ela curvou as costas e apoiou a cabeça com as mãos, ele pôs a palma grande afagando os cabelos cheios de cachos.
– mesmo assim, sou o Batman lembra? Pode roubar algo, sei lá... e eu posso simplesmente fingir te matar. O Rolls não pode cassar mortos - ele deu uma risada cansada - ou pode?
– Bruce, não é só isso. Tem outras coisas que me impedem.
– tipo?
– tipo, coisas que você não sabe na minha vida - ela levantou e fechou o zíper da sua jaqueta de couro.
– kat! Você sabe quem eu sou! Pare com seus joguinhos de MulherGato e fale comigo como uma pessoa de verdade.
Ela sentou de novo.
– você sabe que sou órfã não é Bruce?
– sei...
– lembra do assalto a joalheria? Aquela que...
– que foi a primeira vez que quase te prendi, antes de nos fazermos um trato. Você estava nervosa.
– exatamente, estava nervosa porque eu estava planejando fugir, e o Rolls me mandou assaltar lá. Eu esperava ser a última vez que eu iria fazer isso, mas...

Depois de pegar todas as joias da vitrine, estava pronta para o caixa.
Mas aí vi um "R" pomposo em uma tapeçaria do outro lado do balcão.
Aquela joalheria era do Rolls! A famosa joalheria que só o Coringa teve coragem de assaltar e conseguir sair ileso do F., mas o que diabos estava acontecendo! Por que o Rolls me pediu para assaltar a sua própria joalheria?

Então ouvi um som de choro... Era a caixa.
– olhe mulher gato! Por favor não leve o dinheiro do Caixa, é o meu primeiro trabalho que me paga bem o bastante pra mim e minha filha!
Ela se levantou e eu perdi o ar. Ela era igualzinha a mim! Li o crachá e avia escrito "TATIA" em letras maiúsculas.
– TATIA - li de novo em voz alta.
– sim, é meu nome - a garota igual a mim falou ofegante e com medo. Então ele apareceu, o Batman!
Me tirou as joias e entregou e caixa sem olhar direito pra garota, ele estava focado em mim! Meu peito subia e descia, pensava que aquele era meu fim...

– então, você tem uma irmã gemia?
– na verdade duas irmãs gemias. O nome da outra é Elena. Elena Gilbert.
– Gilbert? Esse sobrenome é familiar.
– o pai adotivo dela é seu sócio nas empresas Wayne.
Mary se posicionou com aquela história toda.
– a que namora com o filho mais velho do comissário?
– é, essa mesmo. Somos as trigêmeas. Uma é ladra, outra humilde e pobre! E por ultimo a rica e com vida perfeita.
– vida perfeita? Não! Ela namora com Damon! Ele é cruel! Por um tempo suspeitei que ele fosse o Coringa! Mas enquanto o demônio verde estava preso, ele ainda era o âncora! Dei até uma entrevista pra garantir que as vozes não eram parecidas!

– então, a última irmã é sega e iludida - kat falou - ótimo! Parece que eu estou em um filme da Barbie! As três irmãs! Agora só falta a magia e eu ter um vestido brega e cheio de gliter!

– não vamos esquecer dos paetês! - Mary falou tentando anima-la.
– Tatia eu consigo levar comigo, mas e essa Elena? Ela é da nata de Arkaham! E de Gotham também!
– já ouvi o Gordom falar dela - Mary falou - ele adora a nova nora! Se acontecer algo a ela, tenho certeza que ele vai protegê-la. E o Bruce também! O Jim sabe que ele deve muito, vai deixar ele ajudar na proteção da garota.
– Mary tem razão, de qualquer maneira eu vou está aqui.
– tem razão, ela não é uma desconhecida qualquer, acho que o F. não vai se arriscar tanto por uma ladra como eu.
– Mary, obrigado pelos pontos. É melhor você ir dormir.
– tem razão - ela se levantou e deu um beijo na testa de Katherine - tenha cuidado pequena kat.
– ela sempre trata você como criança também? - a morena perguntou.
– é o jeito da Mary. Kat?
– sim?
– de onde conhece Elijah Mikaelson?
– roubei a casa dele quando tinha... sei lá... uns 12, 13 anos, talvez.
– então ele te reconheceu só por isso?
– está bem Bruce! Ele queria me ajudar, se aproximou de mim, viramos amigos, e às vezes ele me dava comida ou dinheiro, essas coisas. Parei de vê-lo quando entrei para máfia do F., aos 17.
– então, conhece a família Mikaelson?
– só os filhos.
– filhos? Mas só conheci o Elijah.
– eles tinham cinco, cinco filhos, Elijah era o segundo mais velho, veio depois de Freya, ai seguindo a ordem vem o Nik, e depois os gêmeos, Rebekah e Kol.
– Kol Mikaelson. Desse eu ouvi falar, dos outros não.
– está desconfiado de algo dele?
– sim, ele me pareceu nervoso quando me pediu para trabalhar em Arkaham.
– eu conheci o Elijah. Ele é pessoa mais honesta que já conheci.
– a anos atrás querida, as pessoas mudam, olha eu como prova.