Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Vou começar agradecendo a Caroline Barnes que recomendou a fic. Suas palavras me emocionaram muito e me inspiraram. Obrigada pelo apoio e pelos elogios e por mesmo ainda estando no começo, acreditar que esse 'projeto' dará tão certo. Muito obrigada querida!
Obrigada também a todos que comentam, favoritam, acompanham, fico muito feliz por saber que cada um de vocês dedica um tempo para ler e comentar a fic.
Enfim... espero que gostem!



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“Bom dia” o loiro saúda a esposa ao vê-la abrir os olhos. “Dormiu bem?”

“Como um anjo.” Ela responde com um sorriso. “E você?” ela pergunta observando as olheiras escuras que se formaram sob os olhos azuis do marido.

“Eu não consegui dormir.” Ele dá de ombros. “Melhor ir preparar o café.” Ele começa a se desvencilhar dos braços da mulher, que o encara num misto de culpa e gratidão.

Ele havia passado a noite velando seu sono e como recompensa ela mentira para ele. Aquela situação estava chegando a um patamar insustentável.

“O que você quer comer?” o loiro pergunta a trazendo de volta para a realidade.

“Qualquer coisa que você fizer.” Ela responde aérea.

Ele sorri compreensivo e sai do quarto. Ela recosta na cama e encara as próprias mãos, procurando algum vestígio de sangue, mas obviamente não encontra nada. Não literalmente pelo menos. No começo aquilo tudo parecera tão fácil.

14 anos atrás...

“Você estica o braço e aperta o gatilho.” A voz do instrutor era ouvida mesmo com o grande protetor auricular, contudo, ele não falava com ela. Ela não precisava de instruções.

O gatilho é puxado repetidas vezes e em todas, ela acerta o alvo. O instrutor para ao seu lado e a parabeniza. Ela sorri constrangida. Não entendia exatamente o porquê de todos aqueles testes e provas, mas suspeitava ser algum tipo de seleção. Desde de que ela ganhara várias competições na escola patrocinadas pelo governo, ela vinha sendo monitorada de perto. Havia sido liberada das obrigações colegiais e agora passava boa parte do seu tempo em uma espécie de acampamento de verão, embora não estivessem no verão ou de férias.

No começo era divertido, mas com o passar das semanas e aumento da pressão sobre ela e seus colegas, as coisas estavam tomando outra direção. Eram o tempo todo pressionados a atirarem mais, baterem mais, correrem mais. Ao final de 8 semanas e muitos hematomas e até alguns ossos fissurados ou quebrados, os 15 adolescentes restantes dos que antes eram mais de 100 foram finalmente informados o motivo de tanta cobrança, pressão e até mesmo tortura psicológica.

“Vocês todos trabalharam para o governo americano. Vigiando, analisando, estudando, obtendo informações, fazendo o que for preciso para proteger e assegurar a liberdade e segurança dos cidadãos americanos.”

Traduzindo: Agentes secretos.

Aos 15 anos de idade ela havia sido consagrada com o posto de espiã. A melhor da turma. A mais dedicada. E obviamente há primeira que conseguira sair da categoria de ‘espiões juvenis’ para trabalhar como gente grande.

Ela é a melhor e sempre consegue fazer o seu trabalho: Proteger e assegurar a liberdade e segurança dos cidadãos americanos.

Matar fazia parte do seu oficio.

Com tal pensamento, ela se levanta e toma um banho. Ela havia tomado uma decisão 14 anos atrás e se manteria firme nela. Ela amava seu trabalho. O perigo, a adrenalina, as informações privilegiadas e tudo o que um grande cargo poderia oferecer. Mas também amava seu marido. E sabia que em algum momento teria que escolher entre os dois. Aquilo parecia tão injusto...

“Fiz waffles.” O loiro anuncia com um sorriso vendo sua esposa entrar na cozinha.

Ela já havia tomado banho e estava pronta para o trabalho.

“Devem estar maravilhosos.” Ela comenta admirando o trabalho do marido. Junto aos waffles havia uma grande jarra de suco de laranja, torradas, geleia e mel.

“Eu vou me arrumar.” Steve fala tirando o avental, revelando seu abdômen nu.

“Eu te espero. Assim tomamos o café juntos.” Natasha sugere, ainda observando o corpo do seu marido.

Ele sorri constrangido sob o olhar dela e com passos rápidos, volta ao quarto. Ela não conseguiu evitar rir da sua reação. Quando se conheceram Steve já tinha um belo físico, magro, porem forte. Mas com o passar do tempo, ele vinha ganhando mais e mais massa muscular. Provavelmente todas as implicações do seu amigo Bucky haviam surtido resultado, afinal, segundo o mesmo, ‘Você é casado com uma mulher incrivelmente bonita e sexy... precisa se cuidar se não quiser ser ex a qualquer momento.’

Natasha havia afirmado ao marido que ele não precisava acompanha-la nas aulas de boxe que a mesma fazia 3 vezes na semana, ou fazer escalada, ou insistir na pratica de vários esportes que por mais que ele gostasse, ela sabia que ele preferia apenas assisti-los a distância. Ao que parecia, as palavras do amigo tinham mais efeito sob ele e sua insegurança que as palavras dela.

De qualquer forma, ela tinha que admitir que ser casada com um Chef altamente gostoso e com ótimo desempenho sexual, tornava as coisas muito mais divertidas e excitantes. Seu celular vibra, a assustando.

Reunião hoje. Não se atrase.

M. Hill

Ela dá um leve tapa na própria testa ao lembrar da reunião. O que seria de sua vida profissional sem suas amigas? Essa é uma pergunta que ela vivia se fazendo. O relógio na parede marcava 7:45, a reunião seria as 9. Ela ainda poderia tomar o café da manhã com o marido. A ideia de não fazê-lo, parecia simplesmente impossível depois da noite passada.

Ela duvidava que ele houvesse esquecido da discussão de duas noites atrás e ela não poderia perder a oportunidade de deixar as coisas numa boa novamente. Não seria ela a estragar de novo uma oportunidade de reconciliação.

“Demorei?” o loiro pergunta, entrando na cozinha.

Mesmo após o banho, ele ainda tinha as olheiras sob os olhos, e parecia ainda mais cansado. Era o momento perfeito.

Ela vai até ele e o abraça, o pegando de surpresa.

“O que aconteceu?” a preocupação é palpável na sua voz.

“Obrigada.” Ela sussurra. “Por ter passado a noite acordado, por ser tão paciente e compreensivo comigo.”

“Nat, tá tudo bem. Mesmo.” Ele afirma, desfazendo o abraço e a olhando nos olhos. “Eu quero o seu bem.”

“Eu sei, e exatamente por isso, me sinto extremamente mal pelo que eu disse...” ela não completa, mas ele sabe ao que ela se refere.

“Está tudo bem. Eu lamento estar te pressionando, você sabe o quanto eu quero ter filhos, mas você parecia tão irredutível.”

“É complicado pra mim.” Ela fala e ele espera que ela diga mais alguma coisa, porém mais nada é dito.

“Vamos dar um tempo certo?” ele sugere “talvez você tenha razão, estamos muito ocupados com nossos trabalhos para dar a atenção devida a uma criança. Nós podemos falar sobre isso depois.” Ele completa e por mais que quisesse ouvir as explicações dela, ele sabia que ela não diria nada. Não naquele momento.

“Eu prometo que vou pensar nisso.” ela afirma, mas a mentira está presente em seus olhos.

O loiro abre um sorriso exultante com a promessa e ela sente seu estomago embrulhar, porque ter uma criança quer dizer abrir mão do seu trabalho e ela não está disposta a fazê-lo. Como poderia?

“Obrigada!” o loiro exclama a abraçando novamente. “Eu te amo.”

“Eu também te amo.” Ela responde, sentindo o cheiro de madeira e canela do marido.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez obrigada e até terça!
Bom final de semana pra vocês!
Beijão