Piel de Lava escrita por Emma Grimes


Capítulo 7
Convite para um Jantar.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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No caminho para casa vim em completo silêncio, e com sorriso nada discreto.

— Que cara de boba. - disse Isabel rindo._ Cara de boba apaixonada.

Suspirei e passei meu braço pelos ombros de Isabel e me encostei nela. Ela riu.

***

Chegamos em casa e já preparavam a ceia. Fomos tomar banho e nos preparar para o jantar.

Uma das criadas tratou de colocar mais água quente na banheira.

Entonces, quando ele vai pedir sua mão? -perguntou Isabel.

— Creio que em breve. Ele disse que irá retribuir o jantar de papai.

Alguém bateu na porta do quarto de banho.

— Por quanto tempo ustedes iram ficar ai?

— Já estamos saindo, Consuelo.- gritou Isabel.

Ouvimos os passos firmes de Consuelo indo pelo corredor.

— Caetana.

Sorri como resposta.

Usted sabe que Bento não é apenas um estâncieiro.- nos olhos de Isabel tinha uma certa preocupação. _O que eu estou dizendo é que Bento não vai continuar por muito tempo nessa vida. Ele é um homem criado em pelejas.

— Eu sei.

— Terás que ser forte. - disse ela encostando sua testa na minha.

— E eu serei.

— Eu acredito.- ela sorriu, um sorriso de carinho e conforto._ Me promete uma coisa?

— Qualquer coisa.- sorri.

— Depois que se casar, mesmo que já tenha filhos, não se esqueça de mim.- lágrimas se formaram em seus olhos pretos.

— Nunca vou te abandonar. O que seria de mim sem minha irmã?-rimos.

Isabel era minha única irmã. Era parte mim, uma parte mais agitada, ousada e as vezes sem limites.

***  

Na manhã seguinte minha mãe acordou indisposta. Aquilo não era comum. Consuelo pediu que as outras criadas fossem buscar ervas e meu pai pediu para que nós cuidássemos da ordem da casa, afinal ele precisava trabalhar, e sem a minha mãe a casa saia da ordem.

A sineta tocou, dizendo que alguém chegava. Logo pensei que seria Bento, mas Chica vinha pela casa acompanhada de um outro homem, o qual eu tinha a sensação de já conhecer, mas não me lembrava de onde.

— Onde esta vosso pai, prima Caetana? – perguntou o homem sorrindo.

— No escritório. – respondi.  _ Me desculpe, mas não me lembro de vosmecê.  

— Vou chamar meu pai. – disse Isabel.

— Não me surpreendo, da última vez que a vi ainda era uma guriazinha. – disse ele ajeitando o traje. _ Agora é quase uma mulher feita. – seus olhos negros corriam de cima a baixo, parecia um predador.

— Meu pai já está vindo, vou lhe trazer um mate. – sorri gentilmente e sai antes que ele percebesse meu desconforto.

Na cozinha, ouvia a sineta tocar novamente. Voltei para sala com o mate,  meu pai já estava lá conversando com o “primo” do qual eu não me lembrava.

— Caetana, esse é Bruno. – disse meu pai apontando para o homem._ Elas não se lembrariam de você, eram crianças ainda.

Sorri e lhe entreguei a cuia com o mate.

— Só a reconheci por causa dos belos olhos. – disse ele tocando em minhas mãos quando lhe entreguei o mate. E foi exatamente essa cena que Bento viu quando entrou na sala. 

Buenas!— disse Bento com uma voz mais rouca que de costume.

Buenas, Bento. – disse meu pai.

— Bem, não quero lhe tomar tempo Narcisio . Vejo que você vai ter um longo dia. – disse Bruno

— Claro. Bento, minhas filhas faram sala para vosmecê. Maria está acamada, ficou doente.- disse meu pai que saiu em seguindo junto a Bruno em direção ao escritório.

— Vou pegar um mate para vosmecê.— disse Isabel.

  A segui com os olhos. Fiquei envergonhada com a situação. O que Bento estaria pensando? E antes que eu pudesse dizer algo, ele segurou meu rosto e me beijou.

— Quem era aquele homem?

— Um primo. Nem me lembrava quem era. – disse ainda constrangida. 

— Parece que os homens gostam de cobiçar a mulher mais bonita de todo Uruguai. Terei que me acostumar.  – ele sorriu e beijou minha testa.  

Ouvi os passos firmes de meu pai e de Bruno saindo do escritório. Isabel apareceu com o mate e entregou a Bento.

— Foi bom fazer negócios com você, Narcisio. – disse Bruno apertando a mão de meu pai.  _ Passar bem. – disse ele se despedindo de nosotros.

— Bento, me desculpe ter feito vosmecê esperar tanto.

— Não tem problema. Caetana e Isabel são ótima companhia. – ele sorriu.

—Mas entonces, o lhe trouxe aqui?

Bento me encarou.

— Quero lhe fazer um convite. Vosmecê foi muito gentil ao oferecer um jantar e eu quero fazer o mesmo. Gostaria que o Senhor aceitasse esse convite, é muito importante pra gente. – ele sorriu.

— Nunca poderia negar um vindo convite de vosmecê.    


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Notas finais do capítulo

Obrigado Lets e Juju por sempre me ajudarem ♥



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