Katherine Cullen.

Depois que Jacob saiu da nova-antiga-mansão dos Cullen, resolvi ver algum filme e checar se estava tudo pronto para amanhã, era impossível não perceber o quão nervosos eles estavam. Fiquei no meu quarto durante algum tempo até que minha mãe disse que estava na hora da janta.

– Katherine? – a olhei pausando o filme. – Vem, hora de jantar.

– Posso falar com você ... antes? – ela não entendeu mais assentiu, andou até a minha cama e sentou perto de mim. – Pode me fazer um favor?

– É claro que sim, meu amor. – ela soltou uma risada como se fosse obvio.

Tá legal, e a minha coragem pra falar? Resolveu dar uma volta sem avisar! A verdade é que eu travei por inteira e quase gaguejei, Rose certamente percebeu e segurou a minha mão em demonstração de carinho, ou então só incentivando que eu continuasse.

– Mãe, tenta não brigar com o Jacob! – ela respirou fundo e desviou o olhar, também largando a minha mão. – Por favor. – voltou a me olhar com atenção. – Eu gosto de estar com ele. Estranhamente, eu gosto de estar perto dele.

Jurei que ela estivesse segurando um rosnado o que fez eu me assustar. No mesmo instante meu pai apareceu na porta do quarto com uma cara nada boa, ele estaria ouvindo a conversa.

– Filha ... – ela começou sendo interrompida.

– Por favor! – pedi mais uma vez.

– Eu acho melhor deixarmos essa conversa pra depois. – meu pai falou se aproximando de nós. – A monstrinha e o índio já estão comendo, você não vai? – assenti e lancei um beijo no ar pra eles.

***

– Já acabou? – Esme perguntou em quanto eu botava o prato na pia. – Você não comeu nada, Kath. Aconteceu alguma coisa?

– Não, vó. Só preciso falar com meus pais. Tá tudo bem. – a tranquilizei.

Quando eu voltei para o quarto os dois permaneciam lá, intactos. Fui direto ao banheiro por um pijama e escovar os dentes. Amanhã seria um dia longo. Eles continuavam parados, sem trocar uma palavra.

– Senta aqui! – meu pai pediu e eu fiz, sentando ao seu lado.

– Meu amor, por mais que eu não goste, ou não concorde, agora Jacob tem passe livre por essa casa. – estremeci, ela disse agora. – E se isso te incomodar você pode avisar, seja lá quando for, daremos um jeito nisso. Você sabe que fazemos e faríamos tudo por você, não sabe? – assenti. – Se é a sua vontade, eu farei o possível pra não brigar com ele.

– Não que eu goste dessa história, mas estamos fazendo tudo isso por você. – meu pai falou.

– Eu amo muito vocês. Mas, eu só pedi pra você tentar não brigar com ele mãe, não precisava de uma reunião de família. – eles riram.

– Acho que é a primeira de muitas então. – Emmett, sempre Emmett.

– Durma, amamos você. – minha mãe levantou arrastando meu pai consigo.

– Boa noite, princesa.

***

Porque as pessoas resolvem te acordar na melhor parte do sonho? Quando se trata de vocês eu não sei, mas quando se trata de mim tem uma explicação bem obvia: Uma prima hibrida capaz de ler pensamentos. Xingaria Renesmee até a eternidade por isso. Como se não bastasse ela ficou me bombardeando de perguntas ... Renesmee, calma, é só um sonho!

E depois disso ela me obrigou a levantar da cama porque já era hora de se arrumar e ela não queria chegar atrasada no primeiro dia de aula. Pelo menos não era na metade do ano. Repetia isso pra mim mesma durante todo o café da manhã. Eu odeio pessoas que resolvem se enturmar só porque somos os novatos = centro das atenções.

– Ô bela adormecida, podemos ir? – sempre muito conveniente minha prima me tira dos meus pensamentos quando aparece na porta do quarto com o namorado. – Tá pensando no príncipe-lobo-dos-olhos-castanhos de novo? – atirei minha escova de cabelo bem no nariz dela, mais antes que acertasse ela se desviou. – Uou, temos alguém que não está num bom dia.

– Por favor, não enche o saco priminha! – ela sabia muito bem o quanto eu odiava acordar cedo.

***

Fomos direto para a secretaria pegar os nossos horários e assim que chegamos lá demos de cara com Jacob e o que suponho ser o Seth. Renesmee os ignorou por completo passando reto mais eu parei.

– Hey! – ele disse.

– Oi Jacob. Oi, Seth? – o menino assentiu sorrindo.

– Animada? – Seth perguntou.

– De jeito nenhum! – eles riram.

– Parece que alguém não gosta de estudar aqui. – Jacob zombou e eu rolei os olhos.

– Na verdade, eu gosto. O problema é acordar cedo!

– Não é a única! – eles responderam em coro.

– Segundo ano, né? – perguntei.

– Não. Só o Jake. – Seth disse.

– Vou pegar meus horários, vejo vocês depois.

***

Assim que entrei na sala as mesas eram em duplas já que a aula era de química. Renesmee e Nahuel ocupavam a primeira delas. Ela me viu e abriu um sorriso.

– Você praticamente me obriga a vir pra escola e me deixa sozinha, obrigado Renesmee! – respondi sínica.

– Na verdade, tem que me agradecer mesmo. – ela apontou com a cabeça para o fim da sala. – Vai lá com o príncipe dos olhos castanhos.

– Já disse que você é ridícula? – perguntei rindo.

– As ordens!

– Ah, e temos aula de educação física logo após o recreio, fiz o favor de candidatar você pra líder de torcida! – ela disse. Pelo menos alguma coisa de útil ela tinha que fazer. – Me xingar por pensamento não é nada maduro!

SAI DA MINHA CABEÇA!

Andei até a ultima cadeira, atraindo a atenção de algumas pessoas da sala, menos a dele.

– Ocupado? – perguntei me referindo ao lugar.

– Todo seu! – ele respondeu sorrindo e um frio percorreu por toda a minha espinha.

Que diabos estava acontecendo comigo?!