Olhei Eve com as bóias em seus braços, ela corria com Oliver atrás dela, eu podia ver o quanto ambos estavam felizes. As pessoas olhavam encantadas para eles que estavam alheios.

— Papai, pega a mamãe.

— Outch. - gemi quando meu corpo encontrou o chão quente e o corpo frio de Eve. Ela sorriu para mim.

— Está se divertindo meu amor? - perguntei nos erguendo. Oliver se sentou ao nosso lado, quis o empurrar quando ele passou um dos braços por minha cintura. Eve observou seu movimento e abriu um sorriso enorme.

— O que você está fazendo? - perguntei baixo, ele apenas sorriu de lado.

— Beija, beija, beija.

— Você tá ouvindo, a madame está mandando. - Oliver se aproveitou, me permiti rir da sua da sua cara de sedução.

— Oh, sério?

— Sim, eu dei carta branca para ela. Não se lembra? - continuou a se aproximar, encarei seus olhos e logo depois sua boca que parecia tão apetitosa naquele momento. Virei meu rosto na mesma hora em que ele avançou, ele acabou beijando minha bochecha e eu bati minha testa com a de Eve que riu do meu jeito atrapalhado.

— Mamãe, não valeu. Namorado e namorada se beijam na boca. - ela falou.

— E onde você aprende isso mocinha? - Oliver perguntou interessado, ele ia ser muito ciumento. Quer dizer, quando estávamos juntos ele tinha muito ciúmes de mim,não duvidava nada que esse ciúme iria se entender a ela. Já sinto pena dos futuros namorados da minha pequena.

— Os filmes que a mamãe assiste. - ela deu uma risadinha.

— Você ainda assiste aqueles filmes clichês romântico? - bufei com sua provocação.

— Oh cala a boca, por favor. - me levantei o suficiente para retirar a roupa que eu estava. Pude sentir meu corpo queimar, provavelmente com a secada que eu sabia que Oliver estava me dando.

— Vem com a mamãe. - puxei Eve para mim a pegando no colo.

— Papai, vem também. - ela movimentou as mãos fechando e abrindo rapidamente.

— Claro querida. Vamos para o mar, e vai ser nós dois contra sua mãe. - ele falou tomando ela de meu colo. Resmunguei atrás indo atrás deles.

A água estava fria, eles estavam me jogando bastante água impossibilitando de vê-los.

— Não vale, são dois contra um. - apelei fazendo bico, e imediatamente os jatos de água pararam.

Abri meus olhos, vi Oliver se aproximar com Eve em seus braços ele colocou uma mecha de meu cabelo para trás da orelha e eu não consegui desviar meu olhar do dele. Aqueles olhos azuis eram hipnotizantes.

— Deus, você é linda. - ele falou, senti minhas bochechas esquentarem. Ouvi Eve sussurrar baixinho pra ele me beijar.

Tampinha esperta. Porque eu não conseguia desviar o olhar?

Podia sentir a respiração dele em meu rosto, seu hálito amentalado e quente uma de suas mãos segurando minha cintura possessivamente, meu coração parecia bateria de tão rápido que estava batendo. Quem eu queria enganar, eu ainda amava Oliver.

Mas ao invés de sentir seus lábios nos meus eu senti algo nos meus pés, gritei assustada me movimentando atrapalhada na água, meu grito fez Oliver se assustar e cair com Eve na água se a situação não fosse tão assustadora eu estaria rindo dele. Uma criança emergia da água com um sorriso travesso e Oliver parecia bem aborrecido, Eve parecia igualmente à seu pai.

— Ethan.. – abri minha boca algumas vezes quando um homem muito bonito por sinal apareceu, ele segurou o menino pelo braço que resistia e tentava se soltar do cara que ofereceu um sorriso enorme e encarou meu corpo.

— Mamãe.. – Eve reclamou no colo de Oliver que se aproximou de mim novamente. Quis rir quando percebi que ele estava com ciúmes, na verdade eles. O cara sorriu sem graça quando viu Oliver se posicionar sério ao meu lado, e saiu o mais rápido murmurando um pedido de desculpas.

— Você assusta todo mundo. – reclamei brincando, ele revirou os olhos e me jogou Eve que riu da brincadeira.

— Acho que acabou o dia na praia, papai ta blavo. - trisquei meu dedo na ponta de seu nariz.

— Você está totalmente certa dona Eve, seu pai é um bobão. Opa, não repita isso, não na frente dele. – admirei ela franzir o nariz enquanto ria.

Oliver foi silencioso o caminho inteiro até o hotel, e foi silencioso até no almoço.

— O que você tem? Por Deus, o cara nem chegou a me paquerar nem nada. – resmunguei largando os talhares no prato, Oliver ergueu os olhos lentamente encarou Eve e depois voltou a me encarar.

— Não estou chateado por isso, aquele cara nunca teria chance com você. Eu só estou tentando encontrar uma boa forma de chamar vocês para o jogo de beisebol que vai acontecer.. – se explicou, neguei com a cabeça.

— Não.

— Vamos mamãe. – Eve praticamente pulou da mesa, ela me encarou com aqueles olhinhos de filhotes de cachorro e Oliver fez da mesma maneira.

— Quando chegarmos, vocês vão ter que aturar alguns filmes românticos. – falei, vi ambos fazendo caretas de nojo e ri da sincronia.

— Tudo bem. – ele estendeu a mão, a peguei em desafio.

(...)

Desviei das pessoas que insistiam em embarrar em mim, insistiam mesmo porque eles não desviavam.

— Pare de bufar Felicity, e vamos logo para o nosso lugar. – Oliver reclamou, fiz questão de ignorá-lo. Era a primeira vez da Eve em um estádio, e ela olhava todos os cantos admirada não sabia qual era intenção de Oliver de nos trazer aqui, talvez ele só quisesse assistir o tal jogo ou relembrar nosso 1 encontro.

Sim, aconteceu em um estádio. Não em um jogo de beisebol e sim de futebol. Sara e Caitlin tinham me obrigado a ir era um encontro as cegas pelo menos para mim. Conforme elas seus encontros tinham um amigo em comum e bum, Oliver Queen apareceu em minha vida.

Claro que Cait e Sara odiaram seus encontros, mas eu por vez que nem queria vir acabei me apaixonando e foi mútuo. Clássico romance onde a garota nova em uma cidade se apaixona por um playboy e incrivelmente ele retribui. Não podia dizer que não vivi meu conto de fadas, porque o tempo em que ficamos juntos fomos felizes, só não tivemos um final descente quer dizer nem sei se tivemos um final ainda.

Encarei Oliver que parecia estar em outro mundo, talvez pensando na gente. Ou não.

Tudo passou como um borrão, em um segundo estávamos assistindo o jogo e em outro eu estava desesperada tentando retirar o soverte das mãos da minha menina.

— Para o hospital. – gritei com Oliver que encarava a pele de Eve que começava a se avermelhar. Eu tremia enquanto corria com Oliver, ver minha menina sofrendo me quebrava o coração.

— Vai ficar tudo bem meu amor.. Só mantenha os olhinhos abertos. Pode fazer para a mamãe? – as lágrimas desciam com vontade por meu rosto, a pele dela cada segundo mais avermelhada, os lábios começando a ficar roxo. Olhei pelo retrovisor pedindo que Oliver fosse mais rápido.

Devíamos ter infringido diversas leis do transito, mas quem se importava quando sua filha estava tendo uma reação alérgica?!

— Precisamos de um médico aqui. Agora. – Oliver gritou quando chegamos no pronto socorro, logo as enfermeiras se manifestaram pegando Eve.

— O que houve? – uma delas perguntou.

— Crise alérgica. Nozes no sorvete. – falei, Oliver me encarou seus olhos brilhando com as lagrimas eu podia ver nitidamente a culpa em seus olhos.

Por causa do meu nervosismo não me deixaram entrar. Oliver se aproximou de mim me abraçando, chorei em seus braços.

— Me desculpa.. – pediu, ergui meu rosto entendendo seu ponto.

— Não se culpe Oliver, por favor.

— Como não Felicity? Eu quase matei minha filha. - se separou de mim e saiu do hospital, não podia culpá-lo e podia entender sua reação até conseguia ver as idéias mirabolantes em sua cabeça.

Apenas quando estava escurecendo, me deram notícias de Eve. Ela estava bem, e perguntava pelos pais. Quando entrei no quarto onde ela estava, a abracei com toda força possível, mantendo seu coração rente ao meu.

— Cadê papai mamãe? Não foi culpa dele. –ela choramingou.

— Vou buscá-lo para você. – murmurei beijando sua testa e saindo do quarto. Encontrei Oliver em uma calçada com as mãos na cabeça.

— Ei. - ele me encarou por cima dos ombros, pude ver as lágrimas em seu rosto.

— Como ela está? - perguntou, me sentei ao seu lado pegando uma de suas mãos e as juntando as minhas.

— Perguntando por você.

— Você tinha razão quando disse que eu sou um pai ruim. Por Deus, quem esquece que a filha tem alergia? - neguei com a cabeça soltando suas mãos e segurando seu rosto firme.

— Oliver não, não se culpe assim.

— Como não Felicity? Eu quase matei minha filha, não posso suportar isso.

— E quem vai explicar para ela que o pai não vai estar mais por perto? Você me prometeu que não quebraria o coração dela Oliver, então levanta a bunda dessa calçada e vá ficar com ela naquele quarto. Eve precisa de você, e eu também. – ele me encarou por um instante.

Ele me beijou! Uma explosão de sentimentos me atingiu, o reconhecimento a maciez de sua boca, meu coração extremamente acelerado. Reações que eu só tinha com ele.

No primeiro momento eu não consegui corresponder, mas foi como andar de bicicleta, fácil, acolhedor e muito bom. As mãos deles estavam em minha cintura enquanto as minhas estavam em seus cabelos o puxando mais para mim, a língua dele percorria toda minha boca em reconhecimento mordi seus lábios levemente quando ele tentou se afastar. Senti seu sorriso contra meus lábios e foi impossível não devolver.

Quando abri meus olhos e me deparei com sua imensidão azulada e os sentimentos gritantes ali, não pude deixar de lhe dar um selinho rápido. Tinha certeza que ele podia ver com exatidão os mesmo sentimentos estampados em meus olhos,entrelacei nossos dedos querendo estar em contato com sua pele.

— Vamos ver nossa filha.