Katherine Cullen.

Eu só queria lembrar o momento em que aceitei essa palhaçada, como se não tivesse nada pior do que toda a minha família ignorar o fato acontecido ontem de manhã, ainda teria que aturar Alice me fazendo de boneca com a desculpa de separar minhas roupas para arrasar nas aulas! – como ela mesma disse.

Arrasar nas aulas, puff!

Sempre fui extremamente vaidosa, até demais por sinal, mas isso não dava o direito a minha tia-anã de achar que pode me fazer de manequim humano a hora que quiser, e não, isso não era um exagero.

– Tia, eu acho que você está pegando pesado. – Renesmee apareceu na porta rindo, pela terceira ou quarta vez, eu parei de contar quando decidi arrancar a cabeça dela assim que saísse daqui.

– Não estou não! – a fada rebateu.

– Alice, acho que você ainda não entendeu. – eu disse em quanto jogava mais uma peça de roupa em cima da enorme cama no centro do quarto. – Não sou a Renesmee que sai de casa aos trapos, eu posso muito bem escolher minhas roupas sozinha.

– Ei! – minha prima gritou ofendida nos fazendo rir. – Não tem graça, tá legal? Só não vejo sentido em sair todos os dias de casa parecendo uma boneca.

– Não nega ser filha de quem é. – Alice disse revirando os olhos.

– Ah não, você não vai começar a criticar a maneira como a minha mãe se veste. – Renesmee rebateu.

– Já comecei desde o dia em que à conheci. – foi a vez da hibrida rolar os olhos.

– As duas pra fora do meu quarto! – eu disse, as puxando para a porta sob protesto das mesmas, é claro que se deixaram levar, não tinha nenhuma possibilidade de eu conseguir se elas não me ajudassem.

Guardei todas as roupas em seus devidos lugares, só Alice pra por meu closet inteiro no em cima da minha cama mesmo, e o trabalho pesado ficava pra mim, como sempre. Ouvi alguém batendo na porta e me virei sorrindo quando vi quem era, me sentei na cama esperando que ela se aproximasse.

– Precisa de ajuda? – Rose perguntou.

– Na verdade, sim. – respondi sem graça.

Nunca agradeci o suficiente a Roselie por tudo o que ela e Emmett fizeram por mim, se não fossem eles eu não estaria aqui, de maneira nenhuma. Eu era uma garotinha de onze anos, com toda a inocência do mundo, quando sofri um acidente de carro com meus pais, não me lembro de o que aconteceu, muitas memorias foram apagadas automaticamente da minha cabeça, sem que eu pudesse ter se quer uma lembrança deles.

Não me importo tanto pois tive uma família que me acolheu como membro dela, e até hoje nunca deixaram me faltar nada. Roselie era minha mãe, e Emmett era o meu pai, eu não tinha duvidas disso.

– Não preciso nem me esforçar pra adivinhar quem fez isso com você! – ela riu em quanto botava algumas roupas nos seus determinados cabides.

– Se ia responder Bella, errou! – zombei e ela riu sem emoção. – Mãe?

Eu via o brilho nos olhos dela apenas por chama-la de mãe, e por mais que fosse difícil pra mim dizer, eu gostava de falar. A felicidade se tornava quase palpável.

– Oi, querida.

– Tá tudo bem?

Ela assentiu. – Claro, porque a pergunta?

– Nada demais. Você parece preocupada. – eu disse por fim e ela me lançou um sorriso amigável.

– Está tudo bem. – ela garantiu. Me levantei pra ajuda-la a organizar a bagunça. – Deixa que eu faço, não se preocupe.

– Tá, obrigado. – ela sorriu e eu andei até a janela.

Vi Bella saindo de dentro da floresta com o garoto dos olhos castanhos e me crucifiquei por não conseguir ouvi-los, eles conversaram durante algum tempo e eu pude sentir o aroma frio ao meu lado, Rose olhava a cena assim como eu, a diferença é que ela sabia tudo o que estava acontecendo e sua expressão era de dar medo em qualquer um.

– Eu já volto, fique aqui. – ela disse e desceu as escadas.

Os dois olharam na direção da minha janela e eu quis me matar por não ter conseguido desviar o olhar, eu havia paralisado e esquecido até mesmo de respirar. Bella olhou pra mim e depois para o garoto, que permanecia parado como eu, e sumiu do meu campo de visão. Quando ele finalmente se deu conta, e eu não sei quando tempo durou, ele seguiu para dentro da casa.

Ouvi alguns gritos virem da parte de baixo e eu desci correndo atraindo a atenção de todo mundo, eu não era Renesmee ou Bella, mas aquilo tinha me incomodado de uma forma indescritível. Foi ai que eu percebi a tensão no ar, minha tia recém vampira estava ao lado do garoto com Edward segurando sua cintura, a mesma posição de repetia com meus pais, Esme e Calisle estavam ao lado deles, já Renesmee, Nahuel, Alice e Jasper estavam ao lado do lobo que prenderá meu olhar por mais algum longo tempo. Minha mãe rosnou me fazendo despertar e ir até Esme.

– Tudo bem por aqui? – perguntei.

– Claro que sim. Não é Rose? – Esme perguntou quase como se a repreendesse.

– É, tudo bem! – ela respondeu irônica. – Mas não pra todos, não por muito tempo.

– Nós não podemos impedir, eu escuto, vou saber se algo estiver errado. – Edward disse me deixando com um enorme ponto de interrogação na testa. É claro que não estava tudo bem.

– Só preciso que entenda, se você fizer ou disser algo, eu acabo com a sua raça cachorro! – ela disse saindo da sala.

Okay, tinha alguma coisa muito errada!

Todo mundo resolveu sair da sala sem falar nada, menos ele, eu tive quase certeza de que foi proposital pelo olhar que a minha prima me lançou. Arqueei a sobrancelha.

– O que deu nela? – sim, eu tive a cara de pau de perguntar.

– Digamos que ... não nos damos muito bem.

Meu pai do céu! Que voz era aquela?

– Acho que deu pra perceber, ela te chamou de cachorro. – eu respondi rindo sendo acompanhada por ele.

Se à algumas horas atrás eu tinha total certeza de que não existia ninguém nesse mundo mais bonito ou com uma risada mais encantadora do que o Joseph Morgan, as minhas certezas foram embora naquele momento, ele nem parecia ser real com aquele sorriso – e sem ele também – Acho que tem alguém precisando levar um tapa na cara.

– Essa coisa toda de inimigos mortais. – ele fez uma voz sombria e eu ri.

– Tá legal, conta outra, eu vi que você e a Bella se dão bem! – rebati, ele pareceu incomodado.

– Erámos amigos antes de ela virar vampira. Então, não muda muita coisa. – ele falou, nada feliz. Resolvi esperar que ele quebrasse o silencio. – Sou Jacob.

– Katherine.

– Eu acho que já vou indo. – ele disse apontando pra porta e eu assenti o observando se afastar.

– Ei, Jacob! – ele se virou pra mim sorrindo.

– Você vai a escola? – perguntei.

– Vou, eu e Seth.

– Ah, legal. – respondi. – Vai ser legal conhecer alguém.

Pude ver o sorriso dele aumentando mais, e eu me derretendo cada vez que isso acontecia.

– Pensei que Renesmee e Nahuel ...

– É, mais eles estão o tempo todo juntos, então ... – ele assentiu se afastando mais.

– Te vejo amanhã?

– Até amanhã, Jacob.