Memoirs escrita por Xokiihs


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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– Bem, depois daquele dia, eu não sabia muito bem como me aproximar de você.

– Era tímido, é? – revirei os olhos, enquanto ela sorria. – Desculpe, mas é difícil de imaginar.

– Quando eu era criança, era bem tímido. Continuando..., eu fiquei uma semana inteiro imaginando o que poderia fazer para te chamar para brincar, sem parecer que era isso o que eu queria.

– Ora, além de tímido, já era orgulhoso?

– Ei, vai me deixar terminar? – cruzei os braços, enquanto ela ria da minha cara.

– E continua bravinho, pelo que posso ver. – não consegui segurar o sorriso por muito tempo, vendo-a rir como a tanto tempo não fazia. – Desculpe-me, continue.

Assenti, retomando nossa história.

“ Ao mesmo tempo em que eu ficava pensando nisso, estava ansioso para brincar com alguém. Então deve imaginar que estava subindo nas paredes, não é? No sentindo de querer brincar, claro.

Eu ficava olhando pela janela, tentando te ver de alguma forma para que, talvez, conseguisse transmitir meus pensamentos a você. Minha mãe, ao perceber o que eu estava fazendo, riu.

– Sasuke, se quer brincar com a Sakura, por que não vai chama-la?

Eu me assustei, vendo-a parada na porta do quarto, carregando o cesto de roupas sujas e um sorriso zombeteiro.

– E-eu não quero! Vou brincar sozinho. – eu respondi, pegando os meus brinquedos rapidamente e correndo para fora do quarto, como se estivesse confirmando o que eu disse.

Tenho certeza que minha mãe riu, naquela hora. Enfim, eu fui para o quintal, onde eu sempre brincava. Estava mal-humorado, mas assim que comecei a brincar com meu boneco assassino e robô, esqueci-me porquê de estar irritado.

Eu estava tão submerso em meu próprio mundo, que não ouvi passos atrás de mim; e quando dei me toquei, você já estava na minha frente. Dessa vez tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo, mas usava roupas velhas.

– Oi! – disse, sorrindo e acenando. E seu rosto estava vermelho, talvez por causa do sol ou por causa da vergonha. Nunca soube.

– Oi. – respondi, voltando a brincar com meus brinquedos, ignorando sua presença. Crianças são assim, não é? Se esquecem dos problemas muito rapidamente.

– Do que está brincando?

– De luta, né. – respondi como se fosse a coisa mais obvia do mundo. Mas depois pensei que talvez, por você ser menina, não sabia o que era isso. Porém, novamente você me surpreendeu.

– Que legal! Posso brincar? – te olhei incrédulo.

– Você sabe? – você me devolveu um sorriso enorme, assentindo.

– Sim! Eu sei lutar karatê! Sou faixa amarela. – pode imaginar o quão embasbacado fiquei. Uma garota, lutando? Aquilo para mim era tão estranho quanto comer baratas.

– Hm. E você tem bonecos?

– Sim, espere ai. – e assim você saiu correndo, voltando minutos depois com um Ken.

– Esse é seu boneco? – perguntei, enquanto analisava o boneco surfista, que usava batom, que você trazia. Você pareceu tímida, abraçando o boneco contra o peito.

– É o único que eu tenho. O resto são Barbies. – eu dei de ombros, voltando a brincar, e você se sentou a minha frente.

– Esse é o Megatron,- mostrei meu robô, o que eu tinha ganhado do tio Obito. – e esse é o Rambo.

– Bem, esse é o Ken. – você apontou para o boneco, e eu pude ver o quanto os meus brinquedos te inibiam.

– Que poderes o Ken tem? Batom a laiser? – Sim, eu era uma criança encrenqueira. No entanto, você riu.

– Pode ser!

E assim, eu com meus brinquedos e você com o namorado da Barbie, nós começamos a brincar. Ao fim do dia, já estávamos entrosados, e eu gostava um pouco mais de você – embora ainda estivesse desconfiado.

Quando tivemos que ir embora, prometemos brincar no outro dia, então eu fiquei mais feliz por toda a tensão ter ido embora.

Uma coisa que eu nunca te contei foi que, quando cheguei em casa, e estávamos jantando, eu disse.

– Mãe, acho que a Sakura é menino.

E é claro que eu não poderia estar mais errado. ”

– Não acredito que disse isso! – ela ria, enquanto eu assentia, me lembrando da cara que minha mãe fez, pedindo para eu nunca falar isso na frente da Sakura.

– Disse. Mikoto quase me comeu vivo, dizendo o quão mal-educado dizer aquilo era, e esses blábláblá.

– Mikoto? – franziu o cenho.

– Minha mãe.

– Ah, sim! Continue, por favor.

– Calma, apressada. – ri, mas retomei a história.

“ Depois desse dia, passamos a brincar sempre; ficávamos a tarde toda juntos, e até mesmo de Barbie você me convenceu brincar. Lógico que eu não gostei nem um pouco, mas nessa época você já me controlava.

Quando completamos dez anos, fomos para a mesma escola, depois de pedirmos muito aos nossos pais. Entretanto, na escola nova não ficávamos muito juntos, você tinha suas amigas e eu os meus. Até que um dia eu te vi em um canto, encolhida.

Assim que me aproximei, vi que estava chorando. Quando você me viu, limpou as lagrimas rapidamente, como se tentasse esconder de mim que estava chorando.

– O que houve, Sakura?

– N-nada. – você resmungou, olhando para baixo.

Eu era criança, mas depois de quatro anos de amizade, sem desgrudar de você, eu sabia quando algo estava errado.

– Vamos, me conte. Somos amigos, lembra? – sentei ao seu lado, enquanto você fungava.

Você ficou em silêncio, me matando de curiosidade, e depois de um tempo, e eu já estava desistindo, você falou.

– Acha que tenho a testa grande? - eu fiquei te olhando meio sem saber o que dizer, enquanto você retribuía o olhar, confusa.

– Tem, ué. – resolvi ser sincero. Minha mãe sempre disse que sinceridade era o que formava o caráter de alguém. Ela só não citou que, as vezes, ser sincero com algumas coisas não era legal.

Percebi isso quando você começou a chorar de novo.

– Ei, ei. Calma. – você me empurrou, limpando as lagrimas em seguida.

– Seu chato! – depois de ficar chorando mais, me olhou, com os olhos inchados. – Os meninos da minha sala ficam me chamando de testuda.

– Bate neles, ué. – você revirou os olhos, bufando.

– Não posso. Vão falar com meus pais, burro.

– Só te dei uma dica, grossa. – ficamos em silencio novamente.

– Desculpa. É só que eu ‘to chateada.

– Olha, se você quiser, posso chamar os meninos e pegamos esses ai na saída. – você riu, revirando os olhos em seguida.

– Sasuke, se eu quisesse bater em alguém, já teria feito. Sou faixa preta, esqueceu?

– Tsc, só ‘to tentando ajudar.

Ficamos em silencio de novo, até você me abraçar, coisa que sempre me deixava surpreso e envergonhado.

– Obrigada. – disse, sorrindo de novo. Eu não sabia mas foi mais ou menos nessa idade em que comecei a te ver de forma diferente.”

– Aé? – sorria, os olhos verdes brilhavam. Automaticamente, sorri também.

– Sim. Acho que, no fim das contas, você sempre foi o amor da minha vida. – eu não era muito bom com palavras, mas ela as merecia.

– Sim, sempre fui. Sempre serei. – sorriu novamente, apertando minha mão, numa promessa silenciosa.

– Só tem uma coisa que eu nunca te contei. E acho que você nunca descobriu.

– O que?

– Bem, no outro dia, eu e os meninos cercamos os engraçadinhos que te chamavam de testuda. Eu fiz toda a minha pose de mal, e ameacei eles.

– Sasuke! Não acredito que fez isso! – apesar de tentar manter a cara séria, sabia que segurava o riso.

– Fiz. E ele nunca mais te chamou assim, não é?

– Que coisa boba... – começou a rir. – Mas fico feliz por ter me defendido.

Me deu um beijo nos lábios, e eu sorri.


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Notas finais do capítulo

Olá!
Aqui está mais um capítulo, espero que gostem!
Bjs



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