Tropeços escrita por Luhni


Capítulo 7
Tropeço número 7: A salamandra gigante


Notas iniciais do capítulo

Gente voltei!!! Muito obrigada a todas que comentaram, eu amei os reviews de todas e mais ainda a linda recomendação que a Leitora Compulsiva fez para a fic. Cara, Tropeços tem uma recomendação, ahhhh tô nas nuvens aqui! ^^ Muito obrigada mesmo pelo carinho e esse capítulo, apesar de curtinho, é dedicado a você Leitora Compulsiva, espero que goste.

Divirtam-se e boa leitura!



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Observava as árvores ao meu redor, já não era mais possível ver um único prédio de Konoha e eu não conseguia mais ver uma única alma viva. A última pessoa que passou por mim era uma velhinha e eu realmente me senti humilhada por isso, mas eu não tinha culpa se acabei me distraindo com a paisagem e porque eu não conseguia mais respirar depois de correr por tanto tempo. Respirei fundo mais uma vez e voltei a cabeça para o céu. O lugar que escolheram para a corrida era realmente bonito, mas, maldição, precisava sair dos limites da cidade?

Havia uma floresta enorme ao lado da trilha onde estava e era possível ouvir o som de água correndo dali, provavelmente um rio. Eu não tinha nada contra a natureza, até assistia e gostava bastante do Animal Planet, mas a minha experiência com natureza, acampamento e coisas ao ar livre terminava ai. E era justamente por isso que eu tinha noção que era melhor eu não ficar parada muito tempo ali, não queria ser devorada por, sei lá, um urso de repente, e quando passei na primeira estação de descanso os próprios organizadores disseram para tomar cuidado com animais selvagens.

Sinceramente, eu não sabia que correr risco de ser atacada por um urso estava incluso nessa participação! Voltei a correr, se ficasse parada nunca conseguiria terminar essa corrida, mas estava atenta a qualquer mínimo barulho, o problema era que as coisas estavam bem calmas, calmas até demais. E isso nunca era um bom sinal, principalmente para mim.

– Por que... essa droga... de trilha... nunca... termina? – me questionei, arfando. Eu queria chegar logo na próxima estação, mas parecia que essa nunca chegava.

Resolvi, então, me sentar à sombra de uma árvore, sei que havia acabado de dizer que não queria ser atacada por um animal, mas estava morta de cansaço e meu estômago reclamou de fome, com a pressa de Ino nem comi direito o café e fazer exercício me abria o apetite. No momento sentia que um leão urrava dentro de mim, por sorte eu havia escondido uma barrinha de cereal no bolso do short. Retirei o pequeno pacote, junto com o mapa que haviam dado no início da corrida, queria tentar me situar e ver se o ponto de descanso estava próximo, mas mal pude observar o mapa que um som meio arrastado se fez presente, me deixando em alerta.

Olhei para os lados freneticamente, mas não havia nada ali. Suspirei, devia estar ficando paranoica. Tenho que parar de ver o Animal Planet. Abri a barra, mas antes que pudesse levar a comida à boca o som voltou, dessa vez mais perto. Voltei a olhar de forma receosa para o lado direito a tempo de ver uma grande cauda se mover e algo pegajoso tocar o meu braço esquerdo. Por favor, não! Comecei a suar, ainda mais, e lentamente me virei a tempo de ver um monstro de cabeça chata, muito próximo a minha mão. Respirei fundo tentando me lembrar de todos os ensinamentos do Animal Planet para esse tipo de caso, ficar calma e andar lentamente para a trás sem quebrar o contato visual com o animal, era o que se repetia na minha mente, mas posso dizer que a prática é bem diferente da teoria, então quando vi havia feito o exato oposto.

– Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus!! – gritei ao me levantar desesperada, bem na hora que o animal estranho abria a bocarra. Ele quer me comer! Ele quer me comer! Pensei com os olhos arregalados, agora de frente para o monstro – Olha seu monstro, eu não tenho um sabor muito bom – disse com um sorriso nervoso enquanto dava passos desengonçados para trás, mas o bicho resolveu dar um passo pra frente também. Maldição!

Eu amassava o mapa em uma das mãos e na outra a barra de cereal, enfiei rapidamente o papel de volta no short, sempre de olho no bicho. Ele era estranho, meio gosmento, parecia uma cobra gigante, mas tinha pernas e braços curtos que davam impressão dele rastejar, a cabeça era chata e os olhos pequenos, afastados naquela cabeça enorme. Aquilo era... uma salamandra? Arregalei os olhos, daquele tamanho parecia um monstro, um monstro esfomeado já que voltou a abrir a boca e andar rapidamente na minha direção.

– Por que eu não podia encontrar um panda? Por que tinha que ser algo que tem quase o meu tamanho e parece querer me devorar? – resmunguei baixinho, enquanto andava para trás e mexia os braços nervosamente. Desse jeito não vai sobrar nem os meus restos mortais! Porém, enquanto me despedia do mundo notei que ela mexeu a cabeça em direção ao braço que estava a barra de cereal. E parei. Ela... queria a minha proteína?

Olhei para a minha barra de cereal e depois para o monstro, aquela era a minha única comida e eu estava esfomeada, mas eu não estava sozinha ali e nem era a única com fome. A questão era o que fazer? Virar alimento de salamandra ou morrer de fome sem a minha fonte de alimento?

– Tudo bem, eu nem gosto muito dessas coisas, tem gosto de lasca de lápis – resmunguei antes de me aproximar do monstro que parecia prestes a pula em cima de mim e larguei a barra de cereal.

A salamandra rastejou até a comida e eu aproveitei para sair correndo dali, com medo de que ela não gostasse da barra e quisesse algo mais... humano. Nem prestei atenção por onde estava indo, apenas rezei para que o bicho não me seguisse ainda com fome. Comecei a correr desenfreadamente e de forma trôpega, passava entre as árvores, sem perceber por onde estava indo, qualquer barulho era o suficiente para que eu me assustasse e continuasse a correr. E sabe aquela frase que no momento do desespero você supera qualquer obstáculo ou expectativas? Bom, era verdade em partes, eu realmente superei expectativas ao correr como uma louca no meio da floresta, enquanto gritava desesperada pela minha mãe e pelo Tarzan aparecer, mas a parte de superar obstáculos não saiu exatamente do jeito que eu esperei.

– Droga! – murmurei ao cair de joelhos no meio do mato. Minha respiração estava entrecortada, eu suava feito um porco e estava amedrontada demais para ver se ainda era perseguida.

Fechei os olhos e rezei, juntando forças para encarar o meu destino e pude ver que estava sozinha. O monstro se fora. Respirei aliviada, me jogando na terra sem me importar em sujar a minha roupa ou com os insetos que poderia haver ali... eu estava exausta. Nunca havia corrido tanto e tão rápido antes. Devia até ter passado do ponto de descanso e...

– Merda! – me sentei apressada, observando o entorno apenas para notar que não fazia a mínima ideia de onde estava – Ótimo, não tem como piorar! – resmunguei e ao tentar levantar, senti algo doer. – Eu e a minha boca grande – disse ao ver que havia ralado um dos joelhos que sangrava.


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Notas finais do capítulo

Considerações iniciais: Essa salamandra gigante realmente existe e é feia pra caramba! xD
De acordo com as minhas pesquisas no Google, a salamandra-gigante-do-japão é o segundo maior anfíbio da Terra (o maior é a salamandra-gigante-da-china), e pode atingir até 1,44 m de comprimento. Esses animais parecem assustadores, mas não atacam humanos. Todavia, é bom não chegar perto delas, pois possuem mandíbulas muito potentes e sua mordida pode machucar bastante! (sábia decisão correr Sakura u.u) A salamandra-gigante-da-China, assim como a do Japão, é apanhada para servir como animal de estimação e para alimentação, razões pelas quais poderá estar ameaçada. O uso de pesticidas, a construção de barragens e a desflorestação, são também fatores de ameaça.

Porém, claro que o fato dela se mover rapidamente, ou ficar de olho na barra de cereal é algo meramente fictício, assim como o local onde foi encontrada ;D

Ok, feita essas considerações, voltemos ao capítulo. A Sakura deu um jeito de se meter em encrenca e pra piorar ainda se perdeu no meio da floresta... aiai... só pra deixar claro isso nunca aconteceu comigo... quer dizer, quando eu era pequena eu me perdi umas duas vezes da minha mãe, foi tipo uma aventura, bem divertida na verdade kkk mas nada tão desastroso como dessa forma. >.
Beijos e até a próxima!



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