Piel de Lava escrita por Emma Grimes


Capítulo 11
Prenda Minha


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, queria pedir desculpas pela demora.
Boa leitura



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A camisola caiu, formando uma poça em meus pés. A brisa gelada abraçou meu corpo, eriçando minha pele. As mãos de Bento, pouco ásperas, causavam um incêndio em minha pele, enrijecendo meus seios e incendiando meu âmago.  

A textura macia dos lençóis, os toques carinhosos e os beijos castos de Bento, fizeram cair por terra tudo o que eu tinha ouvido sobre a primeira noite. Eu já era dele muito antes de saber que era. E queria ser para sempre dele, e somente dele.

XXX

13 Outubro 1815,  Cerro Largo, Uruguai  

 

Um ano após o casamento, eu esperava um filho de Bento. Durante uma parte da gravidez, Bento se  encontrava no Sul do Brasil, cuidando, junto de Antônia dos negócios da família. Enquanto eu fiquei no Uruguai sob os cuidados de minha mãe – que me ensinou tudo o que uma mãe de primeira viagem não deve fazer - e minha irmã que agora estava noiva.  

No final da gravidez, Bento estava em casa. Passava os dias comigo, pois ele sabia que a qualquer momento o filho poderia nascer, e ele deveria esta por perto.

— Tu não podes ficar aqui. Deixe que eu cuido dela -  disse Consuelo enquanto empurrava Bento para fora do quarto.

— Vamos Bento, deixe Consuelo cuidar dela, Caetana ficara bem. – disse minha irmã.

— Tens que fazer força, Caetana. – disse Consuelo enquanto segurava meus joelhos. _ Respire fundo, e quando a dor vir, empurre.

As ondas lancinantes de dor vinham com mais frequência, e cada vez mais fortes. E toda vez que elas vinham, eu fazia o que Consuelo tinha pedido, empurrava . Senti o suor molhar meu rosto.

— Força Caetana.

— Eu estou fazendo... – eu não sabia como ainda tinha forças para falar.

Usted está quase Caetana, aguente. – ela sorria

Então senti uma pontada ainda mais forte, usei o que sobrou das minhas forças, o cômodo se encheu com meu grito e logo depois com um choro.

— É uma menina. – Consuelo sorriu enquanto segurava meu bebê.

A porta se abriu fazendo um estrondo e Bento entrou no quarto. Me sentei na cama e ela me entregou o bebê. Bento se ajoelhou ao lado da cama.

— É uma menina. – sorri

Bento se levantou e depois se sentou ao meu lado, tirando os fios de cabelo presos no meu rosto por causa do suor.  

— É linda. – ele sorriu. – Se parece com usted. – deitei minha cabeça em seu ombro.

— Que nome daremos a ela?

— Perpétua. Perpétua Justa Gonçalves da Silva. – ele sorriu.

Escolheu o nome de sua mãe que tinha falecido a pouco. Uma homenagem justa. Um nome forte, para uma garota que seria  forte, bondosa e corajosa.

— Ela precisa descansar, Bento. – disse Consuelo.

XXX

1816,  Cerro Largo, Uruguai  

Bento tinha voltado a pouco de outra viagem de negócios pelo Uruguai.

— Ela dormiu – Bento sorriu com Perpétua no colo.

— Ela se cansou, pobrezinha. – a peguei. _ Ela sentiu sua falta.

— Só ela? – ele se levantou, beijou meu pescoço, roçando a barba rala em meu pescoço.  

— Bento... – sorri me entregando aos afagos. _ Preciso colocá-la no berço.  

E assim fiz, coloquei  Perpétua em seu  berço, que ainda ficava em nosso quarto.

— Preciso lhe contar uma coisa, Caetana. – disse Bento em um tom sério que me preocupou.

Que passa?

— Temos que deixar o Uruguai, e irmos para Piratini, no Sul do Brasil.


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