Dream Girl escrita por Magnefly


Capítulo 21
You're drunk!


Notas iniciais do capítulo

Não, gente, eu não morri! Mas eu sei que querem me matar, então ja vou dizendo o motivo de mais de três meses sem postar:
O pior que pode acontecer a uma escritora, crise de inspiração. Pessoal, eu tentei inúmeras vezes escrever esse capítulo - que é muito importante, por sinal -, mas nunca ficava bom o suficiente.
Então, EU PEÇO MIL DESCULPAS! Juro que minha intençãi nunca foi deixar vocês esperando desde julho por um capítulo novo.
Mas, nessa últuma semana, parece que minha inspiração resolveu dar um "oi" e eu finalmente consegui terminar o capítulo - o maior da fanfic até agora, acredito eu.
...
PARA TUUUUDOOOOOOOOOO! DREAM GIRL RECEBEU SUA OITAVA RECOMENDAÇÃO! AAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH! NÃO ESTOU SABENDO REAGIR A ISSO, ME AJUDEM!
MUNDINHO PEQUENO, VOCÊ É UM AMOOOOR! QUERO TE MORDER! EU POSSO? *-*
MUITO OBRIGADA, MEU ANJINHO! EU TE AMO MUITÃO, OK? OK.
...
Agora o meu obrigada a quem comentou. Você são meus amorzinhos *-* (ja tava com saudade)
* Jujardim2015
* Juliana Lorena
* Sweet Clary
* maria
* Ally Rocket
* The Secret
* autora misteriosa
* auslly
* Different Girl
* Lost Angel
* Melissa Freitas

EU AMO VOCÊS DO FUNDINHO DO MEU CORAÇÃO, OK? ♥
Obs: Vou responder assim que possível, ok? Talvez da mesma forma para todos, porque quero aproveitar essa inspiração repentina para começar a escrever minha nova fanfic (SPOILER) e o próximo capítulo de Dream Girl.
...
Sobre o capítulo...
Eu acho que vocês finalmente terão o que tanto querem e vão parar de me fazer ameaças kkkk - entendedores entenderão.
#AUSLLY

ENJOY *-*
Obs: sugiro que deem uma olhadinha no último capítulo antes de lerem esse, mas não ficarem muito perdidos, já que eu não posto há mais de três meses ♥



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Pov Austin

— É aqui. – disse Ally, conferindo o endereço em seu celular. Estacionei o carro.

— E o que te faz constatar isso? O endereço ou a música alta que consegue ser ouvida a duas quadras daqui? – questionei, irônico. Tirei o cinto de segurança e encarei que a garota, que, por a conhecer tão bem, sei que ficou chateada. – Foi mal.

— O que tá rolando, Austin? Desde que eu entrei nesse carro, você quase não disse uma palavra, e quando diz, é com sarcasmo. – questionou a morena. Eu agora olhava para o volante, mas sentia seu olhar sobre mim. – Se não queria vir, podia ter falado antes. – completou ela, ameaçando abrir a porta do carro.

Segurei seu braço.

— Ally, espera. – disse. – Desculpa, baixinha.

— Austin, por que você está assim? Eu sei que não gosta do Justin, até porque até num sonho você me disse isso... – franzi o cenho, confuso, enquanto Ally corava violentamente.

— Sonho? – provoquei. – Você sonhou comigo? Que bonitinha!

— Para com isso! – repreendeu ela. – O que eu quero dizer é... tudo bem você não gostar dele, mas isso não é motivo pra você me tratar assim. Eu só te convidei pra me fazer companhia. Nem precisa falar com Justin se não quiser.

— Ally, o problema não é eu não gostar dele. Qualquer cara que te deixa vermelha merece meu respeito, porque isso é hilário. – comentei, a fazendo revirar os olhos. Fala pra ela a verdade, idiota! Respirei fundo. – Eu estou com ciúmes, é isso.

— Ciúmes?

Suspirei. Eu tinha dito a verdade. Estava realmente com ciúmes da relação repentina de amizade entre os Justin e Ally, ela só não precisava saber como eu estava com ciúmes.

— É, ciúmes, Ally. Ciúmes. – confirmei. Ela sorriu. – Você é minha melhor amiga, baixinha, e eu tenho medo de vocês começarem a namorar e a senhorita se esquecer do seu amigo bonitão aqui.

— Austin... – Ally agarrou meu pescoço, me abraçando. – Eu nunca vou me esquecer de você, girafa loira. Eu amo você! – ela disse, beijando minha bochecha. Sorri.

— Também amo você, baixinha! – passei meu braço por seus ombros, a trazendo para mais perto. Sua cabeça agora estava sobre meu ombro. – Podemos ficar um tempo aqui? Só nós dois?

— Mas... e o ensaio?

— Ficamos aqui até Kyle chegar com Amber e minha irmã, e então entramos com eles. – sugeri a garota, que concordou, ligando o rádio e desligando o celular.

— Está usando o perfume que eu te dei, loiro? – Ally perguntou, cheirando meu pescoço.

— Estou, morena. – respondi. – E você está usando a blusa que eu te dei.

— O que eu posso fazer? Você tem bom gosto.

— Eu sei.

*CINCO SEMANAS DEPOIS*

Pov Alexa

— Austin, eu preciso que você saia de casa essa noite. – disse diretamente, entrando no quarto de meu irmão, que se encontrava sem camisa, assistindo um filme qualquer.

Cruzei os braços, encostando-me na porta.

— Por mais que eu já tenha planos, gostaria de saber porque não posso ficar na minha própria casa. – o loiro questionou, pausando seu filme e olhando para mim. – Algum plano com seu namorado? – continuou, malicioso.

— Ben está doente, idiota. – respondi. – Mas, justificando o motivo de eu não querer você em casa... como eu faço todos os anos nessa época, hoje é a noite da meninas. Várias garotas de pijama gritando e assistindo filmes. E por mais que algumas adorariam ver você sem camisa ou até mesmo de cueca, quero que você saia.

— Eu tenho planos pra sair, não para dormir fora. – disse o garoto, pegando sua camiseta preta, que se encontrava no chão, e vestindo-a. O olhei, piscando os olhos, esperando que ele achasse fofo. – Alexa, piscar os olhos pra me convencer a fazer alguma coisa é um talento da Ally, não funciona com você.

— Austin, por favor. – caminhei até sua cama, me sentando na mesma, abraçando meu irmão de lado. – Eu não sei quais são seus planos, mas eu tenho certeza que são com aquela garota da banda do Justin. – continuei. – Como é o nome dela mesmo? Miranda?

— Hanna.

— Eu ia dizer isso. – Austin riu, balançando a cabeça. – Vocês já estão saindo há um tempo e parece que a coisa é séria. Eu entendo você, aquela garota é linda, e canta tão bem que eu fico até com inveja.

— É, eu sei, Ela é incrível. – comentou, sorrindo bobamente. – Mas onde quer chegar com isso, Lexi?

— Você parece apaixonado, senhor Austin. – provoquei o garoto, que, para minha surpresa, corou. – Fico feliz por você. Depois da Taylor, pensei que não veria esse olhar bobo e apaixonado de novo.

— O que eu posso fazer? – Austin suspirou, olhando para o nada. – No momento que eu a vi, meu coração já bateu acelerado. E quando ela começou a cantar... – o interrompi.

— Não preciso saber dos detalhes de como você se apaixonou. Não agora, pelo menos. – disse. – Vou ser bem direta agora. Vocês já transaram? – Austin me olhou, surpreso com minha pergunta. – E não me olhe assim. Eu sei que você não é virgem, e muito menos inocente, já olhou até pra bunda da Ally.

— Eu nunca fiz isso!

— Fez sim.

— Ok, eu admito que já olhei. – ri ao ver suas bochechas vermelhas. – Mas foi só uma vez, e por mais ou menos cinco segundos.

— Foi mais de uma vez. E foi por mais de cinco segundos. – falei, o contrariando. – Enfim, isso não importa agora. Responda minha pergunta!

— Não, Alexa, eu e Hanna não transamos. – respondeu por fim.

— Mas poderiam, hoje à noite. – sugeri, sorrindo para o garoto, maliciosa. – Nós dois sairíamos ganhando.

— Prometo que vou pensar. – disse ele, rindo. Beijei sua bochecha, deixando uma marca enorme de batom.

— Eu te amo, maninho! – gritei, caminhando até a porta. – Ah... antes que eu me esqueça, se protejam.

— Ok, Alexa. Já entendi.

Sai de seu quarto, pegando o celular do bolso da calça jeans que estava usando. Digitei uma mensagem para Amber e Ally.

“S.O.S.
Ainda preciso de ajuda com algumas comidas.
Então pare de fazer o que estiver fazendo e venha pra minha casa.
Agora.
                        -Alexa”

Aproveitei que estava com o celular em mãos e disquei o número de Ben, o qual eu já sabia de cor. Depois de três toques, ele atendeu, com uma voz extremamente sonolenta.

— Te acordei, baby? – perguntei.

— Na verdade, sim.

— Desculpinha!

— Não tem problema. Eu tinha que acordar pra tomar outro remédio mesmo.

— Se sente melhor?

— Um pouco, mas meu corpo ainda dói pra caralho e meu nariz parece mais um chafariz.

— Foi ao médico? Pode ser sério.

— Minha mãe me levou ontem, disseram que é só uma gripe forte mesmo.

— Tem certeza? Eu vi uma vez numa série um cara que foi ao hospital três vezes e disseram pra ele que era apenas um resfriado, mas, no final, ele precisou de uma cirurgia no cérebro.*

Ben riu, do outro lado da linha, espirrando logo em seguida.

— Tenho certeza de que não preciso de uma neurocirurgia, Lexi.

Neuro-o que?

— Sabe... eu me sentiria bem melhor se você estivesse aqui comigo, assistindo um filme qualquer na TV.

— Por mais que eu fosse adorar fazer isso agora, hoje é minha festa anual do pijama e ainda tenho algumas coisas pra resolver, comidas pra comprar... enfim, sinto muito!

Ben espirrou de novo. Soltei um suspiro, preocupada.

— Acho melhor eu ir tomar meu remédio, ou vou acabar passando gripe pra você pelo telefone.

Ri, revirando os olhos.

— Melhoras! Eu te amo!

— Eu te amo mais!

— Não, eu amo mais!

— Não, eu amo muito mais!

Sorrindo, finalizei a ligação, colocando o celular de volta no bolso da calça.

— Tão fofos! – assustei, me virando e encontrando meu irmão, encostado na porta de seu quarto. Sem camisa, de novo. – Chegam a me dar diabetes.

— Austin! – gritei. – Sabia que é feio ouvir a conversa da irmã com o namorado? Isso é invasão de privacidade.

— Alexa, você acabou de sair do meu quarto depois de uma conversa sobre a minha vida sexual, com a minha namorada. Acho que posso ouvir sua conversa. – disse ele, rindo. – E além do mais, o assunto principal da conversa foi gripe.

Revirei os olhos.

— Tanto faz. – falei. – Tenho que ir ao mercado e comprar algumas coisas. Ally e Amber estão vindo, e preciso que abra a porta pra elas quando chegarem, de preferencia, com camisa.

— Por que? As duas já me viram assim.

— Eu sei, mas você conhece a Ally, não conhece? Se ela ver você assim, provavelmente vai começar a gaguejar e ficar vermelha como um tomate. – expliquei.

— Vou colocar uma camisa agora mesmo. – disse o loiro, entrando novamente em seu quarto. – E já que está indo ao mercado, eu quero chocolate! – gritou. Ri, revirando os olhos novamente.

 

Pov Ally

— Alexa sabe que estamos fazendo pipoca para mais ou menos vinte garotas e não para um exército, não sabe? Porque esse é o décimo balde de pipoca que eu trago aqui e a Amber está fazendo mais. – Trish disse, entrando na sala e colocando o balde de pipoca sobre a mesa de centro.

— São vinte e três garotas, pra ser mais exata. E você ficaria surpresa ao saber que toda essa pipoca não vai durar nem o primeiro filme. – falei, deixando de lado a lista de filmes que fui encarregada de fazer e enchendo minha mão com pipoca. – Parece que as meninas fazem dieta o ano inteiro, mas hoje é o dia que dizem “foda-se” e comem como porcas.

Trish riu, se sentando ao lado no sofá, também pegando pipoca.

— É a primeira vez que Alexa me convida pra festa do pijama dela, então é tudo novo pra mim. – comentou a garota. – Pra falar a verdade, nem sei por que ela me convidou. Quer dizer, conversamos as vezes no colégio, mas não somos exatamente “amigas”.

— Eu pedi pra ela te convidar e ela aceitou na mesma hora, e ainda disse que você é muito legal. – expliquei à latina.

— Por que fez isso? – perguntou Trish, surpresa.

— Porque em todas as festas do pijama eu fico sozinha. Alexa tem que dar atenção às outras convidadas e, como ela é minha única amiga... – levei uma quantidade generosa de pipoca até minha boca. – E nós nos demos muito bem no dia do baile de outono, então...

— Eu entendi, Ally. – disse ela, sorrindo para mim. – E, sinceramente, não entendo porque não tem outras amigas; quer dizer, você é demais!

— Acha mesmo?

— Claro! Você não é como a maioria das patricinhas do Marino. – sorri para a latina. – Tem opnião e estilo próprio, é inteligente, engraçada. Não é a toa que Justin está caidinho por você. – senti meu rosto esquentar com sua fala. – Falando nele... o que tá rolando entre vocês?

— Nós saímos três vezes nessas últimas cinco semanas, mas, eu não sei, não é nada muito sério. Eu não acho que vá dar certo entre nós. – respondi, suspirando.

— Já se beijaram? – Trish perguntou, me fazendo quase engasgar com a pipoca, que havia acabado de levar a boca.

— Não foi exatamente um beijo, mas, sim, rolou um selinho. – virei meu rosto, na tentativa de evitar que Trish visse meu rosto ficar mais vermelho do que um pimentão. – Foi na última vez que saímos, cinco dias atrás. Justin me trouxe em casa e, como sempre, eu tive dificuldade pra tirar o capacete. Ele me ajudou, nossos rosto estavam muito próximos e, bom, você sabe o resto. – conclui, pegando mais pipoca. Se fosse Alexa, provavelmente estaria me preocupando com quantas horas na academia teria que passar para queimar as calorias pipoca; mas eu não ligo, não é como se eu conseguisse realmente engordar.

— Você não gostou? – Trish questionou, surpresa. – Quer dizer, todas as garotas da escola que já ficaram com Justin dizem que ele beija bem.

— Não é que eu não tenha gostado. – falei. – Me deixou de pernas bambas, mas, eu sei lá, não foi exatamente como imaginei meu segundo beijo.

— Foi seu...? – a interrompi.

— Sim, foi meu segundo beijo, mas pode contar como primeiro, já que o primeiro mesmo foi pra calar a minha boca. – Trish me encarou com seus olhos castanhos escuros arregalados. – Eu e o Austin estávamos discutindo, eu não parava de falar, longa história. – a garota sorriu, parecendo gostar da informação. – E, sinceramente, eu não acho que Justin tenha gostado também, porque, desde então, ele não me ligou ou falou comigo. Nem um “oi”, ou “e aí?”. – suspirei, agora encarando meus próprios pés. – E pra deixar minha vida mais maravilhosa ainda, tenho que ver o garoto por quem eu realmente estou apaixonada andando por aí com a namoradinha. Alexa me disse que ele foi a casa dela e que provavelmente vão transar.

— Austin?

— É. – confirmei. – O que eu faço, Trish? – olhei para a garota, que passou seu braço sobre meus ombros, carinhosamente. Encostei minha cabeça em seu ombro.

— Bom, você tem duas opções. – respondeu ela. – Pode esperar Austin voltar e dizer a ele o que sente. Ele seria um tonto se escolhesse ficar com a Hanna, mas, mesmo te conhecendo pouco, sei que a pequena chance de perder a amizade dele se falar alguma te assusta, e muito, por isso não vai falar nada. Estou certa?

— Sim. – disse. – Eu nunca vou falar pra ele. Mesmo que eu tentasse, não conseguiria.

— É, eu imaginei.

— Qual a segunda opção? – perguntei.

— Liga pro Justin. – respondeu a latina.

— O que?

— Liga pro Justin. – Trish repetiu. – Olha, se você não falar pro Austin o que sente, ele provavelmente nunca vai saber; e se ele não souber, não vão ficar juntos. Você gosta do Justin, talvez não tanto quanto gosta do loiro aguado, mas gosta dele e não pode negar isso. Afinal, se não gostasse nem um pouco dele, não estaria toda chateada por ele não ter falado com você. Tem que mostrar que está realmente interessada em ter alguma coisa com ele, porque o interesse dele por você já está mais do que óbvio. Liga pro Justin, convida ele pra ir ao cinema, a praia, eu não sei, mas liga pra ele.

Sorri com o conselho de Trish. Ela estava certa, eu gostava de Justin. Desde nossa primeira conversa, ele me deixa nervosa e, nessas últimas semanas, ele me mostrou que, além de lindo, é um cara incrível.

— Você tem razão, Trish. – falei, depois de alguns segundos de silêncio. – Acho que não dei uma chance de verdade pra Justin, uma chance de verdade pra nós.

— Fico feliz em te ouvir dizer isso. – disse a latina. Sorri para a garota. – Então, o que está esperando? Liga pra ele.

— Ok! Já vou ligar. – rimos. – Sabe, faz tempo que eu tenho uma conversa assim com uma amiga. Obrigada, Trish.

— Estou sempre aqui. – Trish falou, sorrindo. – Agora vai ligar pra ele, garota!

Me levantei do sofá, pegando o celular no bolso da calça. Sai da sala e caminhei até a piscina, me sentei, molhando apenas meus pés, e procurei por “Justin” em minha lista de contatos. Assim que achei, pressionei “ligar”, levando o celular até a orelha.

Após quatro toques, a voz grossa de Justin ressoou do outro lado da linha.

— Ally?

— Oi.

— Que surpresa você ligar!

— Você tá ocupado? Eu estou atrapalhando? – perguntei.

— Não, não, claro que não. Eu nunca estou ocupado pra você. – sorri, mordendo meu lábio inferior. – Mas, então, posso saber o motivo da sua adorável ligação?

— Não tem um motivo específico. Você não tem falado comigo nos últimos dias, então eu pensei em te ligar.

— Andei meio ocupado com uns assuntos da banda, me desculpa!

— Ufa! – soltei sem pensar.

— O que?

— Nada! É que eu pensei que você estava me evitando; sabe, depois que nós nos... você sabe. – mesmo sabendo que ele não poderia me ver, fiquei vermelha. Devo ter algum problema, porque ninguém na face da terra fica tão vermelha quanto eu. Meu Deus!

— Por mais que eu tentasse te evitar, eu não conseguiria, Ally. É impossível.

(...)

Levantei-me do sofá onde estava sentada, peguei os copos vazios em cima da mesa de centro e me dirigi à cozinha, encontrando Alexa com o celular próximo ao rosto, andando de um lado para o outro, nervosa.

— Ok, Hanna, eu vou ver o que posso fazer. – disse a loira, soltando um longo suspiro em seguida. Ela finalizou a ligação, colocando o celular sobre a mesa. Deixei os copos vazios na pia e encarei Alexa.

— O que aconteceu? – perguntei, preocupada.

— Parece que meu irmão, sem motivo aparente, escolheu essa noite para ficar bêbado pela primeira vez. – respondeu ela. – Hanna acabou de ligar, pediu para eu ir busca-lo. Mas eu não posso sair com todas essas meninas aqui; quer dizer, eu seria considerada a pior anfitriã do mundo.

— E mesmo que conseguisse, a imagem de um irmão bêbado pode mesmo estragar uma festa do pijama. – comentei.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, até Alexia gritar, me assustando:

— Tive uma ideia! – a encarei, esperando que a loira compartilhasse seus pensamentos. – Você pode ir a casa da Hanna, colocar Austin no carro e trazer ele pra cá. Quando chegar, me manda uma mensagem, eu tiro as meninas da sala por pelo menos cinco minutos, tempo suficiente pra você entrar com Austin pela porta da frente e leva-lo até o quarto.

— Ou... podemos deixar ele dormir na casa da Hanna e você vai busca-lo amanhã de manhã. – sugeri.

— Os pais da Hanna ligaram e disseram que estão chegando de viagem. Ela pode ser louca e tudo mais, mas os pais dela são diferentes. Se encontrassem ela com um garoto no meio da noite, a matariam na mesma hora. – Alexa explicou.

— Lexi, você sabe que eu não tenho carteira de motorista, e muito menos um carro, não sabe? – questionei, cruzando os braços. – Eu só sei dirigir porque meu irmão me ensinou nas férias.

— Você pode pegar o meu carro. A casa da Hanna não é muito longe, nenhum policial vai te pegar dirigindo sem carteira e desrespeitando as leis de trânsito, Ally. – disse ela, pegando minhas mãos e olhando diretamente em meus olhos. – Por favor, Alls!

— Tá legal, me chamar de “Alls” é covardia. – falei.

— Por favor! Por favor! Por fa... – a interrompi.

— Tudo bem, eu vou! – gritei. – Mas eu sou muito fraca pra carregar seu irmão sozinha, posso levar alguém comigo?

— Claro, eu vou chamar a Amber e te passar o endereço.

(...)

Estacionei em frente a um enorme sobrado branco, assim que ouvi Amber dizer que era o lugar certo. Suspirei, enquanto a ruiva abria a porta do carro e saia do veículo.

— O que está esperando, Ally? – ela perguntou. – Eu também não aguento Austin sozinha.

— Eu já vou. – sai de meus pensamentos, desliguei o rádio e também sai do carro. – Já parou pra pensar que eles podem estar fazendo coisas indecentes lá dentro?

— Por mais que eu não queira, sim, fiquei o caminho inteiro pensando nisso. Quer dizer, eu levei um fora, mas a ideia dele transando com outra garota ainda é um dos meus maiores pesadelos. – respondeu ela. – É incrível, não é?

— O que?

— Como um cara pode fazer várias garotas se apaixonarem com um simples sorriso? Eu, Kira, Hanna, você, Taylor...

— Espera... como você sabe? – perguntei. – Como sabe que eu....?

— Digamos que, assim como eu, você não sabe disfarçar. – respondeu Amber, rindo. – Quando está com Austin, olha pra ele a cada cinco segundos; fica vermelha de raiva quando ele cita o nome da Hanna e odeia ainda mais quando os dois ficam trocando carinhos na sua frente. Eu sei como é, acredite.

— Mas, você e Kyle? Pensei que estava rolando alguma coisa entre vocês. – comentei, enquanto nos aproximávamos da casa e abríamos o portão da varanda.

— É complicado. – disse ela. – Eu gosto dele, mas não é a mesma coisa que eu sentia pelo Austin, e eu não quero magoa-lo. Então, eu prefiro ter certeza do que estou sentindo antes de começar alguma coisa, entende?

— Entendo. – toquei a campainha, assim que chegamos a porta.

— Então, você e Justin...

— Nem começa. – a interrompi. Rimos juntas. – É mais complicado do que trigonometria, acredite.

De repente, a porta se abriu a nossa frente, mostrando um Austin totalmente bêbado e acabado. Hanna sorriu para mim, parecendo aliviada.

— Ele precisa de um remédio pra dor de cabeça, e dormir um pouco. – ela disse, enquanto passava um dos braços de Austin sobre meus ombros. Amber fez o mesmo.

— Ok.

— Eu não preciso de remédio, preciso da minha mãe! – resmungou o loiro.

— Não acho que ela gostaria de te ver nesse estado. – Amber comentou, rindo levemente.

— Quem é você?

— Papai Noel - Amber respondeu com ironia.

— Jura? Eu quero uma câmera nova no Natal, ok?

Em meio a mais frases sem nexo, levamos Austin até o carro e o colocamos no banco de trás. Amber e eu também adentramos o veículo rapidamente e dirigi de volta a casa dos Moon’s. Durante o percurso, Austin começou a cantar totalmente desafinado, o que fez eu e a ruiva ao meu lado termos um ataque de risos.

Quando chegamos, estacionei o carro, agradeci mentalmente por não ter sido pega sem carteira de motorista e peguei meu celular, digitando uma mensagem para Alexa.

“Estou em frente a sua casa.
                        -Ally”

Esperei alguns minutos e ganhei uma resposta.

“Você tem cinco minutos pra entrar e levar Austin até o quarto.
Eu e as meninas estamos no jardim.
                        -Alexa”

— Vamos, Austin, pare de beijar o bando do carro. – Amber disse, abrindo a porta e deixando o veículo novamente. Ela abriu a porta traseira e revirou os olhos ao ver que o loiro havia babado.

Saí do carro e a ajudei a leva-lo para dentro. Passamos pela sala fazendo o menor barulho possível, o que quase não deu certo, já que Austin chutou praticamente todos os baldes de pipocas espalhados pelo chão. Subimos as escadas com dificuldade, pois, mesmo juntando nossas forças, o loiro ainda é pesado, e o fato dele estar bêbado não ajudava em nada.

— Preciso usar o banheiro! – Austin gritou, quando chegamos ao seu quarto.

— Shhhhh! – coloquei minha mão sobre sua boca, o calando. O loiro se sentou sobre sua cama, revirando os olhos. – Eu concordo que precise ir ao banheiro, mas pode fazer isso com o mínimo de barulho possível?

O loiro se calou e fez bico.

— Eu vou ligar o chuveiro. – disse Amber, andando até o banheiro. – Porque, Austin, meu amigo, você precisa de um banho.

— Tira a camisa, Austin. – mandei, o que fez o loiro rir e Amber se virar para mim. – O que foi, gente?

“Tira a camisa, Austin”...— Amber me imitou e então eu percebi como aquilo havia soado. Senti meu rosto ficar vermelho na mesma hora. – É, eu vou ligar o chuveiro antes que isso fique mais estranho.

A ruiva entrou no banheiro de Austin e logo pudemos ouvir o barulho da água escorrendo. Olhei para o loiro, que agora tentava tirar a camisa sem nenhum sucesso.

— E é por isso que eu nunca irei ficar bêbada... – comentei, como um sussurro. O ajudei a terminar a tarefa, passando as mãos acidentalmente por seu abdômen.

— Quer que eu tire a calça também? – perguntou Austin, com um sorriso de lado, me encarando.

— Não, não quero. – respondi. – Só pedi para tirar a camisa porque não achava necessário que ela ficasse molhada.

— E você estava doida pra me ver sem ela... – provocou. Revirei os olhos, não iria discutir com o loiro, porque, afinal, ele estava de certa forma certo.

Fui até o armário do loiro e peguei uma toalha, juntamente com uma calça de moletom preta e uma camiseta branca dos Ramones. Amber saiu do banheiro.

— Alexa me mandou uma mensagem e disse que elas vão assistir “A Culpa é das Estrelas”, meu filme favorito. – a ruiva disse. – Será que consegue cuidar dele sozinho? Quero muito assistir!

— Claro, pode ir. – ela não esperou nem mais um segundo e deixou o quarto. Encarei Austin, que agora estava jogado sobre a cama, abraçado a um de seus travesseiros. – Consegue tomar banho sozinho, não consegue?

— Consigo. – respondeu. – Mas seria bem melhor se você me ajudasse...

— É uma pena que eu tenha que pegar um remédio pra você, não é mesmo? Bom, ninguém mandou você beber mais do que duas latas de cerveja. – comentei. – Agora vai tomar um banho, por favor.

Como quiser, mamãe!— brincou, se levantando e caminhando até o banheiro, levando consigo a toalha e as roupas que havia lhe entregado.

Enquanto o loiro tomava banho, desci até a cozinha e peguei um comprimido de aspirina e um copo d’água, subindo as escadas novamente. Ao adentrar o quarto de Austin, ainda ouvia o chuveiro ligado. Deixei o comprimido e a água sobre o criado mudo ao lado da cama do loiro e me deitei sobre a mesma, encarando o teto.

Peguei o celular no bolso da calça e me surpreendi com o horário. 3:30h da manhã. Fechei os olhos, aproveitando o silêncio momentâneo.

— Pensando em mim? – Austin perguntou, me fazendo abrir os olhos. O loiro secava os cabelos com a toalha e caminhava até mim. Jogou a toalha em qualquer canto do quarto e se deitou ao meu lado. Levantei-me rapidamente e apaguei as luzes, inclusive a do abajur e voltei a me deitar, agora virada para o loiro. A luz da lua que entrava pela janela era a única coisa que me permitia enxergar o rosto de Austin, que me encarava.

— O que foi? – perguntei, já sentindo minhas bochechas esquentarem.

— O que foi, o que?

— Por que está me olhando desse jeito?

— Porque você é linda. – respondeu, chegando mais perto. – Sabe, tenho que te falar uma coisa. Eu odeio o Justin.

— Austin... – ele colocou o indicador sobre meus lábios, me impedindo de continuar. Revirei os olhos.

— Não me interrompe, por favor. – disse o loiro.

— Mas...

— Eu sei o que vai dizer, ok? – o encarei. – Vai dizer que eu não posso odiá-lo sem nem ao mesmo o conhecer. Mas o problema é que eu não quero conhecer ele, eu odeio o fato dele existir, entende?

— Não, eu não entendo.

— Se ele não existisse, eu nunca teria sido forçado a ir ao ensaio da banda dele, não teria conhecido a Hanna. Não teria nada no nosso caminho, Ally. – explicou ele.

— O que quer dizer com isso? – questionei, nervosa, respirando com dificuldade.

Austin se aproximou ainda mais e agarrou minha cintura, me puxando para ele, colando nossos corpos. Respirei fundo, ao perceber o quanto seu rosto estava próximo do meu. Olhei em seus olhos, descendo rapidamente minha atenção para seus lábios, mordendo os meus em seguida.

Você sabe.— ele respondeu, roçando nossos narizes.

Senti meu coração bater mais acelerado do que o normal.

— Austin, eu...

— O que foi? – suspirei.

— Não brinca comigo. – falei. O loiro me olhou, confuso. – Você está bêbado, não sabe o que está falando.

— Sim, eu sei o que estou falando. – ele disse, firme. – Estou falando o que não teria coragem de dizer se estivesse sóbrio. Talvez eu não me lembre disso amanhã, mas eu sei o que estou falando, Ally.

— Austin...

— Ally...

— Você está com a Hanna, e eu com o Justin. – falei. – Nós não podemos.

— A gente não pode esquecer que eles existem...? – sugeriu. – E focarmos no fato de eu querer te beijar mais do que qualquer coisa?

“Não! Não! Não! Você tem um namorado não-oficial, lembra? Não pode fazer isso!” — dizia uma pequena voz em minha cabeça, que eu decidi chamar de subconsciente.

— Eu... – não consegui achar as palavras, como sempre. Olhei novamente nos olhos castanhos esverdeados do loiro, me perdendo neles. – Ah... quer saber? Foda-se. – disse, fazendo o que venho querendo fazer há muito tempo, juntando nossos lábios.

Minhas mãos, que até agora estavam ao lado de meu corpo, subiram até seu pescoço, bagunçando seus cabelos, assim como em todos os filmes de romance que vi e sempre quis copiar. Eu sentia todo o meu corpo quente, era como uma explosão de sentimentos e novas sensações - que, por sinal, eram a melhor coisa do mundo.

Em todas as fantasias e sonhos que tive sobre meu primeiro beijo, eu geralmente estava na praia ou num jardim florido, esperando pelo “príncipe encantado”, que, em nenhuma das ocasiões, estava bêbado. E por mais que todas as versões que meu cérebro criou fossem perfeitas, beijar Austin agora estava sendo melhor do que qualquer outra experiência em toda a minha vida.

Nossos lábios se moviam em uma sincronia maravilhosa e eu estava amando a sensação de ter suas mãos apertando minha cintura e seu corpo colado ao meu.

E naquele momento nada mais parecia importar; nem Justin, nem Hanna, muito menos o fato de Austin provavelmente esquecer tudo isso pela manhã. Eu só queria aproveitar o momento, dure quanto durar.


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Notas finais do capítulo

* A série citada pela Alexia é Grey's Anatomy, ok, gente? (viciada aqui)
...
PRIMEIRO BEIJO AUSLLY! AAAAAHHHH! OMG! GENTEEEEEEE!
Estão felizes agora? kkk
Quer dizer, essa cena tem sido bem esperada por muitos dos meus leitores. Recebi até algumas ameaças kkkk
Espero que tenham gostado do first kiss deles, eu pessoalmente amei, mas minha opinião não é a mais importante, e sim a de vocês, meus leitores mais que amados e queridos.
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Não se esqueçam de deixar aquele comentários, só pra mim saber se você gostou, amou ou odiou esse capítulo - e quero saber também se me perdoam por mais de três meses sem postar, porque eu realmente sinto muito *-*
Continuem favoritando, me deixando cada vez mais feliz.
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UM MILHÃO DE BEIJOS ♥
EU AMO VOCÊS, MEUS ANJINHOS!
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO - que será postado o mais rápido possível, eu prometo, ok?