Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 23
Capitulo 22


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas por ter demorado de responder os comentários e por ter alguns erros de digitação nas respostas, estava tentando ser rápida. O Enem no final de semana ocupou meu tempo e Grey's Anatomy ocupou na segunda feira - Estou viciada - espero que curtam o capitulo!



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Natasha sente o frio do assoalho sobre seus pés enquanto caminha para fora do quarto. Ela lança mais um olhar para o marido que dormia pesadamente na cama, roncando baixinho. Essa havia sido umas das primeiras “manias” que o loiro havia contado que tinha para ela, enquanto ainda namoravam, e embora Natasha prezasse uma noite de sono silenciosa, já havia se acostumado com o ronco do marido e de certa forma, ouvir aquilo era reconfortante. Confirmava que Steve ainda estava bem ao seu lado.

Ela fecha a porta atrás de si e vai até a sala de estar, onde encontra o notebook onde havia deixado. Ela rapidamente o abre e checa o último e-mail que havia enviado para Hill, confirmando a viagem das duas. Ainda eram 4 da manhã e mesmo ainda tendo pelo menos mais duas horas de sono, ela se sentia ansiosa demais para conseguir dormir.

Tanto ela quanto Hill já haviam feito aquele tipo de coisa várias vezes. Viajar à procura de cumplices ou pessoas que tinham alguma ligação com algum crime ou algo do tipo. Talvez por ser algo pessoal ela estivesse mais apreensiva que o normal, afinal, quantas vezes em todos os anos de trabalho ela havia sido reconhecida? A resposta era nenhuma.

Natasha verifica novamente a foto do homem que ela iria procurar. Jeremy Curtis tem os cabelos castanhos claros e os olhos verdes, o rosto levemente alongado e completamente liso. Ele parecia ter menos que 23 anos e Natasha forçou sua memória para se recordar dele, contudo, nada lhe vem à cabeça. Provavelmente ele fora o que permaneceu em pé, vigiando a barraca ou então o que entrou junto com o suposto líder do quarteto. De qualquer forma, dali a algumas horas ela obteria respostas para suas perguntas.

“Você está bem?” a voz de Steve a sobressalta e ela minimiza rapidamente as páginas.

“Sim!” ela responde rapidamente “Desculpe se te acordei.”

“Não me acordou, eu senti sede.” Explica “Você está trabalhando?”

“Precisei checar um e-mail.”

“A essa hora?” questiona com uma sobrancelha arqueada.

“Já terminei.” Natasha fala fechando o notebook e se levantando. “Vamos dormir?”

“Claro.” Steve concorda dando um beijo na esposa.

Os dois voltam para o quarto e dessa vez, Steve abraça a esposa por trás.

“Você não pretende roncar no meu ouvido né?” Natasha pergunta num sussurro e escuta o som do riso do marido que tinha a cabeça nos seus cabelos.

“Eu prometo que não.” Ele murmura e Natasha relaxa sentindo o braço do marido firmemente posicionado sob sua cintura.

+++

“Hoje eu vou chegar mais tarde, então não precisa me esperar para o jantar.” A ruiva relembra o marido que andava sonolento pela cozinha.

“Certo. Acho que vou jantar no restaurante mesmo... mas você quer que eu deixe alguma coisa pronta no freezer?”

“Pode ser.” Ela concorda e vai até o loiro, dando-lhe um beijo rápido. “Qualquer coisa que esquente rápido e não exige preparo.”

“Pode deixar.” Steve avisa enquanto a mulher saia rapidamente de casa.

O loiro pôde ouvir o som do motor do carro e da porta da garagem sendo aberta e alguns segundos depois, fechada. Ele abre a geladeira e fica observando por alguns segundos seu interior, contudo, nada que havia ali lhe enche os olhos o bastante para inspira-lo a fazer um café da manhã elaborado. Com um suspiro frustrado ele volta ao quarto onde toma banho e se prepara para ir ao trabalho.

O pneu comprado na noite anterior parecia perfeitamente encaixado e calibrado, embora ele houvesse levado mais tempo que a maioria das pessoas levavam para colocá-lo no lugar e Natasha tivesse o ajudado. Ele sorri ao lembrar da impaciência da esposa enquanto tentava tomar das suas mãos a chave de roda. Ele coloca a bolsa sobre o banco do passageiro e pega os óculos escuros no porta luva, ajeita o cabelo usando o espelho retrovisor central e liga o carro. As ruas estavam estranhamente pouco movimentadas e somente ao olhar para o relógio é que ele entende o porquê. Ainda era cedo. Ele saíra mais cedo que o normal de casa e provavelmente o restaurante ainda estaria vazio.

Steve vira numa esquina antes do quarteirão onde fica o restaurante e para o carro diante de uma cafeteria. Ele entra sem hesitar e vai direto ao balcão onde a garçonete o atende com um sorriso educado.

“Bom dia. O que o senhor deseja?”

“Eu vou querer um Café Latte*. E algumas rosquinhas.” Faz o pedido que é anotado e em seguida vai até uma mesa mais afastada e se senta.

Steve frequentava bastante aquele lugar antes de ser casado, quando ele ainda dividia um pequeno apartamento com Bucky e mal tinha dinheiro para pagar o aluguel.

“Seu pedido.” A garçonete informa pondo as coisas sobre a mesa.

“Obrigada.” O loiro agradece e a mulher se retira rapidamente.

Steve começa a bebericar seu café e a comer suas rosquinhas, sua mente vagando para o passado, 7 anos atrás para ser mais preciso. Voltar aquele lugar era como voltar as suas origens, Bucky havia trabalhado ali, assim como Scott Land. Steve trabalhava em dois restaurantes diferentes, meio período em cada. Fora uma época difícil, mas incrivelmente enriquecedora e necessária para que ele crescesse tanto como pessoa como profissionalmente.

Ele passou a valorizar o sacrifício do irmão mais velho, que abrira mão da sua parte na pequena herança para que ele fosse a uma boa faculdade de gastronomia e não precisasse trabalhar enquanto estudava. Ao se formar, Thor estava noivo de Jane e construindo seu próprio lar, Steve não podia ir morar com o irmão ou pedir qualquer ajuda. Ele passara a se virar sozinho. Formado com 24 anos, passou os próximos dois anos trabalhando, se aperfeiçoando, adquirindo mais e mais conhecimento e fazendo seu próprio nome, até que com 26 anos, conheceu a “garota encrenca” que viria a ser sua esposa em poucos meses.

Bucky o alertara que aquilo não fazia sentido, ele era novo e tinha muito pela frente, contudo, apoiou e continuava apoiando o amigo. Thor o parabenizara, esperava avidamente que o irmão conhecesse alguém que o fizesse seguir em frente definitivamente. Perder os pais com 15 anos não fora fácil, ver o irmão apenas 4 anos mais velho abandonar a faculdade para cuidar dele pior ainda. Mas ele conseguiu superar tudo, assim como o irmão. E ali estava ele. No lugar que ele e Bucky muitas vezes fizeram todas as refeições do dia se aproveitando do fato de trabalharem lá. Onde ele levou a então namorada para conhecer os amigos e onde deixara de frequentar por nenhum motivo aparente.

Ele se sentia nostálgico de forma estranha. Não era de ficar revivendo o passado e voltar ali para rememorar velhas lembranças lhe deixava desconfortável. Ele termina seu café e ergue a mão, pedindo a conta. Alguns minutos depois a garçonete aparece e ele paga a conta, saindo em seguida.

Ao entrar no carro, ele entende o porquê da sensação estranha. Fora ali que muitas vezes eles conversaram e planejaram o futuro. Mesmo 5 anos depois, era como se ele ainda fosse aquele jovem cheio de sonhos e aspirações, que ansiava por uma família solida, completa e feliz, assim como a família na qual ele crescera, com o irmão e os pais sempre presentes em sua vida, lhe dando todo o apoio e estabilidade que ele precisara. Steve suspira num misto de frustração e resignação. Ele se sentia incompleto.


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Notas finais do capítulo

Como puderam ver hoje foi mais focado no Steve, porque a fic estava quase um monologo de tão focada na Nat. Espero que tenham curtido o passado que criei para ele :)
Beijos e até mais ^^