Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 48
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys!
Então, aqui está mais um capítulo que espero que vocês gostem! ❤
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/638127/chapter/48

Steve caminhava pela praia na companhia dos gêmeos. O sol estava se pondo e muitas pessoas assistiam aquele espetáculo da natureza sentados na areia. Os três caminham em silêncio, pois de alguma forma sentiam que qualquer coisa dita, poderia quebrar aquele encantamento de fim de tarde.

 Havia uma espécie de bar próximo a orla, para onde os três se encaminharam num acordo mudo. Eles se sentam e o silêncio só é quebrado pelo garçom, que lhes traz o cardápio.

“Uma pinã colada e dois sucos de morango.” Steve pede e Pietro revira os olhos. “Nada de álcool.”

Wanda ri da cara do irmão e Steve dá um sorrisinho. O sol se põe completamente e eles assistem as pessoas se levantando e continuando suas caminhadas. Steve olha as horas, passava de pouco mais das 6 da tarde.

“Quais os planos para a noite?” Pietro pergunta bebericando seu suco.

“Estou aberto a sugestões.” Steve diz e bebe um pouco do seu refresco.

“Que tal irmos até o bar onde você e a Nat se conheceram?” sugere Wanda e os olhos do loiro brilham.

“Acho que a Nat não vai se importar...” ele comenta, pensando no quão legal seria se a esposa estivesse ali com eles. “Melhor irmos para o hotel então. Tomamos banho e saímos umas 9 horas, que tal?”

“Ótimo!” os gêmeos concordam em uníssono. Em seguida, Steve paga a conta e eles vão para o hotel.

 Nova Iorque:

 Natasha abre a porta do pequeno apartamento que Fury havia lhe indicado e entra. Ela observa o local que era sua nova casa e novamente se sente invadida pelo torpor que tomara conta dela naquela manhã.

“Onde eu coloco isso?” Bucky pergunta, com uma caixa enorme nos braços.

“Deixa ai.” A ruiva responde sem indicar um lugar exato. O moreno suspira e põe a caixa num canto da sala.

Natasha se senta na poltrona que havia ali e Bucky faz o mesmo, porem se senta na mesinha de centro. Eles encaram um ao outro por um longo tempo. Ambos queriam dizer alguma coisa, mas sabiam que não havia nada a ser dito. Nada que fosse ser realmente útil.

 A ruiva havia contado a Bucky sobre sua demissão enquanto estavam na casa dela. Após sair do escritório, ela voltara a casa de Clint e buscara os amigos. Eles retornaram à casa de Natasha e pegaram algumas coisas que a ruiva precisaria, assim como alguns objetos pessoais. Natasha pretendia usar alguma das equipes de engenheiros para consertar os estragos da casa, mas com sua demissão, isso fora impossibilitado. A visita não durara mais que 15 minutos e tudo o que ela julgara importante estava agora em duas caixas de papelão. A visita à casa de Bucky fora ainda mais rápida. Como Clint previra, alguém já havia feito uma “visitinha” a casa do moreno. Bucky praguejou e xingou, mas não pôde fazer nada. Agora ele e Natasha estavam no mesmo barco até segunda ordem.

“Você se importa se eu tomar um banho?” ele pergunta quebrando o silencio.

“Não” a ruiva responde de forma automática. Ele espera por mais alguma coisa, alguma instrução, mas como mais nada é dito, ele se levanta.

“Eu não demoro.” Ele pega sua mochila e deixa Natasha sozinha.

 Natasha continua no sofá. Ela não queria acreditar que sua vida chegara aquele ponto: ela fora demitida, seu casamento acabaria em alguns dias e ela provavelmente perderia a guarda dos irmãos. Ela terminaria exatamente como o pai previra: sozinha.

 Com um suspiro resignado, ela se põe de pé e pega a caixa que Bucky havia deixado ali. Ela entra no único corredor do apartamento e abre a primeira porta que encontra. A mochila de Bucky estava sobre a cama de casal, assim como algumas peças de roupa. Ela fecha a porta com um suspiro e então ouve o som do chuveiro. O único banheiro ficava exatamente ao lado do quarto que aparentemente Bucky reivindicara. O quarto seguinte revela-se na verdade um pequeno escritório, com uma estante repleta de livros, uma mesa de madeira com algumas gavetas e um Macbook sobre a mesma. Natasha adentra o cômodo e liga o computador.

 “Sistema de reconhecimento de voz ativado.” a voz feminina e eletrônica dá um leve susto em Natasha. Ela põe a caixa sobre a mesa e diz num pequeno microfone que não havia notado.

“Natasha Romanoff.” Um bip é ouvido e uma espécie de placa surge na mesa. Natasha estende a mão sobre a mesma e suas impressões digitais são escaneadas.

“Confirmação concluída.” A mesma voz informa e estante de livros se divide em duas, revelando uma segunda parede repleta de armamentos e equipamentos tecnológicos.

“Realmente, muito útil.” Natasha comenta para si mesma. Ela volta à mesa e pega a caixa. “Fechar.” Ela fala e a estante se fecha, escondendo novamente a parede secreta. Ela sai do escritório e então se dá conta que não há mais nada nenhum cômodo na casa, a cozinha era interligada com a sala. Ou seja, só havia um quarto.

 Obviamente Fury não cogitara que ela fosse precisar de um quarto a mais.

“Por que você não deixa isso no seu quarto?” o moreno pergunta quando vê Natasha com a caixa nos braços.

“Porque só há um quarto e aparentemente ele já é seu.” A ruiva informa e Bucky suspira. “Tudo bem, eu fico no escritório.” A ruiva avisa antes que o moreno ofereça o quarto.

“Tem certeza?” ele pergunta pouco convencido.

“Algo me diz que eu não vou conseguir dormir mesmo.” Ela dá de ombros e retorna ao escritório onde larga a caixa no chão. “Agora quem vai tomar banho sou eu.” Avisa. “Se alguém aparecer, nada de abrir a porta.”

“Como se as visitas que possam aparecer, fossem bater.” Ele retruca e ela revira os olhos.

Cancun:

  Os gêmeos esperavam na recepção do hotel, enquanto Steve solicitava um taxi. O loiro acena e eles vão de encontro a ele.

“Vamos lá!” Steve avisa e eles rapidamente entram no taxi e partem em direção ao tal bar. A viagem não durou mais que 15 minutos e assim que chegaram ao local, Steve sentiu uma nostalgia tão grande que parou na porta, respirando fundo.

“Muito emocionado?” Pietro pergunta, debochado.

“Você não sabe o quanto.” Steve responde com um sorriso, ignorando o deboche do cunhado.

“Melhor entrarmos!” Wanda diz, não escondendo a pitada de ansiedade na voz. Por algum motivo que não conseguia explicar, ela se sentia extremamente ansiosa para ouvir a história de como Natasha e Steve se conheceram. 

Eles adentram e Steve parece voltar no tempo. “Nada mudou.” Ele murmura e Pietro e Wanda trocam um olhar.

 Diante deles havia uma espécie de palco improvisado, onde havia um violão, guitarra e alguns outros instrumentos. Normalmente havia show ao vivo de bandas locais, mas qualquer um poderia ir ali e tocar algo. Havia mesas de madeira espalhadas pelo local que tinha o chão de terra batida e madeira em alguns pontos. Olhando com mais atenção, Wanda percebeu que o lugar era circular e o seu centro não era coberto, o teto do local era o céu repleto de estrelas.

“Uau!” ela murmura baixo e caminha pelo local, apreciando. Havia um bar de madeira, onde os garçons pegavam a bebida e os petiscos que eram vendidos ali. Mas o que Wanda mais gostou foi da vegetação do local. Havia muito verde e flores ali, o que tornava o local incrivelmente agradável e natural.

“Foi aqui que tudo começou...” Steve para diante de uma mesa de madeira, próxima do palco, porem afastada das demais mesas. “Sentem-se.” Ele pede e os gêmeos o fazem.

  Um garçom vem até eles e os cumprimenta de forma animada e amistosa. Eles fazem os pedidos e enquanto o garçom foi busca-los, três homens sobem ao palco e começam a cantar alguma canção local.

Nova Iorque:

 Natasha se agacha diante da caixa que continha seus pertences pessoais. Ela acabara de sair do banho e usava seu roupão e uma toalha enrolada nos cabelos. Bucky estava na cozinha, preparando alguma coisa para eles comerem. A presença do moreno ali era ao mesmo tempo estranha e reconfortante. Era bom saber que ela não estava sozinha, contudo, ele era uma lembrança constante de Steve.

  Ao pensar no marido, Natasha abre a caixa e começa a revirar. Ela jogara o álbum do casamento no fundo da caixa, assim como algumas fotos da sua infância, do seu pai, irmãos e a única foto que ela tinha da mãe. Ela abre o álbum de casamento e começa a folheá-lo aleatoriamente. O dia mais especial da sua vida estava registrado ali, o dia no qual ela acreditara que a felicidade plena existia e que ela poderia conseguir tudo o que quisesse.

“O jantar estar pronto.” Bucky anuncia entrando no escritório. “Desculpe.” Ele pede ao ver Natasha sentada no chão com o álbum em mãos.

“Tudo bem.” A ruiva fala, porém não faz menção alguma de se levantar. Bucky vai até ela e se ajoelha ao seu lado.

“Nostálgica?” pergunta, olhando sobre o ombro da ruiva.

“Não exatamente.” Ela dá de ombros. “Não é incrível como as coisas podem sair do nosso controle de uma hora para a outra?” ela pergunta e Bucky se senta.

“Não.” Ele responde calmamente. “Para as coisas estarem sob controle, tem de haver controle, mas isso é uma ilusão. Ninguém nunca poderá controlar outras pessoas, emoções, pensamentos, ideais. Como você pode querer controlar o rumo da sua vida, por exemplo, se você escolheu compartilha-la com outro alguém?” a pergunta soa retorica, mas Natasha decide seguir outra linha.

“É por isso que você não entra em um relacionamento sério?”

“Não exatamente.” Ele pensa um pouco. “Acho que relacionamentos só funcionam com pessoas altruístas. E bom, eu tenho meus egocentrismos.”

“Você acha que foi por isso que não deu entre mim e o Steve?” ela evita olhar nos olhos do amigo.

“Você acha que não deu certo?”

“Olhe ao seu redor.” Ela responde com os braços levemente abertos, indicando onde eles estavam.

“O que não deu certo foi sua mentira. Esse lance com essa tal de Harrison... entre vocês estava tranquilo.” Ele responde.

“Bom, não me pareceu que você pensasse isso quando disse aquelas coisas para o Steve no Restaurante.” Ela recorda a briga que aconteceu entre os dois.

Bucky a encara, surpreso.

“Como você sabe? Ele contou?”

“Não. Eu ouvi.” Ela admite sem remorso.

“Bom, o Steve é meio complicado. Digo, ele idealizou tantas coisas, uma família perfeita, um trabalho perfeito, tudo perfeito e não se deu conta que a vida não é perfeita. Pelo contrário, é uma série infindável de imperfeições e erros que nos fazem duvidar de tantas coisas.” Esclarece.

“O Steve é perfeito.” Natasha afirma e Bucky ri. Não é um riso maldoso ou sarcástico, apenas um riso que explicita sua incredulidade.

“Não é não. Você pode não acreditar nisso, mas eu conheço aquele cara há muito tempo. Acho que eu o conheço mais do que conheço a mim mesmo.” Bucky fala.

“Você acha que eu o superestimo?”

“Não, acho que você compensa suas falhas exaltando as qualidades do Steve. É uma forma de auto punição.” Esclarece.

“Desde quando você se tornou um especialista da psique humana?” pergunta rindo.

“Eu sei que a ideia que passo é de que sou um cafajeste imoral e sem perspectivas, porque essa é a ideia que eu quero passar. Eu cresci meio sozinho sabe e quando entrei na faculdade e conheci o Steve, tive ele primeiramente como inimigo, mas depois como um amigo e não porque eu precisava dele, mas porque eu sabia que ele precisava de mim. De alguém que o mostrasse que nem tudo são flores e estivesse ali para ele chorar as dores. O Steve sempre teve grandes metas e ambições, mas ele não as percebia. Elas estavam sempre escondidas por baixo de uma camada de calmaria e necessidade de simplicidade.” A forma como Bucky descrevia Steve, surpreendia Natasha. Era como se ela estivesse enxergando o marido pela primeira vez sob a ótica de outra pessoa.

“Às vezes eu acho que tudo aconteceu tão rápido...” ela sussurra e volta sua atenção para o álbum novamente. 

“Bom, o jantar já esfriou a essa altura, e eu nem estou com tanta fome. Por que você não conta sua versão dos fatos?” sugere o moreno, se acomodando melhor no chão.

“Sério?” Natasha pergunta incrédula.

“Claro. Tenho certeza que a sua versão é bem mais emocionante e menos romantizada.” Ele afirma e estica as pernas diante de si.

“Tudo bem então. Já que você insiste...” Natasha se acomoda e começa. “Eu havia ido ao México em missão. Minha primeira missão solo em terra internacional...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Perdoem os erros de digitação e/ou ortográficos. Até mais!
Beijos! ♥♥♥