Ano x784 em Iceberg, estavam caminhando pela cidade Kawori e sua mãe, Chinatsu.

 Estavam procurando por ingredientes para fazerem um bolo especial, pois era aniversário se sua mãe. Elas queriam fazer um bolo típico de chocolate com morangos, mas queriam bonitos e grandes morangos. Seu pai e seu irmão foram à Fiore ontem e voltariam hoje apenas para a festa, foram atrás de bons objetos de decoração.

— Kawori, quando irá me dar um Omukosan? – perguntou a mãe durante a caminhada pelas ruas com a filha. Omukosan é genro, em japonês.

— Etto... – ficou sem graça — Não acho que eu tenha essa capacidade.

— Que isso! – indagou — Você é linda, belos fios brancos, olhos lindos como o oceano – tocou em seu cabelo — Devem existir muitos te querendo, você que não os quer.

— Tem razão.

Encontraram uma loja com o próprio nome de morangos e tiveram a esperança de encontrar seus enormes frutos vermelhos por lá. Existiam diversos tamanhos, desde os com tamanho de sementes até no tamanho de um bolo de casamento. Claro que elas queriam um do tamanho da palma de sua mão pelo menos e encontraram. Kawori saiu pulando da loja como uma criança de cinco anos, mas ela tinha dez.

Voltaram para casa em risadas e conversas aleatórias de mãe e filha. Esperavam encontrar a casa decorada quando chegassem, mas a única coisa que viram foi seu pai e seu irmão jogados no sofá como duas crianças preguiçosas.

— Vou acorda-los a tapas! – disse Kawori colocando os morangos sobre a mesa.

— Deixe. Eles dormindo serão mais úteis para nós, Kawo. – a garota podia corar todas as vezes que sua mãe a chamava com tal apelido, adorava.

Fizeram o bolo e o decoraram com todo amor possível. Fizeram o jantar, a bebida acompanhante era suco de uva – onde Chinatsu dizia para a filha que era vinho, ela achava vinho elegante, mas a mãe não permitia beber, ainda tinha apenas dez. Decoraram a parede com flocos de gelo resistentes e alguns balões.

— Oniisan, acorda! – cutucou o irmão jogado no sofá.

— Kawori? – coçava os olhos — Okaasan? Otousan? – viu que eles estavam se dirigindo a mesa.

— Você dorme demais. – zombou — Está na hora de pegarmos nosso presente – apontou para os fundos da casa com os olhos.

— Eu finjo que vou pegar algo e você tire a atenção dela.

A garota assentiu com a cabeça e colocaram seu plano em ação. Eles estavam a uma semana pensando no que dar para a querida mamãe deles, mas no fim não conseguiram encontrar nada nas lojas que tivesse a cara dela. Por último, Korudo decidiu fazer um quadro com algo escrito para ela, mas eles também não sabiam o que escrever. Mas existia uma frase que eles tinham certeza que ela iria amar.

— Okaasan! – Korudo chegou com algo em suas mãos e era razoavelmente grande para seus braços — Seu presente. – entregou.

— Foram vocês que fizeram? – os dois concordaram com a cabeça — Você tem participação nisso Ozin? – o pai das crianças.

— Me tira disso. – as crianças riram.

— Certo, vou abrir.

Quando virou, era um belo quadro escrito “We Love You K.K” Ela amou. Seus olhos se encheram de lágrimas de felicidade. Deu um abraço apertado em cada um, inclusive seu marido, e Kawori teve dito aquele como o dia mais especial de sua vida. O dia em que fez sua mãe chorar por felicidade, reuniu a família, fez um presente, planejou algo com seu irmão e não teve a memória apagada em seguida e conseguiu fazer para todos um dia feliz antes de tantas tragédias vindas.