Wolfpack escrita por Junior Dulcan


Capítulo 15
2x03 - After Dark


Notas iniciais do capítulo

Eai Wolfers!
De volta com Wolfpack! Com um pouco de atraso, mas antes tarde do que nunca!
Obrigado a todos que estão acompanhando a fict eu sei que os capítulos estão demorando mais, mas fiquem tranquilos que estou sempre trabalhando para trazer um conteúdo legal.
Leiam, comentem e não se tornem fantasmas!



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Anteriormente em Wolfpack... Jonny e Eva enfrentam um pesadelo nas garras do grupo misterioso que caça criaturas sobrenaturais, enquanto Jonny enfrentava criaturas usando ossos como vestimenta, Eva lutava por sua humanidade enquanto era torturada. Deucalion convence Henry a acompanha-lo dizendo que sabe onde encontrar Jonny e agora resta esperar para ver se os alfas chegarão a tempo de se salvar o wendigo.

Jonny

Aquele parecia um daqueles sonhos estranhos e vividos que nos faziam acordar no meio da noite suando e tremendo, neste caso acordei no meio da manhã e cai da cama, a dor era bem real o sonho por outro lado não. Esfreguei os olhos e olhei a minha volta, por um momento fiquei bem confuso, tudo estava em tons de cinza como um filme em preto e branco. Em algum lugar da minha mente tive certeza de que aquilo estava errado.

Enquanto tomava um banho tentei lembrar exatamente do que tinha sonhado, era algo relacionado com uma prisão, tinha gritas e uma garota que me ajudava. Engraçado que minhas lembranças do sonho pareciam bem mais reais do que meu presente, mesmo sentindo o calor da água enquanto tomava banho tudo parecia artificial.

Quando cheguei na cozinha encontrei Eva preparando o café da manhã, quando ela virou em minha direção para me dar bom dia foi que a primeira coisa estranha aconteceu, por um instante ela pareceu completamente machucada, havia sangue por toda parte e ela me olhava com uma expressão mortificada, senti meu coração afundar porque aquela era a primeira coisa que vi com cores desde que tinha acordado. ­

–Jon? –No outro instante ela era novamente a Eva que eu conhecia, ela tinha uma expressão ansiosa e me olhava enquanto me oferecia uma omelete com queijo. –Algum problema? Você parece meio cansado, aquela “reunião” de amigos na reserva foi tão boa assim? Eu nem vi você chegando em casa.

–Reunião? –Alguma coisa estava errada, tentei me lembrar o que tinha acontecido, tinha certeza que alguma coisa tinha dado errado.

Quando me arrumei e fui para a escola ainda não entendia nada do que estava acontecendo, me esforcei tanto para entender que quase não percebia nada em minha frente. Quando colidi com uma pessoa na minha frente rapidamente pedi desculpas, o homem não se moveu e quando coloquei a mão em seu ombro senti algo molhado e então havia sangue saindo do seu pescoço, novamente a cor era tão nítida e se destacava tanto que parecia ser a única coisa real.

–Jonny? –Tive um sobressalto quando alguém tocou meu ombro, David estava ali parado me encarando um pouco confuso. –O que você está fazendo?

–O que?! Eu... tinha um cara. Ele... –Quando olhei novamente não tinha ninguém, era a mesma rua como outra qualquer.

–Você está chapado? Eu te disse para pegar leve com a bebedeira na noite passada... aquela festa na reserva não foi muita coisa. –Aquilo parecia errado, conseguia sentir que alguma coisa não se encaixava.

O dia na escola foi tão estranho que eu nem sequer conseguia descrever, não parecia ter acontecido nada de diferente da minha rotina, mas me sentia tão fora da realidade que era como ver o mundo através dos olhos de um estranho. Estava me preparando para ir para minha aula de cálculo avançado quando senti um calafrio, não havia mais ninguém nos corredores.

Olhei para os lados a procura de orientação, era estranho quando olhava para os corredores não conseguia ver nada de estranho, mas minha visão periférica captava um movimento as minhas costas uma forma arrastando alguma coisa. Minhas mãos tremiam quando comecei a andar e entrei no primeiro corredor a minha direita, uma porta estava se fechando, um rastro vermelho no chão. Aquela era a enfermaria.

Me vi impulsionado a abrir aquela porta, cada passo fazia meu coração acelerar, quando segurei a maçaneta pude ouvir o que estava lá dentro fazendo um som de mastigação como se estivesse moendo cascalho. Quando abri a porta a enfermaria estava vazia, não conseguia entender o que tinha acontecido.

No final do dia foi que algo mais chamou minha atenção, duas garotas estavam conversando perto do portão da escola. Kelly e Helen, senti certa familiaridade nas duas, mas quando parei perto o suficiente para conversar parei e segui meu caminho.

Não me lembro de ter ido dormir, mas de alguma forma estava novamente em um sonho. Estava na floresta a noite, as pessoas corriam e gritavam por causa de alguma coisa, não sabia o que era, mas sentia tanto medo quanto todos naquele sonho. Quando pensei em correr senti minhas pernas pesarem, estava afundando no chão, tentei gritar, mas não tinha voz. A terra cobriu minhas pernas, meu peito, lutei desesperado para não ser coberto, aquele sonho era tão real que sentia meu corpo sendo comprimido pela terra. Prendi o folego quando um puxão particularmente forte me levou para debaixo da terra, sentia o corpo comprimido, segurei minha respiração o máximo que podia até não aguentar mais.

Quando puxei o ar de novo ele veio frio, estava em outro lugar. Abri os olhos totalmente apavorado, respirava com força e tentava desesperadamente acordar. Havia muita neblina e eu conseguia sentir o frio daquele lugar, levei um tempo para perceber que estava em cima de algo que não parecia ser terra. O grito de pavor escapou da minha boca, havia muitos corpos ali, mais do que eu poderia contar. Havia tanto sangue e aquelas pessoas pareciam ter sido atacadas por um animal selvagem.

Mal conseguia respirar, havia tantos corpos espalhados que eu não conseguia contar, foi então que eu o vi, estava há alguns metros de distância era a única pessoa ali de pé além de mim. Não conseguia ver direito quem era por causa de toda aquela neblina, parecia ser um rapaz, ele era estranhamente familiar, mesmo de costas e sem camisa aquela calça de moletom se parecia muito com a que eu usava antes de ir dormir.

Ele se virou lentamente, reconheci meu próprio rosto, totalmente diferente, havia fileiras de dentes curtos e afiados, os olhos estavam brancos e ele estava coberto de sangue. Quando nossos olhos se focaram ele rosnou e atacou.

Tasha

Costumo dizer que sou uma garota otimista, que enxerga o lado positivo mesmo dentro das situações mais complicadas. Hoje estava tendo uma grande dificuldade em ver alguma coisa positiva. A menos de três semanas atrás eu era apenas uma estudante do segundo ano que por acaso era filha de um druida, um conselheiro das criaturas sobrenaturais. Eu conhecia bem tudo aquilo, já tinha visto meu irmão Josh e meu pai lidarem com muitas questões sobre matilhas indo e vindo e problemas com ataques.

Tudo começou a desandar quando aquele grupo estranho apareceu na nossa casa no meio da noite, sabia que eles não eram pessoas normais no momento que chegaram. Nossa casa era feita de forma que qualquer porta fechada impedia a entrada de criaturas sobrenaturais, isso porque todas as paredes foram construídas com cincas das montanhas em suas fundações, as portas tinham também uma mistura das cinzas em sua resina tornando nossa casa um tipo de bloqueio gigante aos seres sobrenaturais.

O grupo era liderado por uma mulher, ela não era muito alta, mas tinha um corpo bem definido, cabelos longos e ruivos, pele clara, o rosto tinha um formato semelhante à de um pêssego, mas isso não a fazia parecer menos letal, seus lábios cheios quase não demonstravam emoções e seus olhos frios pareciam feitos de gelo puro. Ela usava calça jeans colada ao corpo, botas pretas altas sem salto, uma camiseta branca e uma jaqueta de motoqueiro com as mangas dobradas até os cotovelos, não usava brincos, maquiagem ou qualquer assessório, entretanto era incrível como parecesse tão bonita sem nenhuma ajuda extra.

Ela ficou quase meia hora discutindo com meu pai, não conseguia ouvir do que eles falavam, mas parecia ser bem sério. Quando meu pai voltou para dentro de casa parecia muito perturbado, aquela foi a última vez que o vi. No dia seguinte quando estava indo para a escola alguém surgiu nas minhas costas e me atacou, quando acordei já estava nesse maldito lugar.

Sabia que havia uma razão para me trazerem para esse lugar, quando era criança havia sofrido um acidente enquanto brincava na minha rua. Era um dia qualquer, eu e meu irmãos nos divertíamos, enquanto nossa mãe nos observava. Não me lembro como aconteceu, mas ouvi minha mãe gritar antes daquele carro desgovernado me atingir. Minha memória o acidente era meio vaga, me lembro da dor e de pequenos momentos onde ouvia minha mãe discutir com meu pai. Quando acordei novamente me sentia bem. Estava em casa de novo, mas algo havia mudado, meu pai mal me olhava nos olhos e meu irmão estava tão triste que seu desalento me causava dor.

Nossa mãe havia falecido, durante semanas eu não conseguia falar. Tudo me lembrava minha mãe e a sua falta apenas fez com que nossa família se distanciasse, meu pai nunca foi o mesmo e apenas alguns anos depois descobri o porquê. Minha mãe tinha um tipo de livro onde fazia todo tipo de anotações, quando era pequena ela costumava me falar que por trás de contos de fadas sempre havia alguma verdade. O livro havia sido escrito por ela mesma e após lê-lo algumas coisas começaram a fazer sentido, quando procurei meu pai para perguntar ele contou toda a história.

Minha mãe não havia falecido, ela havia se sacrificado. Fazíamos parte de uma família de druidas e minha mãe conhecia muito a respeito sobre rituais, com a ajuda de uma antiga árvore ritualística chamada de Nemeton ela pode dar a vida dela para que eu me salvasse. Meus ferimentos eram mortais e sem isso eu teria morrido, mas minha mãe sabia que ao fazer isso ela também estaria me mudando.

Aquela mulher havia me dito logo após minha chegada que eu era um druida maligno e merecia sofrer e morrer, nunca tinha feito nada de mal a ninguém, mas ela não quis me ouvir e sorrindo me largou naquele lugar. Havia lido o bastante do livro da minha mãe para saber o que eu tinha me tornado e sobre outras criaturas sobrenaturais, entendia que enquanto permanecesse convicta da minha humanidade ainda seria eu mesma.

Então veio aquele rapaz, reconheci o que ele era e fiquei aterrorizada, imaginei que ele havia sido colocado ali para me matar. Logo percebi que estava errada, ele era gentil e se preocupava em nos tirar daquele lugar, conseguia me ver nele, alguém que deveria ser maligno, mas lutava com todas as forças para não ser.

Nossa tentativa de fuga não deu nem um pouco certo, mesmo depois de ter encontrado meu irmão não fomos capazes de sair daquele lugar. Jonny havia sofrido um ferimento grave e agora capturados novamente me vi lutando para mantê-lo vivo. Apesar de ter curado a maior parte dos ferimentos ele ainda estava inconsciente por horas, suava frio e estava queimando com a febre alta.

Ele delirava e gemia, conversando com pessoas que não estavam ali, cada vez mais sua pele se tornava mais pálida e ele perdia a noção de onde estava e de quem era. Essa parte me assustava, tinha medo que ele se perdesse e se tornasse um monstro, a qualquer momento aquele rapaz gentil se tornaria um canibal e eu era a única coisa entre ele e uma refeição. Aquele deveria ser o plano daqueles monstros o tempo todo, viram que não poderiam nos forçar a nos matarem então iriam extrair a humanidade de Jonny até não restar nada além do monstro nele, então após ele me matar eles o matariam.

Tudo agora dependia de quanto tempo eu poderia ganhar, quantos minutos até nossa morte, porque se eu o matasse era certo que minha própria morte viria em seguida.

–Me desculpe mãe... –A porta da minha cela estremeceu, levei um suto tão grande que quase deixei Jonny bater a cabeça no chão frio. Um rosnado veio do corredor, seguido de gritos. A porta foi aberta com força e uma mulher entrou, nunca a tinha visto na vida, mas a quantidade de sangue em sua roupa e as pressas idênticas a de Jonny era o bastante para saber quem ela era.

–Afaste-se!

–Eu não vim para ferir vocês. Estou aqui para ajudar, ele é meu sobrinho.

Eva

Não sei dizer quanto tempo passou desde que comecei a ser torturada, vim de uma família onde até eu sabia todos foram wendigos, mesmo que muitos nunca tenham matado. Mesmo que almejasse uma vida tranquila sempre imaginei que um dia algo poderia mudar tudo aquilo, então me preparava, praticava esportes, aprendi estilos de luta, até mesmo alguns treinos de privação sensorial e de nutrientes, sabia me virar.

Outra coisa que sabia reconhecer era quando uma batalha não tinha sentido, ninguém iria nos encontrar naquele lugar, então eu tinha que garantir que ao menos Jonny pudesse deixar aquele pesadelo. Passei muito tempo me concentrando em observar, era difícil quando se tinha que resistir a perfurações de metais quentes, e farpas sobre as unhas, mas não foi muito difícil notar que o grupo não era grande.

Todos os dias me debatia em minha cadeira e na mesa, queria passar a impressão ode estar enlouquecendo com a dor o que não era difícil, tinha esperanças de que isso deixasse a mesa e a cadeira mais fáceis de quebrar na hora certa.

Eles contavam com os homens usando peles de animais e ossos para proteger o lugar, mas esses homens pareciam marionetes, não pareciam capazes de tomar decisões por eles mesmos. Havia cerca de dez pessoas que controlavam tudo, eles sempre se referiam uns aos outros por números e nenhum superior ao dez foi mencionado.

Quando tive certeza de quantos eles eram decidi agir, precisava saber onde iria encontrar meu sobrinho, sabia que ele estava do outro lado do prédio, mas o lugar poderia ser grande, então durante uma sessão particularmente dolorosa de tortura em que tive todas as unhas arrancadas uma por uma em meio a gritos supliquei que me deixassem ver meu sobrinho.

–Você pode vê-lo, basta dar uma mordida em um suculento pedaço de carne... e logo estaremos descendo para o B-2 onde você e seu sobrinho podem se ver... –O homem ficou apenas alguns centímetros do meu rosto.

Ele havia prendido meus pulsos em uma mesa de madeira e a mesa estava presa no chão em buracos, quando saltei da cadeira dando uma cabeçada no nariz do homem ele deu dois passos para trás surpreso, a mesa rangei e senti as algemas soltarem da mesa. Num instante arranquei os pinos de ferro em meus dedos e num salto os cravei em seu pescoço. Quando ele tentou gritar enfinquei o punho em sua boca e naquela luta silenciosa caímos no chão, ele de olhos arregalados lutava para se soltar, enquanto eu me agarrava a ele com força dando vários golpes com os pinos em seu pescoço, ele não morria e seus olhos brilharam com uma íris azul. Enfiei a boca em seu ferimento provando o sangue, a reação foi imediata, os dentes como navalha surgiram e os cravei naquele maldito até que ele parasse de se mexer.

Não tinha muito tempo, tinha que descobrir como sair, afinal não adiantava buscar, vasculhei a sala a procura de um mapa, mas não tive sucesso. Peguei apenas as chaves que o homem possuía e um machado de bombeiros que estava em um canto, quando sai no corredor não havia ninguém. Tentei ao máximo não ser visto por câmeras até chegar nas escadas, estava no nível A-3 e havia um mapa das escadas indicando que havia três níveis acima e mais quatro abaixo. Sabia que Jonny estava no B-2 e se conseguisse voltar para as escadas poderíamos seguir até o nível mais alto e procurar uma saída.

Felizmente o lugar não era tão amplo, quando cheguei ao corredor intitulado B-2 percebi que nada mais era do que um complexo cheio de celas. Uma ideia louca me ocorreu quando vi aquele lugar, soltar todos que estavam ali, quanto mais pessoas espalhas naquele lugar, maior seriam minhas chances de conseguir usar a distração para fugir. Das vinte e quatro celas naquele andar apenas onze estavam ocupadas, assim que soltei aquelas pessoas eles correram dizendo que iriam procurar amigos ou parentes presos naquele lugar.

A cela que Jonny estava não era animadora, havia uma garota com ele que estava cuidando dele, havia ferimentos na lateral do seu corpo e ele parecia muito doente. A garota havia dito que ele havia lutado contra um daqueles guardas usando ossos e havia se ferido muito.

–Eu vou carregar ele, estou mais forte agora. –Entrei a garota o machado, ela ficou surpresa, mas o aceitou. –Não sei o que você é, mas espero que não se contenha, se um daqueles cara aparecer não pense duas vezes antes de cravar esse machado na cabeça deles. Fique atenta não vamos ter outra chance como essa.

–----------------2x04 - Creatures of the Night---------------------

Henry e Deucalion entram em um acordo para buscar Jonny das garras do grupo conhecido como Pacificadores, o líder do bando de alfas explica sua ligação com James e sobre o acordo que eles possuíam. O bando de alfas vai entra em confronto com os pacificadores e Henry descobre algo sobre seu passado que ele acreditava estava perdido.


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Notas finais do capítulo

E acabou... pelo menos por enquanto. No próximo capitulo teremos muita ação e emoção, segurem seus wereforninhos porque os alfas estão chegando nessa bagaça!
Próximo capitulo tem o titulo em homenagem ao capitulo em TW com o mesmo nome, porque nesse capitulo vai aparecer uns bichos cabuloso!



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