Seven Lifes escrita por lis


Capítulo 2
I - Fairy Tail


Notas iniciais do capítulo

Oláááá, como vão? Cá estou eu com o primeiro capítulo, yay. Sei que foi rápido, mas eu estou bem inspirada. Não prometo que seja sempre assim, mas não pretendo demorar muito para postar, não se preocupem.

Escrevi ele ouvindo a música "Insanity", Frost Mix, então já vou avisando que pode ter influência da música nele - e aliás, recomendo escutarem! Deixarei o link de um MEP nas notas finais.

Eu vou mostrando os personagens aos poucos, porque antes de tudo, preciso mostrar a Annabeth que criei nesse universo, senão vai ser impossível continuar com o enredo, por isso vai ser tudo explicado aos poucos.

Bom, espero que gostem e como já sabem, sintam-se livres para expor opiniões nos comentários ou vir falar comigo! :3

Boa leitura!



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15:26

14 de junho, 2013

6 vidas

Annabeth continha um ego difícil de lidar. Por isso, cada segundo daquela conversa a deixava mais irritada. Odiava ser obrigada a ter seu orgulho ferido por algo tão banal e ainda assim ridiculamente necessário. Entretanto, não podia deixar que tal sentimento a prejudicasse de forma alguma; sua heroína e adrenalina estavam escassas, e sem elas não seria possível continuar com a fabricação da droga modificada, o que resultaria em uma ação simples e nociva para todos os outros seres humanos, exceto a garota: adormecer.

Não, não podia nem mesmo considerar aquela opção. Em alguns dias, fariam exatos nove anos desde a última vez que dormira. Era doloroso, mas ela contara, ela se lembrara. Estava fora de questão perder aquela luta depois de tanto tempo, desistir de tudo o que construíra desde então: um enorme castelo de cartas, frágil e instável, que corria o risco de cair ao mais leve sopro do vento à sua volta. E como se já não bastasse, cometera o erro fatal de cair na ilusão da ignorância; protegida de todos os males em seu conto de fadas, em seu imponente reino. Estava cedendo àquelas drogas da forma mais errada possível.

Não era pelo prazer, ou pelo vício, nunca fora nada além de uma necessidade, de um instinto de sobrevivência, mas aos poucos sua sanidade era consumida. Não era fácil resistir ao vício, mas nada nunca fora de qualquer forma. Sempre era tirada de seus devaneios pela realidade, e porra, como era decepcionante!

Aquela conversa era um ótimo exemplo desses momentos dos quais seu castelo ficava em segundo plano e a realidade vinha à tona, apesar da insanidade não abandoná-la.

– Travis, estou falando sério. Eu preciso disso, e com urgência! Você conhece Frederick, conheceu Atena, eu não sei o que está te impedindo de fazer isso. Quer cobrar mais? É só cobrar! – Annabeth encarou-o, irritada. Pela primeira vez na vida, sentira falta de Ethan. Ele era um desgraçado, mas ao menos fazia o trabalho. Enquanto isso, Stoll continuava negando, inabalável. Mexia a cabeça de forma bruta, o que fez seus cabelos castanhos ficassem na frente de seu olhos verdes e a deixou agoniada. Desviou o olhar, impaciente. – Mas que merda! Por que você ficou horrorizado com as vendas? Venho aqui desde que me conheço por gente, assim como meus pais...

Travis a encarou com desdém. Ela apenas ignorou o olhar, mas infelizmente não pôde fazer o mesmo com as palavras que saíram da boca do garoto logo em seguida.

– Exatamente, Chase. Você e seus pais não se conhecem por gente. Ao menos, não deveriam. Dizem que ilusões não são boas para a mente, sabe? – Seus lábios formaram um sorriso cínico que enojou a loira. – Acha que ninguém percebe o que você e sua família escondem, querida? Nem todos nós éramos ingênuos como Ethan.

– Ethan não era ingênuo, ele tinha consciência, do contrário de você! Como pode dizer isso, depois de todo esse tempo trabalhando com ele? Eu sempre soube que você e seu irmão eram dois babacas, mas não achei que poderiam chegar à esse nível. Eu me lembro de você e Connor, nunca largavam de Ethan, tudo por que eram dois fodidos e dependentes demais para fazer algo além daquilo. Era bem irritante, na verdade, mas não tanto quanto ouvir você falando merda por aí. Ethan vai voltar e vai acabar pagando por isso, sabe? – Cuspiu Annabeth, raivosa.

– E o que você sabe, hein? Sempre foi a vadiazinha de Ethan! Você não o conheceu como eu e Connor conhecemos. Não viu o que nós vimos. Tudo o que conheceu foi o traficante coitado, que os pais obrigaram a vender e mais merdas como essa, e mesmo assim, nem isso conheceu direito. – Houve uma breve pausa depois de tais palavras, como se estivesse tendo uma ideia. Então, deu um passo à frente e mostrou-lhe mais um sorriso. – Já ouviu que as pessoas tem dois lados?

O Stoll não deu-lhe chance de responder – e ela não iria, de qualquer forma – e deu continuidade à sua filosofia barata.

– É mentira. Elas têm muito mais que isso. Elas tem um labirinto em si, as entradas e saídas são inúmeras, demasiados caminhos que muitas vezes a pessoa desconhece, ou repugna. E algumas dessas pessoas tem tantos caminhos que, no fim, eles não são diferentes. São apenas estradas assimétricas e insignificantes que se cruzam abruptamente, sem avisos. E sabe o que isso significa? – E mais uma pausa desnecessária. – Significa que cada caminho desse cruzamento, dessa grande conexão, é inútil. É um disfarce. Uma máscara que pode ser facilmente retirada, deixando os demais e escassos caminhos que realmente servem para algo, sem mais obstáculos. E é isso que a pessoa é, afinal. Um labirinto simples de ser resolvido, apenas com um disfarce que os faça acreditar que não. Alguém tão fácil de manipular... que os outros ao redor tornam a tarefa mais difícil pelo simples de fato de tamanha vulnerabilidade parecer uma mentira, quando na realidade é a mais pura verdade. Compreenda isso, Annabeth Chase. Se continuar sendo estúpida assim, terá inimigos que não quer ter. Nem todos conseguem ser enganados pelo seu labirinto.

Travis Stoll aproveitou a falta de reação de Annabeth, que estava atônita, e começou a se afastar lentamente.

– Compreenda-se. – Ele já estava consideravelmente longe quando sussurrou aquilo. Parecia estar se divertindo ao confundir a loira. Caminhava tranquilamente, como se tivesse acabado de conversar com uma velha amiga.

Ele sabia que ela tinha uma arma em seu cinto. Que o gatilho berrava para ser puxado, que as mãos da garota tremiam, que elas estava pronta para agir em sua defesa se quisesse.

E também sabia que ela não queria. Observou-o até sumir de vista, paralisada. Nunca admitiria nem para si mesma, mas entre a preocupação sobre as doses que não conseguira, uma pequena parte de si refletia sobre as palavras de Travis.

Olhou para trás, e seu castelo de cartas já não parecia tão reconfortante quando o adentrou.

*

Frederick Chase encarava a filha, incrédulo.

– Como assim não conseguiu? Por que exatamente ele não quis te vender? – O homem andavam apressadamente pelo laboratório, nervoso.

– Já expliquei. Ele estava com medo. Desde que Ethan foi preso, as coisas lá estão ruins. Nakamura podia parecer alegre, mas era o único que não temia, dentre todos. Então, quando saiu do comando... você sabe. Os negócios não andam, eles estão com medo. Não há mais confiança, tanto com os colegas quanto com os clientes. – Annabeth suspirou. Estava sentada numa cadeira macia, mas que no momento parecia desconfortável assim como tudo à sua volta. À sua frente haviam alguns tubos de ensaio, onde jaziam todas as modificações das drogas já feitas pelo pai. – Travis demonstrava rancor quando o assunto se desviou para Ethan, mas não pude saber muita coisa sobre isso. Eram, aparentemente, brigas entre eles e Connor. De qualquer forma, todos foram afetados com a saída dele. Essa reação era o mínimo que tínhamos de esperar.

– Connor, você diz... o gêmeo? – Ele gesticulava com as mãos frenética e desnecessariamente. Um hábito de família. Por um breve momento, Annabeth lembrou-se da mãe, que costumava fazê-lo também. Era uma pena tal coisa não ter continuado com ela. Mesmo sem utilidade alguma, talvez fosse o mais próximo de sua família que poderia ter chego.

– Irmão inseparável de Travis. Não são gêmeos, mas agem e aparentam como tal. – Respondeu, prontamente. Preferiu não comentar sobre a estranha reação do pai quando os citou.

– Certo. – Frederick jogou-se na cadeira em frente ao computador, bagunçando os cabelos louros dos quais Annabeth herdou. – Foi nesse ou no notebook que você conseguiu fazer aquele cara permitir acesso ao sistema de Ethan?

– Foi nesse mesmo, eu acho. Mas ele não seria descuidado a ponto de deixar o sistema aberto sem que ele possa controlar, coisa que ele obviamente não pode fazer na prisão. Então, eu desistiria da ideia. – Receosa com as próprias palavras, não permitiu-se continuar.

– Mas com certeza deve haver outro sistema que nos leve à outros traficantes, talvez até mesmo consigamos hackear o de Nakamura e... – A voz de Frederick fez com que a loira sentisse o desespero do pai, além de seu próprio.

– Pai. – Ele a encarou. Eram poucas as vezes em que ela se referia à ele assim. – Pare. Eu convencerei Travis, está bem? Eu vou convencê-lo. Deixe o desgraçado esfriar a cabeça da pressão de estar na liderança, fique calmo e se concentre nas doses que nós já temos, que apesar do efeito ser fraco, ao menos existe algum. Em último caso, eu consigo me virar com as doses precárias com comprei dos La Rue. Entendeu? – Dessa vez, disse cada palavra sem hesitar, firmemente. Se não demonstrasse confiança em si mesma, quem mais o faria? Ainda mais quando Frederick precisava de tal confiança também.

O pai a encarou, olhou para o chão segurando o rosto com as duas mãos, a encarou de novo... e assentiu.

Em seguida se levantou, murmurando desculpas. A garota deduziu que ele fora dormir, como sempre fazia para se acalmar.

Quando foi se levantar para fazer o mesmo, viu que um papel branco jazia na cadeira. Talvez caído do bolso dele?

Sem conter a curiosidade, andou calmamente até a cadeira, pegou o papel e leu. Apesar da letra borrada, entendeu claramente o que estava escrito.

Preferia não ter entendido, afinal.

A curiosidade quase matou o gato.

O tiro foi de raspão, e o ferimento estava sagrando consideravelmente.

“Compreenda-se.”


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Notas finais do capítulo

Olá de novo! Espero que tenham gostado. Como disse nas notas iniciais, aí está a música: https://www.youtube.com/watch?v=-rEkMqOTfPY

Mandei em um MEP mesmo porque é nele que eu estou ouvindo e nunca vi nenhum vídeo oficial nem nada - além de ser um MEP muito bom, aliás.

Bom, é isso. Beijinhos e até o próximo! c:



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