Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 8
Segredos Meus


Notas iniciais do capítulo

Deesculpeeeeemmm
Não precisam brigar pela falta do capitulo na semana passada. Eu não tive realmente tempo. Então, me perdoem. Eu estava em uma semana complicada e meu dia ontem, foi pior ainda... Porém, lembrar que tenho um dever com vocês é o suficiente para melhorar qualquer tristeza.
Então.... BORA PARA A FIC.
Amo vocês.



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Pov Dimitri

Depois de uma crise desesperada para tentar ficar longe de mim, Rose finalmente cedeu e deitou-se ao meu lado. Eu tinha afirmado não estar com meu celular ali, quando na verdade ele estava no meu bolso. Talvez aquela situação fosse maravilhosa para o fim dessa droga de aposta.

Pensei em me mexer sob aquelas toalhas quadradas de mesa, formando um grande lençol, mas eu sabia que elas iam sair do lugar que Rose, tão cuidadosamente, tinha posto. Olhei para o lado e percebi o olhar perdido de Rose para o teto do porão.

Estava tão sujo que eu me perguntei se ela estava pensando em como limpar aquelas teias de aranha ou como não espirrar a cada cinco segundos.

Rose continuou encarando o teto. Seu rosto sereno, seu corpo parado e nossos braços se tocando. Tocá-la era bom. Sentir aquela eletricidade passando por nossos corpos era um convite para ir pra cima dela e beijá-la.

Olhe-a mais uma vez e essa vez ela virou seu rosto. Estávamos tão perto que a respiração era uma só. Encarei sua boca e como ela a mordeu em sinal de nervoso por estarmos tão perto. Eu a beijaria agora, e seria perfeito. Mas Rose também sentiu isso, e voltou-se para o teto. Sem se mover novamente.

Algo em mim se contorceu.

Ela era tão linda, até mesmo com a pouca luz que aquele lugar eu conseguia ver. Estávamos ali, não sei há quanto tempo, mas eu queria que a hora não passasse, que não amanhecesse, que ela não saísse de perto do meu corpo, que aquele corrente não acabasse.

– Para de me olhar, camarada. – murmurou. Sua voz me fez sorrir. Eu ainda a encarava.

– Não consigo. – falei. E não estava mentindo.

– Então fecha os olhos. – falou.

– Também não consigo. – falei. Ela sorriu. Demorou alguns segundos, que para mim pareceram horas, mas ela finamente virou seu rosto novamente. E lá estávamos nós. Em uma só respiração.

Ela sorriu para mim. Meu coração se apertou.

– Você parece tão sério. – murmurou. – E às vezes parece um cafajeste.

– Cafajeste? – perguntei. – Por qual motivo pensa isso?

– Você nunca me deu razão para não pensar. – disse. Eu abri a boca, mas não consegui emitir nenhum som. A ultima vez que tinha escutado isso foi da minha mãe para o meu pai.

Olhei para Rose novamente e me senti corar. Estendi-lhe um sorriso sem graça. Ela, então, sorriu de volta. Um sorriso que fez aumentar o meu sorriso.

– Desculpa. – murmurou. – Eu estava pensando no meu pai e falei demais.

– Tudo bem. – falei. Ela sorriu sem graça. – Você nunca falou sobre ele nesse tempo que estivemos próximos.

Ela encarou-me mais a finco.

– Não gosto de estragar meus dias falando dele. – murmurei.

– Entendo. – murmurei. – Mas, porque tanta raiva, Rose?

– Não vou te importunar com meus problemas Dimitri.

– Tudo bem. – falei. Pensei por algum tempo e sorri. – Então, me faz um favor.

– Qual? – perguntou. Sua voz parecia sonolenta, mas seu sorriso me mostrava o quão acordada estava.

– Vamos brincar. – falei. Ela levantou a sobrancelha. – É um jogo de perguntas e respostas. Meu pai me ensinou quando eu era pequeno.

– Isso foi a bastante tempo, levando em consideração o seu tamanho, atualmente. – eu gargalhei. Ela também sorriu, mas por minha causa. Ela era o tipo de pessoa que falava sério em suas piadas.

– Aceita jogar? – perguntei.

– Cada um tem direito a uma pergunta. – disse por fim. Eu sorri.

– Fechado. – falei. – Damas primeiro. – ela sorriu.

– Tudo bem. – Rose hesitou por alguns segundos, mas logo sua boca se abriu. – Por que é amigo de alguém que queria sua ex- namorada? – perguntou. Eu abri os olhos em espanto. Aquela era a ultima pergunta que eu esperaria.

Esperei alguns segundos para meu coração parar de bater forte, por causa do cheiro dela. Sorri sem graça. Teve uma época que eu faria tudo pela Tasha sim. E outra época que eu considerava Jesse o melhor amigo do mundo.

Mas foi por causa de uma cena.

Uma cena que ninguém além de mim sabia.

Por alguns segundos considerei contar para ela. Mas essa possibilidade acabou, quando nós respiramos juntos e seu olhar estava pedinte.

– Eu não sei. – respondi. E não era mentira. – Talvez porque eu não ligue para o que eu perdi.

O rosto de Rose clareou-se em entendimento.

– Isso faz sentido. – retrucou. – Eu acho.

Eu sorri.

– Minha vez. – falei. Ela sorriu, ajeitando-se ao meu lado. – Por que não gosta de falar sobre seu pai? – falei, rompendo o silencio. Rose tentou desviar seus olhos dos meus, mas algo a puxou de volta para mim. Ela respirou fundo.

– Meu pai e eu não nos damos muito bem. – disse, por fim. Pude perceber seus olhos enchendo de água. Meu coração se apertou.

– Não precisa continuar. – falei. Ela tentou balançar a cabeça em um sinal negativo.

– Eu não me importo. – falou. Ela tomou folego e sua boca se abriu em palavras novamente. – Meus pais nunca incluíram a mim e a Lissa como uma família. Eles sempre brigam e nós duas sempre nos prejudicamos. É culpa deles, eu estar aqui. – ela tinha mágoa na voz.

– Mas se a culpa disso for dos dois... – eu hesitei. – Porque se dá bem com a sua mãe? – perguntei. Ela pareceu refletir por um tempo, mas logo tirou aquela expressão do rosto.

– É só uma pergunta, camarada. – disse. Eu sorri.

– Desculpe. – falei. Ela sorriu.

– Brincadeira. – disse. Ela respirou pesadamente. – O meu pai é o culpado por esse ódio todo. – murmurou. Ela tinha um olhar calmo e ao mesmo tempo dolorido. – Eu podia ser mais feliz se eles não brigassem tanto.

– E a Lissa? – perguntei. Sua boca se abriu em um sorriso bobo. Era a terceira pergunta.

– Ela é o que me mantem de pé. – disse. – Eu fico triste e ela me faz sorrir. – ela me encarou. – Mas ultimamente mais uma pessoa tem me feito sentir assim. – murmurou. Eu sorri, ainda fitando-a. Eu aproximei meu rosto do seu ainda mais, como se fosse possível.

– Rose?

– Sim?

Encarei-a mais ainda antes de continuarmos. Ficamos em silencio olhando um para o outro por não sei quantos segundos e eu não me importei. O silencio com ela era bom.

– Você se importaria de ser beijada agora?

Silencio invadiu aquele porão. Seus olhos ainda me estudavam e meu autocontrole estava por um misero fio.

– Num porão velho?

– Qual o problema? – perguntei. Ela arregalou os olhos.

– Você não sabe? – perguntou. Ela parecia espantada.

– Não sabe o que? – perguntei.

– Eu nunca fui beijada. – sussurrou. Seu rosto agora tinha um pouco de vergonha.

Disso você já sabia, Belikov. – pensei.

– Sabia. – confessei. Ela pareceu indignada e aliviada. Eu sorri do jeito mais doce.

– E? – perguntou.

– Eu quero ser o primeiro. – ela pensou por alguns instantes.

– Também quer ser o ultimo? – perguntou. Seus olhos tentavam atravessar além de mim. Pensei por alguns segundos e sorri tímido.

– Quero. – murmurei. Nossos rostos estavam cada vez mais próximos.

– Então entre na fila e descubra o jeito de trapacear. – disse, interrompendo qualquer ação seguinte, que pudesse acabar com seu codinome: Nunca beijada.

Eu sorri.

Claro que não seria tão simples beijar Rosemarie Hathaway. Ela não era como as outras. Ela não gostava de sapatos caros, roupas de grife ou tinha medo de se sujar. Ela era o tipo de garota que sempre ia me surpreender.

Ela não caia aos meus pés.

Rose tinha o tipo de gostar que fazia um homem querer mais. Não em um sentido maldoso, mas no sentido do coração. Ela era a mulher dos sonhos. E no momento, eu faria tudo, para ela ser o meu sonho. Com aposta ou sem aposta. Eu ia beijar Rose.

Eu ia ser o primeiro.

Eu ia ser o último.

Eu ia ser o único.


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Notas finais do capítulo

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Beijos