InSanidade escrita por Hissa Odair


Capítulo 5
Garrafa


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Vou confessar que o capítulo já estava pronto faz uns dois dias mas não sabia como encerrar. Talvez tenha muitos erros de ortografia.
E ... Hoje é Nata (véspera)!!!! Bate o sino pequenino sino de Belém! *veste chapeuzinho de papai noel e fica saltitando em volta de uma árvore de Natal* Okay, menos ¬¬. Nem estou tão animada, mas não deixo de estar reativamente feliz.
Boa leitura ^^!



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Keiko Pov's

Assim que derrubo a minha lágrima, me sinto uma idiota por ser tão fraca. Me recomponho e finjo que nada aconteceu. Começo a escrever no meu caderninho.

"Sei que estou errada, mas hoje começo a questionar se Aimi está realmente certa. Se o que ela me ensinou é a verdade.

Todos agem de maneira tão diferente, que não sei dizer se é porque são todos seres superiores e de mesmo nível ou porque, em teoria, todos somos de mesmo nível, inclusive eu.

Minha vida tem dado muitas e muitas voltas desde que saí do manicômio.

Ahhh ... O manicômio me traz umas sensações estranhas ... Muito estranhas ... Agora que estou com a sanidade no lugar certo, eu penso como as pessoas nos veem.

Tem pessoas que não nos olham com bons olhos por sermos ... Diferentes?

Não somos diferentes, nós todos somos humanos, só temos pontos de vista diferentes.

Nós loucos não escolhemos ser loucos, nascemos assim.

Não é nossa culpa ... Pelo menos a maioria dos casos.

Eu escolhi ser assim no instante que não consegui me controlar e matei Bob Jackson. Sou um caso diferente, eu poderia ter feito mais esforço para me controlar.

Minaho-san disse que o que acontece comigo e com Aimi é bullying, o que é bobagem. Sou um ser inferior e isso é tudo.

Falando nele, eu ainda não entendo bem o motivo de ter perdido tão rapidamente o medo dele, principalmente pelo fato dele ser um garoto. Sinto me bem perto dele. Sei que isso é errado e que tenho que parar com isso, mas não consigo.

Estou nervosa com tudo isso, não é bem meu costume questionar os ensinamentos de AImi, mas parece que eu estou mudando.

E se realmente Aimi estiver errada?"

Paro de escrever, e já me sinto mais tranquila. Por outro lado, como que um garoto que conheço a menos de um mês pode me fazer questionar algo de minha superiora que tem me ensinado por um ano (dos 5 aos meus 6 anos)?

Isso é muito confuso, mas acho que devo pensar nisso mais tarde.

Outra coisa que vem me aborrecendo, é que faz dois dias que não tomei o remédio, e me sinto bem ajuizada, apesar de confusa pra caramba.

Coloco meu caderinho e a caneta em uma mesinha ao lado de minha cama, e me levanto, mas antes de abrir a porta para ir embora, volto e coloco o caderno embaixo do travesseiro.

Imagino que parece que eu escondo algo nesse caderno. Sorrio sozinha e vou embora do quarto e vou para um lugar onde estão reunidos todos.

Aparentemente estão falando de algo, e acabei me encostando na parede para ouvir a conversa deles.

Parece que Kusaka-san estava em uma briga com uns fulanos e acabaram todos na delegacia. Provavelmente depois do show de tontice que eu fiz.

Por mais incrivel que pareça, ele era algo como um líder de uma gangue juvenil das mais perigosas ou algo assim.

Tento me aproximar de Manabe-san e Minaho-san para ouvir melhor e para ler o que é que eles estão vendo no tablet.

E a tonta deixou o caderninho embaixo do travesseiro (ou almofada, que seja)! Por que eles não vem com GPS *voz de criancinha*?

Enfim, eu fico bem próxima dos dois e consigo ler alguns detalhes bem interessantes ... O que não faz a menor diferença já que Minaho-san está falando tudo isso ¬¬.

A! Vocês se lembram que eu estava um tantinho resfriada, acho que eu peguei muito vento (até porque o vento é super tocável ¬¬) e agora que pareei pra pensar eu estou com um pouco de dor de garganta e sinto uma vontade de ...

–ATCHIN!!!

Lê-se: Manabe-san quase caíndo da cadeira e derubando o tablet na mesa, e Minaho-san, dando três passos pra trás e quase tropeçando nos próprios pés, fora que eu dei dois passos pra trás e um gritinho interno (o que foi? Eu me asustei ora u.u)

–De onde você surgiu? - Manabe-san pergunta assunstado e um tanto irritado.

–Acho que dessa cidade mesmo - eu respondo piscando os dois olhos - Mas não tenho total certeza Manabe-san.

Antes que me achem tonta, eu entendi em que sentido Manabe-san disse, mas eu achei melhor levar no sentido literal.

Parece que eu estou começando a me ofender com mais facilidade que antes, e isso me preocupa.

Depois que o sustinho passou, vi (ouvi) que talvez eles tirem Kusaka-san do Inazuma Japão.

–Eu duvido que tirem Kusaka-san do Inazuma Japão - eu falo pra mim mesma, mas sem querer falo em voz alta.

Engulo seco e decido me desligar do mundo por meio minuto.

Eu fui sincera, se EU ainda estou aqui (lembrando que do ponto de vista dos outros eu tentei matar Kabata-san e fora que eu sou considerada um ser de alta perigosidade) acho que não vai ser só por causa de uma briga de seres superiores que ele vai sair do Inazuma Japão.

Eu nunca entendi o motivo de seres superiores brigarem, se são do mesmo nível deveriam ... Será que os sujeitos eram superiores a Kusaka-san? Porque se isso for o certo, Kusaka-san deveria ter mais respeito com os superiores (nem me imagino brigando com Aimi).

Bem, acho que isso não seja de minha conta.

O capitão disse que ia falar com o treinador, e Shidou-san tentou protestar mas no final não funcionou.

Eu acabei saíndo e indo ao meu quartinho, pegando o meu caderninho, e por sua vez, a caneta de tinta azul com que escrevo. Anoto absolutamente tudo que considerei importante do que ouvi a pouco, e começo a pensar se isso deveria fazer eu aumentar mais um ponto no graus de perigosidade de Kusaka-san enquanto escrevo.

Não.

O comportamente dele de hoje, foi um assunto de seres superiores, nada que envolve a camada mais baixa do losango da sociedade (ou seja, eu e os demais seres muito inferiores) *. Por mais que a atitude dele seja preocupante, de qualquer forma, mesmo que ele tivesse esse comportamento e ele começasse a tentar ocupar seu posto de ser superior comigo, não é como se fosse algo novo para mim.

Não digo que Aimi já foi violenta comigo, só algumas vezes quando me empurrava numa poça de lama quando eu estava brincando em um balanço que tinha na escola. Era o brinquedo que Aimi mais gostava, e quando eu o usava, geralmente ela me empurrava quando ainda estava no brinquedo, me fazendo cair no chão, e na maioria das vezes, a terra embaixo do brinquedo virava lama.

Me lembro que a senhora do orfanato gritava comigo por eu ter sujado o uniforme de terra e ter dado mais trabalho para ela naquele tempo.

E isso aconteceu várias vezes.

Eu sabia que a culpa era minha por ter continuado a ir ao balanço. Mas enquanto Aimi não me descubria, eu podia voar ... Olhava para o céu (geralmente nublado) e me sentia como um pássaro ...

Bobagem não é?

Fecho o meu caderninho, e suspiro levemente.

Já está escuro, e isso me traz uma lembrança que literalmente brotou em minha mente inferior (mesmo que eu seja tão tonta e com a mente tão estranha, eu me lembro de várias coisas sobre os meus primeiros anos de vida e não sei se são todas as pessoas que conseguem fazer isso). O dormitório do orfanato. Aimi. Euzinha. Gotas de chuva batendo no telhado. Meu rosto frio e molhado (rimou^^). E um detalhe que não me lembro direito, mas que me parece importante, como se me levasse a uma lembrança feliz.

Espero lembrar disso logo.

Na partida contra Shamshir no intervalo ...

Desvantagem de um gol. Isso não é uma boa notícia.

"Tentaram tirar Kusaka-san da partida, mas o treinador se opôs e não deixou. E eu não vou ser colocada no lugar de Morimura, e sim no lugar de Sakura, que pareceu surpresa e um tantinho contrariada, mas depois sorriu e me disse que eu conseguiria me sair bem.

Não sabia se me sentia culpada por ter me tornado amiga de Sakura ou feliz com a suposição."

O segundo tempo começa, e eu ainda estou contrariada com a nova posição no campo.

Parece que estão evitando passar a bola para Kusaka-san, e acho que eles estavam falando sobre isso no intervalo. Infelizmente isso está atrapalhando o ritmo da partida e está mais atrapalhando que "ajudando".

Eu poderia pensar que os estranhos sujeitos de ontem eram os superiores de Kusaka-san, mas duvido muito que os jogadores do Shamshir sejam.

Uma briga entre seres de seres de mesmo nível é inútil ... Sabe o que todos os professores e adultos dizem sobre "Todos somos seres humanos e iguais", "Todos temos os mesmo direitos", "Deve-se tratar o outro com igualdade" e coisas do tipo? É nesses casos que elas devem ser utilizadas.

É nesses casos que não aprovou as briguinhas e ar de superioridade.

Matatagi-san chuta na direção do gol, mas não marca gol. Então acontece un negócio bem estranho, que era a técnica secreta do Shamshir era como um ... sei-la-o-que ... de areia ...

De qualquer forma, toda a defesa do time foi pro inferno com essa técnica, inclusive euzinha.

Mas vejam pelo lado bom: Aprendi a dar cambalhota para trás.

Mas vejam pelo lado mal: Marcaram um gol em nós e acabo de descobrir o gosto da grama ... eca ...

Enfim, no decorrer do segundo tempo, ficou evidente que os jogadores da equipe adversária estavam atacando propositalmente Kusaka-san.

Jesus, onde está o juíz em um momento como esses?

Então eles formam uma formação que todos de nós do Inazuma Japão estamos impedidos de nos mover, enquanto Kusaka-san poderia ser confundido facilmente com um ser inferior que não aceita sua posição.

Tinha que pensar algo, mesmo sendo um ser inferior, isso não seria justo.

Apesar de eu não ter nível para me intrometer nesses assuntos ...

–Ei, ei menino. Não está me ouvindo? Ei! Não me ignore que você não tem direito, okay? E não é correto fazer isso com os colegas .. Ei não me ignore. Não me i-g-n-o-r-e! - eu falo encarando o jogador o cutucando e tentando ser o mais irritante possível - A propósito soube por aí que você deveria tomar muito cuidado quando sair de casa depois dessa partida. Por casualidade você poderia ir parar no cemitério

Minha expressão era séria, e eu enclinava minha cabeça aos poucos, a medida que eu o olhava bem nos olhos.

–Cala a boca, isso está me irritando - o jogador falou irritado, me interrompendo - Espera ... Eu não vou morrer!

–Eu nunca disse que você ia morrer, se você entendeu dessa maneira isso já não é da minha conta - eu falo, o deixando confuso - Mas agora que mencionou acho que realmente, não seria só você que ia perder a vida, você sabe do que estou falando não é mesmo? Essa partida é importante demais para se perder. Vai aguentar suportar isso? Mesmo com a vitória ... Vão conseguir suportar sabendo que estão trapaceando?

Ele ficou muito confuso. Mas ele parecia confuso de um modo diferente, como se o que eu tivesse dito por último pudesse acontecer. Eu peguei muita sorte, acho que ele não é do tipo que ignora por completo o que dizem, deve ter uma personalidade diferente, daquelas que podem se afetar um pouco pelas besteiras ditas por uma idiota (vulgo eu). Essa técnica criada de última hora não funcionaria com algumas pessoas então acho que eu tive sorte.

–Seu cadarço está desamarrado - eu falo por fim, com um minúsculo sorriso inocente no rosto.

Inconscientente ele se despreviniu, mesmo que não tenha olhado para as chuteiras. Essa é a minha deixa. Rapidamente desviei do jogador, correndo até onde está o jogador com a bola.

Eu tinha ouvido ele falar algo e depois chutar a bola em Kusaka-san etão eu broto com uma cara de "Olá moço^^ ".

–Estavabuscandoessabolaobrigadamoço - eu falo roubando a bola, e saíndo correndo com ela.

Autora Pov's

Ela saiu correndo como se não tivesse um amanhã. O jogador que tinha ficado confuso com a atitude proposital de Keiko, tentou alcança-la, mas acabou tropeçando nos cadarços desamarrados.

–EU AVISEI!! - Keiko gritou.

Corria rápido, mais rápido que no treino. Motivo? Estava fugindo de 2 jogadores da Shamshir que tentavam roubar a bola, mas sem sucesso. Estava apavorada de medo.

~Flashback on~

[...] Corro com tudo, sem olhar para trás, como se minha vida dependesse disso. Se ele souber pra que servem os remedio? Quem garante que ele não vai contar a ninguém? [ ...]

[...] -A, pensei que algo tinha contecido ... E você viu a velocidade com que você saiu correndo? - Sakura-san falou essa ultima frase com animação.

–S-sim ... - Morimura falou acanhada. [...]

~Flashback off~

Se precisava de adrenalina no sangue, a sensação chave estava bem ali.

Medo.

O medo fazia ela conseguir se superar e correr mais rápido, sentia medo de não correr rápido o suficiente. Não o medo normal, mas o medo mais apavorante para ela.

Ter seus "segredos" descobertos ou estar sendo perseguida.

Enfim, estava bem próxima do gol quando viu que todo mundo tinha parado de jogar. Olhou rapidamente pra trás, e viu os mesmos estranhos sujeitos que tinha visto com Kusaka bem próximos do campo de futebol.

Parou de correr. O jogo continuava. Mas ninguém jogava. Keiko foi andando discretamente até o canto do gol e deu um chutinho para o gol. Até o narrador demorou um pouco para gritar que tinha sido gol do Inazuma Japão, e quando isso aconteceu, Keiko, se aproximou do amontoado de pessoas, que olhavam pra ela como se ainda não tivesse caído a ficha que ela conseguiu marcar um gol (ela mesma ainda não acreditava).

O jogo tinha sido interrompido pela discussão entre Kusaka e "os estranhos elementos". Keiko foi rapidinho até o banco, pegou seu caderninho e começou a anotar o que acontecia, mas sem nunca fazer a letra ficar feia.

No final da partida ...

Keiko congelou na hora. A partida tinha acabado, mas quando deu uma olhada pela arquibancada, acabou vendo o rosto sério de Aimi, que saiu da arquibancada e correu em sua direção.

–Temos que ter uma conversinha Keiko - Aimi disse, e parecia furiosa, dizendo um endereço e indo embora - Hoje as 10 da noite quero ver você nesse lugar.

Keiko anotou o endereço na última folha do caderninho rapidamente.

Keiko Pov's

–Você não parece feliz pelo gol que marcou - ouço falarem atrás de mim e fecho o caderninho com tudo (pobre página que ficou amassada :( ), e me virando rapidamente, de modo que quase machuco meu pescoço.

–Me assustou Minaho-san. E não é que eu não esteja feliz. Eu estou feliz - eu falo tentando esboçar um sorriso, mas falhando miseravelmente.

–Não parece feliz - Minaho-san fala, com o jeito detetive.

Eu estou feliz. Pelo menos estava. Eu deveria estar muito feliz já que consegui fazer algo útil e contribuir positivamente para a vitória. Mas sabia que isso também era errado.

–Aimi está brava comigo - eu digo com receio - Nessa partida eu desobedeci três regras importantes, é normal que ela fique brava comigo.

–Está com medo? - Minaho-san fala e eu me surpreeendo um pouco.

Apesar de eu estar começando a ficar desacostumada, eu não definiria o que estou sentindo como medo ... Okay, talvez eu realmente esteja com medo. Droga, isso não é uma boa notícia.

Estou descumprindo outra regra.

–Pessoas do meu nível devem estar acostumadas a esses comportamentos e temos o dever de aceitar e concordar com o que o superior ou superiore diz, ou seja, não podemos ter medo. Isso poderia significar rebelião de minha parte - eu falo normalmente com um diminuto sorriso, mas ele desaparece - Falar normalmente com superiores também não me é permitido, então com licensa.

Dou uma breve reverência e saio andando/correndo, ignorando o latejar de inha cabeça, que acontece as vezes quando o vejo.

Naquela mesma noite ...

Olho o endereço no caderninho, e olho para o beco que está em minha frente (ela disse que não queria falar comigo em local aberto).

–Finalmente chegou idiota - Aimi disse normalmente, me empurrando até eu entrar no beco junto com ela.

Ela me encarou com desprezo.

Aimi Pov's

Parecia que Keiko finalmente começava a parar de acreditar em minhas mentiras, e isso seria péssimo para mim. Ela não vai escapar de mim. E muito menos voltar a ser a queridinha de todos quando chegou ao orfanato.

~Flashback on~

"Deveria se comportar bem como Keiko"

"Keiko é isso ... Keiko é aquilo"

Isso me irritava profundamente.

Keiko sempre tinha sido a ais bonitinha, a mais fofinha, a mais espertinha, e o que mais irritava era que ela cantava muito bem, principalmente por ser tão pequenina. ELa tem uma voz única e original, mas que eu fiz questão de dizer que era estranho e esquisito (afinal, essas palavras são quase sinônimos).

Não tem coisa que me irrite mais do que a Keiko. Por culpa dela que eu não tive o reconhecimento que merecia quando entrei nessa droga de orfanato.

No início, eu achava a Keiko uma boa pessoa, e até tive a brilhante ideia de torna-la minha aprendiz, ensinando tudo que tinha visto nas revistas ... que minha mãe lia ... na cozinha ... nos fins de semana (enquanto isso eu ficava vendo uns programas na televisão, era qualquer coisa que aparecia um quadradinho laranja que estava escrito +16 em um cantinho da tela).

Infelizmente ela desobedeceu uma regrinha:

Não seja melhor que a Aimi.

Depois de tudo, tive que partir para outro plano, o que me levou a fazer tudo o que eu fiz. E obviamete aquela idiota realmente acreditou em tudo o que eu disse.

Ela é uma idiota perfeita.

Não foi difícil fazer ela acreditar que obrigatoriamente ser um ser inferior a mim e também ao determinado grupo de pessoas. Sem reclamar. Sem protestar. Sem sofrer muito. Sem muito remorso.

Agora, eu ouvi falar o que aconteceu com Keiko. Sempre desconfiei do zelador, ele era muito estranho. Quase que senti pena dela, mas não senti. Parece que matou o zelador e depois foi parar em um hospício.

Penso isso durante um bom tempo, com o ouvido na porta da diretoria, e ouvindo a conversa dela, posso dizer que fiquei confusa sobre o que deveria sentir.

Raiva da Keiko ou desprezada e magoada.

Ele vieram adotar Keiko.

Ouço a diretora explicar a situação, mas minha cabeça já estava um pouco longe. Então a diretora fala de mim, de mesma idade, e listou todas as qualidades minhas, que são menores que as de Keiko.

Um mês com algumas visitas depois, eu fui adotada, e juro, que mesmo se eu não soubesse da conversa deles com a diretora, saberia que eles teria preferido Keiko ao invés de mim.

Mas tudo bem. Eu já cortei as suas asinhas de anjo e aquela bela passarinha nunca mais vai cantar enquanto estiver sobre minhas regras. Talvez, se (na mais iprovavel hipótese) ela chegar a se curar e sair do hospício, eu não vou estar no orfanato para mandar nela, mas acho que ela vai demorar muito pra perceber tudo, principalmente se continuar se isolando e ficando sozinha.

Eu fui uma das poucas e (talvez) sortudas pessoas que conhecera o melhor e mais perfeito lado de Keiko. Pobrezinha, duvido uito que volte a ser a alegre e meiga que era antes.

~Flashback off~

Keiko cresceu, e não é mais aquela garota tão ingênua. Notei que ela descumpriu as regras impostas por mim.

–Não haja como se não fosse um ser inferior. Não faça mais que o lixo que é. Não se meta nos assuntos de seres superiores. Não tenha amigos. Muito menos se apaixone. Não se faça de coitada que é ridículo. Não duvide das ordens de sua superiora. Não duvide do losango da sociedade - eu falo aos poucos, me aproximando de Keiko, com um postura firme e séria - Você descumpriu 8 regras de grande importância Keiko. Acho que você não acredita mais nos meus ensinamentos.

–A-a-aimi eu ...

–SENHORITA SAZAKI! ATÉ QUANDO VOCÊ NÃO VAI SABER SE COMPORTAR SUA INÚTIL?! - eu grito irritada.

–São 7 senhorita Sazaki - Keiko falou com as maçãs do rosto um pouco avermelhadas.

–Está se referindo a se apaixonar? - Keiko afirma de um jeito tímido - É o que veremos. Eu vi você com um garoto, e você falava de um jeito informal demais, e com um brilhinho idiota nos seus olhos. Mas infelizmente não pode negar que descumpriu as outras. E sem nem um pouco de tristeza afirmo que não poderá sair impune.

Na verdade eu não acho que ela esteja gostando do menino, só queira mais um motivo para acusa-la.

Me aproximo dela, que começa a se encolher. Medo. Está com medo. Sem pensar, pego uma garrafa que estava jogada no chão e ele racha um pouco quando bato no braço dela. Ouço ela dar um pequeno grito, se ajoelhando, e murmurando todas as regras que descumpriu. Continuo a bater até a garrafa se estilhaçar no braço de minha querida odiada, enquanto ela continuava a murmurar as regrinhas que descumpriu.

Provavelmente algumas pessoas nunca me entenderão. Mas eu realmente não ligo. De qualquer forma, se Keiko contar a alguém o que eu fiz para ela, me verei obrigada a elimina-la.

Estou pouco ligando para as consequencias. Se ela contar o que eu fiz, vou cortar a língua dela com uma tesoura.

Autora Pov's

Assim que a morena chega, vai correndo ao banheiro feminino, onde coloca o braço na pia e liga a torneira. A água se misturou com pequenos cacos de vidro, sangue, e nenhuma lágrima.

No dia seguinte ...

Acordou com o braço esquerdo doendo. Mesmo conseguindo retirar os maiores cacos de vidro, e ter achado uma caixa de primeiros socorros na cozinha, fazendo assim um tipo de bloqueio para tentar diminuir o sangramento, o braço anda doía muito, e tinha que aranjar uma meneira de disfarçar o ocorrido.

Não chorou, mesmo que estivesse com vontade de chorar na noite anterior.

Olhou bem nas roupas que tinha na mochila (uma ou outra roupa que pegou do orfanato), e viu uma blusa manga longa branca sem estampa, e achou melhor vestir por baixo do uniforme, e apesar de ter um tantinho mais de volume por conta do curativo (não daqueles estilo band aid, mas aqueles que vem em rolo).

Ainda era cedo, e começou a andar pelo quarto, pensando em como deveria agir, e como tentaria não descumprir as regras novamente.

Keiko Pov's

Não tomei café da manhã, e nem era por conta do que Aimi disse, mas por simplesmente não tomar café da manhã nunca, e como não via nenhum motivo para tomar café, fico no meu quarto, mas decido sair do meu aconchegante e seguro ninho para ir ao banheiro e trocar o curativo, já que notei que ele está com uma boa quantidade de sangue, e seria péssimo se o curativo chegasse a ponto de manchar a blusa branca.

Vocês pode pensar que eu esbarrei em alguém ou que fui descoberta no flagra.

Se enganou.

Eu tive a grande sorte de não ter visto ninguém enquanto "roubava" curativo e ninguém estava no banheiro.

Então tive que ir ao treino, já que ele iria começar em breve.

Agi igual ao meu primeiro treino. O engraçado, é que antes eu considerava bem normal agir assim, já agora ...

Quase no fim da tarde ...

Meu braço ainda dói um pouco, mas não muito. Eu sinto um pouco os pequeninos cacos de vidro no meu braço, mas o que me preocupa é que eu não sei se eu devia ter feito algo para não ocorrer uma infecção ou algo do estilo.

Eu me injetei faz uns minutos, pois tinha sentido todos os sintomas, e para não ter erro, tomei a injeção.

Enfim, acho que precisava tomar um ar, então fui dar uma pequena passeada, e acabei vendo Manabe-san falando com ... Seriam seus pais?

Por mais que a razão estives gritando em minha mente para não me meter nos assuntos de seres superiores a mim, não consegui evitar me esconder atrás de um moita, e ouvir a conversa.

Quer dizer então que os pais de Manabe-san não sabiam que ele estava aqui no Inazuma Japão?

Assim que os pais de Manabe-san vão embora, a lanterninha na minha cabeça diz que é uma boa hora para sir correndo. Olho de relance para o lado, para ver se a barra estava limpa, e vejo que Minaho-san também observava a conversa. Saio da moita de um jeto bem ninja, e consigo vazar dali sem fazer barulho e acho que consigo sair dali sem ninguém me ver.

Depois desse mini susto de ser descoberta meio que espionando Manabe-san, eu dou uma passeada por aí, apenas andando sem rumo, mas tomando cuidado para não me perder.

6 minutos depois ...

Adivinhem ... Estou perdida ¬¬.

Eu devo ter um senso de direção pior do que de um lápis. E olha que se ele for inteligente vai ter mais senso de direção que eu.

Eu tinha virado e tentado refazer meus passos ou ao menos avistar algum ponto de referência, mas não consegui.

–Parabéns Keiko, você conseguiu se perder - eu falo baixinho para mim mesma, andando tranquilamente.

Meu braço está um pouco estranho, acho que abafa-lo com o curativo sem "esterilizar" o braço foi uma péssima ideia. Estou com receio de ter feito alguma coisa errada tentando manjar dos primeiros socorros, coisa que não aprendi muito bem.

Sinto meu braço um pouco úmido, mas não creio que seja sangue, e eu poo jurar que tem uma ou outra partezinha da pele que não sinto direito.

Okay, isso é sinal verde pro desespero.

No final da tarde ...

Estou em um lugar que não sei onde é, mas que tenho que admitir que a vista é bonita. Não sou muito boa em descrever coisas, mas seria ... um lugar com bancos enfilerados, acho que é um lugar como se fosse um cais ou algo assim, tem aquelas grades de metal, mas nada alto, se eu quisesse, poderia pular e cair na água (não sou nem louca), com alguns barcos que estava atados ao cais com uma corda ... Enfim, isso era o de menos.

Eu estava pensando que deveria voltar logo e ver o que aconteceu com meu machucado, quando avisto que não muito longe estavam conversando Manabe-san e Minaho-san.

Lá vou eu me esconder de novo ...

Manabe-san estava virado de modo que não me veria, mas tive que me jogar em uma moita com medo de ser vista por Minaho-san. De moita em moita consegui chegar em uma que me permitiria ouvir a conversa, mas sem que me vissem.

Tentei lembrar os detalhes importantes para depois anotar no meu caderninho (parece que quando eu mais preciso ele não está comigo, da próxima vou grampea-lo na minha testa). Acabo de descobrir mais sobre a família e as condições de contrato de Manabe-san e Minaho-san, e são detalhes que eu considerei importantes. De que me ajudará saber mais sobre os demais jogadores?

Nada, mas eu gosto.

Fora que, eu ampliei meu conhecimento sobre tipos de pais. Enfim, Manabe-san saiu irritado, mas não tiro a razão dele, nesses momentos, Minaho-san não usou as palavras certas para se expressar.

SInto meu braço doer um pouco, mas a dor passa em menos de um segundo, o que me faz voltar a realidade, e, assim que Minaho-san vai embora, me levanto detrás da moita, e ando um pouco, e acabo avistando ... Droga, por que eu nunca encontro uma palavra certa para isso? ... ... Eu sei que não é a palavra certa mas eu vou chamar de Inazuma Japão (o local onde nós treinamos e moramos durante o período do torneio FFI V2)

O que importa é que eu consegui voltar e ver meu machucado ... E teria sido melhor eu não ter visto. A pele que antes estava um pouco úmida ficou branca e rugosa, e eu acho que peguei uma pequena infecção. Mas eu não sei absolutamente nada sobre o que fazer nesses casos.

No dia seguinte no horário de almoço ...

Sentada em uma cadeira, na mesinha onde também está sentada Sakura-san e Morimura-san , encaro o meu caderinho e giro a caneta com meus dedos. Começo a prestar atenção na conversa dos outros, e segundo o que ouvi os pais de Tetsukado-san são pescadores (apesar de eu já saber disso).

Fora que, acabo de confirmar que Minaho-san não é muito bom em falar de forma que não ofenda as pessoas. Sei que ele não tem a intenção de irritar, mas as vezes falar as coisas na lata pode irritar as pessoas, principalmente se soar ofensivo. Não é como se ele já tivesse me ofendido com o que ele disse, mas vamos falar de uma maneira mais geral.

Sakura-san tentou puxar assunto comigo, mas depois parou quando notou que mudei meu comportamento. Acredito, eu gostaria de conversar um pouco, isso me tranquiliza, mas devo me lembrar bem do que Aimi-san me disse, não voltarei a ultrapassar meus direitos reduzidos da minha posição social.

Minha mão direita passa cautelosamente e de forma discreta pelo meu cotovelo esquerdo.

~Flashback on~

O treino estava normal na medida do possível, acho que meu desempenho não diminuiu ... pelo menos até, sem querer, Minao-san me dar um passe e eu estar desprevinida, me virei da maneira errada, e a bola acertou meu braço.

Podia jurar que ia dar um grito, mas consegui me controlar a tempo. Me desculpei de forma formal a todos pela falta de atenção, como Aimi exigiu que eu fizesse.

~Flashback off~

Aquilo tinha doído, senti um mini caco de vidro entrar mais profundamente no meu braço, mas isso não importa agora.

Meu ferimento vai desde 5 centímetros acima do cotovelo até 8 centímetros embaixo do cotovelo. Quando tenho que dobrar o braço a coisa fica muito tensa (principalmente quando tenho que escrever já que sou canhota), mas estou começando a tolerar.

Na sala de reunião ...

Bem, isso não me surprende, nada garante que iremos conseguir ganhar a próxima patida, mas quando o treinador falou isso, alguns se sentiram como "tivessem despejado um balde de água fria".

Então ele mandou nós o seguirmos, e ele nos levou a um lugar muito estranho. Então como se nada, nós fomos teletransportados para um grande campo verde a céu aberto.

Lê-se: a minha noção do que é real ou não ir pro espaço e uma Keiko com cara de paisagem olhando para a paisagem com um ponto de interrogação imaginário, porém visível em cima da cabeça.

Então o treinador falou que eram hologramas ... Não, espera! ... Hologramas NÃO são capazes de fazer isso! Isso é surreal ... Isso é ... Impossível ... Não foi isso o que a senhora Minami-san tinha me ensinado sobre hologramas O.O!

Então fomos "teletransportados" até, o que parecia, uma rua normal e até que agradável. O treinador falou que tinhamos que levar a bola até o final da rua, mas desviando das vigas de contrução.

–Vigas de construção? - perguntou Kusaka-san meio que para si mesmo.

Então surgem do céu umas 3 vigas de construção que caem no chão fazendo barulho e assustando todos nós.

–Obviamente a segurança de vocês estará garantizada - o treinador falou normalmente.

SEGURANÇA? COMO NÓS PODEMOS TER SEGURANÇA QUANDO BROTAM PEDAÇOS GRANDES DE METAL PERFEITOS PARA CAÍREM SOBRE NÓS E QUEBRAREM NOSSOS OSSOS E PARA MORRERMOS DE ESMAGAMENTO OU HEMORRAGIA?! EU NÃO CHAMO ISSO DE SEGURANÇA!!

Enfim ... Sinto que vou me ferrar muito.

Bem de noite ...

Meu braço está voltando ao normal, mas tem várias marquinhas e dói um pouco, além do sangramento estar voltando moderadamente e eu sinto ele um pouco diferente, mas não parece importante.

Antes que vocês acharem estranho, eu sangrei muito mesmo quando tive que voltar para "Inazuma Japão" quando Aimi me bateu com a garrafa. Tinha doído muito, a garrafa tinha quebrado, e ela me bateu com a parte quebrada, e continuou até ...

Ela tinha me dado um paninho para tentar parar o sangramento, mas tinha sido um pouco inútil, nem sei como consegui não sujar nada co meu sangue, e como tive a sorte de ninguém ter me visto.

Algo está me perturbando muito, eu não entendo muito bem, mas me sinto um pouco triste, é algo como ... estar triste ... mas também não estar triste por fora ... é uma tristeza tão no fundo que poderia passar despercebida, se eu não estivesse sem a menor vontade de dormir.

Eu sei que eu já deveria estar dormindo faz muito, muito tempo, mas em vez disso, estou olhando minha própria mente, mergulhando em sentimentos que tem estado a flor da pele nesses últimos dias, e também dos meus dois meses como uma pessoa com sanidade. Depois me aprofundei para minhas lembranças insanas, e depois para meu tempo no orfanato, poucas antes de Aimi chagar, várias de quando ela começou a entrar em minha vida, e apenas uma minúscula lembrança, de quando eu morava com minha mãe.

Eu não me lembro de quase nada dessa lembrança, só ... Fumaça ... Eu estava cantando? ... De mãos dadas com uma senhor... Me puxou para longe ... Mas ... Eu tinha visto um garotinho de minha idade ...

SInto minha cabeça latejar ao tentar visualizar o rosto do garotinho, mas acho que tinha a mesma idade que eu. Eu cantava ua música ... Ou eu estava gritando? Eram as duas coisas?

Claro, eu devia estar com meus 4 anos. Já minhas lembranças no orfanato antes da Aimi aparecer, estão um pouco borradas, mas eu consigo mentalizar sorrisos e risadas de crianças, todos os órfãos de minha idade brincando de esconde esconde pelo orfanato, minha total falta de formalidade.

Sinto vontade de queimar essas lembranças. Isso é um insulto aos seres superiores a mim, por mais que eu ache que eu gostava de ser assim.

Eu ainda não consigo dormir.

Não paro de pensar nas lembranças, desde essas, para as mais atuais.

Estou deitada na cama, fico rolando de um lado pro outro na tentativa de tentar me aconchegar e dormir de uma vez, mas sem sucesso.

–Nada melhor que uma boa noite de sono para se acalmar não é mesmo? - murmuro baixinho para mim mesma de forma irônica.

Algo que ainda não entendo, é eu saber e ao mesmo tempo não saber se o que eu estou fazendo é certo ou errado.

Juro que tento ser fiél aos ensinamentos de Aimi, mas as vezes, eu não consigo. Gostaria muito falar normalmente, mesmo que isso seja errado.

Dois dias depois no treinamento na sala escura ...

"Atrevo-me a dizer que talvez eu não seja um lixo completo. Consegui passar pelas vigas de matal sem complicações e dificuldades. Eu sei que não devia pensar isso, e muito menos escrever, mas ninguém vai ler este caderninho além de mim. O treino de ontem tinha sido estranho, mas ao mesmo tempo engraçado, já que tivemos que fugir de um dinossauro, pena que não pude gritar de medo ou sorrir dos gritos dos outros (o que foi? Eu achei engraçado u.u)."

Escrevo isso enquanto Tetsukado-san parecia modificar alguma coisa em um négocio que parecia que controlava os níveis dos hologramas, ou algo assim.

Eu não prestava muita atenção (mas tinha a leve impressão que eu ia me arrepender disso), continuava escrevendo e fazendo uns esboços de desenhos em estilo mangá fofo. Quando me dou conta, estamos de vota para o holograma de cidade, coloco a caneta atrás da minha orelha e pego a bola de futebol e saio correndo, como sempre tenho feito nesses últimos dois dias nesse holograma da rua.

Então noto uma coisa: Em teoria eu deveria sentir a presença dos outros, mas em vez disso, eu ouço gritos, falando para eu parar.

Ouço o som das vigas caíndo, mas, pelo som, parecem ser mais do que o normal ...

Só me dou conta do que aconteceu quando uma delas atinge meu braço esquerdo (nem pra ser o meu braço bom, tinha que ser o machucado!). A viga caiu de modo que puxou meu braço para baixo e praticamente o esmagou, e o resultado ...

Um grito saiu da minha boca. Eu tinha caído no chão, e meu cotovelo embaixo da viga de metal. Um sonzinho toca, e o holograma desaparece, e voltamos (tecnicamente nunca saímos) para a sala escura.

Me levanto (já que a viga desapareceu) e tento não demonstrar a dor que senti, e acho que consegui. FInjo que não doeu mais do que o que eles viram (ou seja, não dando a impressão que eu já estava machucada).

–Keiko, você não viu que nós colocamos no nível 2? - Sakura-san falou muito assasustada, mas com uma voz calma.

Então era isso o que eu deveria ter prestado atenção ...

–Me desculpem, provavelmente não estava prestando atenção - digo sem perder a postura levando em conta que ainda sou inferior - Não vou jogar futebol com os braços de qualquer maneira.

Ignoro o que os demais falam, dando um suspiro. Só quando Aoi-san agarra meu braço esquerdo pra me fazer ouvir, que ela para de falar. Faço uma mini caretinha interna, isso doi.

–Você está machucada? - Aoi-san pergunta - Tem um curativo no seu braço.

Obviamente ela deve ter sentido o curativo.

–Eu vou ficar bem Aoi-san - ela aperta com um pouco mais força meu braço - Ai ...

Uns minutos depois ...

No fim das contas, eu fui tirada do treinamento contra a minha vontade, e agora Aoi-san quer dar uma olhada no meu machucado, mas eu me recuso, e digo que seria uma perda de tempo.

Depois de um tempo, consigo convencer Aoi-san e Kabata-san (ela também tinha aparecido quando nos viu falando sobre eu estar "possivemente" machucada) que eu estou com o curativo porque me queimei sem querer ontem, e fiquei com vergonha de assusmir que me queimei de forma tão babaca como essa (eu disse que tentei fazer um chá porque não consegui dormir, e quando tirei a chalerinha, estava tao cansada que apoiei meu cotovelo na boca do fogão) e elas acreditaram, ou pelo menos fingiram acreditar (elas provavelmente pensaram que se duvidassem e depois fosse verdade elas me chamariam de tonta de forma bem indireta).

Acabei voltando até a sala escura, e treinando com os outros normalmente, e descobrindo que o nível 2 é bem difícil (avá?), claro,levnado em conta que eu fui atingida recentemente (tipo, nem deve fazer meia hora).

Enfim, quando o treinamento acabou eu estava preparada para sair correndo e subir em uma árvore e ficar escondida nas folhas até o sol ir embora, para depois pegar uma bola de futebol e ficar treinando sozinha na mesma ruazinha de sempre até eu achar que devo voltar.

Que aí acha que eu consegui? Acha que eu consegui ou que acabei tendo uma complicação? Quem dá mais?! Dou-lhe uma ... Dou-lhe duas ...

????: EU DOU 20 *girando no ar uma nota de 20 reais*!!!

Isso aqui não é leilão¬¬.

????: Sério? Sabia não ... Que merda hein *vai embora em estilo Snoopy*

Eu e Snoppy: E não rouba o meu jeito de andar! *Ambos nos encarando* Dane-se ...

... ...

Okay, acho que eu posso ou não estar com alguns probleminhas mentais ... Provavelmente .. COM CERTEZA ESTOU COM UNS PARAFUSOS A MENOS!

Isso chega a ser meio deprimente, mas não é como se minha opinião importasse.

Enfim, pra começar, eu cadarço estava desamarrado, e eu tropecei e caí no chão. Depois que amarrei meus cadarços e e levantei, vi que perdi a inha caneta, e fiquei procurando, pela sala escura, a minha caneta, e não ligando a mínima para o que acontecia além disso.

–Keiko-chan, essa caneta é sua - Minaho-san diz atrás de mim, e me segura pelo ombro, e faço uma pequena caretinha - Ops, braço errado.

Ele me segurou pelo outro braço e me vejo obrigada a virar e sua direção, e ele me dá minha caneta, e noto que ele sorri. Sinto uma pequena dor na cabeça. Parecia um deja vu ... Mas não era bem como um ...

–Obrigada Minaho-san - eu falo tentando ficar com a minha postura séria, mas acabo deixando escapar um diminuto sorriso.

É nesses momentos que eu devo ir embora e seguir com meu plano de me esconder na árvore, mas eu travo por meio segundo e isso já é o suficiente para coeçar a entrar em desespero, e quando eu ficava em desespero eu perdia mais um segundo, e me desespero por ter me desesperado.

Perdi 3 segundos.

Então me toco que Minaho-san tinha dito algo, mas como eu tinha travado e me desesperado não ouvi direito.

–Perdão, não estava distraída, poderia repetir o que disse Minaho-san? - eu falo tentando manter a minha postura.

–Que eu queria falar com você, mas acho que você ia se sentir mal se nós falassemos aqui - ele fala de fora tão normal que fico tentada a arquear a sobrancelha.

–Eu não acho que seja necessário essa conversa Minaho-san - eu falo com calma, tentando não demonstrar que quero falar com ele, não importa o tema.

–Acho que o seu machucado tem a ver com sua "amiga" - ele fala mais baixo e fazendo aspas com os dedos.

Meu coração dá um pulinho, mas não mudo a minha expressão. Balanço a cabeça como se concordasse. Ele começa a andar, olha para os lados e na minha direção.

–Você não vai vir? - ele pergunta.

–Desculpe - eu digo começando a andar em sua direção.

Suspiro internamente, e deixo minha espressão ficar um tanto melancólica, mas é só por um décimo de segundo.

Um tempinho depois.

Estamos no mesmo local onde vi Manabe-san e Minaho-san conversarem. Eu prendo respiração e me preparo para negar tudo o que ele insinuar sobre a Aimi-san ser responsáve pelo meu machucado e tento me lembrar (e inventar) todos os detalhes sobre a mentira do machucado.

Ainda não entendo de onde que ele desconfiou que Aimi-san tem a ver com o meu machucado.

Queria acabar logo com aquilo e falar de uma vez, mas isso poderia soar rude, o que seria péssimo levando em conta a minha posição.

–Você se machucou muito não é? - Minaho-san pergunta olhando de relance meu braço esquerdo.

–Foi só uma queimadura, nada de muita importância. Já falei sobre isso com Aoi-san e Kabata-san - eu falo de maneira séria.

–Acha que eu vou acreditar niso Keiko-chan? Está muito evidente que você está mentindo. E seria melhor parar de agir dessa maneira. Você estava se soltando mais com o passar dos dias, mas agora você está agindo como se fosse seu primeiro dia. Pra você voltar a agir dessa maneira, o mais provavel é que você tenha tido uma conversa com Aimi e ela te repreendeu, mas ... Pra você estar assustada dessa maneira, talvez tenha sido mais que uma conversa, e isso me preocupa Keiko-chan - ele fala e se eu pudesse apostar, diria que ele estava começando a se entristecer ... ou que ia espirrar.

–Aimi-san não tem nada a ver com meu pequeno acidente. E se estou agindo dessa maneira é porque já me dei conta do meu nível. Devo pedir que me desculpe por ter agido de maneira informal - eu falo com uma expressão séria no rosto - E eu não estou assustada Minaho-san.

Eta caçamba ... Eu não pareço estar assustada estou? ... Droga ... Droga ...

–Como consegue fazer isso? - ele pergunta e eu fico confusa - Sua expressão diz uma coisa mas de certa forma você consegue ficar assustada por dentro, nem teria desconfiado se não fosse pelo seu olhar assustado e triste em algumas situações.

–Eu não estou triste e nem assustada - eu digo tentando não ser fria, e nem demonstrar que a conversa me entristece, e muito menos que dei uma leve travada.

Não sei se é normal, mas pensar é fácil, mas falar sabendo que é mentira ... Meu Deus ... Acaba de me passar pela cabeça a ideia de contar a verdade. Deveria me bater agora mesmo, mas não posso, irei fazer isso quando conseguir fugir e me esconder em algum local escuro.

Passei um tempinho calada, tentando achar algo para encarar. Penso em ir, mas poderia ser uma falta de respeito, então quando abro a boca para dizer algo, ele começa a falar, e finjo que não ia dizer nada.

–Como foi que você disse que machucou?

Suspiro internamente. Era óbvio que ele ia perguntar.

–Era bem de noite e não conseguia dormir, então tive a ideia de tentar fazer chá, mas sem querer depois de ter fervido a água, eu estava com mais sono e acabei colocando meu cotovelo na boca do fogão, e só me dei conta quando me queimei, e como não sei nada sobre primeiros socorros (finalmente uma verdade) ... Acabei colocando curativo por cima do machucado para esconde-lo, e depois inventei de colocar a blusa por baixo da do uniforme, e essa é a verdade - eu falo tentando não dar nenhum sinal de que estou mentindo e nem que estou nervosa.

–Duvido que você esteja assim por uma queimadura, e essa história é muito estranha, acho que você não teria conseguido uma proeza tão grande e bizarra - ele fala confiante.

Okay, tenho que pensar em uma resposta para isso ... Ai Meu Deus ... Estou ficando sem tempo, já passou meio segundo.

–Me mostre o machucado - ele fala com tanta calma que me assusto e acabo demonstrando isso, mas volto a minha expressão vazia - Se for mesmo verdade acho que não tem o que esconder. Fora que, se for uma queimadura, já deve estar melhor, e acho que por ser uma queimadura, ela não deveria ficar abafada, claro que eu também não sei quase nada sobre primeiros socorros, mas ... Você sabe ... Queimadura ... Abafado ... Acho que vai piorar se ficar com esse curativo.

Ele pega meu braço e tenta levantar a manga da blusa e eu estava tão estática que nem consegui reagir. Amaldiçoo a manga ser um tantinho bufante (nem era bufante mas era meio solta nas mangas). E quando finalmente me dou conta e tento reagir, eu percebo algo que me dá insegurança e uma sensação do tipo "vou me ferrar".

Ele também é meu superior e reagir poderia indicar contradição de minha parte.

–Eu vou contar a verdade se é o que deseja ouvir, mas por favor, pare - eu falo sem tirar a expressão vazia do rosto.

Ele larga me braço e já me sinto mais calma, mesmo sem um motivo específico. Ele me olha como se esperasse que eu falasse, e assim faço, mas não sem suspirar internamente e tentar inventar uma história de última hora (em menos de 2 segundos).

–A verdade é que eu perdi o controle, acabei não tomando a vacina a tempo. Eu tinha dado um passeio outro dia na noite e isso aconteceu em um beco, eu acabei perdendo o controle e me machuquei com uma garrafa que estava ali, e eu tentei me matar, mas sem sucesso. Consegui me controlar depois. Quando voltei tomei a injeção. Como queria esconder isso, escondi o machucado e por isso ...- eu paro de falar quando noto que ele me olha como se pedisse pra parar com essa farsa - Aconteceu algo Minaho-san?

–Você ainda está mentindo Keiko-chan. É isso o que está acontecendo. Parece que você não confia em mim Keiko-chan - ele fala tentando sorrir, mas sem sucesso.

Claro que confiava, só não podia contar a verdade.

Suspiro mentalmente.

Agora que paro pra pensar ... Ao mentir eu estaria desrespetando a altoridade dele? Por que eu escondi e não queria que absolutamente ninguém soubesse?

Me lembrei, pra não me passar de coitadinha. Fora que Mnaho-san parece não compreender direito os níveis, coisa que estranhava, mas nunca pensei muito nisso.

–Você ganhou Minaho-san. Aimi-san foi quem me machucou. Na última partida, Aimi-san estava na arquibancada e viu que eu não conseguia obedecer as simples normas que ela me ensinou. Tinha todo o direito de fazer o que fez. Não acho que seja necessário o senhor ver o machucado, pode ser um tanto ... ruim - eu falo tentando não mudar a expressão, e as palavras me faziam sentir triste, muito triste, mas nada que importasse - Nada que importe, mas nada que eu devesse ter escondido com tanta firmeza. Foi um erro de interpretação da situação. Minha posição não me permitia esconder nada dos meus superiores, foi um erro de minha parte.

Ouço Minaho-san murmurar um "Sabia que estava certo" antes de perguntar se estava doendo, e eu neguei com a cabeça, mesmo que isso não seja uma total verdade.

–Como foi mais ou menos o incidente? - ele pergunta.

Ótimo, isso vai virar um interrogatório ...

–Eu e Aimi estávamos em um beco, e ela contou que sabia das minhas falhas ao desobedecer e ultrapassar os meus límites, então ela disse todas as regras que descumpri e logo depois pegou uma garrafa e me bateu com ela. A garrafa se quebrou no fundo e ela me bateu com a parte quebrada até ela se cansar - eu falo, mas tenho que me contar para não me entristecer ao lembrar daquela noite, e muito menos bancar a coitadinha.

Sim, eu sou muito besta. Eu ainda não acredito na burrada que eu sinto as vezes. Eu tive tempo de sobra pra chorar e chorar, mas justo agora sinto essa vontade. Acho que falar pra outra pessoa faz você duvidar do que diz ou algo do estilo.

–Isso é mentira Keiko-chan. Aimi está errada! - ele fala/grita, me segurando pelos ombros e meio que tenho que ohar no rosto dele.

Fico em silêncio total, e nem estou confusa, mas isso foi tão estranho que fiquei sem saber o que falar, mas sem nervosismo, foi de forma bem tranquila.

–Isso foi engraçado Minaho-san - eu falo dando um pequeno sorriso - Você falou com tanta certeza que ...

–Eu não estou brincando Keiko-chan. Isso é bullying e agora virou agressão física ... - ele me interompe e cometo o erro de interrompe-lo e me xingo mentalmente por isso.

–Agressão física merecida - eu digo levantando a voz, mas me arrependo e demosntro isso - Desculpe-me, me exaltei Não tinha a intenção de aborrecer ao levantar a voz, mas é que o senhor ..

–E pare de me chamar de senhor, isso é muito estranho - ele diz parecendo se conter para não gritar - E o que você fez pra merecer isso?! Você ficou feliz e teve opinião própria?!

Isso me fez calar. Um ser superior não diria algo assim.

–Quem é você? - eu pergunto séria e ele arqueia a sobrancelha - Agora que paro pra pensar ... Você não age como um ser de mais nível. Você é um Libertado?

Libertado é uma gíria que nós usamos para os seres inferiores que subiram de nível com a morte do primeiro superior ou o mestre ou quando o superior passa seu posto para o inferior, e ambos trocam de posição. Exemplo: Angel (uma garota do meu nível mas que não tivemos o prazer de falarmos) se tornou uma pessoa de nível superior assim que Toshiko (uma superiora e uma das pessoas mais próximas a Aimi-san) morreu na escola de uma maneira que nunca soube.

Ele não entendeu essa gíria e acho que ele também não entendeu o resto Se eu usasse uma gotinha de imaginação e veria um sinal de interrogação vermelho em cima da cabeça dele. Balancei a cabeça como se dissesse para ele esquecer isso.

–Vai mesmo continuar com isso Keiko-chan? - ele diz ainda não tirando as mãos dos meus ombros.

Okay, essa aproximação está me aborrecendo ...

–E você vai continuar a me enganar com blasfêmias contra o sistema? - eu falo dando um passo pra trás e tentando não corar com essa aproximação.

Tecnicamente nem estamos tão perto, mas se levarmos em conta que eu também nunca fiquei tão perto de um garoto (principalmente quando ele está olhando bem nos meus olhos) me dá um medo básico, que tento disfarçar.

–Se não tiver mais nada para me dizer peço permssão para ir - eu falo tentando ser respeitosa, mas eu estava começando a ficar iritada e eu acabei falando com um tanto de sarcasmo - Me desculpe pelo tom de voz.

–Seu comportamento é muito diferente. Diferente pra caramba, mas não é sua culpa, então não fique se culpando por qualquer coisa normal que você faz - Minaho-san fala respiirando fundo, como se já estivesse desistindo.

Fico em silêncio, deixando a gota de irritação ir embora, e tentar pensar em uma maneira prática de acabar logo com isso antes que ele frite o que ainda me resta de sanidade. Essa conversa deve parecer uma conversa de malucos, mas tudo bem.

Suspiro pesadamente e "me solto" dele com cuidado para evitar movimentos considerados bruscos. Me sento em um dos bancos, e me permito olhar pro céu e murmurar um "Jesus, por favor me permita cometer suicídio em breve. Amém" de forma inaudível para Minaho-san.

–De qualquer forma ... Aimi não precisa saber das suas falhas - Minaho-san fala se sentando no banco também - Ela não tem uma bola de cristal para ver tudo o que você faz de "errado". Eu não ia sair contando seus "erros". Se ela descobriu, foi porque você "errou" na partida e em outro lugar onde ela poderia ter te visto, mas tirando um ou outro dia que ela vem te visitar, não há a necessidade de você obedece-la.

–Está insinuando eu desobedecer a minha superiora pelas costas? - eu falo esquecendo de manter a expressão vazia para mostrar minha leve surpresa.

–Eu não diria isso ... Acho que "aproveitar-as-brechas-para-tentar-ser-feliz" seria uma palavra melhor - ele falou sorrindo um pouco, levantando a mão esquerda pro ar e a levou da esquerda pra direita, como se a definição surgisse escrita do meio do nada - Ora vamos. Vai me dizer que nunca desobedeceu ela antes?

Travo um momento, eu desobedeci ela algumas vezes qaundo eramos pequenas.

–E recebi a punição equivalente - eu falo já voltando a minha antiga dúvida - E eu anda não entendo como diz uma coisa como essas. Afinal você é o que? Não sei se você é um Libertado ou é do meu nível ou um superior que está me testando e se divetindo da minha reação a cada coisa que diz.

–Você sabe que quando mais cedo você aceitar a verdade mais tempo vai ter pra tentar refazer a sua mente e conseguir ter uma vida social normal não é? - ele pergunta.

–Se continuar teimando que estou errada, saiba que talvez fiquemos aqui por muito tempo, pois eu não vou falhar - eu digo com paciência - E se me permite dizer não respondeu minha pergunta.

–Vamos deixar esse assunto de lado por um tempo. Você ainda não está pronta para entender, precisa de tempo - ele fala se rendendo - Mudando de assunto completamente, como era a sua infância tirando a presença da Aimi.

Okay, agora sim que vai ser um interrogatório ... Mas eu não posso deixar de responder.

–Eu nem me lembro direito. Aimi-san afetou a minha vida quado eu tinha lá pelos meus ... 5 anos até meu sexto aniversário. Eu tenho algumas lembranças minhas no orfanato dos meus 4 anos até o começo do meu 5º ano de vida, mas estão borradas e me dá vergonha minha falta de formalidade. E eu só me lembro de uma vaga lembrança de mim antes do orfanato, e eu era muito pequenina - eu falo brevemente com uma expressão calma - Poderia saber o motivo de uma pergunta como essa Minaho-san?

–Não. Brincadeirinha. É que eu simplsmente queria saber mais sobre as outras pessoas. Além de tudo o que eu sei sobre seu passado, queria ver se tinha algum outro trauma ou má lembrança - ele explicou, e juro que por pouco não me ofendi com a primeira palavra que ele disse - E como mais ou menos é essa lembrança? Tem a ver com seus pais ou algo assim?

–Não sei dizer com total certeza. Tinha fumaça ... Eu estava de mãos dadas com um senhor, mas não sei quem é ... E ... - eu tento esconder os dois detalhes que eu me lembro - É só isso o que eu me lembro.

–Tem certeza? - ele diz com o olhar de detetive.

Droga.

–Pode perecer estranho, mas eu vi um menino. Se eu tento ve-lo melhor em minha lembrança minha cabeça começa a doer. E eu ... Estava cantando - eu falo essa última frase envergonhada desviando o olhar e encarando o vazio - Esse menino devia ser ligado a mim para eu me lembrar do rosto dele. Não sei se era meu coleguinha ou algo assim.

–Você disse cantando? - ele perguntou e eu concordo com a cabeça com timidez - Não pode ser ...

–O que não pode ser? - eu pergunto com um ponto de interrogação na cabeça.

–Você se lembra de algo mais? - ele ignora a minha pergunta, mas parecia um pouco assustado.

Balanço a minha cabeça negando.

–Certo ... Não se lembra de nada mesmo? Deve ter alguma coisa para confirmar a minha teoria ... - ele fala como se estivesse pensando e uma pergunta - Você se lebra de como mais ou menos voce era quando pequena?

Paro pra pensar por alguns instantes, e não me lembro de nada sore meu aspecto físico de 4 anos.

–Nada ... Eu realmente não me lembro de nada, acho que deveser por que eu não conseguia ver mim mesma ... - eu falo tranquilamente, apesar de estar a ponto de perguntar porque essas perguntas repentinas e é isso o que acabo fazendo - Olha ... Eu não sei o motivo de perguntas desse gênero Minaho-san ... Ah! Mas s eu não devo saber ou se nao quiser me contar não importa, não é obrigado a me contar!

–Acho que não é bom contar sem ter total e absoluta certeza disso ... Mas quando chegar a hora eu vou te contar. Disso nao se preocupe Keiko-chan - ele fala sorrindo - Provavemente ache estranho eu agir dessa maneira, mas acredite, se soubesse faria todo o sentido do mundo.

–Perguntar sobre minhas lembranas de infância são coisas que não tm sentido - eu murmuro baixinho para mim mesma mas falo um pouco alto demais.

–Keiko-chan, vai reclamar sobre umas perguntas de um superior? - Minaho-san arque a sobrancelha e me olha com irritação.

–Desculpa! Eu não quis reclamar! Me desculpe, não irei cometer esse erro novamente! - eu falo/grito assustada, não entendo como consegui ser tão mal educada.

–Vai me deixar surdo de novo Keiko-chan? - dessa vez ele fala sorrindo - Foi brincadeira, não deve se afetar tento com isso. E principalmente gritando, imagina se você deixa alguém surdo de verdade?

–Minaho-san você não fez isso ... - eu falo me recuperando do mini infarto que tive e deixo de lado a minha postura de boa respeiitadora da posição - Me assustou! Seu ...

Fico irritada e começo a mexer meus braços de maneira aleatória. Quando termino isso Minaho-san começa a rir e faço um biquinho.

–Você conseguiu fazer eu mudar de expressão. Não sei bem reagir a isso, mas não me sinto orgulhosa de ter fraquejado - eu comento dando um pequeno sorriso e pensando na chance de ser um pouco informal só por um tempinho.

–Talvez tenha uma maneira melhor de saber ... Tenta fazer uma maria-chiquinha alta no seu cabelo - ele fala e eu olho pra ele com uma cara de besta.

–Okay ... - eu pego o meu cabelo e simulo como seria ele se eu o prendesse assim - Eu não estou entendendo nada Minaho-san.

Eu acho que ... Não ... Eu já usava esse penteado no orfanato eu acho, mas ele era um pouco diferente ... Bem, acho que isso n~~ao imorta nesse momento.

–Acho que falta algo - ele faz uma pose meio que de pensador e estala os dedos como se lembrasse de algo - Atá ... Você não está fazendo direito.

–E tem maneira certa de prender o cabelo? - eu falo inconformada mas sorrindo.

Agora que eu já me soltei, não vejo problema em continuar.

Ele se levanta e vai em minha direção, pega o meu cabelo (quase engasgo e coro [do verbo corar/fazer cosplay de tomate], mas disfarço bem) como se isso não fosse nada demais (me xingo mentalmente por não ter amarelado e saído correndo).

Sabe quando alguém (geralmente sua mãe ou responsável [E NÃO UM GAROTO QUE VOCÊ SÓ CONHECE A MEIO MÊS]) tenta ajeitar seu cabelo pra depois prender com um elastico ou xuxinha? Foi bem isso.

O único lado positivo que consegui ver dessa situação (uma mais ou menos positiva e o resto foi uma desgraça) foi que meu cabelo é fácil de manusear (porque vai ser [nem que seja um tanto] mais rápido).

Então acabo meio que perdendo o controle (só um pouquinho).

–Já deu né? Pode para de mexer no meu cabelo. Não acho que seja realmente necessário vocêe precisar encosta nele - eu me levanto de forma brusca e me viro (nisso o meu cabelo bateu na minha cara e ardeu um pouco) rapidamente - O-olha ... Acho que não foi uma boa ideia vir aqui. Já arrancou a verdade de minha boca, não tem mais nada pra ser discutido. De boa, agora que já soltei a personalidade mais livre um pouquinho, já posso falar a verdade né? Eu estou quase tendo um ataque cardíaco. Parece que esse tipo de conversa só me ferra e pra evtar que eu me ferre de verdade ou que acabe perdendo o pingo de juízo e razão que tenho é melhor eu fazer que nem água no regador e vazar. Meu Deus, eu só estou falando babaquice, desculpe-me. Tchau, até mais.

Aceno rapidamente e tento sair na maior velocidade que consigo ... O que não foi possível já que uma pedra se meteu no meu caminho e quase que eu me ralo toda, ja que quando tentei me levantar tropecei em outra pedra (Tenho mais sorte que trevo de 5 folhas, não é possível ¬¬).

Me xingo mentalmente por ser tão azarada e idiota (bem no 99%). Admito que estou com medo. Quer dizer, nem dava pra considerar medo, mas se dá vontade de fugir, eu considero um medo, e isso não importa.

Sabe aquelas cenas em que a pessoa (nesse caso, eu) está tentando correr e tropeça e continua quase no mesmo lugar? Eu me odeio. Não me surpreende que as pessoas também me odeiem.

Me levanto aos trancos e barrancos e quase que tropeço nas minhas próprias pernas (okay Keiko, esse é o sinal de: Se controla desgraça!).

Pode parecer que isso só acontece em filmes de comedia ou em mentiras bem mentirosas, e em alguns casos em fanfics em que o autor só quer ferrar com a vida da personagem.

Não, sou só eu que nasci pra me ferrar. Parece que eu ando com manteiga/óleo/sabão/qualquercoisaescorregadia nos sapatos ou algo assim.

–E eu pensei que já estava conseguindo entender mais ou menos seu jeito de ser - Minaho-san fala sorrindo - Precisa de ajuda ou acha que consegue fazer isso sozinha?

–Eu consigo fazer isso sozinha! - eu retruco conseguindo ficar de pé e fico cheia de orguho por causa disso - Posso ser lesada mas não a esse extremo.

Conclusão do dia: Eu estou ficando bipolar e estranha e esquisita ao extremo.

Eu ainda estou em dúvida se isso foi uma maré de azar ou uma mensagem divina pra eu ficar aí mesmo ... Vou acreditar na primeira terceira opção: Babaquice minha.

Sou uma perfeita idiota. Nem consigo pensar direito, só fico dando importancia às minhas palhaçadas.

–Com licensa, eu acho que já é hora de eu ir embora e imagino que você também - eu falo decidida e saio correndo sem esperar nem meio segundo.

Volto ao meu plano principal e quando estou bem longe vou para aquela já conhecida pracinha e subo em uma das árvores (eu comecei a pegar o jeito, e não é proibido)

–Olá - murmuro para um pássaro que também estava lá - Também está fugindo?

Não espero uma resposta já que ainda não estou 100% anta. Inconscientemente passo a mão pelo meu cabelo e tento fazer novamente a maria chiquinha e me perguntando se a loucUra poderia ser contagiosa.

–Espero que não - encarei o pombo e volto a fazer as marias chiquinhas e me dirijo ao pombo com um sorriso- Eu fico estranha assim pombo?

Mesmo assim, não paro de me xingar por tudo o que aconteceu. Ainda tentando compreender que conversa de loucos foi aquela.

Autora Pov's

Talvez não estivesse pronta para lembrar dessa lembrança inteira.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^.
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Sim, Keiko cantava desde muito pequenininha, desde os 3 anos que cantava e cantou até os 5, e depois parou por conta de Aimi.
Keiko teve uma vidinha um pouco traumática antes de ser levada ao orfanato quando ainda orava com os pais.
Podem ter notado que ela é muito inocente e acredita em tudo que Aimi conta e se ela falasse. "Sabia que agora pessoas podem voar? Pula do precipício pra confirmar", ela ficaria receosa mas pularia.
*: Losango da sociedade já foi mencionado algumas vezes, então vou tentar explicar melhor isso pra quem não entendeu. Imagine um losango. Visualizou? Ótimo! Você já devem conhecer a Pirâmide Social. Segundo o que Aimi ensinou, essa parte corresponde aos adultos, e a parte de baixo, seria aos das crianças e adolescentes. Os superiores estariam na maior camada da metade correspondente aos não-adultos, os superiores estariam sempre em número maior (impossibilitando as chances de uma rebelião ou protestos), e os inferiores seriam poucos (o que seria a desculpa para Keiko nunca sair procurando inferiores e achando que todos são superiores delae que nem todos os superiores implicam tanto com os inferiores ou não terem aprendizes ou algo do estilo).
Libertados: Mencionado nesse capítulo, nada mais é do que uma coisa inventada por Aimi para que pessoas que poderiam ser julgadas como inferiores desobedecessem completamente as regras (pessoas que sofreram bullying e que se "libertaram" devido a alguns motivos)
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Queria agradecer a PikaGirl pela recomendação, foi uma das melhores sensações da minha vida ^^! Sério fiquei muito (MUITO) feliz e animada ... depois de 5 minutos de encarar a tela do note.
Para as eitoras de Depois da Tempestade ... Temos um alerta de to-sem-ideia-e-as-únicas-ideias-que-tenho-so-podem-ser-usadas-depois T^T. MAS! Eu não vou abandona-la nem algo do estilo, eu vou postar nem que seja no meu velório! Eu até vou adianta uma ideia que eu tinha pra fazer depois pro capítulo depois do que eu tenho que postar. E não esperem um cap do tamanho do mundo como eu fiz na última vez pra compensar meu atraso pois eu n vou conseguir, acho que nem passei das 3.500 palavras T^T.
Feliz Natal, feliz ano novo já que só nos veremos em 2016 (duvido que consigapostar algo a tempo ¬¬)
KISSES!



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