Eu acordo e vejo Lydia ao meu lado. Eu me sentia como se estivesse em um caldeirão de emoções. Sentia felicidade e culpa, ódio por ter feito aquilo e também muita satisfação. Havia tomado uma decisão. Assim que Elena chegasse, eu contaria tudo. Ela era minha melhor amiga, ela entenderia. Eu acho.

Eu olho para a garota ao meu lado e beijo seu rosto. Ela abre seus grandes olhos verdes e sorri. Lydia começa a passar seu dedo indicador por meu rosto, ela não estava mais gelada.

–-- Eu sinto muito. –-- Ela diz enquanto se aninha em meu colo e beija meu peito.

–-- Pelo que? –-- Eu pergunto.

–-- Por demorar tanto para descobrir. –-- Eu não entendia.

–-- Descobrir o que? –-- Ela retira a cabeça do meu peito e me olha.

–-- Que você é meu destino. –-- Eu nunca acreditei em destino mas ela disse com tanto convicção que eu sabia que era verdade. Eu sorrio e a beijo, esquecendo de todas as consequências que aquilo traria e de como era errado porque só de olhar para ela, tudo parecia certo.

...

Já eram quase duas da tarde e nós ainda não tínhamos saído do quarto. Não tínhamos tanto em comum mas de algum jeito isso facilitou tudo. Conversávamos como se estivéssemos juntos desde sempre, e parecia mesmo.

Eu ouço uma batida na porta e me levanto para me vestir. Lydia protesta e nós rimos. Minha camiseta fica presa em minha cabeça quando eu abro a porta e demoro um pouco para ajeitar. Quando consigo, vejo Elena na porta. Era a última pessoa que eu esperava naquele momento. Ela respira fundo e pergunta se pode entrar. Eu não sabia o que responder. Ela levanta a sobrancelha e eu respiro fundo.

–-- Podemos conversar aqui fora? –-- Ela entendeu o que eu estava tentando esconder. Ela me conhecia melhor do que eu mesmo, sabia que tinha entendido.

–-- Wow. –-- É tudo que ela diz por um tempo. Ela limpa a garganta e me olha. –-- Bom, já que você já seguiu em frente, não tem porque esconder mais nada não é? –-- Ela estava sendo sarcástica. Ela fazia aquilo quando estava machucada. Se ela tivesse chorado teria sido até melhor, mas quando ela tem esse tipo de reação... –-- Só preciso que faça uma pergunta pra Lydia. –-- Eu não respondo, estava com medo do que vinha a seguir. –-- Pergunta pra ela se ela ainda vai querer o Dean já que ela ta com você agora.

Eu não estava entendendo.

–-- Ela não te contou? Bom, ela deve estar satisfeita agora que pegou os dois irmãos não é? –-- Ela diz sorrindo. –-- Ela me contou uma vez que era uma fantasia dela. Pena que vocês não são gêmeos. Ela prefere gêmeos. –-- Elena da uma risada falsa e continua –-- Enfim, nós trocamos de homem agora então fala pra ela que essa fantasia não vai dar muito certo.

–-- Troca... o quê? –-- Eu odiava quando ela fazia isso. Ela mostra um sorriso inocente e me beija nos lábios. Então, se afasta com uma certa maldade em seus olhos.

Quando me viro, Lydia estava encostada na parede.

–-- O que ela quis dizer? –-- Eu pergunto.

–-- Isso importa? –-- Ela vai até mim e fecha a porta. –-- Ela só estava sendo má, como sempre faz quando se sente inferior. E daqui a alguns dias ela vai pedir desculpa e tudo vai ficar bem, como ela sempre faz.

–-- Você... –-- Eu limpo a garganta. –-- Você dormiu com meu irmão? –-- Era a primeira vez que me referia a Dean assim. Não entendi porque tinha começado logo agora.

–-- Isso importa? –-- Ela repete.

–-- Eu não estaria perguntando se não importasse. –-- Eu levanto um pouco a voz sem querer.

–-- Sim. –-- Ela me olha. –-- Mas isso foi só uma vez e bem antes de nos beijarmos.

–-- Você poderia ter ficado com qualquer um mas logo ele?

–-- Isso foi bem antes, não tem importância agora. –-- De algum modo, eu estava desapontado. Não era culpa dela mas... –-- Não vou pedir desculpas por isso. –-- Ela cruza os braços e eu suspiro. Tinha esperado tanto tempo para tê-la e agora ela parecia o mais distante possível.

–-- Tudo bem. –-- Eu minto.

...

No dia seguinte, eu recebo uma ligação de Deaton me chamando para ir até a clínica. Eu me atraso e quando chego lá encontro Dean e Elena. Pareciam que todos estavam me esperando. Eu entro desconfortavelmente e Deaton me explica o que já havia explicado para eles. Havia um jeito de fechar a porta em nossas mentes. Nós não termos tido alucinações ou algo parecido em um tempo, era um mau sinal. Poderia ser tarde de mais. Nós três não tínhamos entendido muito bem já estávamos bem melhor do que há dois dias atrás.

Era um ritual budista antigo. Bob, tio de Dean conseguiria o que precisávamos e faríamos tudo no dia seguinte.

Ao sairmos da clínica, eu tendo conversar com Elena mas ela diz que está ocupada e vai embora. Dean vai embora antes que eu perceba. Eu não conseguia nem olhar para ele. Se ele tivesse estado presente nunca teria feito o que fez.