Herdeira do Trono - Parte I escrita por NandaHerades


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente! Vejo que você resolveu continuar. Fico feliz pelo seu voto de confiança!

Te vejo no final!

Uma Parawhore (Nanda Herades)



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TEMPOS ATUAIS

“E da sétima virgem nascerá o Salvador, que levará a batalha dos tronos ao fim ou ceifará com os perdedores”.

A luta pela sobrevivência começa assim que se pisa no campo de batalha, os soldados se posicionam no melhor lugar possível e sempre buscam atacar o inimigo. Os olhares são de ódio, mas alguns expressam desespero e a tão temida pergunta “o que estou fazendo aqui?”, é a mais frequente entre os novatos. Não existe compaixão ou esperança em um lugar tão escasso de amor. Ao longe se percebe as granadas sendo atiradas a esmo, muitos correm, mas poucos sobram para contar história. As armas atiram em todas as direções e os atiradores comemoram quando acertam o alvo, mal sabem eles que todos são alvos.

Eu estou escondida atrás de uma árvore centenária, seguro uma metralhadora com uma força descomunal em um dos braços e no outro percebo o ferimento que me tirou da batalha. No meu rosto o suor revela a luta que faço para sobreviver. O barulho da guerra ecoa por meus ouvidos e me faz sentir tonta, é tão alto, por que não podem parar com isso? Solto a arma e tento tampar os ouvidos, o que foi em vão. Fico estática quando olho para o céu e vejo algo cair em nossa direção, me preparo para a morte... Mas nada acontece. Logo percebo que não existe mais barulho, é como se o tempo tivesse parado. Os soldados estão congelados e sou a única a ver o que acontece.

Um ser divino aparece na minha frente. Ele tem asas que eram o dobro do meu tamanho e elas eram tão brancas que poderiam me cegar. O seu sorriso era como se eu pudesse sentir a paz se aproximar, e seus olhos eram brancos! Aquilo me fez pular, desviei o olhar.

— Não olhe para meus olhos — o anjo disse.

— O que você quer? — perguntei olhando para baixo.

— Saraí, você deve se proteger — meu rosto se contorceu com a surpresa, como ele sabia meu nome?

— Proteger do quê? — perguntei.

— Você irá saber no momento certo — fiquei curiosa.

— Por que não posso olhar nos seus olhos? — perguntei, mas ele não estava mais lá. Quando olhei ao redor todos estavam lutando de novo.

Acordei e senti uma dor no braço esquerdo, eu estava deitada em cima dele. Saí da cama me arrastando e fui para o banheiro lavar o rosto. A noite conturbada de sono me deixou com olheiras gigantes. Eu estava tendo pesadelos de novo, os mesmos pesadelos que se passavam em um campo de batalha, mas essa foi a primeira vez que aquele anjo apareceu. Fazia quatro anos que não sonhava com aquilo, a última vez que tive esse pesadelo foi quando fui adotada, aos quatorze anos. Na noite que antecedeu minha vinda para a minha atual casa, eu sonhei com a mesma batalha. Eu precisava esquecer isso!

Quando estava pronta, fui à cozinha e encontrei meu pai fazendo o café. Ele cantarolava uma música antiga enquanto passava o café para a sua habitual garrafa térmica. Eu o abracei por trás e ele se assustou.

—Bom dia, pai — eu falei.

— Bom dia, querida — ele disse — Já estou indo trabalhar. Sua mãe pediu para que você fosse até a floricultura e levasse a carteira que ela esqueceu aqui.

Minha mãe era dona de uma pequena floricultura no centro da cidade. Meu pai era vendedor de carros e eu era garçonete na lanchonete do meu tio. Eu teria que correr para levar a carteira e chegar a tempo ao trabalho, mas seria bom desviar o caminho e ver pessoas diferentes.

— Eu levo sim — falei.

Peguei um pão e fui correndo pegar a carteira que estava sobre a mesa. Despedi-me de meu pai e saí para mais um dia de trabalho. Da minha casa até a floricultura seriam vinte minutos a pé, depois seriam mais quinze minutos até a lanchonete. Andei com passos largos para tentar não me atrasar. No caminho coloquei fones de ouvido e fui andando distraída pelas ruas silenciosas da cidade. Foi aí que percebi alguém me vigiando, não tinha certeza, mas eu tinha aquela impressão de estar sendo seguida. Olhei para trás e vi apenas um casal de idosos atravessando a rua, não havia ninguém suspeito. A sensação de pânico estava tomando conta de mim, eu não via, mas tinha certeza que alguém estava atrás de mim. Apressei-me e quando percebi já estava correndo pela rua, os transeuntes me olhavam como uma fugitiva. Olhei para trás novamente e o vi. Havia um homem correndo atrás de mim, não conseguia ver seu rosto, contudo ele parecia ser um tipo de pessoa incomum naquela região. Desviei o caminho para passar em lugares mais movimentados, assim ele não teria chance de me encurralar. Eu já estava ficando cansada, não tinha mais forças para continuar. Parei no meio da multidão e decidi que iria enfrentar o meu perseguidor. No entanto, ele não estava mais lá. Olhei por todos os lados e não consegui ver o tal homem que me seguia. Senti alguém segurando meu braço e dei um grito desesperado.

— Calma Sara! Sou eu — era André, um dos funcionários da minha mãe.

— Você quase me matou de susto — falei irritada.

— Desculpe. Eu estava indo a sua casa pegar a carteira de sua mãe, mas quando te vi parada aqui resolvi vim falar com você — ele sorriu timidamente.

— Não precisa ir, eu estou com a carteira — falei e comecei a andar, o deixando para trás.

— O que aconteceu? Você parece assustada — ele perguntou.

— Nada — falei — Eu só me assustei com você, só isso.

Continuamos andando sem falar nada. Eu olhava para os lados para ter certeza que ninguém estava me seguindo. Cheguei à floricultura e entreguei a carteira para minha mãe, na volta eu andei rapidamente para não deixar que nenhum maníaco me perseguisse.


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Notas finais do capítulo

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