Penas Ao Vento escrita por Isadora Baudelaire


Capítulo 8
A Fuga.


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Vim com mais um capitulo fresquinho e com o demônio mais charmoso de todos!!



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O cadeado era forte, mas em menos de dez minutos de pura tensão ele cedeu e abri com um estalo, eu levantei a tampa com dificuldade e espiei dentro da caixa. Crowley estava sentado me encarando sério, ele usava uma calça, terno, sapato e a gravata igualmente preta, e uma flor vermelha pendia do bolço do seu terno, em baixo dele um grande símbolo estava desenhado, escorreguei para dentro e raspei a tinta vermelha com a minha unha e ele suspirou.

– Adoraria saber oque o anjinho faria se nos visse assim, juntinhos – ele fala com uma voz maliciosa.

– Quieto ex-rei do inferno – falei pulando para fora da caixa logo em seguida o demônio fez o mesmo.

– Foi só uma observação – ele fala dando uma longa risada divertida.

– Vamos, temos que achar o meu corpo.

Corremos furtivamente pelos corredores e escadas até chegar a uma porta alta de madeira com cabeça de cães esculpida, ele abriu a pesada porta com facilidade e nós entramos em um amplo salão, havia poucos moveis dentro, apenas um grande trono cinza, do que eu deduzi ser de ferro ou alguma coisa parecida, ao fundo e algumas cadeiras dispersas encostadas nas paredes do grande salão, andamos até o canto do salão próximo ao trono e entramos em uma pequena porta e chegamos a outro corredor.

– Ótima ideia a sua surpreender o demônio e depois ataca-lo e exorciza-lo.

– Só fiz o meu trabalho.

Ouvimos barulhos no corredor.

– Por aqui, rápido!

Ele me puxa pelo pulso e me leva para dentro de um pequeno quarto com chão e parede branca, bem iluminada, a única coisa que tinha no quarto era uma maca e o meu corpo em cima, amarrado pelos pés e pelas mãos.

– Céus! – exclamei.

Eu me aproximo e vejo que uma grande cicatriz circulava o meu pescoço e algumas menos pelos braços e pernas que estavam descobertos, pois eu estava vestida com um vestido branco de alcinha que ia até um pouco abaixo do joelho, passo a mão suavemente nos cabelos do corpo ali deitado.

– Você esta bem conservada – ele fala passando a mão levemente pelo braço do corpo sem vida e depois ri maliciosamente – para uma morta.

– Tira a mão dai! – falei dando um tapa na mão dele – vamos acabar logo com isso.

Ele solta um olhar zangado e começa a soltar as amarras que prendiam o meu corpo, eu o ajudo.

– Isso irá doer muito – ele avisa maldosamente.

Ele segura com as duas mãos o meu pescoço e me empurra contra o meu corpo, quanto mais eu me aproximava maior era a luz que segavam os meus olhos e a dor que parecia queimar o meu corpo, ele empurrava com força e eu podia sentir o meu rosto encostando-se a alguma coisa a minha frente, oque eu deduzi ser o meu rosto morto, eu berrava de dor e implorava para ele parar, quanto mais eu implorava para ele mais força ele exercia, a dor consumia a minha alma até que eu senti estar entrando em alguma coisa e tudo escureceu.

“Então eu apareci em um campo de girassóis, eles me cercavam e eu não via o fim deste lindo campo, olhei para cima e nuvens dançavam nos céus graciosamente e formavam as mais belas figuras, consegui distingui uma águia e ao lado um homem pulando corda, ri desta observação e sentei sentindo o vento balançando os girassóis ao meu lado, uma mão toca a minha e eu olho assustada para o lado, Castiel estava sentado ao meu lado vestindo uma camisa azul marinho, calça e gravata preta, a sua braba estava um pouco grande e ele sorria para mim, e então eu retribui, um sentimento de felicidade que eu não sentia a tempos dominou o meu corpo, acaricio as costas da mão de Castiel, eram macias e quente, seus olhos estavam emitindo um brilho de felicidade, mas parecia que ele olhava através de mim.

‘Castiel, esses não são os girassóis mais lindos que você já viu?’ Falei observando os lindos girassóis.

‘Charllote’ Ele falou, mas parecia que a voz vinha de longe ‘Charllote, Charllote, Charllote... ’ A voz ganhava intensidade e se aproximava de mim.

Os girassóis começaram a desaparecer, olhei para o lado assustada e o Castiel havia sumido, tentei levantar, mas o meu corpo ficou pesado e tudo ficou branco e a voz continuava a me chamar”

– Charllote, acorde!

Abri os olhos assustada e sentei na cama, Crowley estava ao meu lado me olhando fixamente sem expressão.

– Deu certo?

– Mas é claro que sim – ele fala revirando os olhos.

Ele puxa do bolço do terno um pano roxo escuro que estava enrolado em volta de algo, ele estende para mim.

– Leve isso.

Peguei de sua mão e desenrolei o objeto, e para a minha surpresa uma linda adaga aparece, o cabo de madeira clara era curto, mas bem equilibrado, dava para se ver asas esculpidas e uma pedra negra no centro, a lamina era curta e branca, de um metal que eu nunca tinha visto, na ponta da lamina havia uma pequena pedrinha que também era negra, eu a tiro do pano e um arrepio percorre a minha espinha, me sinto nova em folha e a ponto de matar alguém.

– Com isso você terá a sua graça novamente, eu fiquei sabendo que está com a “anja” – ele pega a adaga da minha mão e enrola novamente no pano – aconselho você a não carrega-la sem ela estar envolta em um pano.

– Por quê?

– Essa adaga é especial – ele revira os olhos – Foram criadas apenas três delas, elas absorvem a graça do anjo quando você o esfaqueia depois você tem que finca-la em si próprio para transferir a graça, é arriscado, mas é o único modo de você sobreviver e resgatar oque é seu. Mas cuidado, você tem que ser certeira, pois depois de usada ela se quebrará.

–Porque está me dando algo tão raro e precioso? – falei desconfiada.

– Primeiro porque eu quero aquela vadia morta, segundo porque não tem utilidade, não diretamente, não agora – ele deu de ombros – e terceiro porque eu quero. E mais uma coisa, cuidado o seu copo está muito frágil se você levar um mero arranhão poderá morrer, só que dessa vez não terá jeito de manter a sua alma viva, ela não irá aguentar.

– Está bem – engulo a seco e guardo a adaga com um pouco de receio – como vou sair... Daqui?

– Assim – ele estala os dedos e o cheiro de feno e estrume preenche as minhas narinas.

Olho a volta e estou dentro de uma baia vazia, uma dor forte de cabeça me atinge e eu caio no chão.

– Mas que demônio!

Levantei devagar e fui para o corredor, olhei em volta e vi vários cavalos me olhando assustados, por uma grande porta pude ver que era noite, caminho até ela e vejo uma velha casa de madeira caindo aos pedaços, volto para dentro e entro em um pequeno quartinho que tinha algumas selas de passeio e western, cabeçadas e cabrestos, então avisto uma carta em cima de uma velha mesa, me aproximo e pego-a.

– Tommas Worderwood – li o nome na carta – Wisconsin... Torp!? Onde caralh...

Um cavalo relinchou e bateu o pé com força no chão, saio da pequena sala e vejo um garanhão da cor de ouro andando livremente pelo corredor.

– Olá rapaz – falo me aproximando com cautela – oque você está fazendo solto?

Ele era robusto, mas não muito alto, provavelmente um quarto de milha, era da pelagem palomino e aparentava ser bem jovem, acaricio o seu pescoço e ele estremece com o toque, aproximo do seu rosto e ele fecha os olhos calmo. Como eu iria voltar para a Florida e acabar com aquela desgraçada? Precisava de uma carona até encontrar um celular ou alguma coisa que eu pudesse me comunicar com os garotos.

– Quer me ajudar rapaz?

Vou até a pequena sala e pego um pano comprido e flexível, pego a adaga, que estava embrulhada no pano que o Crowley havia me dado, e enrolo com o pano na minha coxa, assim ela estaria escondida e a salvo de encostar-se à minha pele. Pego os equipamentos e encilho o belo animal, quando eu tento montar o vestido me impede e faço alguns rasgos curtos nas laterais do mesmo. Coloquei o meu pé esquerdo no estribo e joguei o outro por cima da sela, segurei as rédeas e bati o tornozelo levemente na barriga do equino.

– Vamos, nessa! – falei animada.

Segui o caminho de terra batida grande parte ao passo com o meu companheiro, era difícil galopar, eu não tinha experiencia e o meu corpo preparado não estava preparado para isso, mas admito foi divertido.

7 horas depois

Depois de ter parado para descaçar algumas vezes durante o longo caminho, o dia já estava amanhecendo e eu encontrei uma pequena cidade, provavelmente Thorp, onde a caixa postal do Tommas provavelmente ficava, o garanhão estava cansado de andar a noite inteira, então desci dele, quando senti o impacto no chão me amaldiçoei por ter sido tão ingenua, era obvio que iria doer, não só os braços, as costa, mas também as pernas por ter passado tanto tempo em cima de um cavalo.

– Calma garoto, nós já estamos chegando – suspirei, falando mais para mim do que para ele – montar é mais difícil do que parece, admito.

Segurei as rédeas dele e marcho em direção ao pequeno posto de gasolina na entrada da cidade, amarro o garanhão que abaixa a cabeça e fecha os olhos cansado, depois entro no estabelecimento vazio e um velho senhor levanta de uma cadeira atrás do balcão de madeira, ele tinha os cabelos e a barba por fazer brancos, seus olhos pretos opacos e sem vida, ele demonstrava uma cara de tédio e cansaço, usava uma blusa vermelha listrada, um casaco azul marinho e segurava uma garrafa de cerveja na mão esquerda, ele me olha de cima abaixo analisando as minhas cicatrizes pelo que eu pude notar.

– Oque posso fazer por você, minha linda – ele pisca para mim e sorri, seu sorriso cafajeste era nojento, lhe faltava vergonha na cara e dentes na boca.

Odeio isso, homens nojentos como ele, que só veem as mulheres como objeto, ele passou a língua entre os lábios e o seu olhar variava entre o meu rosto e as minhas pernas, eu tinha certeza de que ele iria pular em cima de mim se eu não entrasse no joguinho, eu precisava de arma, comida, dinheiro, um carro e um balde com água.

– Querido, poderia me dar um balde com água para o meu companheiro – apontei para o cavalo do lado de fora e dei um sorriso sensual mais convincente possivel, eu não era boa nessas coisas.

– Claro que posso tudo o que você quiser... Gata - ele larga a cerveja e sai de trás do balcão e fica frente a frente comigo, ele era da minha altura e mancava com o pé esquerdo.

– Estou morrendo de fome – falei esquivando fingindo procurar alguma coisa nas estantes – e sede.

Ele sorriu e acariciou o meu braço, depois se retirou entrando em uma porta atrás do balcão, corro os meus olhos pelo local a procura de alguma arma ou coisa do gênero, não tinha nada, fui atrás do balcão e eu encontro um pedaço de madeira escondido ao lado de uma lixeira, eu o peguei e esperei atrás da porta o velho aparecer, quando ele atravessou a porta fazendo muito barulho eu bati com força no meio das pernas dele, ele solta o balde e um pote com comida.

– Sua vaca! – ele arqueou o corpo para frente e segurou o órgão atingido com as duas mãos, vejo uma lagrima escorrendo e o seu rosto estava com uma careta de dor.

– Velho nojento.

Com um movimento rápido, eu o apaguei batendo em sua cabeça, pego o balde e encho de água e ofereço ao cavalo do lado de fora.

– Você precisa de um nome garoto – acaricio o rosto dele – Chest, talvez...

Ele relincha e eu vou até o homem, pego dinheiro, um celular, um canivete e o seu casaco, estava fazendo frio naquela época do ano, vou até o caixa e pego um pouco mais de dinheiro, pego o pote e como tudo, pego algumas sacolas e encho com comida e amarro a sela, pego uma cartela de remédio para dor muscular e tomo dois comprimidos, vou até a despenca e pego um pouco de sal e benzo uma garrafa com água, quando eu ia saindo vejo um jornal e o pego.

" Grande nuvem negra sobrevoa a Flórida e desaparece depois uma forte luz atingir o estado e vários moradores desaparecerem na região "

– Acho que está bom – vou até o garanhão e monto.

Volto até uma fazenda no final da cidade, um chalé no final do terreno e o estabulo à direita faziam com que a fazenda aparentasse estar abandonada, guio o Chest até o terreno e em poucos minutos o garanhão galopava livre pelo campo, eu escondo a sela e o resto do equipamento dentro da casa e as minhas coisas atrás da cerca perto da estrada, o dia estava nublado e um vento frio balançava as copas das arvores, caminho até a cidade pouco movimentada, encontrei um carro sem alarme e começo a arromba-lo e em poucos minutos eu já estava dentro dele dando partida, dirijo até a fazenda e pego as minhas coisas, e olho para o lindo cavalo feliz no campo, eu teria que voltar para pega-lo qualquer dia desses, ele tinha que ser meu, depois de um tempo admirando o belo animal disco o numero do Bobby.

– Alô?

– Oi Bobby! Sou eu, Charllote! Estou em Wisconsin.

– É você mesmo, garota? Você despareceu, os Winchester estão te procurando, e ao Castiel também! Ouvimos boatos de que você morreu.

– Ouviram certo então, diz para eles irem ao ferro velho, vamos nos encontrar lá, eu tenho um plano.


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Notas finais do capítulo

Então? Oque acharam? Gostaram do cavalo? XD E do sonho da Char? Fofo né? Pra matar a saudade do Cas e da Char juntinhos... hehehehe Qual vocês acham que é o plano dela? Pensei em fazer um capitulo extra dizendo como foi esses dias do Castiel sem a Char... oque acham? Se vocês não falarem.. dai eu escolho >



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