Herdeira do Trono - Parte I escrita por NandaHerades
Notas iniciais do capítulo
Olá!
Aí vai mais um capítulo...
Obrigada pelo comentário andy z!
Sem pesadelo. Acordei como antigamente e me sentia um pouco melhor. Fui para a cozinha e encontrei meus pais tomando café juntos pela primeira vez em semanas. Olhei as horas e vi que ambos estavam atrasados para o emprego, fiz uma expressão de interrogação e eles sorriram. Papai tomava café em uma xícara e minha mãe estava passando margarina na torrada. Sentei-me na única cadeira vazia e comecei o meu desjejum.
— Sara — meu pai disse — Estamos aqui por você. Sabemos que você não está bem...
— Nós sabemos querida, que estamos trabalhando demais ultimamente e que você sente nossa falta — minha mãe completou — Nós te amamos você sabe disso não é?
—É claro mãe — falei sorrindo para eles — Eu amo vocês.
—Mas Sara, você está muito deprimida. Seu tio disse que anda distraída na lanchonete. Você não quis ir pra faculdade e agora só fica dentro de casa... Nós nos preocupamos com você.
— Mãe, eu estou... — tentei falar.
— Filha — meu pai disse — Nós sabemos de tudo que você passou e sempre te ajudamos, se isso estiver te prejudicando agora é só falar conosco.
—Pai, eu estou bem. É sério — tentei despreocupa-los.
— Nós conversamos com sua tia Lavínia e ela aceitou te receber por uns tempos, se você quiser é claro! — minha mãe falou.
Tia Lavínia era a irmã mais nova do meu pai. Ela era uma das pessoas mais legais que eu conhecia, morava na praia e vendia lanches em uma filial da lanchonete do meu tio Michael.
— Você pode trabalhar lá — meu pai continuou — E a praia pode te ajudar a relaxar. O que acha?
Não era uma má ideia. Eu teria tempo de pensar no que fazer em relação a tudo que estou passando e poderia ficar longe da agitação da cidade.
— Eu quero — falei — Será bom fazer outras coisas.
— Será muito bom — minha mãe falou — Você pode ir amanhã!
Levantamos e demos um abraço coletivo.
— Vocês são tudo que eu tenho — falei e vi que mamãe chorava.
ᴥ
Tia Lavínia morava em uma pequena cidade do litoral. Um tipo de cidade em que todo mundo se conhecia e tudo era motivo de falatório. Minha chegada foi regada a fofocas e a saudações de boas vindas. Minha tia me esperava na rodoviária com um grande sorriso no rosto. Ela era linda e jovem. Desci do ônibus e fui correndo abraça-la, depois pegamos minhas malas e fomos para o carro dela.
— Como você cresceu — ela comentou — Eu sei que você já deve ter escutado isso demais — ela riu.
— Um pouco — eu respondi — Mas não me importo.
— Está tudo bem com Jorge e Diana?
— Estão trabalhando demais, mas estão maravilhosamente bem — falei.
—Você vai adorar a cidade — ela falou — Duvido que vá querer voltar para aquela cidade estressante em que seus pais moram.
— Já estou gostando — comentei.
Aos poucos chegávamos mais próximas do mar. As ruas da cidade eram pequenas e pouco movimentadas.
— Na temporada de férias essas ruas ficam lotadas — ela disse — Ali está a nossa lanchonete — ela apontou para um prédio exatamente igual ao que eu trabalhava antes — E essa é minha casa — ela parou em frente a uma casa tipicamente praiana.
— É linda — falei admirada.
— E fica há poucos metros do mar, você pode fazer uma caminhada e dar um mergulho quando quiser.
Entramos na casa que era decorada com conchas e fotografias de peixes. Tia Lavínia levou-me até o meu quarto que tinha uma vista perfeita para a praia, dava até para sentir a brisa em meu rosto.
— Aos poucos esse quarto vai ficando a sua cara — ela falou feliz.
— Muito obrigada por me receber — falei e a abracei.
Ela me deixou sozinha e eu fiquei organizando minhas roupas no armário do quarto. Depois deitei em minha nova cama e fechei os olhos para relaxar. Levantei após uns cinco minutos e encontrei minha tia assistindo TV. Era um programa de culinária e ela estava prestando bastante atenção.
— Adoro cozinhar — ela falou — Embora faça isso mal.
— Que bom que você tem uma lanchonete — falei rindo.
— Não vai viver de hambúrguer aqui, menina — ela fingia me dá um sermão.
Olhei pela janela e vi o mar. O dia estava agradável e faltava pouco tempo para o pôr-do-sol.
— Acho que vou fazer uma caminhada — eu comuniquei a ela.
—Só não demore — Lavínia disse.
Abri a porta e fui em direção a areia, caminhei até a água do mar que estava morna e chamativa. Fui andando devagar pela beira do mar e apreciando a paisagem mais linda, aos poucos foi escurecendo. A praia estava vazia e o mar começava a se agitar, comecei a voltar para casa.
Senti a velha sensação de alguém me seguindo, tinha certeza que alguém me observava, não duvidava de nada. Parei onde estava e fiquei observando toda a praia.
— Pode aparecer — eu falei alto.
Irriel saiu de trás de um coqueiro e veio caminhando lentamente até o meu encontro.
— Está mais esperta — ele falou irônico.
— O que faz aqui? — perguntei calma.
— Só ter certeza que você está viva — ele respondeu.
— Pensei que quisesse me matar — o desafiei.
—Não quero mais, não agora que Sheol te quer viva — ele disse — Eu ganho mais com você viva do que morta.
— Obrigada por isso — eu falei — Já que estou viva, você pode ir embora.
— Você não está em segurança aqui — ele falou sério.
— Sério? — eu ri — Onde estou segura?
— Existem pessoas que sabem de sua existência e dariam tudo por sua cabeça — ele falou — Pessoas piores do que eu.
— Pessoas? Humanos? — franzi a sobrancelha.
—Alguns humanos, mas todos comandados por anjos caídos.
— Por que as coisas só pioram para o meu lado? — perguntei — Estou farta disso, eu não pedi isso.
— Acontece que eles ainda não sabem quem você é. Só que você existe e está prestes a se decidir.
— Como você sabe disso?
— Eu fazia parte deles — Irriel falou — Mas saí quando Sheol me ofereceu refúgio se eu dissesse onde você estava.
— Então foi você...— Lembrei-me do demônio que me visitou.
— Foi um acordo justo. Todos querem sua proteção, não é mesmo? — eu assenti — Você não pode contar a ninguém sobre a profecia e o que você representa nela. Recomendo que não fique muito tempo no mesmo lugar.
— Você quer que eu fuja? — perguntei incrédula.
— Até você tomar a decisão, depois terá um exército muito mais poderoso atrás de você — ele riu como se aquilo fosse a melhor piada do mundo.
— Isso não tem graça — falei emburrada.
—Não mesmo — ele colocou a mão na jaqueta que usava e pegou uma arma — Pegue isso. Não vai matar nenhum anjo caído, mas vai atrasa-lo tempo suficiente pra você fugir.
— Não sei usar isso — falei agarrando a arma.
— Os seus anjos não ensinaram? Que belos professores eles são — ele olhou para mim e viu que eu não mentia — Então eu vou te ensinar, você não pode entrar em uma guerra sem saber lutar e usar uma mísera arma. Encontre-me aqui amanhã às cinco da manhã, não se atrase. Espero não me arrepender disso...
Ele virou e foi embora. Eu continuei meu caminho até a casa de minha tia. Coloquei a arma no cós da calça jeans e tampei com a camiseta que usava. Entrei na casa e fui direto para o quarto, onde a guardei no fundo de uma gaveta.
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