Flores pra você escrita por Matthews


Capítulo 7
7


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas, aqui estou eu mais uma vez

Acho que dessa vez fui mais rápido que da ultima vez, mas isso não quer dizer que ainda tenha sido rápido o suficiente.

Bom sem mais delongas vamos ao capitulo.



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Henrique, Florença e eu encontramos um ritmo, almoçávamos juntos todos os dias e estávamos começando a criar laços profundos de amizade. Eu raramente me sentia triste e sabia que poderia contar qualquer coisa para eles, sentia que eles eram bons comigo por gostarem de mim, não por terem pena.

— Eu obviamente seria o Super-Homem, — disse o outro garoto na mesa, ainda continuando a discursão sobre qual super herói cada um seria.

— Não seria não. Você não conseguiria viver em uma redação de jornal. Você provavelmente iria escrever uma matéria sobre você mesmo. — Florença gargalhou alto achando aquilo muito engraçado, como se pudesse ler a matéria dele no jornal.

— HAHA!!! Claro que eu não faria isso. Pelo menos não fui eu quem escolheu uma bandida como super herói.

— Mas a Mulher Gato não é totalmente ruim, — falei me metendo na conversa da qual só observava.

— Viu, dois contra um. Ganhamos. A mulher-gato é meio termo, só fez umas escolhas boas e outras ruins. — Ela abaixou o tom de voz, — dependendo do ponto de vista.

— O Gabe não tem nem o direito de opinar, ele nem sabe que super herói seria. Deveríamos criar um novo para ele.

— Quem disse que eu não sei. — Intrometi antes que ele falasse mais alguma coisa. — Eu seria o Senhor das Estrelas. Ou o Batman. Ainda não sei bem qual dos dois.

— Você faz mais o estilo do Batman, com todo esse lance de escuridão e tals. E sem contar que o Batman e a Mulher Gato tem um lance. — A ultima frase saiu quase um sussurro.

— Engraçadinho. — Falou a morena, jogando uma batata frita em Henrique. — Nós fazemos parte de uma versão alternativa onde os três são amigos e não existe a liga da justiça.

— Nessa versão eu posso não ter fraqueza a Kryptonita?

— Não. — Respondemos Florença e eu ao mesmo tempo.

— Você não pode mudar seu personagem. — Continua Florença. — Isto é, se você for mesmo o Super-Homem, ainda estamos deliberando sobre isso.

— Porque só o meu tem que ser votado? Vocês dois escolheram.

— Pelo simples motivo que sim. Você não pode escolher ser o Super-Homem e simplesmente ser. Tem que ter uma votação, — disse sendo o mais frio possível.

— Não me importo com a opinião de vocês. Eu sou o Super-Homem e pronto.

— Se isso vai te deixar mais feliz e te fizer calar a boca, você pode ser. — Florença finalmente cedeu revirando os olhos, mas com um sorriso no rosto. — Tenho que ir para a aula, tentem não salvar o mundo todo, deixem um pouco para mim. — Disse já saindo.

— Tchau Florença. — Me despedi baixinho.

— Agora que a Mulher Gato foi embora, também vou. Não quero lutar com você. — Disse fazendo referencia ao filme que iriam lançar e levantando para ir embora.

— Pensei que éramos amigos. — Gritou Gabe.

— E somos, mas não quero ter que descobrir se você sangra.

Saí do restaurante seguindo para a minha próxima aula. Neuroanatomia. O professor era bem bacana e eu gostava da aula. Fui um dos primeiros a chegar, me sentei no meu lugar de costume, perto da janela.

Gostava de sentar ali para poder olhar para fora, mesmo gostando da aula às vezes eu me desligava e ficava olhando para as árvores. Eu gostava de observar essas árvores, a árvore em que eu me encontrei com Florença ficava ali e eu geralmente ficava olhando para ela.

— A aula nem começou e você já esta viajando. — Era Alana quem estava falando. Ela sempre sentava perto de mim. Sempre puxava assunto.

— Sim, já estou querendo estar lá fora, — falei brincando.

— Somos dois. — Alana respondeu e sentou-se a minha frente.

Alana era uma das poucas pessoas com quem eu conversava em sala. Assim como eu, era uma das mais estudiosas, sempre estava cheia de livros e quase nunca saia. Sabia disso pelo o que ela me contava durante as aulas, sempre recebia convites para festas, — é claro que recebia, ela é alta, loira e bonita, — mas raramente aceitava, não gostava de sair. E ate durante as refeições eu a via mais sozinha.

A aula já tinha começado, assinei a lista de presença e já estava olhando para as árvores quando Alana me passou um bilhete.

“Então quer dizer que a universidade tem os seus próprios super-heróis?”

Tentei segurar a riso, mas mesmo assim dei uma gargalhada alta. Todos olhavam para mim, inclusive o professor, que acabou por falar:

— Esta tudo bem aí senhor Gabriel?

Tive que engolir em seco umas três vezes, para conseguir falar, mas mesmo assim gaguejei um pouco.

— Es... Esta tu... tudo bem.

— Então vamos voltar para a aula. — Disse já retomando a matéria.

Reli o bilhete mais uma vez e tudo nele me fazia querer rir. Desde o que estava escrito, até imaginar uma Alana quieta em uma mesa vizinha escutando nossa conversa.

“Essas informações são altamente sigilosas, temo que você tenha que ser apagada.”

Li uma ultima vez o bilhete e passei para Alana, ela deu uma risadinha baixa e voltou a prestar atenção na aula.

A aula demorou mais vinte minutos para acabar, todos os alunos já estavam saindo e Alana acompanhou a multidão. Segurei seu braço e tentei imitar a voz do Batman.

— Se você fugir vai ser pior, — falhei miseravelmente na imitação, mas ela entendeu e começou a rir.

— Você deve ser o Batman, — disse ainda rindo.

— Sim, e você deve vir comigo, — digo ainda imitando a voz. — Você sabe demais, não pode ficar andando por aí.

Alana me segue ainda com um sorriso no rosto. Estamos fora do prédio, indo em direção ao parque que fica no meio dos prédios das salas de aula. Geralmente nos encontramos antes de irmos para as próximas aulas e hoje não é diferente.

Florença e Henrique estão se aproximando. Ambos têm um olhar desconfiado, Alana continua sorrindo e eu estou serio. Assim que estamos perto o suficiente começo a falar:

— Temos um problema. Essa senhorita escutou nossa conversa e sabe de nossas identidades secretas. O que iremos fazer?

— Temos que elimina-la. Obviamente — disse a Mulher-Gato rindo.

— Eu acho que podemos mantê-la presa por alguns dias e descobrir o que sabe, - sugeriu Henrique.

— Bom, acho que podemos mantê-la presa, interrogá-la e depois aniquila-la.

— Ótima sugestão Gabriel, — concordou Florença.

— Vocês estão esquecendo somente de uma coisa, — disse Alana, que até o momento estava quieta.

— Qual coisa? — o Super-Homem perguntou.

— Talvez não consiga me manter presa.

— E por que não conseguiria? — indagou Florença, dando voz ao pensamento dos três.

— Porque eu sou a Viúva Negra, — respondeu na maior naturalidade, e jogou os cabelos para trás — obviamente.

— Parece que temos outra heroína entre nós, — ironizou Florença.

— Agora que sabemos a identidade secreta de todo mundo, podemos formar o nosso pequeno grupo, — disse Henrique encarando cada um de nos. — Ou mais alguém vai entrar?

— Que eu saiba não, — respondi primeiro.

— Não sei de mais nenhum super-herói nesse lugar, — concordou Florença.

— Nem eu, — disse por ultimo Alana.

— Ótimo. Agora somos oficialmente o Fantástico Alternativo Quarteto dessa faculdade, — falou Henrique em tom serio.

— Seremos conhecidos com F.A.Q.? — perguntou Alana rindo.

— F.A.Q.?

— É isso que as iniciais dos nomes formam. F.A.Q., — explicou Florença, com toda a paciência do mundo.

— E o mais engraçado é que também é a sigla para perguntas mais frequentes, — disse não conseguindo mais controlar o riso.

Henrique não estava achando nada engraçado aquilo e ficou com a cara fechada. Nenhum de nós três conseguia parar de rir, por causa da cara que ele estava fazendo. Sempre que achávamos que estávamos controlando uma nova onda de gargalhada surgia.

E foi assim, rindo, que eu percebi que da próxima vez que minha mão me perguntasse sobre amigos eu poderia dizer que finalmente tinha feito. Que agora era parte de um grupo. E ainda por cima era um grupo de super-heróis.


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Notas finais do capítulo

É isso por hj, até mais ver, em francês au revoir.



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