–Lis tava morrendo de saudades de você! -ele se aproximou de mim, como tinha chegado de madrugada o Richard tinha me dado folga, então só ia amanhã.

–Quando cheguei hoje, surpresa... Você não tava, Lucas Alencar não estava em casa em plena terça-feira, onde você tava? -diminuir nossa distância com um abraço apertado e disse perto do ouvido dele. -Aprontou muito sem mim? -e me afastei.

–Sem você nada tem graça! -e me deu uma piscada e sorriu. -Então me conta pra onde você foi?

Eu me joguei no sofá enquanto era observada por Lucas, ele por sua vez se aproximou e se jogou no chão perto do sofá vermelho que compunha nossa sala e começou a acariciar minha cabeça e me olha com aqueles olhos tão bonitos que tinham e me que conquistaram desde do dia que sua família foi jantar na minha casa, um convite feito pelos meus pais para socializar, pois como meu pai dizia "eles não tem amigos minha filha, seja gentil com o filho deles!". Acho que na época so tínhamos 09 anos.

Flashbacks

–Você ainda não estar pronta querida? -minha mãe insistia que eu fosse com um vestido horroroso, ele era com mangas que vinham até os cotovelos e possuía rendas em todos os lados e cheio de bolinhas brancas e o tecido azul.

–Mamãe eu não quero ir com esse vestido, ele é horrível! -dizia tirando a fita da cabeça, minha mãe me olhava com ar de desaprovação.

Minha mãe era linda alta esbelta, ela tinha sido modelo antes de se casar com meu pai. Os longos cabelos vermelhos dela modulavam seu lindo rosto, sua pele de porcelana. Os olhos não eram verdes como osmeus, eram uns azuis tão intensos. Ela estava vestida com um lindo vestido vermelho e sapatos altos a deixando mais alta do que já era, eles eram de um tom preto. Ela me olhou e saiu com ar triste.

–Bom pelo visto vou ter que ir assim, tou horrível mesmo! - coloquei a fita e ajeitei o vestido e ajeitei o cabelo como minha mãe tinha feito antes de eu mesma ter estragado. E desci.

Minha casa era colonial, ou seja, todas no condomínio eram iguais. Ela tinha uma sala grande que com a decoração que minha mãe tinha feito ficou radiante, tudo la se casava perfeitamente, as cortinas de veludo brancas cobriam as janelas gigantescas o sofá cinza ficavam no centro da sala, ao fundo tinha um pequeno bar, em outros cantos variavam de mesas de canto e vasos, a sala eram perfumada com vários tipos de rosas.

Quando percebi eles estavam la sentados no sofá em uma conversa animada com meus pais, menos o menino que estava distraído.

–Finalmente Elisa! Bom Edward e Annie essa é minha filha, Elisabeth. -meu pai disse me puxando pelo braço e depois me colocando em sua frente. Papai tava vestido com seu terno, ele era médico tinha uma clinica que com o tempo ganhou espaço e cresceu.

Ele era da altura da minha mãe com salto, ele tinha cabelos negros como a noite sem estrelas, e sua pele era como a minha um branco pálido e seus olhos eram verdes.

–Ela é linda Andrew! Prazer em conhece-la Elisabeth! - disse o senhor Edward, ele era da altura do meu pai sua pele era morena e tinha um sorriso lindo, e um olhar muito confiante, e verdes como o meu. Estava vestido casualmente com uma calça jeans e uma camisa social branca e calçado com um all star. Dava até vontade de rir só de pensar que eles dois fizeram faculdade juntos.

Meu pai todo metido e ele todo despojado.

–Elisa, só Elisa! - dei um sorriso simpático a eles -O prazer é meu senhor.

–Me chame apenas de Edward, o melhor tio Ed. -e me deu uma piscadela.

–Elisa estava morrendo de curiosidade de te conhecer! Eu sou a Annie, eu também quero ser chamada de tia Annie! -a senhora a minha frente era baixa, e me deu um abraço, ela era tão linda sua pele tão branca e seus cabelos tão dourados, por um momento queria ter aqueles cabelos e seu olhos tão azuis, ela parecia que tinha vindo de um conto de fadas. Estava vestida com um vestido azul soltinho o que ressaltava ainda mais seus olhos, por um momento queria ser sua filha, só pra ter herdado tudo isso dela. Ela estava calçada com sapatos de camuça pretos. -Filho acorda, vem falar com a Elisa! -ela disse me soltando e puxando o menino pelo braço.

Porém, esse pensamento mudou rapidamente, quando o vi. Ele estava tão sem graça quanto eu, estava assim como seu pai a diferença era sua camisa que era azul o que deixava seus olhos azuis mais intensos.

–Esse é o nosso filho, Lucas!

Ele estendeu a mão pra mim e apertei em forma de educação.

Fim do flashbacks

–O que você ta pensando Lis? -Agora aquele mesmo menino tava ali após quinze anos, continuávamos apenas amigos, pra minha tristeza. E ele tava ainda mais lindo do que aquele dia que a gente tinha se conhecido.

–Você lembra como a gente se conheceu? -disse olhando nos olhos dele.

Ele continuava fazendo carinho em minha cabeça, e agora passou para o meu rosto, e disse:

–Você tava horrível naquela noite!

–Ei! -dei um empurrão nele, fazendo dar um gargalhada gostosa, ele voltou a me olhar.

–Sabe Lis! Tem uma coisa que quero fazer algum tempo! - ele disse se aproximando de mim.

–Ué porque não faz? -disse pra ele, ele continuava com o carinho no meu rosto e se aproximando cada vez mais, quando estava preste a me beijar, ele se afastou de mim abruptamente.

–Seu pai ligou hoje pra mim! Ele disse que não conseguia falar com você Lis! Ele ta preocupado contigo, quer saber como você ta? - porque ele não me beijava? Que inferno! -Tudo bem, vou ligar pra ele daqui a pouquinho! Sabe Lucas, queria te fazer uma pergunta.

–Faz, o que você quer sabe Elisa?

Elisa?! Ele só me chama assim quando ta nervoso. É minha deixa, ele fala sem pensar, é só deixar-lo ainda mais nervoso ainda.

POV LUCAS

Dei mancada, como que fui chamar-la de Elisa, agora tenho que me controlar.

–Sabe, meu pai é engraçado.. -ela disse se levantando.

–Por que Lis? -onde ela queria chegar? So jogando seu jogo pra descobrir.

–Sempre estudamos juntos, desde que nos conhecemos né?

–Continua Lis, o que você quer saber de verdade?

–Bom, quem pagava seus estudos depois você sabe? -ela disse se aproximando de mim me encarando, ou melhor tentando devido sua altura.

Meus pais tinham morrido quando tinha apenas 14 anos, em um acidente de carro. Elisa estava com eles, por isso do trauma.

–Meu tutor! Você sabe disso muito bem! Vai logo direto ao ponto Elisa!

–Meu pai é muito conservador, ele nunca que ia deixar uma filha dele dormir com o namorado. Mas com você sempre foi diferente, nos moramos juntos. - ainda não tinha entendido o que ela tava querendo dizer.

–E dai? Seu pai gosta de mim, e sabe muito bem que eu sou incapaz de fazer nada que você não queira! E não somos namorados lembra?

–Lembro, voce faz questão de lembrar! E se eu quiser?

–Elisabeth, o que você quer? -disse me deixando levar por ela, me perdendo nos olhos dela. -Não posso!

Isso Lucas, banca o babaca agora! A garota ta ai se jogando pra você, quase te pedindo pra beijar-la, e você negando fogo justo pra garota que você mais ama na face da Terra.

–Ok... Ok... Você não quer, tudo bem, não vou insistir. Bom eu vou ligar pro meu pai!

Quando pensei que ela já tinha desistido, voltou e me deu um selinho.

–Tou mostrando meu carinho de irmã por você! - e saiu em direção ao seu quarto.

Sinto que ela não vai desistir tão fácil assim. E o pior, eu quero que ela insista so mais um pouco, porque ai não tenho culpa, afinal sou louco por ela mesmo, e perto dela não tenho muito controle perto dela.

Só mais um pouco Lis, ai pronto sou todo teu!

POV ELISA

Como não pensei antes, ele sempre tava comigo, estudamos juntos só nos separamos e perdemos durante um ano contando totalmente, e no último ano ele voltou mais forte e misterioso, além de tudo, mais bonito e atraente. Tinha algo muito esquisito nisso mesmo, as namoradas nunca entenderam esse carinho que ele demonstrava por mim, nem eu mesma entendia. As vezes parecia mais minha sombra do que meu amigo. Como daquela vez que fui ao shopping, tava no finalzinho do segundo ano, foi ai que a gente se reencontrou.

Flashbacks

–Então princesa porque você veio pra cá mesmo? - Jake perguntava pela milésima vez a mesma coisa, só que não dava muita importância.

–Bom que tal a gente mudar de assunto? -disse sem tirar meus olhos do hambúrguer a minha frente, estávamos na praça de alimentação de um shopping. Estava cansada de ficar trancafiada dentro da escola.

– Elisa tem alguém nos seguindo! -ele olhava por cima do meu ombro esquerdo estreitando os olhos.

Eu apenas dei de ombros e continuei comendo, tava tão entediada, que já estava começando a me perguntar porque tinha ido mesmo. Ele insistiu.

–Ele ta seguindo a gente desde do colégio, e agora ta fingindo ler um jornal, mas não para de olhar pra cá!

–Sério? -revirei os olhos, ele era paranoico as vezes, uma vez achou que os paparazzi estavam seguindo ele.

–Pelo menos olha Elisa ne? Ele pode ser um assassino e ai? Voce nao se preocupa nao? -ele falou de forma rude e apontou.

O rapaz estava realmente olhando pra gente, aqueles olhos azuis conheço de algum lugar, bom se ele tirasse aquele boné ridículo ja ajudava.

–O problema é esse?! - disse me levantando.

–Ei sua doida? Onde você vai? - ele disse nervoso, mas nenhum momento me fez parar, pelo contrário me deu mais força e coragem pra ir até lá.

Realmente já tinha notado que ele seguia a gente, mas não dava a mínima pra isso, ninguém sabia quem eu era, pois não usava o sobrenome do meu pai e sim da minha mãe, recomendações do próprio Dr. Andrew Parker.

–Oi! - falei em frente a mesa dele.

Ignorada, ou melhor nem olhou na minha cara.

–OI -falei um pouquinho mais alto, ele nada. Então usei a gentileza que me deram e peguei a porra do jornal e amassei e com ela fiz uma linda bolinha de papel. Todos na lanchonete me olharam como se fosse louca.

–Você não muda mesmo esse temperamento não eh mesmo Lis? -a voz estava rouca que conseguiu até me arrepiar por completo. Ele tava diferente nem o conheci estava mais forte, mais gostoso. Se ele não me chamasse por aquele ridículo apelido, nunca reconheceria.

–Lucas? -falei meio receosa.

–Vai me magoar assim! -ele fez ar dramático e colocou a mão sobre o peito. -Não conhece mais seu amigo!

A única coisa que fiz foi me jogar em seus braços, e consequentemente nos caímos no chão.

Fim do Flashbacks

Mas uma coisa é certa vou descobrir o que Lucas esconde de mim, mesmo que seja a ultima coisa que faça.