Fiquei horas jogada na cama, olhando pro nada. Quando ouvi batidas na porta e a mesma abrindo
—Posso entrar?
—Claro, você é dono da casa! -falei me levantando da cama.
—Calma, só quero conversar com você! -ele deu uma pausa e eu fiquei olhando. -Sei que começamos com o pé esquerdo, mas Elisabeth, você não vai acreditar mas sei como é viver em uma mentira!
—Sabe? -falei meio desconfiada.
—Sei, a muito tempo atrás vivia com meus irmãos, somos cinco ao todo. Miguel, Lúcifer, Uriel, Gabriel, e eu.
—Vocês tem nomes de anjos? -dei um sorriso.
—Nosso pai é um tanto religioso! -ele deu um sorriso. -E como dizia, nosso pai ficou digamos que em sono profundo, e o Miguel por ser mais velho, ou melhor, o mais autoritário tomou pra si o "poder" -fez as aspas com as mãos e se jogou na minha cama.
—E você? Aceitou numa boa? -falei me jogando ao seu lado. As vezes sentia que eu o conhecia a muito tempo, mas como se nunca o tinha visto?
—Eu o idolatrava o cara! Elisabeth, sabe como é? -ele continuava fitando o teto.
—Sei sim! -sabia como era, afinal vivi uma mentira, e ainda não sei nem a minha história.
—Iai fazia tudo que ele mandava, tudo que dizia parecia certo, fiquei contra Lúcifer o que tinha mais finalidade, ele foi expulso e não fiz nada pra poder impedir. Só porque o Miguel disse que ele não prestava, que era manipulador, e tudo mais. Uriel sumiu, e eu não desconfiei de nada, mas hoje penso que ele tem algo haver com isso também.
—E como você fez pra descobrir a verdade? -falei desconfiada.
—Conheci a Elena! -ele levantou da cama. -As vezes precisamos de alguém pra nos fazer acordar! E se arrume que vamos viajar.
E ele saiu me fazendo ficar pensando.
Questão é...
O QUE VOU ARRUMAR?
POV LUCAS
—Então vamos? -Rafael dizia mais uma vez. -Cadê aquela garota Lucas?
—Eu não sei! -falei me afundando mais no sofá.
—Tou aqui! Só nao tenho documentos pra ir. -disse Elisa no pé da escada. -E também nao tenho quase nada pra arrumar. E agora?
—Documentos tão aqui toma! -ele simplesmente jogou os documentos em cima dela. -E uma mochila ja basta.
Ela abriu o passaporte e leu o nome que estava escrito nele.
—Júlia Alcântara?! -ela ergueu uma sobrancelha incrédula. -Vou ser o que sua? Mulher?
—Filha que não é! -deu um sorriso irônico -Você vai ser minha irmãzinha fofa! -e beliscou a bochecha dela.
—Não sou sua irmã Rafael! -ela disse se afastando dele.
—Somos parecidos, ninguém dirá que nao somos, olha pra gente!
Ela deu uma doce gargalhada, como fazia tempo que não ouvia rindo.
—Só se for no branco do olho! -mas um riso - Não temos nada parecido Rafael.
Ele bufou e seguiu em direção a porta.
—Ninguém precisa saber garota chata! E vamos, nosso vôo sai daqui duas horas.
E assim fomos em direção ao aeroporto