Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 33
Capitulo 31


Notas iniciais do capítulo

Capitulo programado! Obrigada a todos que continuam lendo e acompanhando. Obrigada pelos comentários e carinho :)



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   Natasha estava parada próxima da porta de entrada da casa observando os irmãos que recebiam mais algumas palavras de conforto de alguns amigos. Ela não reconhecia nenhuma das pessoas que vieram até ela, demonstrando pesar pela morte do velho Ivan, mas ainda assim, tentou ser o mais gentil e agradável que pode, devido a situação.

“Acho que podemos deixar para amanhã.” Steve murmura baixo se aproximando da ruiva.

“Não. O quanto antes eles forem embora mais fácil será para superar.” Ela afirma incisiva.

“Mais fácil para eles ou para você?” a pergunta a pega de surpresa e ela desvia os olhos dos gêmeos e encara o marido.

“Para todos nós.” Admite.

 Steve a abraça e ela devolve o gesto, encostando a cabeça no peito do marido, inalando o cheiro dele. As últimas horas passaram como um borrão. O pai foi enterrado ao lado da falecida esposa, mãe dos gêmeos, após uma pequena cerimonia da qual ela só não saiu correndo pois Steve segurava firmemente sua mão. Os irmãos até aquele momento se mantinham afastados, como se não a conhecessem ou não achassem que ela compartilhava da mesma dor.

“Vai ficar tudo bem... shii, vai ficar tudo bem.” As mãos do marido acariciam gentilmente suas costas numa tentativa de acalmar a mulher que voltara a chorar.

Céus, quando as lagrimas secariam de uma vez?

“Precisamos avisar as crianças.” O advogado informa parando em frente ao casal.

 Natasha seca a bochecha com a os costas da mãos e fuzila o homem com os olhos. Ele parecia tão ansioso para se livrar das obrigações de advogado do Sr. Ivan que não se importava em ser inconveniente.

“Talvez possamos esperar mais um pouco. Eles acabaram de perder o pai.” Steve insiste.

“Mas eles ainda tem a irmã.” Natasha retruca. “Além do mais, era o que o papai queria.”

 Ela respira fundo buscando a falsa coragem que vinha demonstrando desde o momento que o advogado informou que assim que soube que estava doente, o pai o procurara e deixara em testamento todos os seus desejos. A casa ficaria a disposição dos filhos, para que juntos tomassem a melhor decisão sobre o que fazer. Natasha se tornaria a tutora legal dos gêmeos e seria a responsável por orientar e decidir o melhor para os irmãos dali para a frente. Eles iriam morar com ela até que eles fossem maiores de idade e entrassem numa faculdade.

Obviamente Steve não se opôs a isso, embora no fundo ela quisesse que ele se negasse a receber os irmãos dela na casa deles. Ela só conseguia pensar no quão difícil seria compartilhar a casa antes só deles, com dois adolescentes praticamente desconhecidos.

“O que o papai queria?” a voz rouca do adolescente chama a atenção dos três adultos que trocam olhares.

“Que vocês fossem morar comigo.” Natasha responde direta.

“O que?!” Wanda exclama completamente surpresa.

“O papai sabia que estava doente e deixou bem claro que vocês deviam vir morar comigo. Agora eu sou a tutora legal de vocês. Arrumem suas coisas.” Ela esclarece com o máximo de calma que consegue reunir.

“Não! Eu não vou morar com você!” a garota afirma “você... nós... não somos irmãos! E você não pode chamar o papai de papai!”

“Wanda, fica calma.” Pietro pede.

“Ela não estava aqui enquanto ele morria. Ela abandonou o papai e foi a causa da dor dele por todos esses anos.” A garota parecia transtornada e suas palavras atingiam Natasha em cheio.

“Eu sinto muito.” A voz de Natasha soa baixa.

“Eu não vou morar com ela!” Wanda afirma e encara o advogado “Não temos outros parentes? Outras opções?”

“O pai de vocês foi bem enfático em sua decisão.” Ele responde de forma automática, sem se deixar abalar pelo estado emocional da garota.

“Eu não quero. Não vou sair dessa casa.” O rosto banhado em lagrimas da menina contrastava com a dureza da sua voz.

 Natasha realmente não sabia o que fazer, pois se fosse ela naquela situação, ela também não iria quere ir morar com uma irmã quase desconhecida. Seus olhos vão dos olhos verdes da irmã aos do verde do irmão, que não demonstravam a mesma dureza. Talvez ela pudesse usar o irmão ao seu favor, convencê-lo de que morar com ela era a melhor solução e se ele fosse, Wanda não ficaria na casa sozinha. Eles eram grudados... um não iria sem o outro.

“Eu tenho uma ideia.” Steve fala antes da mulher. “Na verdade é um acordo, e se ambos concordamos, todos ficaram felizes.”

Ele olha com expectativa para todos os envolvidos, que parecem confusos e curiosos. Os gêmeos se entreolham e então concordam com um leve aceno enquanto Natasha retribui o olhar.

“Vocês dois vem morar com a gente e se a convivência não der certo, a Natasha emancipa vocês dois.” Explica o acordo.

 Três pares de olhos verdes ficam arregalados diante da sugestão e um deles se culpa mentalmente por não ter tido essa ideia antes. Era muito mais fácil do que jogar os gêmeos um contra o outro.

“E então?” Steve pergunta apreensivo.

“Quanto tempo?” Wanda questiona. “Durante quanto tempo vamos ‘testar nossa convivência’ antes da emancipação?”

“Bem, como falta 10 meses para o aniversário de vocês, acho que 5 meses de teste é bom.” Rogers sugere e Wanda bufa irônica.

“5 meses? Não, sem chance!” discorda. “2 meses no máximo!”

“4.”

“2”

“3”

“2”

“2 e meio e não se fala mais nisso!” Natasha corta pondo um fim na discussão. “Durante 75 dias vocês vão morar com a gente e caso não dê certo, vocês ficam livres.”

“Fechado.” Wanda concorda com um pequeno sorriso.

 O acordo não era tão ruim assim, no final das contas, e as duas garotas Romanoff estão realmente satisfeitas com ele.

“Melhor irem arrumar suas coisas agora.” Natasha sugere e os irmãos concordam.

“Espera, antes de fecharmos definitivamente, tenho algumas regras.” Steve fala atraindo a atenção da sua nova família. “Durante esses 75 dias você terão que fazer dar certo. Nada de ficarem trancados no quarto, ou focarem no trabalho, ignorarem uns aos outros, vocês terão que se aproximar, sair juntos, e realmente tentar, não, querer que isso dê certo. Era o que o pai de vocês queria.” Steve decreta contanto nos dedos o que eles teriam que fazer.

 Os três irmãos se encaram por alguns segundos, numa conversa muda. Para Natasha aquilo que começara como um pesadelo estava se tornando um verdadeiro desastre, embora uma parte de si estivesse satisfeita, quase contente com as imposições do marido. Ela teria uma chance com os irmãos, uma nova chance e aquela poderia ser a ultima. No fundo ela não sabia realmente o que queria.

“Certo, eu aceito. Pelo papai.” Wanda afirma e estende a mão.

“Pelo papai.” Pietro ecoa as palavras da irmã com um sorriso singelo.

 Natasha olha para a mão da irmã estendida, em seguida para o rosto dos irmãos que aguardavam ansiosos e por fim para o de Steve que ostentava uma expressão confiante. Ele sabia que ela tomaria a melhor decisão.

“Por nós. Pela nossa família.” A ruiva concorda e aperta a mão da irmã que a encara surpresa.

+++

 “Droga! Isso não podia ter acontecido!” os punhos batem com força contra a mesa de madeira. “Você é um incompetente.”

“Não fui eu que contratei um moleque para fazer o serviço de alguém adulto.” Rumlow solta uma risada debochada. “A incompetente aqui é você.” Completa ainda rindo.

 A mulher o encara sem expressão e o sorriso de Rumlow aumenta, contudo não dura muito. A mulher saca rapidamente uma arma e aponta diretamente para o rosto de Rumlow, que gela, mas tenta não demonstrar o pânico.

“Você me subestima Rumlow... não esqueça tudo o que eu já fiz para chegar até aqui.” Ela avisa e ele concorda com a cabeça. “Aquele garoto era um peão, totalmente descartável. Mas como não sabemos o que ele disse, vamos ter que alterar o plano original.”

“Já posso começar”

“Não.” A mulher o interrompe. “Preciso checar algumas coisas antes e ai você pode agir. Espere minha ordem.”

“Como quiser.” Brock concorda. “Pode abaixar a arma agora?” pergunta olhando diretamente para o cano da arma.

“Você está dispensado.” Ela diz se sentando na poltrona e dando as costas para o homem que sai da sala pisando duro.

 Brock odiava ser tratado como reles subordinado, mas no fim das contas era apenas isso que o mesmo era: um subordinado, que dependia da genialidade daquela mulher para chegar aonde queria.


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Notas finais do capítulo

Até mais queridos! Beijos em vocês :3