Seven Lifes escrita por lis


Capítulo 3
II - Missed you


Notas iniciais do capítulo

Oláááá meus queridos! Como estão?

Cá estou eu com mais um capítulo. Estou inspirada, por isso é bem provável que poste frequentemente nesses dias. Aproveitem!

Apesar disso, eu pretendia postar esse capítulo amanhã, mas umas leitoras lindas que favoritaram e comentaram aqui e no Social me deixaram mais animada, então, dedico este cap. à vocês! Obrigada, suas lindas.

IMPORTANTE: Por favor, leiam o "¹" que tem no final do capítulo e as notas finais. Ambos são importantes.

Lembrando que será Percabeth, ok? Não se preocupem, caso alguém tenha desconfiado de Lukabeth nesse capítulo.

Acho que não tenho mais nada a dizer aqui, então, sem mais delongas, boa leitura!

Beijinhos c:



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11:09

15 de junho, 2013

5 vidas

“Stoll, preciso conversar com você. Não se preocupe, não vou pedirei nada que não queria me oferecer. Serão apenas algumas perguntas das quais preciso que você largue de ser babaca por alguns minutos para responder. Ligue o computador de Ethan e abra o arquivo ‘79R5’. Procure um endereço e o horário no meio das informações. Sei que você teve tempo suficiente de receber, ler e me xingar com seu irmão.

Será uma proposta de troca. Espero que isso atice ao menos um pouco seu interesse.

Por favor;

Chase.”

Annabeth respirou fundo e, finalmente, enviou a mensagem. Conseguira afinal acessar algumas poucas informações de Ethan, que incluíam contatos com alguns traficantes. Sabia que era arriscado, mas também inevitável. Querendo ou não, ao se envolver com drogas, todo o resto estava envolvido; se precisasse, ofereceria seu corpo pelas drogas e pretendia fazer exatamente aquilo.

Tudo para não adormecer.

Tudo para não reviver aquele sonho.

Entristecida, tocou o ombro; quase sentia o local atingido latejando. E precisava saber quem era o atirador antes que fosse tarde demais.¹

*

Annabeth foi ao endereço, apesar de suas esperanças de que Travis fosse estivessem escassas. Talvez sair um pouco ajudasse sua sanidade, que não estava das melhores afinal.

Mas se surpreendeu ao ver que ele estava lá.

No chão, encostado na parede imunda do beco;

Engasgando com o próprio sangue.

A garota deu um passo para trás, arquejando. Seus olhos instintivamente começaram a lacrimejar, antes mesmo que ela pudesse entender aquela situação. Uma onda de tristeza, que acabou sendo representada pelas lágrimas, apoderou-se da loira, talvez não por vê-lo à beira da morte, mas pela morte em si. Ela estava perto demais. Estava no ar, e em tudo. Sentia que se esticasse os braços, poderia tocá-la.

Era uma cena horrenda e, de certa forma, hipócrita. Annabeth tinha sangue em suas mãos, matara assim como alguém tentando assassinar o garoto, e mesmo assim tinha um olhar horrorizado diante de tal situação.

Olhou para trás, esperando ver seu castelo.

Ele não estava lá.

Só lhe restava encarar o que estava em sua frente. Não seria possível fugir para ele, não daquela vez.

Antes paralisada de surpresa e medo, voltou à realidade ao ouvir um grunhido sair da garganta do Stoll. Sabia que seria inútil, mas não conseguiria viver sabendo que não tentara ajudar. Aquele resto de humanidade que sobrara na garota era perigoso demais para a vida que tinha escolhido, mas também era a única coisa que conseguia manter sua sanidade, então, agarrou-se como se vida dependesse dela.

E realmente dependia; o problema, era que sua morte, também.

Ao se aproximar do corpo, percebeu que sua garganta continha um corte enorme e que o sangue, em parte já coagulado e em parte ainda vermelho vivo, chegava a manchar a camisa até o tórax. Seja lá quem o apunhalou, não queria que fosse rápido e muito menos indolor.

Annabeth não sabia o que fazer, estava completamente perdida. Não havia como estancar o sangramento, ou como amenizar a dor – pelo menos, não sem recursos de uma ala cirúrgica, e mesmo assim, seriam inúteis devido ao pouco conhecimento sobre o assunto.

O observou, murmurando desculpas desesperadas, enquanto tentava pensar em alguma coisa, descartando todas e quaisquer possibilidades que passavam pela sua cabeça, até que ouviu passos.

Alguém estava correndo, e se aproximava cada vez mais. O coração da garota batia cada vez mais forte, e sua mão foi logo direcionada ao seu cinto, para pegar a arma, porém, antes mesmo que pudesse puxá-la, sentiu um empurrão.

Antes de cair desajeitada no chão, pôde ver apenas um vulto loiro ajoelhar-se em frente de Travis.

Depois de se recuperar do impacto e da surpresa, observou melhor a cena. O loiro estava desesperado, suas mãos tremiam perigosamente enquanto procurava alguma coisa dentro de um kit médico que fora largado despreocupadamente no chão, ao seu lado. Decidiu não perguntar nada para não piorar a situação; se ele estava ali para ajudar, não reclamaria, afinal, mostrou-se inútil alguns minutos antes, quando não conseguia nem pensar no que deveria fazer.

Ninguém dizia nada, e o silêncio se instalou, apesar de sempre interrompido por tilintares de frascos se tocando, curativos sendo arrancados de suas embalagens e outros equipamentos que caíam ruidosamente no chão, por conta da tremedeira e nervosismo.

Os minutos foram passando, Annabeth continuava sentada no chão. Relaxara um pouco, apesar de seus dedos ainda estarem de prontidão para puxar o gatilho de sua arma; observou o homem – que depois de passar um tempo ali com ele, percebeu que seria mais apropriado dizer garoto – pegou uma faca de dentro da maleta e a encarou. Simplesmente encarou a lâmina, como se fosse uma divindade, e, quem sabe não era mesmo, afinal?

Antes mesmo que a garota pudesse pensar em reagir, ele finalmente se moveu, bruscamente. Demorou tempo demais para raciocinar o ato seguinte: o loiro apunhalando Travis, berrando palavras inaudíveis por conta do choro que insistia em interromper. E repetia. Novamente. Àquela altura, a loira já saía de seu choque, horrorizada.

Quando se deu conta, já estava puxando o gatilho. Mirou no ombro. Não estava em condições de matar, afinal. Ver alguém perder a sanidade não ajudava muito a sua própria.

O loiro berrou de dor, mas pareceu finalmente perceber o que havia feito. As lágrimas não cessaram, e o mesmo largou a faca ensanguentada no chão.

Encarou-a. Seus dedos formigavam, sua alma era consumida por um desejo de pegá-la e esfaqueá-lo impiedosamente; mas é claro que, se fosse fazer tal ato sempre que aquele desejo aparecia, já teria até mesmo cometido suicídio.

Quando os berros pararam, a Chase finalmente pronunciou-se:

– Que porra foi essa? Seu desgraçado! Caralho... você matou ele! Puta que pariu, você matou ele! Quem você pensa que é? Acha que só porque não consegue lidar com isso você tem o direito de matá-lo? – Silêncio. Ela berrava, e suas palavras ecoaram pelo lugar assim como ecoaram na mente do loiro. – Me responde, caralho!

Annabeth nunca fora de conter sua raiva. Era inconsequente e se orgulhava disso – na verdade, eram poucas as coisas das quais não se orgulhava, mesmo sem razão.

Procurou por sua arma, uma faca, qualquer coisa que pudesse estraçalhá-lo, mas estava cega de raiva e ódio, e suas mãos agarravam o ar em vão.

Quando percebeu, seu punho estava fechado e seus dedos manchados de sangue, o mesmo que escorria sem parar do nariz do garoto. Só então percebeu uma cicatriz no rosto do mesmo, que ia desde o olho azul até o canto dos lábios finos.

Ele, então, em sua defesa, empurrou-a para o lado e chutou a lateral do corpo da loira, que gemeu de dor e resmungou xingamentos aleatórios.

Ouviu-o resmungar de dor também, devido ao ferimento da bala, o que a deixou um pouco mais satisfeita.

– Eu tive de fazer isso, está bem? Não estava resultando em nada, e ele estava sofrendo! Ele... – Voltou a chorar, com direito à soluços. – Ele sussurrou... me implorou para que o matasse... eu neguei, disse que não conseguiria­, mas ele continuou, eu não aguentava mais...

Travis havia implorado pela morte? Não, não era possível. Aquele não era o Travis que conhecera.

Os olhos cinzentos de Annabeth voltaram a encher de lágrimas, das quais conteve enquanto levantava e caminhava em direção ao kit médico largado no chão.

No canto da mala pôde ler o nome “Luke Castellan” ao lado do número de uma ala hospitalar, numa letra improvisada e borrada. Ignorou, apesar de ter guardado tais informações, e procurou por uma seringa com o líquido azulado tão conhecido.

Passar boa parte de sua vida dependendo daquilo ajudara a reconhecer cada detalhe. Pegou, guardou-a no bolso e voltou a procurar, até encontrar outra seringa, dessa vez com a cor alaranjada. Lembrava-se vagamente de quando Frederick a ensinara, mas para confirmar, perguntou calmamente, como se nada tivesse acontecido:

– Essa é a letal? – Levantou o frasco na altura dos olhos de Luke, que não ousou se mover até então.

Após estudá-la rapidamente, assentiu levemente.

Então a loira jogou a seringa de vidro nele, desejando que fosse uma faca.

Encarou-o nos olhos confusos, antes de começar:

Está vendo essa merda? Por que não a usou então, seu desgraçado? Qual foi a necessidade de esfaqueá-lo? Como você tem coragem de dizer que era para fazê-lo parar de sofrer quando o matou a sangue frio sabendo que havia outra opção? – Berrava à plenos pulmões, e tinha consciência das lágrimas que escorriam pelo seu rosto, enquanto observava o corpo do Stoll. Estava tão indignada que nem pensou em se afastar, nem imaginou que ele poderia matá-la também. Um erro estúpido, mas que, por sorte, não a mataria daquela vez.

Castellan não respondeu. Encarou o chão.

E em seguida, perdeu o controle. Esticou o braço para pegar a seringa, que havia caído no chão alguns segundos antes. Annabeth, prevendo tal reação, chutou-a para longe agilmente.

Então Luke começou a tremer, mais do que antes. Chorava compulsivamente, e a loira não sabia o que fazer, novamente.

Inútil de novo”, pensou.

No fim, acabou aceitando que sua única opção era acordá-lo.

Ajoelhou-se ao lado dele e suspirou falsamente, como se estivesse sem opção quando, na verdade, estava amando ter tal oportunidade.

Levantou a mão direita, e deu-lhe um tapa na bochecha. Consequentemente, o som estalado ecoara no local.

– Pare de se lamentar. Já fez a merda, pronto. Ele está morto. – Um nó em sua garganta quase a impediu de dizer a última palavra, mas acabou por dizer mesmo assim. Se levantou, com raiva, puxando-o para cima consigo pela gola da camisa. – Vou ligar para a polícia e...

Não! Digo, eu não vendo, as drogas eram medicinais... – uma risada fria escapou da boca de Annabeth, apesar de continuar expressando nojo e desprezo, e fez um gesto para acalmá-lo.

– Se não se lembra, tem um corpo ali. Não vou deixa-lo, e quero fazer parte da investigação para saber quem foi o desgraçado que o matou. Digo, você foi o desgraçado que terminou de matar, mas... ah, você entendeu. Travis me devia respostas; agora, quem me deve é você, e eu não acho que poderá me satisfazer na prisão. Não que isso mude o fato de que estou sendo piedosa em não pegar aquela faca e cortar sua garganta. – Murmurou a última parte. – Ah, e eu sei que são contrabandeadas, nem perca seu tempo. Conheço seu pai, Hermes. Não que isso importe.

– Olhe, eu perdi o controle, está bem? Estava desesperado...

– Então aprenda a se controlar, porra! Você não é uma criança, que se comer merda os pais vão aplaudir e fazer algum som fofinho em uníssono. Não pense que seu arrependimento fajuto apaga meu nojo de você, ou conserta o que fez. – Toda vez que Luke tentava dizer algo, a loira ficava mais tentada a pegar a faca, então optou por ficar em silêncio.

Ao ver que ele não responderia, a loira apenas resmungou e, enquanto discava o número da polícia local, o garoto se abaixava para pegar a seringa com o líquido letal.

Ela ainda discava o número, quando Luke se aproximou da garota e sussurrou em seu ouvido uma frase que a mesma demorou a entender, atordoada pela voz rouca.

– Quero minha heroína de volta, ladrazinha.

“Também senti sua falta, maninho.”

¹ Esse tiro é metafórico, assim como a vida perdida entre o último capítulo e este. Vocês vão precisar saber distinguir os acontecimentos reais das metáforas que remetem o título da fanfic e a causa da contagem de vidas no início dos capítulos. Tomem cuidado com isso, caso contrário, pode perder o sentido.


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Notas finais do capítulo

Olá queridossss! Bom, como vocês viram, Luke apareceu e consequentemente, preciso perguntar pra vocês: Thaluke ou Thalico?

Eu, pessoalmente, prefiro Thaluke, mas como sou legal, vou deixar vocês escolherem. Já disse antes que não terá foco em romance, mas quem sabe eu não faça alguns especiais? Isso, é claro, se vocês quiserem. Enfim, comentem para que eu possa deixar vocês participarem mais da estória!

E mais uma coisa: vocês gostam de ouvir música enquanto leem? Eu estava pensando em sempre deixar o link da música que escutei enquanto escrevia. Acho que aproxima, de certa forma, o leitor do autor e do texto também. Bom, caso não queiram, eu paro, mas como ainda não tenho opiniões, deixarei o link da música desse capítulo.

Ela é meio alegre pro tema da fic, mas eu achei melancólica de certa forma. Combinando ou não, é gostosa de se ouvir sem estar lendo, então, deixo aí a sugestão!

https://www.youtube.com/watch?v=2Jn1OeDlNpM

Então, é isso. Vejo vocês no próximo!

Beijinhos c:



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