Piel de Lava escrita por Emma Grimes
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
No caminho para casa vim em completo silêncio, e com sorriso nada discreto.
— Que cara de boba. - disse Isabel rindo._ Cara de boba apaixonada.
Suspirei e passei meu braço pelos ombros de Isabel e me encostei nela. Ela riu.
***
Chegamos em casa e já preparavam a ceia. Fomos tomar banho e nos preparar para o jantar.
Uma das criadas tratou de colocar mais água quente na banheira.
— Entonces, quando ele vai pedir sua mão? -perguntou Isabel.
— Creio que em breve. Ele disse que irá retribuir o jantar de papai.
Alguém bateu na porta do quarto de banho.
— Por quanto tempo ustedes iram ficar ai?
— Já estamos saindo, Consuelo.- gritou Isabel.
Ouvimos os passos firmes de Consuelo indo pelo corredor.
— Caetana.
Sorri como resposta.
— Usted sabe que Bento não é apenas um estâncieiro.- nos olhos de Isabel tinha uma certa preocupação. _O que eu estou dizendo é que Bento não vai continuar por muito tempo nessa vida. Ele é um homem criado em pelejas.
— Eu sei.
— Terás que ser forte. - disse ela encostando sua testa na minha.
— E eu serei.
— Eu acredito.- ela sorriu, um sorriso de carinho e conforto._ Me promete uma coisa?
— Qualquer coisa.- sorri.
— Depois que se casar, mesmo que já tenha filhos, não se esqueça de mim.- lágrimas se formaram em seus olhos pretos.
— Nunca vou te abandonar. O que seria de mim sem minha irmã?-rimos.
Isabel era minha única irmã. Era parte mim, uma parte mais agitada, ousada e as vezes sem limites.
***
Na manhã seguinte minha mãe acordou indisposta. Aquilo não era comum. Consuelo pediu que as outras criadas fossem buscar ervas e meu pai pediu para que nós cuidássemos da ordem da casa, afinal ele precisava trabalhar, e sem a minha mãe a casa saia da ordem.
A sineta tocou, dizendo que alguém chegava. Logo pensei que seria Bento, mas Chica vinha pela casa acompanhada de um outro homem, o qual eu tinha a sensação de já conhecer, mas não me lembrava de onde.
— Onde esta vosso pai, prima Caetana? – perguntou o homem sorrindo.
— No escritório. – respondi. _ Me desculpe, mas não me lembro de vosmecê.
— Vou chamar meu pai. – disse Isabel.
— Não me surpreendo, da última vez que a vi ainda era uma guriazinha. – disse ele ajeitando o traje. _ Agora é quase uma mulher feita. – seus olhos negros corriam de cima a baixo, parecia um predador.
— Meu pai já está vindo, vou lhe trazer um mate. – sorri gentilmente e sai antes que ele percebesse meu desconforto.
Na cozinha, ouvia a sineta tocar novamente. Voltei para sala com o mate, meu pai já estava lá conversando com o “primo” do qual eu não me lembrava.
— Caetana, esse é Bruno. – disse meu pai apontando para o homem._ Elas não se lembrariam de você, eram crianças ainda.
Sorri e lhe entreguei a cuia com o mate.
— Só a reconheci por causa dos belos olhos. – disse ele tocando em minhas mãos quando lhe entreguei o mate. E foi exatamente essa cena que Bento viu quando entrou na sala.
— Buenas!— disse Bento com uma voz mais rouca que de costume.
— Buenas, Bento. – disse meu pai.
— Bem, não quero lhe tomar tempo Narcisio . Vejo que você vai ter um longo dia. – disse Bruno
— Claro. Bento, minhas filhas faram sala para vosmecê. Maria está acamada, ficou doente.- disse meu pai que saiu em seguindo junto a Bruno em direção ao escritório.
— Vou pegar um mate para vosmecê.— disse Isabel.
A segui com os olhos. Fiquei envergonhada com a situação. O que Bento estaria pensando? E antes que eu pudesse dizer algo, ele segurou meu rosto e me beijou.
— Quem era aquele homem?
— Um primo. Nem me lembrava quem era. – disse ainda constrangida.
— Parece que os homens gostam de cobiçar a mulher mais bonita de todo Uruguai. Terei que me acostumar. – ele sorriu e beijou minha testa.
Ouvi os passos firmes de meu pai e de Bruno saindo do escritório. Isabel apareceu com o mate e entregou a Bento.
— Foi bom fazer negócios com você, Narcisio. – disse Bruno apertando a mão de meu pai. _ Passar bem. – disse ele se despedindo de nosotros.
— Bento, me desculpe ter feito vosmecê esperar tanto.
— Não tem problema. Caetana e Isabel são ótima companhia. – ele sorriu.
—Mas entonces, o lhe trouxe aqui?
Bento me encarou.
— Quero lhe fazer um convite. Vosmecê foi muito gentil ao oferecer um jantar e eu quero fazer o mesmo. Gostaria que o Senhor aceitasse esse convite, é muito importante pra gente. – ele sorriu.
— Nunca poderia negar um vindo convite de vosmecê.
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Obrigado Lets e Juju por sempre me ajudarem ♥