Memoirs escrita por Xokiihs


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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– Sasuke, pode pegar um copo com água para mim? – Sakura pediu, se recostando na cabeceira da maca. Fiz o que ela pediu, pegando um pouco para mim também.

– Tem gelatina aqui, você quer? – perguntei, ao ver que no pequeno frigobar tinham quatro potes de gelatina colorida; Sakura fez uma careta e meneou a cabeça, me fazendo rir. – É tão ruim assim?

– Não tem gosto de gelatina de verdade. É sem açúcar, sem glúten, sem sabor. – ela resmungou, pegando o copo com água que tinha lhe oferecido. Percebi que suas mãos tremiam um pouco, mas não me importei muito. Era um dos efeitos da quimioterapia, isso dentre outras coisas.

– Se você quiser, posso trazer pudim clandestinamente. – ela riu, e eu sorri.

– Como você é perigoso, querido. Burlando as leis de um hospital, e nem é doente.

– Ah, não é como se eles tivessem um detector de metais ou coisa parecida. – ri, bebendo minha própria água.

Sakura estava sorrindo, enquanto balançava a cabeça para os lados. Apesar de estar com a aparência bem ruim, ela não parecia triste. Estava até um pouco iluminada, irradiando alegria, coisa que ela nunca deixou de ter desde que descobriu a doença. Eu a admirava por isso.

– Então, vamos continuar com as histórias? – ela pediu, me olhando com curiosidade.

– Para que a pressa? Temos o dia todo. – ela revirou os olhos, sendo a impaciente que era, e cruzou os braços.

– Vamos! Quero saber o que mais acontece. – assenti, pensando de onde eu retomaria a história.

– Ok. Bem, depois daquele dia, ninguém mais te chamou de testuda. A não ser a Ino, mas você não parecia se importar, já que a chamava de porca.

– Ino? – ela parecia confusa, e eu me bati por ser estupido e esquecer que ela não se lembrava.

– Ino era sua best friend forever do ensino fundamental ao médio. Era uma loira barulhenta, que era minha fã girl. Vocês eram da mesma sala, ela tinha se aproximado de você para ficar perto de mim, mas vocês acabaram criando uma amizade.

– Eu sou charmosa demais para resistirem a mim. – brincou, piscando um olho.

– Não posso concordar mais. – pisquei de volta, fazendo ela sorrir.

“Bem, você e a loira barulhenta eram inseparáveis, e teve uma época que eu cheguei a sentir ciúmes, pois você já não brincava comigo, preferia ficar fofocando com ela. No entanto, um dia vocês brigaram, e ficaram um bom tempo sem se falarem. Eu fiquei feliz, porque você voltou a andar e brincar comigo, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que você estava triste por não ter mais Ino.

Então te perguntei o que tinha acontecido, mas você se recusava a me dizer. Fui descobrir anos depois, quando já estávamos namorando, que você começou a gostar de mim, e Ino também gostava. Eu era muito sonso mesmo, podia ter aproveitado a situação.”

– Nossa, que coisa de novela mexicana. – Sakura me interrompeu, e eu assenti.

– De qualquer forma, depois de um tempo vocês voltaram a se falar. Na mesma época em que Ino foi rejeitada por mim, e descobriu que eu também gostava de você. Contudo, ela nunca te disse nada. Provavelmente ainda estava com raiva de mim ou de você.

“Essa época, quando tínhamos doze para treze anos, foi a mais estranha. Tanto eu quanto você estávamos crescendo, você já falava de meninos enquanto eu pegava as playboys escondidas de Itachi e mostrava aos meus amigos. Apesar disso, nós continuamos juntos. Você ia a minha casa todo fim de semana, para jogar vídeo game e comer porcaria.

Foi nessa época também em que eu ficava um pouco tenso perto de você. Eu já tinha noção de que sentia algo a mais por você, mas tinha medo de te dizer e nossa amizade acabar. Logico que minha mente inexperiente não percebeu os sinais claros que você me dava, os quais só fui perceber anos depois.

Ficamos nessa enrolação por um ano, até que fomos a uma festa. Foi aquele aniversário na casa do Naruto, e você me chamou para ir junto porque não queria ficar sozinha. Foi a primeira festa que nós fomos que não era infantil, tinha música, ponche não alcoólico, e uma variedade imensa de meninos e meninas na puberdade.

Eu e você ficamos juntos o tempo inteiro, as pessoas até mesmo achavam que namorávamos. Lá para o fim da festa, fizeram aquela brincadeira, “verdade e desafio”, e você teve que beijar um menino desconhecido bem na minha frente. Eu fiquei muito surpreso porque você não parecia com medo, na verdade parecia bem tranquila. E eu achando que aquele tinha sido seu primeiro beijo, dado de forma injusta, em um jogo bobo.

Ah, como eu era um menino inocente. Depois de um tempo, você me confidenciou que aquele não tinha sido seu primeiro beijo, que você tinha beijado um garoto em um festival. Não sei porque fiquei surpreso, afinal você era amiga da Ino, mas fiquei muito triste. Com isso, minha paixonite por você deu uma esfriada.”

– Nossa, é sério? Não acredito que meu primeiro beijo não foi com você. – disse, me olhando indignada. Diga isso para sua eu adolescente.

– Não importa, eu fiquei com muitas outras primeiras vezes sua. – falei.

– Aé? – perguntou, sorrindo brincalhona. – Estou ansiosa por essa parte da história.

– Pois vai ter que esperar. – respondi, fazendo-a rir. – Bem, depois disso, continuamos sendo amigos, como sempre, mas agora tínhamos outras coisas em mente.

“Ao invés de brincar, como fazíamos antes, passamos a sair mais com outros amigos. Você com suas amigas e eu com os meus. Eu ia em algumas festas, comecei a sair com umas garotas, mas eu não sabia exatamente o que você fazia. Nós ainda éramos amigos, mas tínhamos nos afastado um pouco. Eu conheci uma menina, o nome dela era Karin; ela era bem legal, bem parecida com você. Nós saímos por um tempo, até eu descobrir que você estava namorando um menino.

Naquela época que eu percebi que eu gostava de você, porque fiquei morrendo de ciúmes. O nome dele era Sasori, um aspirante a guitarrista, que era dois anos mais velho que você. Assim que descobri, por intermédio de Ino, fui até você tirar a história a limpo.

– Que história é essa que você está namorando? – eu perguntei, assim que cheguei a sua casa.

– Psiu, fica quieto. – você resmungou, me puxando até o seu quarto. – Como descobriu isso?

– Ino. – você revirou os olhos e se sentou na cama. – E então, quando pretendia me contar?

– Não sei, Sasuke. Não é nada sério, sabe... não é igual você e Karin. – você fez uma careta, a qual eu não entendi na hora.

– Mas podia ter me contado. Sou seu amigo, não sou?

– Sim. – você suspirou, coçando a cabeça. – Mas é constrangedor, sabe?

– Ué, por que?

– Ah, Sasuke, sei lá! Pare de fazer tantas perguntas...- você ficou irritada, e se jogou na cama, de braços cruzados.

Eu sabia que estava invadindo seu espaço e você não estava gostando. No entanto, eu queria saber. Eu sentia que era meu dever saber das coisas e te proteger, afinal eu não conhecia o tal do Sasori.

– Você gosta dele? – perguntei, me sentando ao seu lado.

– Não sei.

– Caramba, você não sabe de nada! – eu respondi, ficando irritado. Eu odiava rodeios, era muito objetivo.

– Ai, Sasuke, que chatice. Eu não sei o que eu sinto, ‘tá legal? Ele é maneiro, bonito e tudo mais, mas falta alguma coisa.

– O que? – você ficou em silencio e me encarou.

Eu sempre me lembrei daquele dia, porque foi a primeira vez que percebi o quão expressivos seus olhos eram. Você me passou tudo o que sentia, naquela época, mas eu recusei enxergar. Talvez por medo, receio de que nosso relacionamento ruiria se seguíssemos aquele caminho e não desse certo. Portanto, fiquei quieto, esperando você inventar uma desculpa.

– Você não entenderia. – depois, mudamos de assunto.”

– Eu gostava de você nessa época?

– Sim. Você me disse anos depois que estava namorando Sasori só porque eu namorava Karin. – ri, me lembrando do ciúmes bobo.

– Ah, não acredito que fiz isso. – Sakura riu, balançando a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Olá a quem chegou até aqui!
Espero que gostem do capítulo, foi feito com muito carinho.
Bjs