O outro lado da moeda : Skye escrita por Blake


Capítulo 29
Capítulo 29




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SKYE

– Isso definitivamente não é a sala de comando – Ward anunciou ironicamente, enquanto punha o último cientista dentro de um sala e selava a porta.

– Se você não houvesse esquecido aonde é, talvez pudéssemos estar lá – retrucou acidamente.

Hackeava a central, através dos computadores do laboratório, mas tinha que admitir, não era nada fácil e levou bons quinze minutos, onde um impaciente Ward não a deu folga por sequer um minuto. Entendia a vontade dele em pôr um fim em tudo aquilo, mas ele parecia quase duvidar de qual lado Skye estava e aquilo começava a lhe irritar.

– Pronto – exclamou, apertando um último botão que liberou todos os portões, mudara os códigos de acesso aos mísseis, então estariam livres desse pequeno contratempo também.

Tomara controle sobre as câmeras e era isso que assistia naquele exato momento, um bocado de analistas e técnicos tentando reverter o que Skye fizera, soldados brotando do chão e formando uma espécie de barreira nas partes mais vulneráveis e John, que era seguido por cerca de dez soldados, galgando seu caminho até a enfermaria.

– Olhem isso – comentou, chamando a atenção dos homens que rapidamente aproximaram-se da tela, vendo John atravessar a porta da enfermaria com fúria.

– Merda – balbuciou em puro assombro ao vê-lo pôr a arma na testa de Victoria. Levantou-se da cadeira e já estava quase atingindo a porta quando Mike segurou em seu braço.

– O que você está fazendo ? – o moreno questionou, com confusão.

– O que você acha ? Não deixando meu pai matar mais alguém – respondeu, livrando-se do aperto dele.

– Ele não é seu pai – Mike anunciou.

Virou-se sem entender nada – É sim, eu vi o teste – rebateu.

– Victoria falsificou aquele teste, ele não é seu pai, se você for lá, ele irá lhe matar – Mike tentou trazê-la a razão – Por que você acha que ele parece tão irritado com Victoria ? – finalizou, e tinha um quê de súplica no seu timbre.

– Mais um motivo para eu ir lá, talvez retribuir o favor – finalizou e já corria, pelo menos o caminho entre o laboratório e a enfermaria decorara bem.

Foi possível ouvir Mike falar algo para Ward, antes de segui-la de forma apressada. Skye não o dera opções.

Ao chegar na porta da enfermaria foi possível ver Victoria cuspindo uma quantidade considerável de sangue, esse tingia todo o chão ao seu redor. A mulher estava de joelhos, mas nem por isso abandonou o ar superior, era realmente dura na queda.

Abriu a porta, com o cenho franzido e foi o único momento que ela demonstrou surpresa. Os soldados viraram-se, com armas em punho, dez fuzis apontados para si, mas a única coisa que encarava eram os olhos azuis de John.

– O que você está fazendo ? – questionou baixo, alternando seu olhar entre Victoria e John.

– Eu fui lhe procurar para partirmos, mas não a encontrei, e o último acesso daquela ala foi do cartão de Victoria, eu pensei que ela houvesse lhe machucado ou pior – Garrett falou, as mãos ainda brilhavam com o sangue da mulher. Ele tentou aproximar-se de Skye, que recuou.

– Eu não posso ir com você, John – afirmou, sustentando o olhar do moreno.

Ele a fitou, com certa confusão, e ao notar o quão inconfortável a jovem estava, tentou limpar o sangue que tinha nas mãos.

– Eu acabei de permitir que a equipe do Coulson entrasse – prosseguiu, tentando manter a voz firme – Sinto muito – não estava propriamente arrependida de ter deixado Coulson entrar, estava arrependida pelas circunstâncias serem aquelas. Mais mortes.

– Você comandaria HYDRA, você poderia transformá-la em algo certo ... – John comentou e dessa vez não se importou em aproximar-se mais da morena, tendo Mike a se pôr no caminho dos dois, morreria antes de deixar Garrett chegar à menos de 5 metros de Skye.

– Você não entende – contornou Mike e parou diante de John – HYDRA ou SHIELD, nenhuma das duas é certa, e eu não quero ter nada a ver com isso – afirmou e suspirou, tomando coragem para o que pretendia dizer em seguida, aquele seria um momento decisivo, mas devia ao homem pelo menos a verdade.

Victoria balançou a cabeça negativamente, pois sabia o que Skye pretendia fazer.

– Eu não sou sua filha, John – admitiu, e esperou por uma onda de tiros, não estava particularmente preocupada com isso, sabia que sua barreira era bastante resistente, mas a ordem de abrir fogo não veio. Apenas mais confusão na cara deformada de John.

Ele passara a fitar Victoria, que pela primeira vez parecia incapaz de sustentar o olhar de alguém.

– Por que você fez isso ?! - questionou com a voz alterada. Pegou no braço da ruiva, fazendo-a erguer-se e encará-lo.

– Porque você é meu irmão e porque ela é inocente – a ruiva sussurrou, os olhos azuis marejados.

Pensou que fosse presenciar o inferno gelar antes de ver Victoria chorar, e o que ?! Eles eram irmãos ?! Casos de família não chegaria aos pés daquela situação.

– Você pareceu não considerar isso muito importante quando Fury tentou me matar naquele incêndio, na realidade, você se tornou bastante leal a ele depois disso – John cuspiu aquelas palavras, ainda apertando violentamente o braço da mulher.

– Eu não sabia que você estava vivo! – gritou enfurecida, Fury e Hand procuraram John incansavelmente, ambos com seus próprios objetivos em mente - Você era o único motivo para eu ser leal à HYDRA, eu não sou leal a essa organização medíocre que nossos pais nos forçaram a seguir como uma religião, eu sou leal a você, seu cretino – a ruiva se irritou, libertando-se do aperto e o empurrou com os punhos cerrados.

Victoria realmente se tornara fiel à SHIELD após John, supostamente, ter sido morto numa emboscada fabricada pro Fury. Para ela não havia mais motivos para continuar sendo leal à HYDRA. Contara tudo para Nick, sobre seu passado, sobre John, seus pais ... E o homem a deu algo que nunca antes havia lhe sido ofertado, uma segunda chance. Ela poderia começar do zero, com uma nova identidade, um novo nome, teria uma nova chance, mas tudo mudou após aquela missão de Atlanta, tudo mudou quando Katherine disse quem era seu captor. Seu irmão não estava morto, mas sua lealdade já estava determinada, não viraria às costas para SHIELD, muito menos para Nick.

O homem respirou mais pesadamente, seu olhar era uma completa incógnita o que era minimamente assustador.

– Não os deixe sair – falou para os soldados que rapidamente empunharam suas armas, apontando-as para Mike e Victoria.

– Você – apontou para Skye – Vem comigo – anunciou de forma fria.

Mike estava preparado para levar alguns tiros, mas a morena o impediu ao espalmar a mão em seu peito. O fitou longamente e ele pareceu entender, embora não tenha concordado. Ward provavelmente assistia a tudo, e se essa premissa fosse verdadeira, Coulson não demoraria a chegar ali, em menos de dez minutos Mike e Victoria estariam livres e, se tudo ocorresse como previsto, vivos.

Skye era um caso a parte, mas quando saiu na companhia de John, não temia seu futuro.

MAY

Jemma não ficaria com nenhuma outra pessoa que não fosse May, desde a missão de Atlanta sentia que a asiática era seu amuleto da sorte, Fitz estava sem Ward, e não pretendia ficar longe da cientista então também entrou no grupo. Lincoln sentia-se em débito com a chinesa e os cinco outros soldados de Gonzalez viriam a calhar. Aquele consistia o grupo da mulher. Iriam primeiro atingir a parte mecânica da instalação, depois iriam aos laboratórios. Algo sobre o recente silêncio de Mike e Ward a incomodava.

– Pelo mapa, a sala de comando fica aqui – Fitz afirmou, fazendo um “x” no tablet. Estavam bem, bem distantes desse ponto, a mulher suspirou, já esperando muitas surpresas em seu caminho.

– Então melhor nos apressarmos – comentou, tomando a dianteira. Ouviam sons de tiros, algumas explosões, mas tudo parecia tão distante, como se fosse em outra dimensão. Aquilo era um maldito labirinto, muito maior que o de Atlanta, óbvio, Garrett nunca ficaria atrás de Bruce em algo.

Passavam por dentro da academia, que estava afundada na mais completa escuridão, pois queriam evitar os corredores que passaram a ser patrulhados por soldados de no mínimo dois metros de altura, com super força, super velocidade e super resistência. Não sairiam vivos se tivessem que lutar contra aqueles trogloditas a cada curva.

– Aonde você quer ir, depois daqui ? – Fitz tentou acalmar a inglesa, que apertava seu braço com mais força do que o necessário. Ele também estava aterrorizado, mas não permitiria que ela notasse.

– Casa – ela respondeu baixo, jogando a luz da lanterna para a lateral, onde, ela poderia jurar, havia um vulto, mas ao apontar a lanterna novamente naquela direção, não havia mais nada. Nada falou, pois não queria ser tirada como a medrosa do grupo, mas encolheu-se mais ainda ao lado de Leo.

– Inglaterra então, eu amo aquele céu cinzento e o humor dos ingleses – Fitz comentou com certa ironia, sorrindo ao sentir a cotovelada que recebeu.

O sorriso não durou muito sobre o rosto de nenhum deles, já que uma bola vermelha rapidamente irrompeu pelo cômodo, levando consigo três dos cinco soldados de Gonzalez. Todos sabiam de quem era aquele simpático poder. Fitz abaixou-se, escondendo-se atrás da esteira, juntamente com Jemma. Enquanto uma onda de tiros ecoava pelo local, ninguém enxergava muito bem e a dupla que sobrou dos soldados, pareciam atirar avulso.

– Parem! – May ordenou, não estava entendendo porquê Wanda queria machucá-los, mas não permitiria que a machucassem.

Só então a garota se revelou, sua névoa vermelha contornava os traços do seu rosto , dando-a um ar meio fantasmagórico, aquilo parecia um filme de terror, mas bastou May anunciar isso para Wanda derrubar os outros dois soldados restantes, deixando uma May e um Lincoln sem fala.

– O que você está fazendo ?! – Lincoln foi a pessoa a questionar, aproximando-se de Wanda, sem medo algum.

May parecia incapaz de sacar sua arma para a ruiva, não tinha mais ICER’S, aquilo era o tudo ou nada. A chinesa sabia, não conseguiria carregar na consciência outra criança morta.

A menina nada respondeu e apenas empurrou Lincoln, chocando-o com força contra a parede, só então aproximou-se de May, parando diante da chinesa, onde ficou a encará-la longamente, seus lábios sussurram um compreensível “Sinto muito” ao pôr a mão sobre a testa da asiática, alterando sua consciência. Wanda, sem sombra de dúvida, era uma Inumana de muitas qualidades.

Fitz-Simmons assistiam a tudo, incapazes de reagir, apesar daquilo ter passado em câmera lenta, toda a ação não durou mais do que dois minutos. Sabiam que não teriam a menor chance caso comprassem briga com Wanda, então “permitiram” que ela levasse May, que parecia numa espécie de transe, ou qualquer coisa do gênero.

– Coulson! – Fitz exclamou, aproximando-se de Lincoln e checando se o loiro continuava vivo, por sorte, sim.

O homem do outro lado parecia estar tendo seus próprios problemas para lidar, e falava puxando o fôlego – Sim ? – respondeu.

– Wanda levou a May – anunciou, e estava tão confuso quanto o mais velho. Aquilo não fazia o menor sentido, o que diabos a menina queria com May ?

Aquilo não era bom, nada bom.

– Estou mandando Katherine e Jiaying – o mais velho falou, e pareceu desviar de algum golpe.

Fitz aguardou, ouvindo sons de tiros e o grito de alguém, que parecia estar tendo uma morte bem dolorosa, possivelmente uma cortesia de Katherine.

– Fitz, não importa o que você tenha que fazer, recupere a May – Coulson completou, num ar exausto e encerrou a ligação.

Jemma cuidava dos dois soldados que ainda estavam vivos, tentando mantê-los dessa forma e chorava sem dar-se conta de que fazia isso. Nunca odiou tanto seu trabalho.

Fitz pegou as armas desses e se pôs protetoramente a frente do grupo, se algum daqueles super soldados entrasse ali, encontraria um louro com sede de vingança, mas realmente torcia para que Katherine e Jiaying aparecessem antes disso.

– Lincoln, continue deitado – Simmons o recomendou, coisa que o louro tratou de ignorar.

– Eu vou ficar bem – o rapaz a respondeu, apoiando-se na parede para ficar de pé.

– Você será um homem morto, você viu o que ela fez ? – Fitz se envolveu na conversa.

– Eu a conheço, ela nunca machucaria alguém propositalmente – respondeu de forma furiosa e distanciou-se da dupla, que agora estavam com três cadáveres e dois à caminho desse destino.

SHIELD TEAM AND INHUMANS

Abriam a última cela, todos os Inumanos sequestrados estavam livres, muitos decidiriam permanecer com o grupo e lutar, os mais debilitados preferiram partir e Gordon bem que tentou levá-los, mas o complexo parecia ter ímãs que o prendiam ali. Nada bom, todos sabiam o quão importante os poderes de Gordon poderiam ser, Coulson principalmente.

– Hunter, Barbara, Miles e Tripp, destruam qualquer coisa que pode estar causando isso – delegou de forma energética e o grupo rapidamente saiu em busca de antenas e dispositivos espalhados pelo complexo, sendo seguido por mais três inumanos que Jiaying pôs para ajudá-los. Coulson pusera Miles com o trio, pois sabia que se o rapaz tentasse qualquer coisa minimamente estúpida, Hunter o mataria, como pai preocupado que se tornara, não achava essa possibilidade tão ruim assim, além do mais, Miles sabia usar as geringonças do Fitz, poderia auxilia-los naquela busca. Menos um problema para lidar.

Apesar de estarem espalhados, o grupo de Coulson, sem dúvida, era o maior. Gonzalez estava mais interessado nos mísseis e armamento da HYDRA, assim como recuperar os veículos e dados roubados. Para Coulson ficara o trabalho, não tão agradável, de conter os bandidos mais perigosos, que com certeza eram mantidos na Geladeira por um ótimo motivo, e lidar com John Garrett. Antes que tivesse a chance de procurar mais a fundo, foram surpreendidos por inúmeras estrelas ninjas. Coulson ainda lembrava-se daquela Inumana em particular e como Skye saíra repleta de cortes após o encontro das duas.

Katherine tomou a frente daquela situação, estava irada e aparentemente era a única outra Inumana ali capaz de voar, para Coulson e os demais sobrara um problema bem grande. O homem pôs a mão sobre uma barra de ferro e pareceu absorver o material, transformando-se, literalmente, no homem de ferro.

– Oh fuck – Coulson anunciou, enquanto atirava na direção de Caleb, as balas ricocheteavam e nenhum mal o causavam. Correr se tornara uma ótima opção.

Erin dividiu-se nas suas cinco personificações e todas elas começaram a lutar contra o homem, uma espécie de distração para quando alguém tivesse um brilhante plano capaz de pará-lo, de preferência para sempre.

Gordon levava os Inumanos feridos para outra sala, recebendo cobertura de alguns soldados de Gonzalez que ficaram com Coulson.

– Alguma ideia ? – Coulson questionou para a chinesa ao seu lado, enquanto desviavam dos escombros de uma parede.

– Eu não acho que você vá gostar – a mulher pontuou, desviando por pouco de uma das estrelas assassinas.

Coulson realmente não gostou e não se importaria em lutar contra um super soldado àquela altura. O plano de Jiaying incluía usá-lo como distração, enquanto as cinco Erin’s e mais três Inumanos tentavam derretê-lo.

– Sabe quanto tempo temos que distraí-lo para isso dar certo ? – Phil questionou e estava nitidamente aterrorizado.

– Trinta minutos ? – a asiática chutou de forma incerta, correndo novamente.

– Isso é ridículo – o homem exclamou, aquilo não era um plano, era suicídio.

– Mark,Eric! – chamou no seu comunicador, tinha pressa e realmente esperava que o baixinho não o ignorasse.

– Sim agente Coulson ? – não fazia ideia de quem tinha atendido.

– Peguem no laboratório um dispositivo metálico, que parece uma caixa de metal reluzente e tragam para minha posição, de preferência nos próximos cinco minutos – pediu de forma suplicante e os gêmeos pareceram compreender a ordem. Eles coordenavam a missão do avião.

Como se a situação já não estivesse ruim o suficiente, ainda chegaram sete super soldados para animarem a festa. Erin já estava ficando exausta em lutar contra o ferrinho, Andrew com suas teias não conseguia contê-lo por mais do que trinta segundos, Eric com sua invisibilidade só servia para desestabilizar um pouco o grandão e os demais poderes eram bem medianos. Katherine ainda tinha dificuldade para aproximar-se o suficiente de Gaya, ao ponto de causar-lhe realmente algum dano, então continuava naquela luta infinita.

Quando recebeu o recado de Fitz, estava desviando de um dos soldados, era realmente difícil se concentrar em algo quando se ouve a notícia de que a mulher da sua vida foi sequestrada, de modo ágil desarmou o soldado e o deu um tiro na cabeça. Foi tirado daquela espécie de transe ao ouvir o grito de Gaya, Katherine usou sua intangibilidade para enfiar a mão dentro do corpo da mulher e com a mesma rapidez saiu desse estado, puxando as vísceras da loura, que ainda agonizou por alguns minutos.

Caleb se virou, ver aquela cena o fez ficar dez vezes mais letal e corria na direção de Katherine com sangue nos olhos, o homem iria derrubar metade do lugar daquela forma. Por sorte Mark e Eric chegaram, trazendo com muita dificuldade o dispositivo entre os braços finos.

– Atirem! – Coulson ordenou e a dupla acatou. Finalmente Fitz havia descoberto o que a arma que recuperaram no Brasil fazia, Skye ficaria feliz com essa novidade.

Caleb se separou em milhões de pedaços,assim como a parede para a qual ele se dirigia, Katherine escapou do impacto ao flutuar, embora duvidasse que plasma conseguisse feri-la também.

Os super soldados restantes logo se interessaram na arma e corriam na direção dos gêmeos que mais uma vez atiraram, Katherine se uniu a luta. Tivera dificuldade em lidar com aqueles soldados antes pois Coulson pediu para que não os matassem, mas já não tinha mais esse problema e livrar-se deles fora bem simples, algumas traqueias,esôfagos, pulmões a menos ...

Jiaying observava toda aquela matança, enquanto o único super soldado com o qual lutara estava inconsciente aos seus pés. Sempre fora adepta ao pacifismo e aquilo realmente lhe assustou, Katherine sequer tentou poupá-los, tudo que fizera fora direcionado a matá-los.

Coulson observava a cara de assombro de Jiaying, não sentia orgulho, mas o medo dela viria a calhar - Sua filha pegou minha esposa, para o bem dela, faça-a devolver minha May, ou Katherine vai fazer bem pior do que isso – finalizou com ódio nos olhos.

Jiaying estava completamente abismada – Ela está viva ? – questionou num misto de alegria e descrença, embora não tenha apreciado a ameaça de Coulson.

O moreno apenas concordou brevemente, antes de dar suas ordens para Katherine - Eu vou buscar Skye e acabar com isso, traga minha esposa, eu trago nossa filha – o homem anunciou, abraçando a Inumana antes que ambas partissem. Phil Coulson tinha muitas pendências para tratar com Garrett, faria isso cara a cara.

RAINA

– Viu só ? Eu disse que seria fácil – Raina comentou, num tom jocoso.

Avaliava tanto a ruiva, quanto a asiática, que estava começando a recobrar a consciência, saindo do transe no qual Wanda a pusera. O trio encontrava-se no complexo e seguiam para a parte na qual John estava, aquilo era um contratempo nada bem vindo. Raina esperava que Skye estivesse com a dupla de idiotas; Mike e Ward, e não com o Deathlok, já vira do que Garrett era capaz e não era nada bonito, se considerasse bem, poderia utilizar um homem com aquelas qualidades na “nova Era”, mas Reed não iria querer, então logo ignorou aquele pensamento.

Raina odiava sujar as mãos, odiava usar seus poderes e quanto menos tivesse que fazer isso, melhor. Naquele caso em especial, parecia não ter muita opção, Wanda era forte, mas tinha suas suspeitas de que Skye pudesse batê-la, ainda mais depois do que Reed dissera que vira no refúgio e aquela variável, era a única que não poderia dar errado, de forma nenhuma. Que melhor forma de evitar merdas, do que fazendo você mesmo ?!

Bem que gostaria de utilizar os Inumanos da Geladeira, mas tinha algumas dúvidas sobre a lealdade deles, Reed ainda fazia seu trabalho de “conversão”, não queria se precipitar e causar um desastre, então o único reforço que poderia chamar era Gaya e Caleb, os mais fieis servos que Raina poderia pedir.

– Caleb e Gaya ? – os chamou, mas a única resposta que teve fora estática. Aquilo não poderia ser bom.

– Caleb ... Gaya ? – chamou mais uma vez, no seu tom mais autoritário e novamente ficou sem resposta.

Coulson possivelmente tenha chegado aos Inumanos do refúgio antes deles, teria que se apressar e sair dali o quanto antes, por sorte, tinha uma vantagem não compartilhada pelos demais, sabia cada mínimo esconderijo existente naquele complexo e fazia até ideia da onde Garrett levara Skye.

– Andem – ordenou para Wanda e May, entre dentes.

A chinesa estava com as mãos algemadas, mas sabia que poderia facilmente se livrar daquilo, apenas queria entender o que levou Wanda a ajudar Raina, tinha que ser algum tipo de chantagem.

– Por que está fazendo isso ? – questionou baixo para a ruiva que caminhava cabisbaixa ao seu lado.

Wanda nada respondeu e continuou a caminhar, mantinha Pietro em pensamentos todas as vezes que considerava por um fim naquilo.

– É seu irmão ? – May prosseguiu, inferindo da reação que Wanda tivera, que havia acertado. Notara, nas poucas vezes que os viu juntos, que eles morreriam um pelo outro.

O ódio que sentia por Raina, de alguma forma conseguiu triplicar, aquela era a mulher mais medíocre que tivera o desprazer de conhecer.

– Quais são seus planos, por que a mim ?! – dessa vez May questionava Raina, precisava de respostas. Já havia entendido o porquê de Wanda estar fazendo o que fazia, mas Raina ainda era uma incógnita.

– Você é uma baixinha insistente – a morena falou, um tanto impaciente com todo aquele falatório. Viram um dos soldados de Garrett correr em suas direções e bastou Raina encarar Wanda para ela ir derrubar o convidado inesperado. – Você é meu meio de ter Skye, eu usaria a mãe dela, se eu soubesse como, então você vai ter que servir – a mulher, enfim respondera, sem esconder o largo sorriso.

May estava pronta para lutar, já havia suportado aquilo demais e assim que torceu o pulso, Lincoln surgiu em seus campos de visões. O louro dirigiu-se até a ruiva, enquanto May dava uma cotovelada no rosto de Raina, pegando-a desprevenida. Livrou-se das algemas e iniciou sequências de golpes na Inumana, que rapidamente tomou sua forma metamorfa, em menos de trinta segundos a antes impecável Raina, agora estava parecendo um monstro deformado, repleto de espinhos e com longas garras, as orbes novamente se tornaram leitosas, assim como suas asas.

– Péssima decisão – falou, voando na direção de May, que desviou com agilidade das garras da metamorfa.

Wanda travava uma “luta” com Lincoln, mas não tencionava machucá-lo, na realidade queria que ele saísse dali. A ameaça de que todas aquelas câmeras eram vigiadas por um dos comparsas de Raina, a assustava, seu irmão dependia do seu comportamento.

– Vá embora, Lincoln! – falou com autoridade, empurrando-o fracamente e desviando de um dos raios que ele também a lançou, sem a intenção de machucá-la.

– Você sabe que não posso fazer isso – ele a respondeu e tentou contorná-la para ajudar May, sem sucesso, novamente Wanda o impediu.

Na sua visão periférica observava May estar tendo um péssimo momento, a mulher era habilidosa, mas não voava e dificilmente acertava algum golpe na Inumana que usou suas longas asas para dar o golpe final, fazendo a asiática voar por no mínimo sete metros, atingindo o chão com um baque surdo.

Wanda e Lincoln apenas observavam, Raina se dirigiu até a asiática caída e pôs as garras no pescoço da mesma, erguendo-a do chão.

– Mate-o – ordenou para Wanda, tanto ela quanto Lincoln ainda estavam sem fala, estáticos feito duas pedras.

O louro tentou eletrocutar a metamorfa que usou suas asas para produzir um escudo, penas, aparentemente, não são boas condutoras de eletricidade.

– Mate-o ou Pietro morre – ordenou mais uma vez, May ainda tentou acertá-la novamente, mas Raina apenas comprimiu seu pescoço mais fortemente entre as garras.

A ruiva não sabia o que fazer, lágrimas começavam a banhar seu rosto e seus olhos eram suplicantes quando encarou Raina, implorava silenciosamente para que ela não a obrigasse a fazer aquilo.

– Reed, acho que você estava errado sobre o amor dela pelo irmão – Raina falou no seu ponto, comunicando-se com o amante, aquela era a primeira vez que Wanda tinha noção de que o próprio pai estava participando daquilo. Ajoelhara-se no chão, deixando todo o desespero que sentia tomar controle.

– Não me obrigue a fazer isso, Wanda – Reed enfim respondera, a ruiva também o ouvira, o que a fez chorar ainda mais. Lincoln ainda tentava acertar Raina, inutilmente, e May mesmo estando bem machucada, também tentava ajudar a desesperada jovem.

– Não tenho o dia todo, mate-o agora ou Pietro morre – Raina fora enfática e parecia irritada, o que a dava um ar ainda mais assustador.

– Me perdoe – a menina sussurrou, cruzando os olhos brevemente com os azuis bondosos de Lincoln, e com um manear de dedos matou seu primeiro amor.

May gritou, usando suas últimas reservas de forças para lutar.

– Não me obrigue a matá-la também, acho que Skye pode ser persuadida com qualquer ser humano, você é apenas a opção óbvia, mas sabe aquela cientista ? – prosseguiu acidamente, sussurrando ao ouvido de May – Serviria da mesma forma – finalizou friamente, fazendo a chinesa murchar.

A metamorfa ergueu Wanda do chão e a empurrou para que ela se pusesse a caminhar novamente. A ruiva parecia vazia, num estado catatônico que May já vira antes, quando Skye acordou daquele sonho. Sentia-se inútil, novamente não pudera salvar Wanda e para piorar, isso custou a vida de Lincoln.


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Notas finais do capítulo

Kate Beckinsale - Katherine Pryde *U* só povo lindo nessa história.
Ficou grande, então considerem ele como o capítulo que não irei postar no decorrer da semana, estou com um leve bloqueio e necessitarei até o próximo final de semana para bolar algo.
MDSSSS, está chegando ao final, consigo sentir ...



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