Um novo trilhar escrita por Nyne


Capítulo 21
Capítulo 20 - Completos


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas leitoras, como vão?
Bem, segue o último capítulo da fic. Mas fiz um epílogo que postarei também, provavelmente semana que vem.
Espero que gostem e se emocionem.
Ótima leitura!



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– Por favor enfermeira, diga de uma vez.

– Certo. O caso da senhora não é muito comum, ao menos não dentro dessa situação. Enfim, dentro das circunstancias, não vejo porquê não.

O olhar de Suzana se ilumina e ela sorri.

– Verdade? Posso mesmo?

– Sim senhora. Por favor, me acompanhe.

Suzana faz o que a enfermeira diz. Carlos e Estela se olham, ambos emocionados.

– Bom, o que posso entender disso tudo também é que a Paula não mudou de ideia, certo?

– Não se preocupe com ela senhor Castiel. Ela não vê a hora de ir embora daqui.

***************************

Algum tempo depois, Carlos é chamado pela enfermeira.

– O senhor não quer ver a criança?

– Quero, claro. Onde está?

– Está no berçário, com a sua esposa.

– A senhora pode me levar até lá?

A mulher faz um aceno positivo com a cabeça e guia Carlos.

Ao chegar, ele vê pelo vidro Suzana sentada, com os cabelos presos e usando um avental azul claro, procedimento do hospital. Mesmo a certa distancia, notou que a esposa tinha lágrimas nos olhos.

Ele sorriu com as mãos no vidro.

– Estou nessa área há anos e nunca em todo esse tempo vi uma cena tão tocante quanto essa. É como se essa criança tivesse sido gerada por ela. - diz a enfermeira olhando a cena juntamente com Carlos.


– Mas foi. Desde o início a Suzana gerou esse menino. No coração. - diz Carlos com os olhos marejados.

***OITO ANOS DEPOIS***

– Felipe, desce logo pra tomar café. Hoje é seu pai que vai te levar pra escola.

Suzana terminava de arrumar as coisas de Felipe e ajeitar a gravata de Carlos.

– Certeza que não vai te atrapalhar amor?

– Sim, o colégio é caminho pro fórum, não vai atrapalhar em nada.

Suzana dá um rápido beijo em Carlos no exato momento em que Felipe entra na cozinha.

– Estou pronto mãe.

– Escovou os dentes direitinho?

– Sim. - diz dando um sorriso forçado, para que Suzana examinasse seus dentes.

– Certo, então pode ir. Boa aula meu amor. - diz dando um beijo na bochecha do filho.

– E eu? Não ganho beijo não?

Suzana ri e dá um selinho em Carlos.

– Bom trabalho amor. Nos vemos no jantar.

******************************

Mais tarde, no jantar, Suzana e Carlos foram surpreendidos por uma pergunta de Felipe. Na verdade, sabiam que, mais cedo ou mais tarde, não teriam como fugir dela.

– Pai, o que é adoção?

Carlos olha Suzana de relance e vê quando ela perde a cor.

– E por que o senhor quer saber isso, mocinho?

– Hoje uma menina nova entrou na minha turma e ela disse que é adotada. O que é isso?

– Bom, vamos fazer o seguinte. Você termina de jantar e eu e sua mãe falamos sobre isso com você, tudo bem?

– Tá bom.

O menino comeu depressa, enquanto Suzana não conseguia mais dar uma garfada sequer.

– Pronto pai, acabei!

– Certo, agora vai escovar os dentes e espera a gente lá na sala.

O garoto sai correndo. Assim que ouve a porta do banheiro, Suzana leva as mãos ao rosto.

– E agora Carlos? O que vamos fazer?

– Contar a verdade.

– E se ele nos odiar Carlos? E se quiser conhecer a verdadeira mãe?

Carlos levanta e vai até a esposa, ajudando-a a se levantar.

– Desde o início sabíamos que isso ia acontecer Suzana.

– Não podemos contar a verdade pra ele Carlos, ao menos não toda a verdade. Como vamos dizer que a mãe não o queria? Que ela foi estuprada pelo pai dele?

– Amor, olha pra mim - diz segurando o rosto dela entre as mãos. - Talvez, um dia, ele saiba disso, mas, por agora, a verdade mais importante deve ser dita.

Suzana pisca várias vezes para afastar as lágrimas ao ver que o filho descia as escadas e esperava por eles no sofá.

– Deixa que eu começo. Se não conseguir, não precisa falar nada.

Ela acena positivamente e ambos seguem ao encontro do filho.

Felipe estava sentado no sofá de três lugares. Suzana e Carlos sentaram ao lado dele, cada um em uma ponta.

– Certo filho, primeiro nos diga, o que você quer saber sobre adoção? Essa sua nova coleguinha não falou o que é?

– Ah, mais ou menos. Ela disse que quando nasceu, a mãe dela morreu e ela não tinha pai, então um casal adotou ela. E ela chama o casal de pai e mãe.

Suzana acabou deixando uma lágrima escapar e o filho viu.

– O que foi mãe? Por que está chorando?

Carlos respirou fundo e tomou a frente, segurando o joelho do filho.

– Lipe, diz uma coisa pro pai. Você sabe o quanto eu e sua mãe te amamos?

O garoto faz que sim com a cabeça.

– E você filho, você ama gente?

– Lógico!

Carlos respira fundo e olha para Suzana, que fazia um enorme esforço para não cair no choro.

– E se fosse não fosse nosso filho, fosse adotado também, assim como sua coleguinha é. Você ia continuar amando a gente?

– Sim. A Duda também ama os pais dela, porque eles são os pais dela, ela só não nasceu da barriga da mãe dela. Ao menos foi isso que entendi!

– Duda é sua coleguinha nova? - pergunta Suzana, com os olhos vermelhos.

– É. Eu vi hoje na entrada quando a mãe dela foi levar ela. E até hoje só vi uma mãe beijar o filho daquele jeito. Você mãe.

Suzana olha o filho e o esposo, meio confusa.

– É mãe. Um beijo demorado, que até parece que não mais mais me soltar. Mas eu gosto. - diz com um sorriso travesso.

Suzana ri e abraça o filho, o beijando da forma que ele havia dito.

Carlos chama o garoto, para voltar a ter a atenção dele voltada pra si.

– Então você acha que sua coleguinha é feliz?

– Ah pai, ela entrou na minha turma hoje, mas pelo o que vi e como ela falou, acho que ela é feliz sim.

– Certo. Bom Lipe, você já é um rapazinho, é inteligente e esperto.

O garoto olhava o pai, que parecia ter perdido o fio da meada. Tomada por uma coragem vinda não se sabia de onde, Suzana, apertou a mão do filho, fazendo com que ele olhasse pra ela.

– Você é como essa sua amiguinha Lipe. Você também não nasceu da minha barriga, mas é meu filho.

O garoto ergue uma sobrancelha e olha pra Carlos.

– É sério pai?

Carlos faz que sim com a cabeça.

Felipe olha de um para o outro, parecendo meio surpreso.

– Então eu sou adotado também?

Eles fazem que sim com a cabeça.

– Minha mãe morreu como a mãe da Duda?

– Não filho. Mas ela não... Ela não queria... Não estava pronta pra ter um filho. Então ela achou melhor colocar você pra adoção.

– Você era recém nascido quando adotamos você, mas fui eu que te amamentei sabia? São tantas coisas pra te contar filho, tantas... Mas algumas ainda não é o momento.

– Mas prometemos que quando você quiser saber e estiver um pouquinho mais velho, o suficiente pra entender, vamos responder a todas as perguntas que você quiser. Tem nossa palavra.

Felipe fica calado por um tempo. Um silêncio que estava matando Suzana, que começou a chorar.

– Desculpa filho... Eu não queria... A mamãe não queria...

– Mãe, não chora. Não gosto de ver você triste. - diz colocando a mão no rosto molhado de Suzana.

– Desculpa filho. Devíamos ter te contado antes, mas não sabíamos exatamente por onde começar...

– Pai, mãe, porque estão me pedindo desculpas?

Eles se olham e olham para o filho, que tinha uma expressão de confusão.

– Vocês me ensinaram que temos que pedir desculpa pra alguém quando fazemos alguma coisa feia, ou errada. Vocês não fizeram nada disso, por que estão pedindo desculpas pra mim?

Suzana olha para Carlos, que está boquiaberto, assim como ela.

– Lipe, você não está triste ou com raiva de nós? - pergunta Suzana.

– Não.

– Não?

– Não. Só porque sou adotado tinha que ficar triste ou com raiva de vocês?

Os adultos não sabem o que dizer e Felipe mais uma vez os surpreende. Ele se inclina dando um demorado beijo no rosto de Suzana e em seguida no de Carlos.

– Você é minha mãe e você é o meu pai. Vai ser assim pra sempre. Prometo isso pra vocês dois.

Carlos e Suzana se olham e deixam lágrimas escorrerem por seus rostos enquanto beijam e abraçam Felipe.


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Notas finais do capítulo

Eu me emocionei ao escrever esse capítulo, espero ter passado a mesma emoção pra vocês.
Então, consegui?
Logo postarei o epílogo, e mais uma fic será encerrada... Momento triste, mas necessário.
Enfim, beijos e até o próximo!



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