Saint Seiya - Ankheus: O Guardião dos Mares escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 7
Epílogo




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O corpo afundava gradativamente. Deixava ser levado para o fundo oceano, deixando a luz ser engolida pela penumbra do mar. Apenas sua mente não deixava as lembranças se perderem na escuridão, mas reascendendo cada momento daqueles eventos passados.

A imagem dos olhos de Suiya brilhando quando pediu esta em casamento, a sua felicidade de quando o abraçou e os planos traçados por ambos. O primeiro filho ficara decidido chamar-se 'Shiloh', homenagem ao irmão e amigo. A única discussão que não chegaram num consenso era se viveriam em sua ilha, em Parthenia, ou mesmo em Lemúria, algo a ser decidido em fim da guerra. Porém, após aquela despedida e sua partida, tudo se transformou.

A 'Guerra Santa', como assim ficou conhecida a batalha travada entre os deuses Poseidon e Athena, tornou-se longa e demasiadamente cruel. Ankeus estava certo de suas convicções, levando-o a tornar-se duro e frio, implacável na linha de frente. Era temido no campo de batalha, confrontou antigos amigos, dividiu opiniões e as certezas se tornaram dúvidas. Fora submetido a um único caminho, mas fora tarde demais.

Após tantos séculos, os gritos e lamentos daquele povo ainda ecoavam em sua mente. Podia ver ainda o clamor de todos, o desespero de tantos outros do qual tiveram suas vidas ceifadas por manter-se conivente com as regras do jogo.  "Um covarde! Eu fui... um covarde...!", concluiu tempos mais tarde, e aquilo ainda o consumia, mesmo após séculos, arrancando lágrimas e gritos mudo no vazio.

Conforme imergia, era como se entregar ao mesmo desespero e dor daquelas vidas que acreditaram e confiaram em sua palavra, e do qual ele os traiu. Acreditou em cada palavra, se deixou levar pelas mentiras, iludido por uma utopia, silenciado pelo orgulho. O seu grito o despertou da fantasia da qual quis acreditar. Dos seus lábios que provara seu amor e declarações, ouvira seu discurso de ódio e o tom da decepção. Como poderia aqueles olhos que aceitou seu pedido tornaram-se tão tristes?

Ele fechara os olhos por muito, muito tempo, e não mais poderia fazer isso.

"Recompõe-se... Fortaleça-se!

Um Dragão jamais há de ser a presa de um peixe.

Viva... e um dia terá seu dia de glória!"

Era tempo de despertar, cumprir o que prometera, ainda que tardio.

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— Estamos dentro das coordenadas, senhor. — anunciou um soldado frente um painel. Outros circulavam por outros comandos enquanto outro mantinha-se com a mão em controles, seguindo as instruções. — Estamos entrando na zona demarcada.

— Ótimo! — falou um oficial de calvo, com poucas madeixas grisalhas. — Preparem-se, senhores, pois vamos entrar para a História! — disse animado, ouvindo a ovação da equipe, sendo a ele entregue um comunicador. — Estamos prestes a ter as primeiras imagens de uma civilização lendária...!

— Finalmente, senhor. — comentou um sub-oficial ao seu lado. — Após seis anos, finalmente o encontramos!

— O lendário continente de Lemúria...! — os olhos do oficial brilhavam para a tela. — Sargento, cuidado no momento de guiar nosso pequeno espião.

O sargento riu da brincadeira, mantendo o controle seguro como se estivesse a jogar um game. Frente a ele, uma tela de 30 polegadas onde tinha a visão de ruínas mais à frente. Nenhum obstáculo no caminho, senão alguns peixes e algas. O maior perigo, quando atravessou o abismo ao longo de toda uma semana, ficara para trás.

— Devagar... Com calma. Vamos capturar o máximo de imagens possíveis...! — recomendou o oficial e o sargento assentindo, respirando fundo e 'seguindo' com o drone.

O soldado que verificava a imagem mostrava-se ansioso, mas algo o fez piscar e mover-se em sua cadeira. Mexendo nos controles buscando aproximação, não acreditando no que via. Primeiro foi uma sombra, como se um grande peixe ou mamífero sombreasse o local. Pensou emitir o alerta, mas nenhum sinal de ameaça na proximidade do drone, mas aquela imagem o deixou confuso.

— S-Senhor... — chamou o soldado, fazendo o oficial e outros voltarem-se para ele. — Há algo na tela... Há algo... alguém...!

— Alguém? — comentou o oficial cético. — Como alguém? Não é possível haver 'alguém' num lugar como esse.

O soldado insistiu, fornecendo as coordenadas. O sargento que coordenava o drone tentava manter-se focado à frente, enquanto outro controlador tentava mover uma segunda câmera dentro das coordenadas informadas.

O oficial caminhava até o soldado quando este arregalou os olhos e praguejou. Sinal foi emitido no submarino e todas as luzes se apagaram, ativando a força auxiliar. O desespero tomou conta da equipe, mas foram somente alguns segundos até que tudo se normalizasse nos minutos seguintes, os controles voltassem a funcionar.

— Batemos em alguma coisa? — perguntou o oficial enquanto todos conferiam possíveis avarias e danos. — BATEMOS EM ALGUMA COISA?!

— Não, senhor. Nenhum dano.

— Tudo em ordem, senhor...!

O Sargento que controlava o drone era o único a praguejar, sem uma resposta certa. O oficial aproximou-se exigindo uma posição, mas viu que a tela piscava 'No Signal' incessantemente.

— Como foi que...! — indagava, e o sargento sem saber o que dizer, buscando reestabelecer todos os contatos. — Soldado, faça uma busca do sinal, localize o maldito drone... O QUE DIABOS ACONTECEU?!

Ao virar-se para o controle mais acima, viu não apenas o soldado como outros próximos olharem assustados para a tela. Mesmo gritando, ninguém respondia, como que chocados com o que quer que estivessem vendo naquela tela. O oficial jogou a prancheta no chão e subiu as escadas até a cabine,  perguntando o que estava acontecendo e parando para ver a tela. Foi ele quem se surpreendia com o que via.

— O que é isso? Esses dados estão... corretos? — perguntou ao soldado, sem tirar o olho da tela.

— S-Sim, senhor... — respondeu o soldado, chocado. — Já verifiquei tudo e... e só volta isso...!

— N-Não... Não é possível. Sargento...! — olhava para o controlador do drone, mas nenhum sinal era alcançado.

O oficial apanhou o controle de chamada, informando seus dados e solicitando os dados de coordenada. Informara de uma pane ou falha no sistema e aguardava a confirmação. Todos olhavam para o oficial de comando apreensivo, alguns sem tirar o olho da tela.

"Os dados estão corretos, senhor" — informava alguém de uma central. — "O que fazem nas águas do Alaska?"

O oficial não respondeu, deixando apenas o fone cair enquanto a outra linha o chamava. Ele debruçou-se sobre o painel e verificando as coordenadas. Estavam realmente nas proximidades do Alaska, quando há alguns minutos estavam no Índico. Pediu ao soldado para rodar as últimas imagens antes da pane, mas nenhuma pareceu ser capturada senão um frame de milionésimo de segundos de um triângulo dourado.

Um  triângulo dourado envolveu o submarino, fazendo-o desaparecer diante de seus olhos. O drone que já alcançava as ruínas do antigo continente perdeu sua força, ficando abandonado sem quem pudesse controlá-lo.

Ankeus observou aquilo com seus olhos reluzentes, e um mover de mãos criou um turbilhão que fez a máquina explodir e levando com ele todo e qualquer informação sobre o continente, mantendo-o 'perdido'.


"Não permitirei que maculem esse santuário.
Jurei para sempre guardá-lo.
Sou o Leviatã, o guardião de Lemúria,
Sou o Sétimo General.
O General dos Mares!"

 


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que chegaram até aqui. :)



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