Entre Dois Mundos escrita por MartaTata


Capítulo 1
Prólogo - Entre Dois Mundos.


Notas iniciais do capítulo

Nem revisei, porque a minha irmã chata não deixa.



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Um jovem moreno, com os seus catorze anos de idade, corria pelas ruas movimentadas de Opelucid City. Ele possuía uma roupa reles, pobre e velha. Possuía cabelos castanhos e olhos do mesmo tom, porém um pouco mais escuros.

Enquanto este jovem corria com toda a velocidade, fugia de um grupo de cerca de cinco homens, altos e fortes, com uniformes cinzentos e com um ‘P’ desenhado no peito. Ele corria com um pedaço pão nas mãos, correndo ainda mais velocidade, até as pernas implorarem para parar - Ele desobedeceu; Caso contrário, seria apanhado… E isso, de certa forma, não seria agradável, já que nunca pegaram leve com aqueles que desobedecem aos ‘Plasmas’.

O motivo de ele correr assim, do nada? O moreno fazia parte de um grupo de delinquentes que roubam pela fome - “Uma razão de sobrevivência”, dizia ele -, que corria agora desses homens, pela cidade fora.

Estes pequenos ‘ladrões delinquentes’ fazem isso desde que nascem e/ ou, são abandonados pelos pais. Este é o caso deste moreno: Black Hilbert. Nunca soube o seu último nome verdadeiro; Nem ao menos conhece os pais biológicos, já que, pelo que se diz por aí, foram mortos pelos ‘Plasmáticos’.

Black nunca soube a verdade. Mas ele também não queria saber. Só queria fugir dali rapidamente, antes que chamassem mais pessoal para o apanhar. E as punições do imperador, não são nada legais.

Mas, graças a algum lendário que ele rezava em voz baixa, conseguiu achar uma pequena passagem entre umas casas da grande e populosa cidade. Escondera- se por horas, naquela pequena fissura entre casas; Até ter a certeza que os guardas das Chamas, as Tropas Lendárias, os Plasmas e os donos da comida, haviam desistido de o procurar.

Sim. Isto tudo por um pequeno pão. Esperem, deixem- me corrigir: Por metade de um pão.

O rapaz sorriu. Um sorriso de satisfação de uma felicidade extrema - Pela missão do dia ser concluída. Agora, pelo menos, já poderia jantar em paz, na sua pequena casinha.

Black guardou o pedaço de pão nos bolsos sujos, juntamente com mais três pedaços que roubara antes, saindo do seu esconderijo. Os seus olhos castanhos- brilhantes e curiosos revistaram , num espaço de segundos, todas as ruas da pequena cidade- rural. Estava totalmente desabitada.

Ele correu pela vida - literalmente-, até chegar na sua casa. Era perto dali, mas o medo continuava a apoderar- se do rapaz a uma velocidade monstra. Ainda a tremer e ofegando, entrou rapidamente, antes que algum Guarda- Noturno de Elite o encontra- se.

“ - Cheguei!”. - Gritou o jovem, totalmente relaxado e feliz, trancando, de imediato, a porta de entrada. Ele suspirara de alívio, encostando- se na mesma, ainda a tremer. Por precaução, colocou a mão no seu bolso, contando rapidamente todos os quatro pães que conseguira.

“ - Black!”. - Ele ouviu duas vozes chamarem por ele do andar superior. Black subiu as escadas partidas e queimadas com cuidado para não cair nos buracos, ou em madeira podre, entrando no quarto compartilhado entre os três irmãos.

“ - Olá, pessoal! Consegui achar três pães; Um para cada um!”. - Black retirou mais dois pães dos bolsos húmidos e sujos, enquanto distribuiu pelas pessoas daquele quarto.

“ - Obrigada, Black- Kun!”. - Agradeceu uma garota loira, baixa e com um sorriso mais brilhante que qualquer chama de Reshiram. Esta deu uma dentada, deliciando- se com a primeira refeição do dia. Rapidamente devorou sem dizer uma só palavra, focando- se apenas no pão, e na fome.

“ - Aqui está o seu, Cheren.” - Black deu o outro pão para a outra pessoa do quarto. Era um garoto dos seus quinze anos, alto, usava óculos e cabelo preto, com os olhos da mesma cor. Tinha, igualmente, roupas velhas e bastante sujas, como Black, mas um pouco melhor. Afinal, Cheren não era nem metade aventureiro como Black era. Talvez, porque Cheren nem era considerado ‘delinquente’.

“ - Agradeço bastante Black. Você já é um profissional!”. - Cheren elogiou, ao trincar o pequeno pedaço de pão duro e já com uma certa sujidade.- “Mas tenha mais cuidado e volte mais cedo, para a próxima. Se você for apanhado…”.

“ - Nah, relaxe, ‘nerd’. Sou profissional!”. - Black exibia- se, com um ar convencido.- “Bianca, não coma tão rápido, tem de poupar para o dia de amanhã!”. - Avisou Black, desviando o olhar para a loira, que logo evaporou o sorriso.

“ - Mas eu tenho tanta fome…” - Murmurou, avistando- se lágrimas nos olhos.- “Não como à dois dias… E demorou dois dias para conseguir quatro pães, Black…”. - Ela olhou para baixo.- “Será que um dia… Poderemos viver como pessoas dignas?”.

Black suspirou, apenas trincando uma vez, e dando o resto para a loira. Ela olhou- o bastante surpresa e paralisada.

“ - Fique com ele; Nem tenho tanta fome assim”. - Ele libertou um sorriso doce para a sua irmã, que logo comeu tudo sem dizer nem mais uma palavra, com o maior sorriso que já vira.

Bianca e Cheren são os meios- irmãos de Black; Pois Cheren e Black foram adoptados pelos pais de Bianca, à beira da morte quando tinham cinco e quatro anos; Respetivamente. Os pais de Cheren morreram na frente dele, e ele ficou ao lado deles até os corpos entrarem em decomposição; Já Black, sumiram, deixando o pobre garoto a ser massacrado pelos ‘guarda de elite’. Por isso, tornou- se um delinquente.

“ - Oh, vocês ainda estão acordados?”. - Perguntou o pai de Bianca, subindo as escadas e espreitando o quarto.

“ - Sim, sim. O Black conseguiu comida!”. - Revelou Bianca, totalmente animada. O mais velho sorriu.

“ - Em vinte minutos quero vocês dormindo, ouviram crianças?”. - Todos acenaram positivamente.

Os três irmãos arranjaram as camas com alguns panos velhos para não terem frio durante a noite; Sorte que a temperatura em Opelucid era estável, mas as noites eram bastante frias.

Black, porém, era o único que não dormia. O seu estômago roncava alto a cada cinco minutos. Tentando ignorar a sua barriga, Black ordenou a si mesmo para fechar os olhos. Mas, a fome parecia atormentá- lo cada vez mais.

" - Tepig, tep...". - Murmurou o seu fiel amigo Pokémon, Tepig. Tepig, apelidado de Tep, era um porquinho de fogo pequeno e quente. O que era ótimo nas noites frias em Unova, como aquela.

O pequeno porquinho laranja tocou no treinador com o focinho. O moreno sorriu, acariciando o pequeno Pokémon, colocando- o nos braços.

“ - Eu ainda tenho um pedaço, Tep! Guardei para você…”. - Sussurrou, para ninguém ouvir. Obviamente, seus pais adotivos matariam- no se suspeitassem que ele gastava comida com um Pokémon.

Com isto, Black retirou o último pedaço de pão, dando ao pequeno Pokémon. Tep olhou para Black, com um sorriso ligeiro.

O Pokémon colocou metade na boca, retirando a outra metade para o lado. Black ficou confuso, mas entendera quando Tepig olhava pare ele, com um olhar feliz.

“ - Para… Mim?”. - Murmurou, num tom de pergunta, e Tep assentiu. Black, então, voltou a insistir.- “Tep, esse é o seu pedaço! Não pode ficar assim, sem comer…”.

O Pokémon de fogo não respondeu; Apenas bocejou e aninhou- se a Black. O mesmo sorriu, comendo o último pedaço. Mesmo sendo pouco, era o suficiente para enganar a morte.

Neste mundo, os Pokémons são ilegais. Nenhum Pokémon é doméstico, como o imperador afirma; Eles foram feitos para ser livres.

Mentiras. Foi o que ele usou para governar o mundo; Os Pokémons são livres agora, menos os dos guardas e os dele.

Eu consegui resgatar Tepig, antes que fosse capturado por um Plasmático. Fui perseguido por três semanas; Mas lá desistiram. A minha sorte foi não verem o meu rosto e nem saberem o meu nome.

Desde então, Tepig, apelidado de Tep, é o meu melhor amigo. Os pais de Bell, Bianca, não concordam nada com isso, mas também não o rejeitaram. O nosso acordo é, que se eu for pego com o Pokémon, eles não sabiam de nada e eu escondia- o. Assim, só eu serei torturado e decapitado pelos guardas da elite, em praça pública.

Em tempos, o meu sonho fora ser treinador Pokémon e derrotar a Liga Pokémon. Esse sonho morreu, juntamente com a minha liberdade.

E com a minha identidade.

O meu nome é Black Hilbert.... Sem sobrenome; O que faz de mim um fora da lei. Segundo a ditadura do imperador, ninguém sem pais, menor de idade, poderá viver. Logo, a minha vida já é um crime existir, pelo menos nesta realidade.

Porém, os pais de Bianca receberam- me a mim e ao Chen. Foi a minha sorte, neste mundo. Afinal, como o Imperador está nem aí para nós, não existe uma identidade oficial; Somos os filhos normais deles.

Vou explicar um pouco sobre o que está a acontecer aqui. O imperador, ao subir ao poder, perseguiu todos os treinadores Pokémon, matou a maioria, torturou grande parte. Conseguiu capturar Alder, e até hoje, ninguém sabe o que foi feito dele.

Iris, a segunda ex- campeã de Unova, fugiu para Sinnoh. Como Sinnoh é considerado a área neutra do mundo, se ele a perseguisse, acabariam com a ditadura dele, já que Sinnoh é a cidade para pessoas normais viverem, treinadores e refugiados de Unova, como diz a lei das chamas.

“ - Talvez…”. - Murmurei, antes de adormecer.- “Exista um outro mundo.... Em que eu posso realmente ser quem eu quero…”.



[...]

“ - White, não se esqueça de arrumar o quarto! Mesmo estando de férias, não pode fugir dos seus deveres!”. - Murmurou uma senhora, que aparentava ter quarenta anos, meia zangada com uma garota que estava deitada na cama, jogando numa consola. Essa consola era uma 3DS.

“ - Mamãe, eu juro que já vou! Só tenho de derrotar esse Gym Leader… Estou quase a derrotar a Cynthia!”. - Respondeu, entusiasmada, sem tirar os olhos da consola portátil.

A mãe da mesma suspirou, olhando- a.

“ - Porque não vai em jornada Pokémon, White? A Professora Juniper já te convidou sete vezes…”. - Murmurou, entrando no quarto e jogando uma carta ao lado dela.- “E com essa, oito”.

“ - Eu não posso ir…”. - Murmurou, fechando a consola. Depois, olhou para os olhos da mais velha.- “Não quero ficar sem você e o papai! Seria uma tortura!!”.

“ - White, você tem também de aprender a ser independente…”. - Respondeu a mulher, com uma voz doce, arrumando algumas roupas que estavam pelo chão.- “Você tem catorze anos e é demasiado ligada; Já pensou como seria ver o mundo lá fora?”.

“ - Não, obrigada. Não deixaria a minha família por uma viagem.” - Ela voltou a abrir a consola. A mãe aproximou- se, fechando a consola na cara dela.

“ - Esse é o seu sonho; Não minta para mim. Porque não vai?”. - Ela olhou séria para a filha, que deu de ombros.

“ - A Chelsey ainda não tem idade para ir em jornada; E o Berny não quer ir, pelos mesmo motivos. Eu não iria sozinha!”. - Respondeu, achando que o seu argumento era o suficiente para calar a mãe.

“ - A Chelsey fez anos à duas semanas; Já pode ir. O Berny quer ir em jornada sim, mas não vai por você!!”. - Afirmou, meia revoltada. Depois, antes de fechar a porta e de descer as escadas, olhou para a filha.- “Quando vai parar de ser tão egoísta, White?”.

E assim, o som da porta a fechar- se surgiu no quarto, deixando um silêncio. A morena suspirou, enquanto se sentava na cama.

Mal se sentou, um pequeno porquinho de fogo saiu de debaixo da cama, olhando- a com um sorriso e cuspindo leves chamas do focinho. Era uma Tepig com um laço azul e branco, listrado.

“ - Você quer ir para lá agora, Bubu?”. - Perguntou a treinadora para a Tepig, que aparentava ter o nome Bubu. A mesma assentiu, saltando no ar.- “Muito bem…”.

Ela olhou para o relógio ScreenTouch, clicando em algumas opções. No final, clicou na opção “EntraLink”.

O quarto ficou totalmente preto, com alguns raios azuis. Depois, ergueu a mão para a frente, formando um círculo mágico de raios azuis, com algumas letras indecifráveis. Por fim, de olhos fechados, sussurrou as seguintes palavras:

“ - Login server intrare … User, Album. Sermo Autem, Electricity.”. - Depois, abriu os olhos, que do azul claro, se tornara um azul escuro, com raios nos mesmo. Finalmente, terminou, falando bem alto a última palavra:

“ - EntraLink!”.

Fechou os olhos novamente, sentindo o chão do seu quarto tremer bastante, até se tornar relva fresca e meia molhada do orvalho das plantas, já que ela estava no quarto e estava sem calçado. Sentiu o ar puro da floresta em que se encontrava, e o som de vários pássaros e do rio ao seu lado.

Depois, voltou a abrir os olhos, num suspiro. Olhou para trás, avistando, no fundo, uma densa floresta. E, bem à sua frente, uma árvore estranha que só podia ser encontrada nesse mesmo local. Era em forma de espiral, com poucas zonas verdes das folhas. À sua frente, estava uma pedra de um metro, com palavras escritas que ela nunca conseguiu decifrar; Devia ser uma escrita muito antiga ou inventada, para ela não saber. Afinal, ela pesquisara por horas, dias e meses para descobrir o que estava ali escrito. Até anos.

“ - Bom, Bubu, vá ter com os seus amigos Pokémons! Mas fique atenta quando eu chamar por você…”. - Avisou White, com um sorriso. A Pokémon assentiu, correndo para alguns Mincinnos e Patrats do local. A treinadora sorriu, olhando para a porquinha de fogo sair a correr até à floresta.

A morena sentou- se, olhando para o rio, na pequena ilha infinita em que se encontrava; Afinal, aquela ilha era pequena, porém infinita.

Nesta ilha, existia uma ligação por pontas de pedra enormes; Mas, quando se tentava atravessar para o outro lado, uma barreira de forças psiquicas e elétricas surgia, impedindo a passagem. Além de se ver muito mal o outro lado, meio desfocado.

[...]

Como devem saber, o meu nome é White Hilda Touko. Vivo em Opelucid City, uma cidade bastante grande e bem moderna de Unova. O meu sonho era tornar- me uma treinadora Pokémon, mas… Não consigo.

Adoro a minha família e amigos. E não posso deixá- los… Definitivamente, não dá.

A minha mãe tem uma doença mortal, e poderá morrer a qualquer momento. O meu pai, sozinho, jamais conseguiria sobreviver, sem ela e eu. Por isso, deixarei os sonhos para trás, pois quero aproveitar o tempo todo com ela.

Então, foi aí que encontrei este local; O EntraLink. Zekrom falou comigo, um dia, mas ninguém acreditou em mim. Ele mostrou- me este local, como um local de ligação entre mundos e o desconhecido.

Quando estou aqui, o mundo esquece- se da minha existência; Seja os meus pais ou amigos. Mas, tem uma desvantagem. Se ficar aqui demasiado tempo seguido, o mundo acaba por se esquecer da minha existência. Mas isso só em casos de dias e dias.

Por isso, quando estou cansada ou preciso de pensar, venho para este local. Zekrom disse- me que, um dia, quando menos esperar, a razão da minha vida estará aqui. Eu nasci no mundo errado.


Será que… Existe outro mundo em que posso ser quem eu realmente sou…?


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Notas finais do capítulo

:33 Espero que gostem o/



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