InSanidade escrita por Hissa Odair


Capítulo 6
Cirurgia


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Eu demorei alguns anos para postar nessa fanfic, e o melhor de tudo é que eu não tenho uma desculpa :)
Sentiram saudades dessa fanfic? Não? Okay :´( #apanha
Prometo tentar postar mais capítulos, não só nessa fanfic, mas em todas as minhas fics em geral.
Boa Leitura ♥!



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Keiko Pov's

No dia seguinte ...

Eu acordei mais cedo para dar uma passeada por um parque, e percebo que ele é maior que eu pensava, talvez por eu não ter noção de tamanho.

Eu poderia passear pelas árvores que tem perto do Inazuma Japão/albergue/seilacomochamoesetreco não é? Acontece que eu quero ir para o parque, assim evito encontrar alguém do time.

Minha mente ainda está confusa demais devido a conversa de ontem com Minaho-san, e espero que esse choque passe logo.

Passeio por entre as árvores, e recebo uma surpresa. Parece que alguém inventou de fazer um balanço de pneu e deixou ali.

Inconscientemente eu chego mais perto do balanço de pneu e tento subir nele. O pneu estava de pé, e quando consegui subir, não consegui sair do lugar, já que meus pés não alcançavam o chão (não que eu seja baixinha). Eu tentei e tentei brincar no balanço, mas não deu certo e só conseguir cair pra trás.

Suspiro desistindo, e começo a olhar bem o pneu e depois a corda. A corda ...

Essa corda me fez lembrar algo que eu tinha pensado mais ou menos entre o período onde recuperei a sanidade e o dia em que entrei no Inazuma Japão.

O contrato cedo ou tarde vai acabar. Eu vou voltar a perder o controle, e vou me tornar perigosa. Mas eu não quero voltar ao manicômio, onde minha loucura me mata lentamente e de forma dolorosa. E de qualquer forma, eu já vou para o inferno quando morrer.

A única diferença é que eu não vou incomodar ninguém.

Tenho certeza que tem uma corda no depósito, já que treinamos com pneus amarrados.

Aimi nunca disse que suicídio é algo errado

No treino ...

Estávamos todos dando voltas em torno do campo, e os dois (Manabe-san e Minaho-san) começaram a discutir, e acabou sendo algo cômico e engraçado de se ver e ouvir. É engraçado ver como eles não se dão bem mesmo sendo de mesmo nível e por alguns motivos bobos (ou não). Os demais pareciam não entenderem bem o que acontecia e eu me limitei a sorrir e continuar andando. Aquilo já alegrou minha manhã.

Por mais que os outros do time sejam superiores a presença deles me deixa até que bem confortável. No geral eu não falo tanto com eles, mas sinto que é algo diferente com a Aimi.

Sinto falta de alguém e percebo que Morimura-san não está presente, mas acho que eu a vi quando voltei do parque, mas ela não me viu, eu acho ... Assim espero.

—Keiko- Sakura me chama - Você esqueceu de prender o cabelo.

Arregalo bem levemente os meus olhos, e percebo que realmente ela tinha razão.

Espera um pouquinho ...

Paro subitamente de correr e felizmente ninguém esbarrou em mim e eu continuei correndo com os outros assim que percebi (e ser repreendida), mas assim que parássemos eu prenderia o cabelo.

Em maria-chiquinha. Eu comecei a usar marias-chiquinhas para não me atrapalhar desde aquele dia em que treinei um dia com Tsurugi-sam e Ibuki-san ... Então Minaho-san não precisava ter pedido para eu tentar colocar meu cabelo em maria-chiquinha E MUITO MENOS prender meu cabelo ele mesmo. Como eu não tinha percebido isso antes?! Bem estranho isso ... Se eu tiver uma oportunidade vou perguntar.

E é nesse momento que realmente percebo o quão mal educada eu me tornei. Começo a me odiar por culpa disso. Segundo minha linha de raciocínio, parecia que eu tinha liberdade de perguntar sobre suas atitudes. Como que em tão pouco tempo eu consegui mudar tanto e ter ficado dessa maneira?

Morimura não mudou seu modo de agir, e não desobedece as regras como eu. Sinto vontade de me bater.

Assim que paramos de dar voltas pelo campo, logo vejo que Minaho-san e Manabe-san praticamente se jogam no chão de cansaço o que me faz dar um discreto sorriso, mas que logo acabei tirando do rosto pra uma expressão mais fechada.

Estavam falando que Morimura não estava no treino.

—Vocês estão falando da Morimura? - Minaho-san começa a falar, recuperando o fôlego - Bem, ela deve estar no parque. Costuma passar ali o tempo livre que tem. Então ela que simplesmente ficar sozinha.

Rapidamente pego em um dos bancos meu caderninho e minha caneta preta, anotando o que Minaho-san disse.

—Morimura gosta muito dos animais - agora é Manabe-san que diz - Sei disso porque as vezes vejo ela brincar com gatos de rua.

Legal, duas informações novas de uma vez!

—Mas o que está acontecendo? Ela sempre levou a sério os treinamento.

—Bem, pode ser que talvez se sinta pressionada sobre estar ou não estar no time - Minaho-san fala e todo mundo fica em silêncio por uns segundos.

Por isso que que não se pode elogiar ...

Realmente, a pressão é grande, mas nós (inferiores) devemos continuar querendo ou não, devemos tentar não sermos tão inúteis e foi uma falta grave faltar no treinamento. Mas tudo bem, eu já pensei em sair da equipe, o que na realidade me surpreendeu foi a reação dos demais.

Depois do treino ...

Aoi tinha ido procurar Morimura, mas não conseguiu a trazer de volta. Estávamos sentados na grama quando Kabata-san nos diz meio afobada que achou um bilhete escrito por Morimura, que dizia que ela não tinha a confiança necessária para continuar no time.

Morimura ... Como pode ...

—Mas isso é ... - eu murmuro para mim mesma.

Ouço que os demais estão falando sobre isso, mas permaneço calada. Então eles decidem procurar ela. Alguns não vão procura-la, como Minaho-san, Manabe-san e Sakura.

De longe vejo Aoi falando com Minori, e logo que Aoi sai (correndo), Minori olhou bem na minha direção (a essa altura, todos os outros já tinham saído do campo, e eu só não sai também por estar observando as duas). Ela começa andar em minha direção, e um pouco nervosa, desvio o olhar.

Ela me dá uma sensação estranha, acho que tem algo em seu olhar. Não tenho muita certeza do que é, mas não ... Não me dá muita segurança.

—O treinador pediu para eu acompanhar você até o hospital – ela diz com uma expressão vazia.

Arregalo os olhos de leve.

—Mas por que? Algo aconteceu com os remédios? – digo preocupada.

—Se você continuar escondendo as feridas, você pode ter consequências graves. Você vai passar um tempo internada – ela suspira e começa a andar – Vamos.

No hospital ...

—Eu sugiro que nem pense em olhar para o seu braço – a doutora diz injetando uma anestesia nele.

Engulo seco, e aos poucos meu braço fica dormente e logo não sinto absolutamente nada, então não sei o que ela está fazendo no braço.

—Seu pior erro foi tentar esconder. Se tivesse contado tudo ainda poderíamos ter chances.

Sinto meu estômago se revirar por dentro, seguido de um frio na espinha.

—Isso quer dizer que ... – não consigo terminar a frase, o medo não me deixou.

—É incrível você que tenha conseguido suportar a dor, mas infelizmente as chances de você perder os movimentos do braço são consideráveis – ela diz com a voz firme – E tem muita pele morta devido aos sangramentos e ao abafamento com o curativo, então você pode ter pegado uma infecção.

Fico alguns segundos calada. Isso é impossível ... Eu não posso ...

—Hoje mesmo eu estava escrevendo perfeitamente bem ... – digo com nervosismo – Eu ... Estou bem ...

—Eu estou apenas removendo os fragmentos que você já não tirou, e tentando limpar – ela se levanta com os materiais e vai para a mesinha dela – Você vai ter que passar por uma pequena operação para tirar os fragmentos mais profundos e remover a pele morta. Eu não sei como conseguiu fingir o que estava acontecendo e muito menos como consegue escrever e dobrar o braço, mas não se pode estar otimista em uma situação dessas. A chance de um desses fragmentos terem danificado algo são ... Possíveis ... Muito possíveis.

Depois ...

Assim que recupero a consciência, sinto uma dor no braço, um grande incômodo.

“Infelizmente as chances de você perder os movimentos da mão são consideráveis”

Está silêncio demais, então provavelmente ...

—Já acordou?

—Que susto! – falo por instinto, abrindo rapidamente os olhos – Oi, Minori.

Minori está sentada em uma cadeira ao lado da maca onde estou.

—São 8 horas. Eles acharam melhor te deixarem apagada para você se recuperar – ela diz olhando no celular – Não se preocupe, ninguém sabe que está no hospital, e quando voltarmos vamos falar que nós nos encontramos por acaso em uma rua e que começamos a conversar. Infelizmente você teve uma recaída e corremos para o orfanato, e você pediu para ficar ali mesmo.

Fico olhando para a cara dela, tentando acompanhar sua linha de pensamento.

—Somente eu, o treinador e o sub treinador sabem que você está aqui, até onde eu saiba – ela diz calmamente, guardando o celular no bolso – E o treinador só me disse que você precisava ir ao médico, então eu não sei o motivo de seu braço estar assim e nem como ficou sabendo. E eu não vou ficar perguntando.

—Obrigada Minori-san.

—Keiko – eu olho para ela – Isso não quer dizer que você vai ficar bem.

No dia seguinte ...

Eu cheguei cedo no albergue e enquanto os outros tomavam café da manhã eu tomei um banho, tomando cuidado com o braço.

Apenas tenho que lembrar do que Minori disse e repetir caso alguém pergunte.

Nesse momento apenas estávamos nos aquecendo antes do treino, e logo reparei que Morimura estava presente. Não parecia muito diferente, só um pouco mais ... Fechada.

Tenho quase certeza que Morimura é uma inferior, quer dizer, ela age como uma. Vou tentar falar com ela depois do treino.

Eu nunca conheci outra inferior, e acho que vai ser incrível. Imagino quem será o superior ou superiora principal dela. Nós inferiores temos que agir como tal, mas nós sempre vamos ter um principal.

A minha superiora principal é a Aimi porque eu já fui sua aprendiz quando pequenininha. Eu não me lembro direito do que exatamente era, eu só me lembro que ela começava a andar como um general, e eu ia atrás como uma boa recruta.

Ela apontava para si mesma e sorria ... sorria muito ... Eu ouvia o que ela dizia e sorria também.

E ... Tinha umas outras meninas também. Elas queriam brincar comigo, e Aimi fez bico, me arrastando para longe delas com certa violência. Aimi-san parecia irritada.

Ela não gostava de como eu me aproximava das outras pessoas. Não que eu realmente tentasse, por algum motivo as pessoas tentavam falar comigo.

Não tinha entendido o que aconteceu e somente me deixei levar. A partir daquele dia foi quando ela realmente me mostrou o losango da sociedade, e me tornou o que sou agora. E ela me disse que as meninas do outro dia eram um grupo de “Libertadas”, e que elas receberam a advertência necessária (Aimi puxou as tranças delas).

—Keiko-chan! – ouço Sakura me chamando.

Não consigo receber o passe a tempo.

Depois de tudo ... Ainda estou no treino.

—Keiko, concentre-se no treino – diz Shindou-san indo pegar a bola.

Vejo Sakura falar “Tudo bem?” movendo os lábios.

—Desculpe, Shindou-san, Sakura, Ibuki-san – digo abaixando de leve a cabeça, e voltando para minha posição.

Fiquei tão preocupada com meus próprios pensamentos que não pensei no meu dever como jogadora.

—Eu realmente mereci isso – falo passando minha mãe direita em meu braço esquerdo.

Arranho ele por cima da blusa, sentindo o local arder.

No intervalo do meio do treino ...

Todos pegamos as garrafinhas de água e as toalhas, afinal tinha sido um treino cansativo. Eu acabei me distraindo algumas vezes, e acabei eu mesma me castigando com leves arranhões no meu machucado recém costurado

Mesmo com o medo de acabar realmente perdendo o movimento da mão ... Eu mereço isso.

—Preocupado por que? – a voz de Sakura me tira dos pensamentos de novo – Você fez algo?

Todos do time (com exceção de Shindou-san e Morimura) estão meio que em volta de Kusaka-san.

—Bem ... Se Morimura se comporta assim comigo é porque eu disse que ela me deixava irritado ... – Kusaka-san diz, logo sendo interrompido por Sakura.

—O que? Você é terrível!

Me aproximo mais do grupo, ficando um pouco atrás de Manabe-san e Minaho-san.

—Foi uma falta de delicadeza – acrescenta Minaho-san.

Mas isso não faz sentido. Morimura parece ser uma inferiora, e Kusaka-san é um superior ou Libertado.

—Essas palavras causaram um 100% de dano em Morimura – completa Manabe-san

—Ela já devia estar acostumada com isso – eu digo para mim mesma.

Foi nesse momento que todo mundo ficou em silêncio e olharam para mim.

—Keiko, isso é terrível – Sakura diz.

—Por que fala assim? – Manabe-san me pergunta.

A atitude deles é estranha. Eu não falei nada de errado. Eles que agiam de forma estranha.

—Pessoas como Morimura tem que se acostumar com isso. Algo ela deve ter feito ... – eu digo vendo que os outros não estavam gostando nada do que eu dizia (principalmente Kusaka-san e Manabe-san).

—Keiko-chan, Morimura é uma superiora – Minaho-san murmura no meu ouvido e imediatamente percebo a burrada que fiz.

—Desculpe! – digo abaixando a cabeça – Eu achei ...

—Que era brincadeira – Minaho-san me interrompe – Ela entendeu errado ou algo assim.

Eu olhei pra ele, e vi que ele estava um pouco nervoso com isso.

—Desculpe novamente. Não foi minha intenção ofender Morimura – eu digo com o rosto avermelhado.

Senti meu rosto corar e logo desviei o olhar, encarando o gramado. Não consigo acreditar na idiotice que eu fiz. Eu disse que uma superiora devia estar acostumada a que digam que ela deixa as pessoas irritadas!

Quando vi que eles pareciam esquecer disso fiquei surpresa. É sério isso? Eles vão deixar passar?

—Obrigada, Minaho-san – o cutuco pelo ombro e murmuro essas palavras, forçando um pequeno sorriso, e recebo um sorriso de volta.

Dessa vez ele me salvou de uma bela encrenca e ... Ei! Isso também é errado! Isso é ... Estranho ... Era para eu ter me ferrado bonito. Ainda não entendi direito isso. É sério que eu me livrei dessa? Eu até iria escrever sobre isso, mas acho melhor obedecer a doutora (apesar de ter me arranhado)

Enquanto isso, eles pareciam discutir algo sobre como Kusaka-san deveria se desculpar de Morimura. E pelo o que ouvi, Morimura achou um gatinho na rua e o salvou de ser atropelado ou algo assim.

Tenho quase certeza que Aimi também tentaria salvar o animalzinho. Ela tem um carinho muito forte por gatos, que são inferiores por não serem “animais inteligentes”. Os únicos inferiores que podem arranhar Aimi-san.

Nesse tempo em que eu fiquei pensando um pouco sobre a Aimi, as coisas continuaram acontecendo em minha volta. Talvez ainda estejam falando de Morimura.

—Vamos, Keiko – Minaho-san me puxa pelo pulso não machucado.

E me arrastou sem mais nem menos.


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Notas finais do capítulo

#SomosTodasInferiores (???????)
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Essa pequena cirurgia ainda vai causar problemas para Keiko isso não vai parar por aqui vsnfvknks
Deixem um comentário, por favor :3 (ou n vcs que sabem).
Vejo vocês no próximo capitulo ^-^!
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Pequeno Spoiler do próximo capítulo: Vocês reparam que eu foquei em problemas que a Keiko passa mas que não chegam realmente a afetar, sendo que o principal motivo de sua ruína foi outro? Tag Your It!
Peguei, peguei você
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KISSES!



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