Chase & Jackson- HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá, docinhos.
Obrigada pelos reviews *-*
Boa leitura.



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— Ei, cara, não coma toda a pipoca antes do filme começar. — Disse Charles para Leo, que devorava sua pipoca em alta velocidade.

— Estamos nos trailers, tecnicamente o filme já começou. — Respondeu Leo, com a boca repleta de pipoca.

Alguém gritou um “calem a boca” nas fileiras da frente, mas os garotos pareciam não se importar e continuaram e discutir sobre a pipoca. Annabeth, envergonhada por estar na mesma fileira que os “tagarelas” da sessão, apenas abaixou a cabeça e desejou que quando o filme começasse eles ficassem quietos. Não fosse o alto preço pago pelo ingresso, ela certamente sairia para “usar o banheiro” e não voltaria mais para a sessão. Infelizmente, o preço e o fato de Percy estar bem ao seu lado a impediam de realizar seu maior desejo.

— Fiquem quietos. — Sibilou Percy para Valdez. — Aqui não é uma feira ou um clube de chá de idosas para que fiquem conversando.

Leo, visivelmente incomodado, fez um gesto feio com o dedo médio para o amigo, porém acabou se calando. A conversa fora substituída pelo alto som de pipoca sendo triturada por dentes. A tela repentinamente clareou e a voz do narrador passou a ser a única conversa da sala e, de súbito, Annabeth sentiu vontade de beber seu refrigerante. Ao colocar a mão no copo, sentiu algo ali. Era uma mão, sem dúvida alguma, embora o formigamento na mão da garota fizesse parecer que mil formigas a tivessem picado.

— Desculpe. — Sussurrou Percy. — Achei que esse fosse o meu copo.

Embora estivessem na penumbra, ela sorriu para o rapaz, tentando dizer que estava tudo bem. Serviu-se de um longo gole de refrigerante e, ao devolver o copo ao suporte, ainda sentia o quente formigamento.

Felizmente, ninguém falou mais nada durante a sessão. O filme era repleto de ação, embora tivesse algumas cenas exageradamente melosas. Pelo canto os olhos, Annabeth enxergava as demonstrações de afeto de Piper e Jason, se sentindo um pouco irritada ao saber que sua amiga se tornara o tipo que garota que elas costumavam criticar juntas. E, para piorar, sentia uma constante sensação de estar sendo observada por alguém ao seu lado (Percy, especificamente falando). Repreendeu-se mentalmente, desde quando começara a ter pensamentos tão irreais? O filme acabou logo, uma vez que Annabeth parara de prestar atenção nele havia um bom tempo. Pegou o copo vazio de refrigerante e o pacote de pipoca e despejou o lixo na grande lixeira da saída do cinema.

— Por que está chorando, Pipes? — Jason indagou quando todos estavam se encaminhando para a saída do cinema.

— O filme foi lindo, mas o cachorro não deveria ter morrido.

Ele a abraçou, fazendo com que Annabeth simpatizasse imediatamente com o rapaz. Piper era muito sensível quando se tratava de animais e crianças, na verdade, qualquer coisa que envolvesse a morte de inocentes já era um bom motivo para fazê-la chorar.

— Ah, o amor é lindo. — Exclamou Leo Valdez. — Mas creio que minha fome seja mais interessante. Que tal pedirmos lanches ou algo assim?

Todos concordaram e se encaminharam para a praça de alimentação. O local estava lotado, mas Charles conseguiu encontrar uma mesa recém-esvaziada e acomodou todos no lugar. Annabeth pegou uma cadeira da mesa vizinha e se sentou ao lado de Grover, que conversava animadamente com ela sobre uma garota chama Júniper (que, ao que tudo indicava, era uma “quase namorada” do rapaz). Enquanto alguns conversavam, outros recolhiam o dinheiro para efetuar o pagamento dos lanches pedidos recentemente.

— Qual é, Grover. — Disse Percy, que se encontrava sentado de frente para Annabeth. — Pode parar de falar na Júniper por um momento? A orelha da coitada deve estar escarlate de tanto que a menciona.

—Ei, não seja estraga-prazeres. — Annabeth falou, encarando Percy no fundo de seus olhos. — O rapaz está apaixonado.

— Eu não diria apaixonado, apenas crushando...

— Nem vem, Grover. — Percy falou, rindo. — Você gosta de Júniper desde que ela entrou na escola.

Grover ficou vermelho como acaju, depois lançou um olhar repreensivo para o amigo.

— Seja discreto, e se algum conhecido dela nos ouvir? — Disse, preocupado, embora seu amigo apenas tivesse dado de ombros. — Odiaria que ela soubesse de meus sentimentos pelas palavras de outras pessoas.

— Você deve tomar uma atitude, Grover. — Annabeth aconselhou. — Quanto mais tempo demorar, pior será.

Antes que o rapaz pudesse responder, a senha no painel do restaurante apitou e mudou de número, indicando que o pedido dos jovens havia ficado pronto. Ele se levantou e foi acompanhado por outros amigos, deixando apenas Percy, Annabeth e um Charles sorridente falando ao telefone.

—Deve ser a Silena. — Suspirou Percy. — Ele, Jason e Grover poderiam montar uma comissão de paixões. Só falam nessas garotas durante o dia todo.

— É romântico. — Annabeth disse, sorrindo. — E romantismo é meio raro hoje em dia.

Percy a olhou, sorrindo.

— Então você gosta de rapazes que tomem atitude e que sejam românticos?

— Pode se dizer que sim.

— Deixarei isso anotado, só um momento.

Sem saber o que dizer, ela apenas sorriu, observando Grover e os outros voltarem da lanchonete trazendo a comida. As bandejas estavam cheias de lanches e batatas fritas, embora as batatas tivessem reduzido drasticamente durante o percurso de volta à mesa.

— Podem comer, pessoal. — Anunciou Leo Valdez. — Sirvam-se depois do rei, ou seja, eu.

Connor Stoll zombou, dizendo algo sobre Leo ser o “rei da solidão e da friendzone”. Valdez pareceu não se abalar e zombou também, dizendo que seu cabelo pelo menos não se parecia com ferrugem ou água de salsicha. Os garotos continuaram a fazer gracinhas enquanto o resto dos adolescentes enchia a boca com a deliciosa comida. Piper e Grover comeram apenas batatas, já que eram vegetarianos. Travis Stoll murmurava algo sobre o quanto o irmão era burro por perder tempo brincando com Valdez e encheu a boca com batatas. Em alguns minutos, toda a comida desapareceu da mesa, atraindo reclamações de Frank, que saíra para ir ao banheiro e, ao voltar, não encontrara o pedaço que lanche que havia guardado.

— Bobeou, dançou. — Disse Tyson. — Alguém comeu por você.

E, novamente, os rapazes começaram a cantarolar desafinadamente. Annabeth tentava em vão entender o que Percy lhe dizia, e somente após várias repetições entendeu que ele e Grover precisavam dar uma passada na loja de brinquedo e, caso quisesse, ela poderia se juntar. Desesperada por sair da bagunça, ela aceitou.

— Eles são sempre assim? — Indagou ao se afastarem da mesa.

— Geralmente são bem piores. — Disse Percy, rindo. — Estão meio tímidos hoje.

A garota ficou em choque, imaginando como seria a versão “normal” dos garotos.

— Algo me diz que não virei mais ao shopping com Jason e Piper.

Percy sorriu, depois disse:

— Não se preocupe, na próxima vez deixaremos Valdez e os Stoll trancados no porta malas.

Grover, que caminhava na frente de Percy e Annabeth, parou bruscamente.

— Percy, olhe ali. — Pediu, apontando para uma garota em frente a uma loja. — É a Júniper.

Annabeth olhou para a garota de cabelos castanhos. Algo nela era familiar, embora Annabeth não soubesse dizer o que.

— Ela não me é estranha. — Murmurou para Percy.

— Imaginei que diria isso. Lembra-se da garota que me chamou no dia da festa?

— Sim, claro que lembro. — Disse ela.

— Bom, é ela.

Annabeth franziu o cenho, a garota de quem se lembrava era ruiva.

— Ela havia pintado o cabelo. — Disse o rapaz.

— Parem de conversar. — Pediu Grover. — O que eu faço?

— Fale um oi. — Aconselhou Annabeth.

— É, faça isso. — Percy disse. — Elogie os sapatos dela. E,por favor, não aja como um cavalheiro vitoriano, isso dá muito errado.

Annabeth o encarou e ele deu uma piscadela. Grover respirou profundamente e caminhou até a garota, com as mãos tremendo como quem tinha o mal de Parkinson.

— Sabe, eu sempre achei que cavalheiros vitorianos fossem uma boa aposta. — Murmurou ele a Annabeth. — Mas, depois do que você me disse, desisti disso.

— Algumas garotas podem gostar...

— Odeio que use o plural. — Disse ele, fazendo o coração de Annabeth acelerar.

* * *

Era meia noite e Annabeth ainda se revirava na cama. Havia sido um dia intenso e feliz, mas a frase de Percy não saía de sua cabeça. Ela sentiu uma enorme vontade de esmurrar- lhe a cara por estar tirando dela uma noite de sono, mas sabia que não conseguiria estragar as feições do rapaz.

Droga” Pensou “Que tipo de vírus me infectou para que eu virasse uma moça de filme?”


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Notas finais do capítulo

Que vírus será, hein?
Bjus e obrigada por lerem.



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