Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 31
Capitulo 29


Notas iniciais do capítulo

Capitulo programado, huahuahua como eu havia dito... vamos desenrolar logo essa historia né? Muito obrigada a todos :)



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  Passava da meia noite quando o celular de Hill vibrou indicando mensagem. Ela rapidamente a lê, pega uma bolsa, as chaves do carro e sai do escritório com passos rápidos. Ela se sentia excitada e apreensiva, afinal, ela estava agindo pelas costas dos diretores, da própria agencia. Poucos quilômetros a separavam do ex-agente da CIA que lhe ajudaria a obter informações de uma fonte não tão confiável.

“Estou indo encontrar o Barton. Não vou te dizer o endereço pois teimosa como você é, acidentalmente você poderia ir acabar parando lá.” Ela ri da ideia “quando tudo estiver terminado, entro em contato com você. Deseje-me sorte!” ela conclui a gravação e desliga o celular.

  Ela sabia que Natasha retornaria a ligação assim que ouvisse a mensagem e definitivamente não queria a ruiva histérica em seu ouvido. Ela coloca o celular na bolsa e olha de relance para a arma dentro da mesma. Se tudo saísse como planejado, nenhuma bala seria disparada naquela noite.

  Ela diminui a velocidade do carro e entra numa rua estreita, indo até o final da mesma e virando para a direita, segue até o que parecia ser um velho porto abandonado, e para o carro. Pega a bolsa e a arma, a colocando na parte de trás da calça, e caminha até o local do encontro. Haviam alguns velhos containers espalhados numa espécie de bagunça organizada. Eles estavam empilhados uns sobre os outros ou simplesmente deixados sozinhos em algum lugar, formando quase um labirinto. Maria se sentiu grata naquele momento por ter uma memória quase fotográfica, caso contrário já não saberia sequer de onde veio.

  Mais alguns passos a levam diretamente aos dois homens parados próximos ao píer. Ela reconhece imediatamente o agente Barton e obviamente o segundo deve ser Jeremy Curtis. Ela permanece parada a certa distância, apenas observando os homens que não notam sua presença de imediato.

“Você não pode contar a ninguém.” A voz de Jeremy soa clara, mas o tremor nela é perceptível. “Ela não me perdoaria se soubesse que eu contei a alguém.”

“Ela quem?” Clint pergunta preocupado.

“Ela não queria que soubessem da existência dela, então fui contratado para agir em seu lugar.” A voz soa baixa “fui eu que movimentei a conta e montei a armadilha para a agente do governo.”

“E porque diabos você fez isso?”

“Tem muito dinheiro em jogo. Os negócios do Ian vão voltar a funcionar e eu vou ganhar uma boa porcentagem nos lucros.” O garoto ri “mas primeiro temos que tirar a ruiva da jogada.”

 Maria sente um arrepio percorrer sua espinha.

“Okay... e pra que você me chamou?” a voz de Clint soa irritada.

“Eu quero te colocar na jogada.” Jeremy sorri ainda mais “com a sua experiência em campo, você pode tornar as coisas ainda mais divertidas. A Harrison quer um pouco de entretenimento também...”

“De que tipo de entretenimento você tá falando?”

“Do tipo que é sofrimento para alguns e diversão para outros...” Clint ri sem humor e com um movimento rápido desfere um forte soco no rosto do sobrinho que cai no chão.

“Seu moleque! Você é um puto de um moleque!” ele exclama completamente exasperado.

“Você tá maluco?” o garoto pergunta ainda no chão.

“Você não sabe no que está se metendo! Esse Ian era um cara perigoso e seja lá quem for essa Harrison... você definitivamente tá perdido garoto!” Clint praticamente se joga novamente sobre o Jeremy, enquanto desfere mais alguns socos no mesmo.

“Para! Você vai mata-lo!” Maria grita segurando firmemente os braços de Clint e o tirando de cima do Jeremy, que cuspia sangue.

“Me larga!” Barton exclama se desvencilhando de Maria. “Ele teve o que mereceu.”

“Você não conseguiu nem metade da informação necessária e já partiu para a porrada!” Maria o repreende frustrada.

“Ele é meu sobrinho e eu prometi pra mãe dele que o levaria para casa e é o que vou fazer.” Clint afirma e olha de relance para o garoto ensanguentado que tentava se erguer.

“Você vai leva-lo, depois que ele disser tudo o que sabe.” Maria afirma.

“Você trouxe...?” Jeremy aponta para Maria e solta um som que parece uma mistura de riso com choro. “A Harrison vai me matar.”

“Não se você contar o que sabe e nós a pegarmos primeiro.” Maria fala e vai até ele.

“O que eu sei?” seus olhos vão de Maria para Clint e voltam para a morena “ela me mata antes que eu possa contar alguma coisa.”

“Você já começou a contar e olha só? Tá vivinho.” Barton comenta irônico.

“Por enquanto...” Jeremy devolve.

“Porque você não para de resmungar e choramingar e começa a contar exatamente tudo o que sabe sobre a Harrison?” Maria incentiva “Quem é ela? O que ela faz? Pra quem trabalha?”

“Eu não sei como ela é, se é o que você quer saber... só converso com ela por telefone. E por meio do Rumlow.” Jeremy esclarece.

“Brock Rumlow?” Maria e Clint perguntam ao mesmo tempo.

“É, acho que esse é o nome dele.”

 Maria fica lívida, o que chama a atenção de Clint.

“Você está bem?” pergunta preocupado.

“Sim.” Ela confirma “E o que o Rumlow está fazendo com a Harrison?”

“Eu não sei.” Responde indiferente.

 Maria puxa Jeremy pela gola da jaqueta e aproxima seu rosto do dele.

“Não me faça repetir a pergunta.” Sussurra num tom ameaçador.

“Eu realmente não sei.” Afirma.

“Vamos sair daqui.” Maria fala soltando Jeremy que perde o equilíbrio e volta a ficar deitado no chão. “Vamos para o nosso escritório, lá poderemos fazer um interrogatório decente.”

 Maria se endireita e Barton vai até Jeremy e estende a mão, mas o garoto rejeita e se põe de pé com certa dificuldade.

“Então, onde está seu carro?” Clint pergunta se aproximando de Maria que caminhava mais à frente.

“Eu deixei perto do” entes que ela pudesse completar a frase, os sons dos disparos são ouvidos e ela sente seu corpo bater contra um dos containers enquanto ouve Jeremy gritar.

 Ela se vira e consegue ver uma pequena embarcação ganhar distância, provavelmente os disparos vieram dela.

“Jeremy! Fica comigo garoto!” ela ouve a voz de Clint e automaticamente se vira na direção deles.

 Agora, além do sangue já coagulado e seco no rosto do garoto, há também sangue saindo da boca dele, enquanto Barton tenta estancar um sangramento na altura do estomago.

“Ele não vai conseguir.” Maria murmura.

“Eu prometi a mãe dele!”  Clint insiste embora por experiência própria ele saiba que não há mais nada a ser feito.

“Eu sinto...” Jeremy sussurra baixo entre arfadas “muito.”

“Onde a Harrison fica? Você precisa contar tudo!” Maria pede para o garoto moribundo.

“Ela quer vingança... e vai destruir... tudo o que tiraram dela...”

“Tudo o que?” Maria insiste.

“Tudo... importante.” O garoto completa.

“Jeremy? Jeremy?” Clint sacode o garoto, mas é em vão.

“Ele se foi.” Maria fala pousando a mão sobre o ombro de Clint de forma tranquilizadora.

 O som das sirenes é ouvido e Maria rapidamente se põe de pé.

“Temos que ir. Não posso explicar isso para meus chefes e você definitivamente não pode ser pego aqui.” Ela esclarece e puxa Clint “Precisamos ir.” Ele deita o sobrinho no chão e se levanta. “Agora.” Fala com urgência Maria.

  Os dois correm entre os containers e rapidamente chegam ao carro de Maria, saindo dali com o máximo de descrição possível.

“Acho que não fomos vistos...” Maria comenta.

“Também acho.” Clint concorda num tom indiferente.

“Eu sinto muito.”

“Não mais do que eu.”

+++

 “Nat, se você não consegue dormir ao menos me deixa dormir...” Steve pede sonolento fazendo a ruiva suspirar e se levantar da cama.

“Desculpa amor.”

 Desde que recebera a mensagem de voz da Hill ela vinha tentando se acalmar o bastante para agir normalmente, mas não conseguia. Pela vigésima vez ela checa o celular naquela noite, e novamente não há nada. Pelo horário Maria já deveria ter obtido todas as informações que quisesse, e se ainda não conseguiu é porque alguma coisa errada aconteceu.

 Ela desiste de ficar parada e pega o celular, pronta para ligar para Pepper quando ouve os passos apressados do marido pela casa.

“Nat!” ele exclama com o semblante claramente preocupado.

“Aconteceu alguma coisa?” Natasha pergunta notando o celular na mão do marido. “Steve...?”

“É o seu pai.”

“Meu pai te ligou? Porque você não me chamou?” ela questiona indo até o marido.

“Não Nat, não era o seu pai. Era sobre o seu pai.” A voz de Steve soa séria e fria de uma forma que faz Natasha sentir um calafrio percorrer a espinha. “Eu sinto muito.”

  As palavras a atingem antes do fato em si, mas a verdade é inegável e ela sente o chão se abrindo sob os seus pés. Steve anda até ela e abraça e isso torna a situação ainda mais real. Steve não a estaria consolando se não fosse real, ele não diria palavras de conforto se não fosse real, ela não sentiria a garganta seca se não fosse real.

“Meu pai morreu.” Ela coloca a verdade em palavras.


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Notas finais do capítulo

Triste? muito triste? depressivo? qual seria a classificação desse momento para a Nat? tadinha... desgraça nunca é suficiente na vida dela :/
Até mais... espero que gostem, mil beijos!